quarta-feira, fevereiro 23, 2011

ANDREW HILL

Nota de um médico para consultores virulentos
ANDREW HILL Financial Times 
Valor Econômico - 23/02/2011

Consultores são "um vírus". Deixe que um entre e ele contaminará toda a organização. É o que diz um respeitado veterano do setor. Isso soa radical. No entanto, quanto mais examinamos as consultorias, mais virulentas parecem.

Vírus não conseguem existir sozinhos. Eles precisam de um hospedeiro vivo. Uma consultoria sem clientes é uma contradição em termos: seria simplesmente um grupo de pessoas inteligentes jogando conversa fora umas com as outras sobre estratégia - como um instituto de pesquisas ou uma escola de negócios ensimesmados.

Vírus podem sofrer mutações para cepas distintas. Consultorias de gestão começaram como mutações de outras companhias e umas das outras. O Boston Consulting Group surgiu a partir do Boston Safe Deposit and Trust Company. A Bain surgiu de uma cisão do BCG. O grupo de "engenharia de gestão" fundado pelo professor de Ciências Contábeis James O. McKinsey dividiu-se para se transformar na AT Kearney and McKinsey & Company. Agora há cepas dentro de cepas: estratégia, marketing, operações, atendimento ao cliente, tecnologia da informação, e por aí afora. Ou, mais frequentemente, elas atribuem um nome e depois o vendem a você.

Vírus se multiplicam. a Tata Consultancy Services da Índia tem expectativa de contratar até 65 mil pessoas no ano que se encerra no fim de março. No ano passado, a Deloitte Touche Tohmatsu, que, a exemplo das quatro grandes de auditoria, está construindo um setor de consultoria maior, disse que admitirá 250 mil novos funcionários nos próximos cinco anos, acrescentando 50 mil postos de trabalho, descontados as saídas naturais.

Todas as coisas vivas são suscetíveis a vírus. O setor privado e o setor público, organizações que visam e que não visam lucro, se contagiaram com o vírus da consultoria. A pandemia da consultoria no Ocidente está aumentando o seu domínio sobre companhias na China, Índia e outras economias de crescimento acelerado.

Vírus resistem. Consultorias sobrevivem a escândalos ou até à falência dos clientes. Mas elas precisam que suas companhias hospedeiras sobrevivam, para reproduzirem ganhos para si mesmas no longo prazo. A Ebola (vírus fatal de origem africana) Consulting Group seria uma operação de vida curta. A Influenza (gripe) & Company perduraria ininterruptamente.

Seria fácil para as consultorias revidar a esses ataques com as velhas gracinhas sobre pagar a alguém para pedir seu relógio emprestado e lhe dizer as horas. Afinal das contas, as consultorias têm como meta melhorar, não impedir, o desempenho dos seus hospedeiros. Consultores cínicos poderiam considerar as críticas como um cumprimento à sua capacidade de conquistar repetidos negócios. Mas há muitos motivos para elas se preocuparem com isso.

Primeiro, o executivo-chefe crítico não está só. Opiniões semelhantes estão se incorporando atualmente em outras diretorias. Por exemplo, um presidente de conselho de administração de multinacionais observa sombriamente que atualmente há mais intermediários sendo pagos para dizer aos administradores como eles devem dirigir as suas operações do que pessoas do setor verdadeiras e engenheiros (reais, ao contrário dos gestores).

Segundo, a retração econômica está levando as companhias a reduzir assessorias externas, incluindo os contratos prolongados sobre os quais as consultorias se baseavam. Menos clientes estão se sujeitando à ideia de que valor pelo dinheiro e valor agregado não são [termos] mutuamente exclusivos. Eles estão comprando assessoria específica, de curto prazo, mais baratas no conjunto, mas menos lucrativas para a consultoria.

Os clientes de grande porte, se é que desejam algum tipo de aconselhamento externo, querem consultorias com alcance global. Isso desafia as promessas de serviço personalizado ou de atenção pessoal de consultorias mais focadas, na comparação com as maiores consultorias. Essas consultorias menosprezam as tentativas dos contadores de se expandirem para dentro do seu território. Elas destacam a nada lisonjeira proporção de sócios em relação a não sócios em tarefas executadas pelas quatro maiores consultorias. Elas descrevem as ofertas dos seus concorrentes de maior porte como ajuda de sistemas glorificados ou terceirização.

Mas se isso é o que as companhias estão pedindo, as consultorias estabelecidas precisam responder. Algumas estão explorando como "setorializar" conhecimento acumulado ao longo de meio século ou ampliar seu alcance por meio de consolidação. Mas o fracasso, no ano passado, de uma aliança programada entre a Roland Berger Strategy Consultants e a Deloitte, e o colapso de uma fusão proposta entre a Booz e a AT Kearney realçou como será difícil misturar culturas arraigadas. A pergunta sobre como combinar habilidade e escala permanece sem solução.

Por fim, o sucesso anterior das consultorias em auxiliar as companhias a formular estratégias e reduzir custos gerou familiaridade corporativa com os seus métodos. A familiaridade gera desrespeito. O comitê executivo agora contém graduandos e pós-graduandos em consultoria. É mais difícil para os consultores convencer um de seus próprios pares que ele ou ela não consegue administrar sem assessoria externa. O conhecimento estratégico e operacional penetrou na corrente sanguínea das empresas de grande porte. A menos que se adaptem, as consultorias acabarão vendendo serviços que um grupo de clientes potenciais evita e para o qual os demais estão imunes.

Andrew Hill é colunista do Financial Times

CLAUDIO SALES

Itaipu: conta extra de R$ 5 bi para o Brasil?
CLAUDIO SALES
O Estado de S. Paulo - 23/02/2011

Há o risco iminente de que seja votado na Câmara dos Deputados, ainda nesta semana, o projeto que altera o Tratado de Itaipu e que, se aprovado, custará mais de R$ 5 bilhões para os brasileiros. O líder do governo na Casa apresentou um requerimento de urgência ao Projeto de Decreto Legislativo n.º 2.600/10 com a intenção de inserir a matéria diretamente na pauta do plenário e, com isso, dispensar a instalação da Comissão Especial criada em 2010 para debater o tema e apreciá-lo com maior rigor. A pressa do governo em precipitar essa votação - que, aliás, não tem nada de urgente - preocupa pela falta de transparência em várias frentes. Principalmente quando se sabe que o Brasil não deve nada ao Paraguai e que a maneira mais rápida de prejudicar acordos futuros de integração energética é a quebra de contratos e tratados atuais.

O projeto do governo propõe alterar o Tratado de Itaipu para triplicar o valor pago pelo Brasil ao Paraguai a título de "remuneração por cessão de energia". Se aprovado, os brasileiros pagarão cerca de US$ 240 milhões a mais por ano pela energia proveniente de Itaipu, o que somaria mais de R$ 5 bilhões de reais até 2023, data em que os termos financeiros do Tratado poderão ser repactuados.

Tratados não devem ser objeto de mudanças levianas e oportunistas, principalmente quando surgem de demandas políticas de governos que passam e deixam a conta para os outros. Tratados são estabelecidos entre Estados. O de Itaipu foi firmado entre estadistas brasileiros e paraguaios em 1973 e, por ser uma peça jurídica perfeita, deve ser preservado. Esse tratado foi resultado de uma delicada arquitetura diplomática e financeira desenvolvida para tornar viável esse grande empreendimento que tanto beneficia ambos os países.

Mudanças nos termos pactuados não só dificultam a manutenção do delicado equilíbrio entre as partes, mas também representam um golpe mortal para futuros empreendimentos. Um novo acordo futuro com o calibre e a complexidade de Itaipu pode ser sumariamente descartado se for feita a alteração do Tratado de Itaipu.

No lado do Paraguai, os grupos de pressão, com o apoio de alguns políticos brasileiros, procuram obter mais dinheiro do Brasil com base na defesa da ideia de que o Tratado de Itaipu é "injusto" com o país. Uma falácia. Itaipu, além de fornecer 90% da energia consumida pelos paraguaios, gera receitas anuais de US$ 350 milhões, o que equivale a 15% da receita total paraguaia. E não esqueçamos de que o país obteve tudo isso sem assumir nenhum risco financeiro: todas as garantias para o financiamento de Itaipu foram dadas pelo Tesouro Nacional brasileiro.

No lado de cá, as justificativas apresentadas pelo governo federal e seus representantes no Congresso para alterar o Tratado são apoiadas na tese do aprimoramento das relações bilaterais com o Paraguai. Em nenhum momento aparecem argumentos que indiquem problema com os termos do Tratado de Itaipu. A proposta visa claramente a transferir recursos do Brasil para o Paraguai.

As justificativas são, portanto, de cunho político, e não econômico ou jurídico. O mais triste de toda a história é que, por causa de uma manobra de oportunistas, o Tratado de Itaipu deixará de ser uma peça juridicamente perfeita e diplomaticamente justa.

Mas isso pode ser evitado.

O Brasil não precisa se acanhar diante das pressões paraguaias e pode tranquilamente afirmar que o Tratado foi excelente negócio para nosso vizinho. Com base nessa constatação apoiada em fatos e números, a presidente do Brasil e o nosso Congresso têm a oportunidade de enviar duas mensagens. A primeira é: "Neste país, contratos e tratados são cumpridos, independentemente de pressões políticas". A segunda: "Manter o Tratado de Itaipu é a melhor maneira de "ajudar o Paraguai" e de manter abertas as portas de futuros projetos de integração energética".

Simples assim. Complexo assim.

PRESIDENTE DO INSTITUTO ACENDE BRASIL

JORGE DARZE

Não faltam médico
JORGE DARZE
O Globo - 23/02/2011

O último trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), lançado no último dia 9/2/2011, é uma importante pesquisa que auxilia no debate sobre a crise do SUS e da saúde complementar e da repercussão no atendimento da população.

Já há muito tempo temos denunciado essa crise e a precariedade de atendimento da nossa população. Como a pesquisa não aborda a posição de cada estado separadamente, e o presente trabalho tem como objetivo fazer uma avaliação nacional, com certeza será necessário um estudo mais detalhado em nosso estado, até porque aqui ainda está vigindo o decreto presidencial de 2005 que reconhece a calamidade pública no setor, embora paradoxalmente tenhamos a maior rede pública de saúde do Brasil.

Este trabalho explica também por que esse tema tem sido uma das principais preocupações da população, principalmente nos momentos eleitorais, quando os governos são renovados. O que salta aos olhos é que as respostas às principais perguntas desta pesquisa explicitam de maneira muito clara a enorme responsabilidade que as três esferas de governo têm sobre os seus resultados.

A falta de médicos nas unidades e o longo tempo de espera para os pacientes marcarem e realizarem consultas são os principais problemas apontados pelos entrevistados. São diversos os exemplos confirmando essas preocupações e inclusive noticiados pela grande imprensa. A ameaça de interrupção dos transplantes de fígado no Hospital Geral de Bonsucesso por falta de anestesista, o desfalque de especialistas em quase todas as emergências existentes, as longas filas nas portas das UPAs e hospitais, a superlotação das unidades e a grande evasão dos profissionais aprovados nos últimos concursos, devido aos baixos salários, estão entre os exemplos de um filme que se repete diariamente, retratando o sofrimento da nossa população. Vale lembrar que a elevação da taxa de mortalidade em algumas unidades é uma perversa consequência do estado em que se encontra o sistema de saúde pública. Vale destacar que quem consegue atendimento tem uma visão positiva do setor, embora a pesquisa não tenha avaliado a resolutividade do atendimento. Provavelmente, se a avaliação de resultado tivesse sido incluída na aferição, o percentual demonstrando positividade teria sido menor. A opção feita por vários governos há anos, de privatizar a gestão das unidades e contratar mão de obra terceirizada, com salários bem superiores aos dos servidores públicos concursados, não interferiu no resultado final da pesquisa, na qual a falta de médicos e a demora no atendimento foram as principais preocupações.

Podemos concluir que a tese defendida pelos seguidores da privatização do sistema, que é buscar modelos mais "eficientes" de gestão, desqualificando o público, não encontra eco neste trabalho no que diz respeito ao atendimento. A proliferação indiscriminada de escolas médicas, que coloca anualmente milhares de médicos no mercado de trabalho, inclusive extrapolando a recomendação da Organização Mundial de Saúde, que estabelece um médico para atender cada mil habitantes, não explica a escassez de profissionais no sistema. Vale informar que a média nacional em 2009 era de um médico para cada 570 habitantes, chegando, a 239 em algumas cidades, o que demonstra a distribuição irregular. Outro destaque é que, enquanto na última década o número de médicos cresceu 27%, a população cresceu 12%. Mas não é por falta de médicos que a rede atende mal.

No capítulo referente às especializações, enfrentamos a ausência de incentivo na ampliação do número de vagas dos chamados Programas de Residência Médica, projeto financiado majoritariamente com dinheiro público e regulamentado por lei.

Este projeto não tem sido tratado com a devida importância pelas nossas autoridades, pois, além da baixa remuneração para 60 horas semanais de aprendizado, a crise do sistema interfere no treinamento dos profissionais. Além disso, na maioria das vezes, seus instrutores acumulam a função assistencial sem ganhar nenhum centavo a mais por essa função.

Na verdade, o que falta é uma política de recursos humanos que fixe o médico à rede. Estamos falando de salários e carreira, pois somente desta forma poderemos voltar a incentivar esses médicos, principalmente os mais jovens, a buscar no SUS a opção de vida e do exercício profissional. O mesmo se aplica ao sistema complementar. A fixação desses profissionais depende, conjuntamente, de três fatores: salários, carreira e condições de trabalho.

GOSTOSA

CRISTIANO ROMERO

Monopólio postal: um debate necessário
CRISTIANO ROMERO
VALOR ECONÔMICO - 23/02/11

O governo Dilma Rousseff deu sinais de que pretende melhorar a governança da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), reparando sua imagem, abalada por escândalos de corrupção nos últimos anos, aumentando a eficiência e tornando-a mais lucrativa. O momento é uma ótima oportunidade para debater os monopólios da estatal, a introdução de competição em alguns segmentos do negócio postal e a necessidade ou não de universalização de alguns serviços.

A ECT detém hoje o monopólio de entrega de cartas, telegramas, cartões-postais e da chamada "correspondência agrupada" (malotes de documentos remetidos a empresas que contenham pelo menos um objeto enquadrado no conceito de monopólio). A exclusividade é usada pelo governo para permitir o subsídio cruzado entre diferentes regiões e, em tese, assegurar a universalização de determinados serviços.

O preço de uma correspondência enviada de Campinas (SP) a São Paulo - distantes menos de 100 Km uma da outra, na região mais densamente povoada do país - é praticamente o mesmo de outra enviada entre duas cidades remotas na região Norte. Os custos das duas operações são, evidentemente, distintos - o do segundo exemplo é muito maior.

A tarifa cobrada numa carta enviada entre dois bairros do Rio ou de São Paulo subsidia a correspondência entre áreas distantes do país. "A renda obtida nas áreas mais populosas e ricas é usada para financiar a prestação do serviço, a preços módicos, em áreas menos densamente populosas e de menor poder aquisitivo. Assim, o monopólio seria justificado pela necessidade de universalizar determinados serviços providos pelos Correios", diz Luiz Guilherme Schymura, diretor do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre).

Se o governo permitisse a competição no segmento de cartas simples, as empresas que entrassem no negócio optariam pelas áreas mais lucrativas. Isso faria a ECT perder receita, o que inviabilizaria uma das fontes de financiamento da universalização. Outro argumento usado em defesa do subsídio cruzado remete à integração geográfica do país. Sem o subsídio e num ambiente de competição entre os prestadores do serviço, regiões afastadas dos grandes centros tenderiam a ficar isoladas.

Schymura acredita, porém, que seria perfeitamente possível, a partir de um modelo bem montado com concessão ao setor privado e quebra de monopólio, montar um modelo que ao mesmo tempo atendesse aos objetivos do governo de integração nacional e subvenção social e ainda gerasse ganhos de eficiência econômica. Ele reconhece, no entanto, que é extremamente difícil, do ponto de vista político, falar em privatização nos tempos atuais, "ainda mais se há a necessidade de manter determinados subsídios".

O tema não é um tabu apenas no Brasil. Nos países europeus, prevalece o modelo monopolista estatal, com subsídios cruzados para os principais serviços postais. Apesar disso, o governo brasileiro deveria avaliar a utilidade de universalização de alguns serviços.

Avanços tecnológicos, como a internet, o e-mail e as redes sociais, estão revolucionando a comunicação e, possivelmente, tornando obsoletos alguns serviços mantidos por subsídios cruzados. Hoje em dia, por exemplo, é raro alguém enviar ou receber telegramas.

Quando o governo privatizou o Sistema Telebrás, em 1998, obrigou as empresas a se comprometerem com a expansão do número de telefones públicos. O objetivo era forçar a universalização do atendimento. O desenvolvimento espetacular e de certa forma inesperado da telefonia celular nos anos seguintes tornou, no entanto, desnecessária a exigência do cumprimento daquela obrigação.

Atualmente, há 205,7 milhões de terminais de telefone celular no Brasil. A própria telefonia fixa, que cresceu nos primeiros anos pós-privatização, estagnou diante do boom do mercado de celulares. Ao perceber essa realidade, o governo Lula negociou com as companhias telefônicas a troca do compromisso de instalação de "orelhões" pela implantação de serviços de banda larga em escolas públicas. Foi uma excelente ideia.

O governo pode definir, agora, que serviços postais pretende manter universalizados e, em seguida, abrir para a competição os segmentos não contemplados por esse critério. Uma operação que, certamente, precisa ser revista é a correspondência de empresas concessionárias de serviços públicos, como energia, gás e água.

A tecnologia já permite que essas empresas emitam e imprimam as contas dos usuários no local em que é feita a medição do consumo. Do ponto de vista tecnológico, não há mais razão para o envio das contas pelos Correios. A legislação diz, todavia, que essa atividade é exclusiva da ECT.

Schymura, que trata do tema na Carta do Ibre que deve ser divulgada hoje, ressalva que o fim desse monopólio precisa ter uma salvaguarda - a proibição de que as empresas remetam contas pela ECT. "Caso contrário", diz ele, "as empresas poderiam fazer a entrega das contas apenas nas localidades em que lhes é conveniente (lucrativa), delegando aos Correios a atribuição de prover o serviço em regiões cuja rentabilidade não é adequada."

O fato é que é possível e desejável rediscutir os monopólios dos Correios, resguardando seus objetivos precípuos (a serem definidos pelo governo), além de sua sustentabilidade econômico-financeira, mas procurando aumentar a eficiência. O novo presidente da ECT, Wagner Pinheiro, pretende aumentar, por exemplo, a agressividade da estatal no segmento de encomendas, que já está sujeito a concorrência e responde por apenas 30% das receitas da empresa.

"No momento em que o debate sobre a qualidade do gasto e da gestão pública cresce de importância, avaliar a adequação e a eficiência de cada peça da máquina estatal é indispensável. Definido o grupo de serviços postais que serão universalizados, o governo deveria tentar introduzir a competição, e consequentemente maior eficiência, nas áreas dos Correios não contempladas naquela política", diz o diretor do Ibre.

ANTONIO DELFIM NETTO

Mandelbrot
ANTONIO DELFIM NETTO
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/02/11

Morreu recentemente um grande matemático, Benoit Mandelbrot, inventor dos "fractais" (uma espécie de objeto em que cada parte reproduz exatamente o todo).
Se tivesse sido levado a sério pelos pequenos matemáticos e grandes economistas que tentaram construir uma "ciência econômico-financeira" copiada da física, provavelmente o mundo não teria vivido a crise de 2007-09. Ou seria ela menos intensa.
O fato realmente interessante é que os grandes economistas -mas pequenos matemáticos- julgavam que Mandelbrot era um "heterodoxo". Logo, não merecia atenção...
Em 1962, ele fez uma análise estatística dos preços do algodão e verificou que eles não obedeciam às hipóteses geralmente aceitas pelos economistas que chamavam a si mesmos de "ortodoxos".
Ele concluiu que a distribuição dos preços, com relação a sua média (uma forma de entender a incerteza), poderia assumir formas diferentes das que sugeriam os construtores da economia financeira.
Isso parecia estranho porque, na natureza, o valor de muitas variáveis (altura e peso dos homens, erros de medida, por exemplo) tendem a se agrupar em torno da média, e a probabilidade de desvios em relação a ela diminui dramaticamente com o seu tamanho.
A explicação de Mandelbrot para o fato é que os preços em cada momento pareciam ter "memória" e os agentes (compradores e vendedores) interagiam influenciando-se reciprocamente (no entusiasmo ou na desconfiança).
A consequência desses argumentos é que a dinâmica dos preços nos mercados financeiros seria diferente da dinâmica nos mercados de bens (onde a procura diminui com o aumento dos preços).
Naqueles, uma "alta" dos preços pode aumentar a demanda e gerar novas "altas".
Uma "baixa" pode gerar novas "baixas", criando internamente tendências autônomas: uma espécie de "Maria vai com as outras" (comportamento de manada) que pode terminar numa "bolha".
Em larga medida, a crise do "subprime" foi uma manifestação concreta dos mecanismos sugeridos por Mandelbrot. Quando os preços dos imóveis caíram, eles explodiram uma "bolha" imobiliária que quase destruiu o sistema financeiro internacional.
À custa de acreditar nas hipóteses do mercado perfeito e nos "modelos" que controlavam os riscos, os bancos centrais reduziram as taxas de juros. Isso levou os agentes financeiros a aumentar a sua alavancagem a limites inimagináveis.
Quando a "bolha" explodiu, levou de roldão a credibilidade de grandes economistas -mas pequenos matemáticos- e deixou como herança o mundo em frangalhos...

ANCELMO GÓIS

Volta ao governo
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 23/02/11

Dilma vai convidar Lula para ser uma espécie de embaixador extraordinário junto à África. Missão: oferecer aos africanos técnicas agrícolas da Embrapa e programas como Bolsa-Família. 

Elas podem 
Dez anos depois, a Fundação Perseu Abramo, com o Sesc,
voltou a fazer a pesquisa Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado. Em 25 estados, foram ouvidas 2.365 mulheres. 

De lá pra cá...
Agora, 9% das mulheres se declararam virgens (eram 12% em 2001). O percentual das que tiveram só um parceiro sexual caiu de 54%, há dez anos, para 45%. Mais: cresceu de 7% para 12% o índice de mulheres que assumem já ter “traído” o marido ou o namorado. 

Isto é FH 
Segunda, em São Paulo, numa roda com FH, um amigo viu que não tinha dinheiro para o táxi: — Presidente, o senhor me empresta R$ 50? FH, que tem fama de mão fechada, argumentou: — Você não assistiu ao filme “O discurso do rei?” Rei nunca anda com dinheiro.

As polacas
Com duas prostitutas alemãs, Karolina Leppert e Helga Bilitewski, da ONG Hydra, de Berlim, a brasileira Gabriela Leite, da Daspu, visita hoje o antigo Cemitério Israelita de Inhaúma. Ali, como contou a historiadora Beatriz Kushnir, 797 polacas, seus filhos e alguns cafetões estão enterrados como “judeus segregados, porque prostituídos”.

Huck e Maria Clara
A edição de 2011 do “Soletrando”, o concurso de vocabulário com crianças do país todo, no “Caldeirão do Huck”, vai homenagear a saudosa escritora Maria Clara Machado. O boa-praça Luciano Huck inicia o concurso sábado agora.

A China que se cuide
Na visita de Obama ao Brasil, o Eximbank (banco de fomento às exportações dos EUA) e o BNDES deverão criar um consórcio para financiar operações de empresas americanas e brasileiras em outros países. Uma ideia é concorrer em melhores condições na África com os chineses, que despejam caminhões de dinheiro em seus negócios no continente. 

Pré-sal alemão
A cúpula da Siemens esteve ontem em Brasília para mostrar projetos de duas novas fábricas no Brasil. O foco é a produção de equipamentos para a Petrobras.

Desconto no ar

A Anac firmou acordo com as voadoras para garantir a seus dirigentes uma tarifa especial com desconto de 75% nas passagens aéreas. Em Frei Paulo, este cala-boca tem nome: conflito de interesse.

Desembarque ianque
O esquema de segurança de Obama no Rio, dia 20 de março, que inclui visita a uma favela, prevê o desembarque de 300 pessoas, 30 carros e dois helicópteros. A tropa começa chegar logo depois do carnaval. 

Folia na igreja

Houve um tempo em que o carnaval era considerado festa de satanás. Mas, melhor assim, o mundo mudou. Domingo que vem , por exemplo, o padre Lázaro, baiano, da Paróquia de Santa Terezinha do Menino Jesus, em Botafogo, no Rio, vai comandar uma festa de carnaval. Para o balacobaco, até abadás estão sendo vendidos. Custam R$ 20.

Paes, o portelense
Amigos próximos de Eduardo Paes, torcedor roxo da Portela, garantem que é cada vez maior a insatisfação do prefeito com a atual direção da sua escola. 

Príncipe Claus
A escritora Ana Maria Machado recebe amanhã o Prêmio internacional Príncipe Claus 2010, no Consulado da Holanda, no Rio.
Um grupo musical, à frente Maurício Carrilho, tocará de Pixinguinha a Tom Jobim. 

Pé cresce 
A rede carioca Spa do Pé, que, como o nome diz, cuida dos pés, vai entrar no mercado paulista. Inaugura uma loja em Ribeirão
Preto e, em seguida, outra em São José dos Campos.

ZONA FRANCA
 Foi inaugurada ontem, em Brasília, a Rádio Marinha, em radiodifusão nas cidades de São Pedro da Aldeia e Corumbá. A programação também poderá será acessada via internet. 
 O musical “Por uma noite” sai de cartaz esta semana no Fashion Mall.
 Amanhã, a Banda da Rua do Mercado lança camiseta, às 19h, no Centro.
 As inscrições do concurso Brasil Vocal CCBB Rio terminam dia 1o-. 
 É da Kindle a campanha da nova edição do Passaporte SporTV.
 Os desembargadores Agostinho Teixeira e Luís Felipe Francisco assumem a “Revista de Direito” do TJ.
 A Clean Living assina sacos biodegradáveis do Shopping Leblon. 
● O Itaú lança o projeto “Arte na Cat” para comunidades da Barra.

BRAZIU: O PUTEIRO

CLAUDIA ANTUNES

Fazendo amigos
CLAUDIA ANTUNES
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/02/11

RIO DE JANEIRO - Não é pelo cenário sem igual que Barack Obama tentará resgatar, em discurso público no Rio, a magia de grande comunicador corroída desde sua campanha à Presidência, há três anos.
Em todo o mundo, o estabelecimento de boas relações com populações e organizações não governamentais é uma parte tão importante da diplomacia americana quanto o relacionamento com os Estados.
Se na Guerra Fria o foco dessa atividade era combater o comunismo, e se ainda hoje o grosso das verbas vai para a oposição a governos rivais, o Brasil não está fora da regra que visa construir uma rede de simpatia, ou mesmo de interlocução, que resista a reviravoltas políticas.
No Rio, os EUA promovem cursos de inglês em favelas. Nos últimos oito anos, cerca de 1.200 brasileiros foram beneficiados por bolsas e intercâmbios da Diplomacia Pública, que no final dos anos 90 substituiu a Usia (agência de informação americana).
Entre outras ações do tipo, a embaixada americana tem sido um dos patrocinadores da Anpocs, a associação nacional de pesquisa em ciências sociais. Um centro da AFL-CIO, central sindical dos EUA ligada ao Partido Democrata e antiga interlocutora do PT, recebe verbas oficiais para estimular a sindicalização no Brasil.
Mesmo no Egito do aliado Hosni Mubarak, os EUA financiavam organizações oposicionistas mais afins às suas ideias e interesses.
Vem dessa gama de programas, suporte do poderio militar e econômico, certa onipotência de analistas americanos, que buscam o dedo do país em todos os acontecimentos. E também a paranoia dos inimigos, temerosos de "revoluções coloridas" como as apoiadas por Washington na periferia da Rússia.
Há exagero nas duas visões. As próprias rebeliões no Oriente Médio mostram que o fruto da mudança amadurece com mais vigor de dentro para fora.

FERNANDO RODRIGUES

Gaddafi, Lula e o Brasil
FERNANDO RODRIGUES
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/02/11

BRASÍLIA - Lula visitou Muammar Gaddafi, em 2003. Fiz a cobertura jornalística dessa viagem presidencial a Trípoli. As bizarrices do ditador já eram conhecidas, mas, vistas de perto, pareciam muito piores.
O líbio recebeu o presidente brasileiro em frente aos escombros de Bab al-Aziziya, o complexo militar cuja imagem serviu ontem de pano de fundo para Gaddafi discursar.
O ditador da Líbia vivia com sua família em Bab al-Aziziya quando o local sofreu um bombardeio dos EUA, em 1986. Hanna, de 15 meses e filha adotiva de Gaddafi, morreu. Tudo foi mantido intacto -inclusive a cama da menina e o sangue das pessoas atingidas pelas bombas.
Depois da exposição do leito de morte da filha, Gaddafi recebeu Lula em uma tenda a poucos metros do local. Estava cercado por dezenas de soldados armados ostensivamente com metralhadoras.
Quase não havia bancas de jornal do país. Nas poucas disponíveis, a publicação mais frequente era o livro verde de Gaddafi, sobre uma tal "Terceira Teoria Universal". Lê-se ali que a "democracia representativa é uma fraude". Os partidos políticos seriam só uma forma de "ditadura contemporânea".
A comitiva brasileira ficou no melhor hotel de Trípoli à época, o Corinthia (era esse mesmo o nome). Por ordem de Gaddafi, os quartos abaixo e acima do de Lula não foram ocupados. Providência útil para proteger. E espionar.
Ao saudar Gaddafi, Lula disse: "Jamais esqueci os amigos que eram meus amigos quando eu ainda não era presidente". Estava começando a longa série de adulação a déspotas mundo afora.
A deferência de Lula a Gaddafi foi inaceitável, mas poderia ter um uso hoje: um canal de comunicação para facilitar a saída dos brasileiros ilhados na Líbia. Nem isso. Há dias o Itamaraty tenta interceder e não tem sucesso. No final, o saldo da viagem de Lula a Trípoli foi só a foto do presidente brasileiro ao lado de mais um ditador.

GOSTOSA

ROBERTO DaMATTA

A morte e a morte anunciada de um craque
ROBERTO DaMATTA
 O Estado de S.Paulo

Os que reduzem tudo a poder que me perdoem, mas o evento destas semanas não foi "político". Foi a despedida, em pleno meio-dia, do senhor Ronaldo Luís Nazário de Lima, excepcional praticante de futebol, conhecido como Ronaldo Fenômeno ou, em virtude da precocidade típica dos gênios, simplesmente como Ronaldinho.

***
Cronistas e jornalistas esportivos, bem como a maioria dos técnicos, são conhecidos pelo nome completo, mas os jogadores são personificados pelo primeiro nome ou por algum apelido de quatro letras: Vavá, Dida, Didi, Lelé, Mané, Cacá e Pelé. São os tais eufemismos que prezamos tanto e que permitem transformar bandidagem em malandragem, assalto em falcatrua, e mensalões em "caixa 2" partidário. Não é que debaixo do Equador não exista pecado, é que há vários tipos de pecado cujo julgamento depende dos pecadores. (Temos igualmente muitas polícias e tribunais, o que é bonança para os criminosos). O jogador de futebol, como um gladiador subversivo, pois luta dentro das regras observado de perto pelas massas injustiçadas que com ele se identificam aclamando o drible que faz cair de "bunda" o brancalhão azedo que todos consideravam racialmente superior, é assim um ser redutível a uma falsa intimidade de quatro letras e duas sílabas. Sua grandeza está em ampliar seu nome tornando-o maior (e melhor) do que o dos riquinhos, dos teóricos do futebol (que confundem sabedoria com memória) e dos filhinhos de papai (que jamais furaram um gol em suas vidas!) que deles falam com desprezo, admiração, ódio e incomensurável inveja. Porque os craques de quatro letras ganham salários de mil e tantos zeros, mas são analfabetos; e - pior que isso as "ronaldinhas" louras e comem todo mundo. Hoje - como pode? cosmopolitas e empresários. Eis as subversões rotineiramente praticadas por esses vingadores sociais que invertem os termos de nossas hierarquias, levando aos estádios um raro e nobre sopro de uma terrível (e temida) igualdade. E de uma poderosa excelência gritantemente ausente do nosso universo administrativo em geral, pautado pela mediocridade contida dos ocupantes de cargos públicos. Como lidar com esses demiurgos que roubaram o "football" dos "adiantados" britânicos e, sem ajuda do Estado, do sorriso hipócrita dos políticos com desculpas até para não fazer oposição, e dos partidos do povo cujos patrões odeiam a igualdade, deram ao povo uma arte fundada no desempenho, capaz de promover a experiência da vitória e da igualdade? Um "futibol" que veio redimir e permitir amar o Brasil?

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Comoveu-me a despedida lúcida e soluçante de Ronaldo. Tanto quanto ele fazia gols pelo selecionado brasileiro. Fiquei impressionado quando ele disse que essa despedida era uma morte.

***
Todos nós morremos muitas vezes nesta vida. Na outra, para onde estamos indo, não morremos mais. A morte não existe na morte, eis o grande segredo. Ela só existe no curso de nossas vidas porque no Nada e no Eterno só há o silêncio do apito final.

Mas para quem, em algumas décadas, vive uma eternidade - como é o caso dos que, como você e gente como Charles Chaplin, que passaram aperto para comer, vestir e dormir, a orgulhosa e bela superação da miséria pelo domínio de uma arte - é como saltar por cima do Everest (subir seria pouco) ou ir à Lua nu em pelo. Só quem tem uma imensa capacidade de sublimação consegue virar-se pelo avesso e transformar-se em mestre de alguma coisa.

***
Com o seu jogo de corpo, sua força e suas arrancadas, você não passava por pessoas, você saltava a doença que mata; a desesperança que paralisa; o desespero que emperra; o desânimo que não deixa começar; a inveja que impede a admiração e o amor; o ressentimento e a vingança que aprisionam no passado. O seu gol não era só um sinal de vitória, era um grito contra o analfabetismo e a ignorância que você tão bem superou. Era o sinal de que mesmo carregando o não saber formal você descobriu na vida a sabedoria da vida. Aquele jogo de cintura era sua arma contra o mau político, contra o radical que acha que pode resolver o mundo com um regime político de chumbo, o religioso que rouba o crente. Você, Ronaldinho, deu ao povo o que ele mais precisava, pois seu modo de jogar restabelecia a igualdade e, para além dela, a crença na vida e no Brasil.

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Você diz que abandonou o futebol, mas o futebol não vai te abandonar. Você é parte dele. Você é um dos raros jogadores que a ele acrescentaram algo novo. Neste universo de regras fixas e de jogadas esperadas, você inovou. Repetiu no campo o que os seus fãs não podem fazer nas suas vidas: a revolução que permite rir do poderoso, o drible que faz o ricaço arrogante e o político vazio cair de quatro, o vai mas fica que passa por cima da sabedoria dos falsos sábios e vira pelo avesso o sistema que nos fez nascer por baixo. E para terminar - que gozo... - do adversário...

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

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RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/02/11

Diante da necessidade de conter despesas, o governo decidiu enxugar de 484 para 171 o número de cargos da Autoridade Pública Olímpica, cuja criação poderá ser votada hoje pela Câmara. De quebra, essa mudança no texto da MP visa esterilizar as críticas da oposição ao uso da APO como cabide de empregos.
O novo modelo contempla queixas do governo e da Prefeitura do Rio, que passam a ter mais voz na estrutura responsável pelos Jogos de 2016. Mas contraria Henrique Meirelles, convidado a assumir o órgão. De todas as partes envolvidas, é o Ministério do Esporte que sai de mãos abanando. No Senado, o relator da medida provisória será Lindberg Farias (PT-RJ).

Segura aí 
Em e-mail à Força Sindical, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, prega a necessidade de "fortalecer" o ministro Carlos Lupi (Trabalho) e avisa que Dilma deve receber as centrais depois da votação do salário mínimo no Senado, prevista para hoje.

Next 
As centrais, que no Senado repetiram o flerte com a oposição, têm manifestações programadas até o 1º de Maio, em parceria com entidades como MST e UNE. A ideia é poupar Dilma e bater na política econômica.

CPMFlash
 
Um dia depois de a recriação do imposto do cheque voltar à pauta, Dilma brincou com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, diante da intensa movimentação dos fotógrafos: "Se a gente taxasse cada "clic" deles, nossos países estariam ricos...".

Sem ruído 
Joaquim Barbosa rejeitou pedido de Roberto Jefferson para acareação entre o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos e o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). O réu havia alegado contradição entre os depoimentos sobre se Lula teria mandado formalmente apurar a existência do mensalão. O relator concluiu que eles não discordaram sobre o fato de que o então presidente determinou investigação do caso.

Esqueleto 1 
O STJ referendou decisão da Justiça paulista que condena o Estado a pagar indenização cujo valor pode chegar a R$ 1,75 bi à construtora Tratex por serviços prestados ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e não quitados. Os contratos são referentes a obras executadas em 1994 nas rodovias Washington Luiz, Marechal Rondon e Campinas-Jaguariúna.

Esqueleto 2 
O acórdão foi publicado anteontem, mas o governo deve recorrer ao Supremo. O "superprecatório" é maior do que o contingenciamento orçamentário determinado por Geraldo Alckmin, de R$ 1,5 bi.

Romaria
 
Depois de visitar Alckmin no Palácio dos Bandeirantes ontem, a bancada do PSDB na Câmara paulistana marcou rodada de conversas com Fernando Henrique Cardoso e José Serra para defender que um vereador ocupe a presidência do partido na capital.

No vermelho 
Na tribuna da Câmara, Agnaldo Timóteo (PR) lamentou ontem o fato de não ter recebido reajuste de 61,8%, a exemplo dos deputados federais. "Queria esse cascalho na conta, porque estou mais duro que testa de cabrito." A extensão do aumento aos vereadores foi vetada pelo Ministério Público. Se aplicada, elevaria os salários de R$ 9.200 para R$ 15 mil.

Visita à Folha 

Emanuel Fernandes (PSDB), secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de SP, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com José Roberto Amaral, assessor de imprensa.

com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

Tiroteio

"O 'distritão' é o puro poder econômico. Se elege quem tem mais dinheiro. Ponto final."
DO EX-MINISTRO JOSÉ DIRCEU (PT) sobre a ideia, que tem como principal defensor o vice Michel Temer (PMDB), de instituir o voto majoritário para a escolha de deputados, fazendo de cada Estado um grande distrito eleitoral.

Contraponto

Vade retro


Ao final da instalação, ontem, da comissão do Senado encarregada de tratar da reforma política, Antonio Carlos Valladares (PSB) foi abordado por um jornalista atraído pelos rumores de que parlamentar de Sergipe estaria novamente cotado para assumir a nova pasta das Micro e Pequenas Empresas:
-E aí, ministro, tudo bem?
Este fez cara de susto e foi logo se explicando:
-Você não fale isso, não... Eu quero ficar aqui! Ser amigo da Dilma aqui do Senado!

BRAÇOS

SERGIO TELLES

Tunísia, modernidade islâmica
SERGIO TELLES

O Estado de S.Paulo - 23/02/11

As revoltas populares iniciadas na Tunísia, que estimularam as do Egito, ameaçam certamente outros regimes totalitários. Entretanto, é prematuro imaginar a súbita conversão democrática de países tradicionalmente autocráticos, onde a hierarquia de lealdades privilegia chefes de clãs e secundariza o Estado. Dentre eles a maioria árabe islâmica de origem tribal, cuja governabilidade veio sendo viabilizada por meio de ditaduras centralizadoras, a coesão nacional tendendo a ser coercitiva, apoiada pelas Forcas Armadas e leis corânicas de controle da população. Mesmo em nações pluralistas, como o Líbano, o direito de família ainda é regido pelas religiões.

O pan-arabismo de Nasser valeu-se do nacionalismo para reforçar-lhe a liderança dos egípcios. O igualitarismo francês, imposto pela guilhotina, demora na implantação de uma cidadania que a todos obrigue nesses países.

Evidencie-se a exceção da Tunísia, que se modernizou após a independência, em 1956, liderada por Habib Bourguiba. Ele aboliu a monarquia e promoveu um republicanismo laico. Sedentarizou os nômades nas aldeias e cidades, incutindo-lhes deveres cidadãos à francesa. Proibiu a poligamia e propiciou igualdade de direitos às mulheres. Politicamente autoritário, economicamente estatizante, inspirou-se na administração ocidental herdada da França colonizadora. Investiu na saúde e na educação públicas, em todos os níveis e especialidades.

Atento à urgência de atrair investimentos estrangeiros, preocupou-se com exibir uma Tunísia estável e confiável. Para tanto, reprimiu o radicalismo de inspiração iraniana, auxiliado pelo general primeiro-ministro Ben Ali, que destituiu Bourguiba, por senilidade, em 1987. Ben Ali propôs uma reconciliação nacional, libertando prisioneiros políticos, abrandando a censura, introduzindo um multipartidarismo - embora de fachada -, dele excluindo os fundamentalistas.

O atual território tunisiano abrigou diversas civilizações: fenício-cartaginesa, romano-bizantina, árabe, turca e ocidental. Protetorado francês desde 1881, conquistado no âmbito da disputa com os ingleses do espólio de um Império Otomano falimentar e decadente, teve movimentos nacionalistas a partir da Primeira Guerra Mundial. Habib Bourguiba, um dos principais líderes rebeldes, foi preso e deportado em 1938.

Após a Segunda Guerra - que se refletiu na Tunísia ocupada pelo exército alemão, expulso com as batalhas de liberação do norte da África - iniciou-se uma guerrilha independentista, severamente reprimida pelos franceses. A embaixada da República Popular da China em Tunis instalou-se no prédio que acolheu o Estado-Maior de Rommel...

A revolta simultânea na Argélia induziu a França a não dispersar meios para manter o domínio de uma colônia mais rica e promissora do que a Tunísia. Consequentemente, optou por aceitar a sua independência, praticamente inexorável com a derrota em Bizerta, último bastião estratégico que tentou preservar.

Ben Ali prosseguiu com as reformas sociais, favorecendo a classe média, majoritária, com créditos subsidiados para a aquisição de casa própria e até de automóveis. Empenhou-se na melhoria da infraestrutura para o desenvolvimento agrícola, industrial e turístico - este, hoje, com 6 milhões de visitantes ao ano.

Aplaudido pela mesma multidão que o execra, agora, foi reeleito quatro vezes, em 23 anos de mandato. Mesmo que desconfiados das fraudes nos sufrágios em favor de um candidato único, os eleitores não se constrangiam com rumores de corrupção, e o mantiveram no poder, coagidos, mas passivos. Creditam-lhe, como uma das justificativas, dados oficiais que ostentam 90% de escolaridade básica e quase nenhuma mendicância, fatores que distinguem o país numa região de contrastes sociais muito mais graves e evidentes.

Embora mantidos os direitos civil e criminal do Estado laico, o culto islâmico da interpretação moderada do Corão serve ao governo como fator de coesão nacional. Cúmplices, as grandes potências apoiaram o regime de Ben Ali por interesses estratégicos, políticos, religiosos e econômicos, conhecedoras de seus abusos no poder.

Apesar do êxodo, principalmente para a França, de mão de obra mais qualificada e de uma elite liberal dissidente, fortemente vigiada pela polícia secreta, a economia foi prosperando na agricultura de subsistência e de exportação: trigo, cevada, azeitonas, óleo de oliva, tâmaras, carnes e pescados. Os recursos minerais são gás natural, fosfatos (importados pelo Brasil), minério de ferro, chumbo e zinco.

A indústria representava um terço do Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 25 bilhões. Empresas europeias empenhadas em se beneficiar de salários menores do que os de seus operários confiaram aos tunisianos valores agregados a produtos têxteis e metalúrgicos. Investimentos significativos de Portugal, Espanha, Inglaterra, Alemanha e França desenvolveram a fabricação em zonas francas. China e Japão concorrem na construção de pontes e estradas no acesso à capital. Tunis necessita de reforma urgente do sistema de saneamento e vias pluviais.

No entanto, a crise mundial também afetou a Tunísia, reduzindo a oferta de empregos e frustrando os diplomados pelas faculdades criadas por Ben Ali. O choque eletrônico agravou ressentimentos populares com informações sobre o assalto aos magros cofres de um país de pequeno território, mas grandioso em sua milenar relevância histórica.

Coerente, o islamismo tunisiano provavelmente prosseguirá moderado e pacífico, preservando a modernidade que o distingue de alguns parceiros regionais e o prestigia internacionalmente.

FOI EMBAIXADOR DO BRASIL NA MALÁSIA, NO LÍBANO E NA TUNÍSIA

DORA KRAMER

Para o que der e vier
DORA KRAMER
O ESTADO DE SÃO PAULO - 23/02/11

Há mais ou menos um ano o Instituto Datafolha divulgou uma pesquisa sobre votos facultativo e obrigatório, constatando um empate: 48% dos pesquisados eram favoráveis à manutenção do atual sistema e 48% preferiam que a obrigatoriedade fosse extinta.

Outra constatação foi a de que o número de defensores do voto facultativo aumentara desde o último levantamento, em dezembro de 2008. Na época, 53% eram a favor do obrigatório e 43% do facultativo.

Trata-se de informação relevante, pois reflete uma situação de expressão de vontade do eleitor. A boa notícia é que consta da lista de "temas prioritários" a serem discutidos pela comissão instalada ontem no Senado.

Os outros são os sistemas de voto (proporcional, distrital, misto), financiamento de campanha, suplência de senador, coligações em eleições proporcionais, filiações partidárias, reeleição, candidaturas avulsas, cláusula de desempenho, data da posse de presidentes, governadores e prefeitos e suplência de senador.

A má notícia é que muito provavelmente esse ponto entrou na lista para constar e tem zero chance de ser seriamente levado em conta.

Assim como o voto distrital, ou distrital misto, cujo maior defeito, na visão interna corporis do Congresso, é exatamente criar um vínculo de cobrança e fiscalização entre representantes e representados.

Convenientemente, não faz parte da lista inicial a abertura da internamente esperadíssima "janela" para o troca-troca partidário, que ao longo das discussões, seja no Senado ou na Câmara, certamente será apresentada.

No momento inaugural, de grande regozijo, as excelências não vendem o peixe tal como pretendem embrulhá-lo. Isso ocorrerá no correr dos trabalhos, quando deputados de um lado e senadores do outro começarem a construir os consensos e a eliminar os dissensos.

A pretexto de fazer a reforma "possível" em tempo célere para não dar margem a acusações de que mais uma vez não farão a reforma, os parlamentares deixarão de fora os temas polêmicos.

Entre eles, claro, os que provocariam alterações significativas no sistema. Como o voto facultativo, o voto distrital e principalmente a alteração do tamanho das bancadas para torná-las proporcionais à população de cada Estado.

Agora, por que se ignorarem as complicações, as polêmicas? Por que a pressa, depois de anos a fio de faz de conta na tentativa de fazer a reforma política?

Se o Congresso está mesmo disposto a reformar, deveria dedicar ao assunto o tempo que fosse. A população, assistindo ao debate - e, principalmente, sendo incluída nele - reconheceria o esforço e a seriedade do propósito.
A pressa faz supor que o interesse seja apenas aprovar alterações a tempo de entrarem em vigor para as eleições do ano que vem.

A fuga das polêmicas sugere que o Congresso não queira, não possa, não saiba, não tenha coragem ou não esteja à altura da dimensão do problema que lhe caberia enfrentar com independência, inteligência, desprendimento e respeito ao público.

Livre falar. Os petistas sempre reagiram a quaisquer manifestações de Fernando Henrique Cardoso dizendo que declarações de natureza político-partidária não caberiam bem ao figurino de ex-presidentes.

Esquecidos de que José Sarney é senador, Itamar Franco foi governador, Fernando Collor só não se elegeu antes porque estava legalmente impedido e que Luiz Inácio da Silva um dia viria a ser "ex" sem com isso abrir mão de seus direitos políticos e da prerrogativa de emitir opiniões, dar entrevistas, palestras, discursar. Como todos os outros.

Agora alguns reagem às manifestações do recentemente derrotado candidato a presidente e ex-governador, José Serra, alegando que deveria se calar.

Não parece coerente menos ainda respeitoso para com a opinião alheia. Hoje mandam FH e Serra se calarem. Amanhã, se tiverem força e poder para isso, podem querer retomar projetos de extensão dessa interdição à liberdade geral de expressão. O princípio é um só e vale para todos.

GOSTOSA

JOSÉ SIMÃO

Socuerro! Rebelião no Habib's! 
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/02/11

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Tensão no Oriente Médio. E tesão na 25 de Março! E o Sensacionalista: "Mundo árabe: funcionários do Habib's fazem gerente refém". Rarará! Rebelião no Habib's.
E o Muammar KADÁVER? O Eramos6 disse que o Gaddafi tá sempre com aquele seu traje típico: baiana do quibe! Rarará!
E chargista Sinfrônio apelidou o Gaddafi de KAIDAFI! Que tá a cara do Waldick Soriano! Outros dizem: a cara do Cauby Peixoto! E o cabelo tinto asa de urubu? É o Koleston Ditador Negro Corvo! Linha especial da Koleston para ditadores árabes.
O Sarney só usa no bigode. Sobra do Oriente Médio! E o rei do Qatar quer catar quem pegou os seus tubos de Koleston. Rarará!
E pra quem duvida do poder das redes sociais, um egípcio batizou a filha de Facebook! "Como é seu nome?" "Facebook Suleiman. Face para os íntimos!" Rarará!
E tem gíria nova. Uma coisa muito antiga, você diz: muito Mubarak!
E tô adorando os blocos 2011. Direto do Rio: Já Comi Pior, Pagando! Isso não é um bloco, é uma verdade insofismável!
E em Torres, no Rio Grande do Sul, moradores resolveram homenagear o bairro onde moram: Unidos do Pau Lambido!
E direto do Recife, professoras universitárias criaram o bloco: Cansei de Ser Profunda! Rarará! Profunda no Carnaval!
Tensão no Oriente Médio e Tesão na 25 de Março: fantasia de Globelesma, ops, Globeleza: R$ 100. Por um tubo de purpurina. Tô achando muito branca a Globeleza 2011. Branqueleza. BRANQUELEZA DA GROBO!
Aquassab Urgente! Em São Paulo não é mais chuva de granizo, é chuva de granito! E adorei esta propaganda: "Chuva de granizo? Disk Martelinho!". Rarará!
E um amigo meu mora na Aclimação e com a chuva o lago transbordou, os peixes foram parar na rua, os pernilongos foram parar nas casas, os cem semáforos não funcionam, e a Eletropaulo tirou o fone do gancho.
E o Kassab vai sair fantasiado de Yemanjá! Rarará! E com a chuva os semáforos apagam, mas os radares não.
E em São Paulo tem uma delegada chamada Karina Tirapelli. Já imaginou o cara esperando pra ser interrogado? Você vai ser interrogado pela doutora Tirapelli! "NÃO! Eu confesso tudo." Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Kraft une rede de distribuição com Cadbury no Brasil
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/02/11

Após a aquisição da britânica Cadbury pela americana Kraft no ano passado -em operação de US$ 19,6 bilhões que criou a gigante do setor de doces no mundo- as ações de integração avançaram na operação brasileira nas últimas semanas.
A rede de distribuição antiga da Cadbury no Brasil passa agora a ser usada pela Kraft. Após a união entre as empresas, as estruturas ainda vinham sendo operadas separadamente no Brasil.
Também faz parte das ações recentes de integração a mudança da diretoria de Curitiba para São Paulo, cujo escritório passa a contar com 450 profissionais, no esforço de aumentar a participação do país no grupo.
Foi mantida em Curitiba a fábrica de chocolates.
A operação brasileira é considerada o principal investimento da companhia na América Latina hoje, segundo Marcos Grasso, presidente da Kraft Foods Brasil.
A produção nacional será incrementada com a inauguração de uma fábrica da marca em Pernambuco, que recebeu investimentos de R$ 100 milhões e acaba de entrar em fase de testes.
No mundo, a empresa de alimentos teve queda de 23,9% no lucro do quarto trimestre, devido aos custos ligados à aquisição. O programa de integração impactou o resultado operacional.
A empresa tem marcas como Lacta e Trakinas.

FORA DOS BANCOS

O pagamento de contas em lotéricas, correios, supermercados e farmácias é aprovado por 87,3% dos usuários, de acordo com pesquisa do Instituto Fractal.
Os principais motivos para a utilização desse serviço são a agilidade e a boa qualidade do atendimento.
A praticidade de pagar contas em um local que oferece outros produtos e a possibilidade de ir ao estabelecimento durante a noite também foram destacados.
Mais de 97% dos 8.722 entrevistados disseram que pagam contas com a alternativa. Quase 60% usam o serviço para seus vencimentos de água e luz.
A maioria dos clientes faz parte das classes B, C e D, segundo a pesquisa, realizada em 35 cidades do país.

CONSUMO
A intenção de compras de produtos duráveis para os próximos três meses caiu para 13,8% em janeiro, ante os 15,2% registrados no mesmo período do ano passado.
A conclusão é de pesquisa nacional realizada pela Fecomércio-RJ.
Os itens mais desejados são fogão (20,7%), televisão (13,5%), carro (12,2%) e geladeira (9,5%).
A opção de pagamento à vista ganhou força na comparação com a ano anterior, devido à expansão do emprego com carteira assinada, de acordo com a análise da entidade. Aumentou para 34,1% na comparação com os 26,7% apontados pela pesquisa anterior.
O parcelamento se manteve como a principal alternativa de pagamento.

TROCA DE COMANDO

O ex-presidente da Contax James Meaney é o nome mais cotado para ser o presidente da operadora Oi, substituindo Luiz Eduardo Falco.
No comando da operadora há cinco anos, Falco não terá seu contrato renovado.
Os sócios privados da Oi (Andrade Gutierrez e La Fonte) chegaram a contratar uma empresa de caça-talento para apresentar possíveis candidatos, mas Meaney surgiu como nome de consenso.
Há ainda outros nomes na lista da companhia.
Sob seu comando por dez anos, a Contax -uma das maiores empresas de call center do país- conseguiu manter margem de lucro considerada adequada pelos acionistas combinada a uma estratégia de crescimento.
Esse é o perfil que os controladores da Oi esperam do próximo presidente.
Atualmente na Oi ele é vice-presidente de operações.
Na gestão de Falco, a Oi comprou a Brasil Telecom e elevou seu endividamento, atrapalhando o plano de expansão, exigência dos portugueses para se tornarem sócios da operadora brasileira.
Oficialmente, a Oi nega que Meaney esteja cotado para substituir Falco.

NA TERRA DA GAROA

O joalheiro Jack Vartanian aumentará o espaço de sua loja no shopping Iguatemi e abrirá outra unidade em São Paulo até o final de 2011.
A marca pretende focar na capital paulista neste ano para, em 2012, colocar em prática um plano de expansão nos Estados Unidos.
"Vamos dar um tempo para a economia norte-americana se recuperar mais um pouco", afirma Vartanian.
A marca tem loja em Nova York e está satisfeita com a exposição dos produtos nos dias que antecedem a entrega do Oscar, no domingo.
"As vendas foram maiores e divulgamos os produtos junto a várias atrizes", diz o joalheiro, que desenhou uma linha exclusiva com algemas para uma parceria com Demi Moore.
Metade da receita com as peças será doada para a instituição da atriz, que trabalha contra o abuso infantil.

NEGÓCIOS
A estrutura de expansão horizontal, que configura aumento de participação de mercado na área de atuação da empresa, permanece como principal interesse das companhias que buscam aquisições no país, de acordo com levantamento realizado pela Dextron Management Consulting.
As fusões e aquisições com objetivo de expansão horizontal representaram mais de 50% das operações feitas em 2010.
Cerca de 15% das operações realizadas no ano passado foram de fusões e aquisições para entrada em um novo setor e 7% foram relativas a "private equities".

Qualificação 
O Ministério do Trabalho e a Associação Brasileira de Infraestrutura assinam, na sexta, termo de cooperação para qualificar, em quatro anos, 100 mil trabalhadores para a construção civil.

Nas Índias 
O ministro indiano de Indústria e Comércio, Anand Sharma, participará de uma feira de negócios, em março, em São Paulo. O país asiático pretende ampliar o comércio com o Brasil.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION, ANDRÉA MACIEL e JULIO WIZIACK