quarta-feira, dezembro 31, 2008

ANO NOVO

FELIZ ANO NOVO

UM CAMINHÃO DE CERVEJA, MULHER E DINHEIRO

E MUITA SAÚDE PARA DAR CONTA DE TUDO ISTO


RICARDO NOBLAT

Gigolô da ignorância alheia

Lula escolheu para fechar o ano a sua máscara preferida: a de vítima.

Voltou a repetir no Recife, durante a inauguração, ontem, de um parque, que seus críticos torcem para a crise financeira "arrebentar o Brasil". Só assim ele perderia popularidade.

- Tem gente torcendo para a crise arrebentar o Brasil. Tem gente dizendo: "Ah, agora a crise vai pegar o Lula. Agora é que nós vamos ver. Queremos ver se ele vai continuar bom na pesquisa. Queremos ver porque agora ele vai se lascar. É assim que falam.

Os empresários torcem para que a crise arrebente o Brasil - e por extensão os seus negócios? Não são suicidas.

Boa parte dos políticos de oposição é formada por empresários. A parte que não é quer sobreviver como todo mundo. Torce contra a crise e não a favor dela.

A mídia torce pela crise? Ela já está sendo vítima dela. Caiu o volume de anúncios em todos os meios de comunicação. Alguns jornais começaram a demitir.

Jornalista torce pela crise? Para quê? Para perder o emprego?

Interessa aos governadores José Serra e Aécio Neves, ambos aspirantes à vaga de Lula, que a crise desacelere o crescimento do país que pretendem herdar?

Para eles o ideal seria receber uma economia nos trinques. E governar em paz pelos próximos dois anos.

A condição de ex-retirante da seca ajudou Lula politicamente.

A de ex-metalúrgico que perdeu um dedo na prensa, também.

A de quem não estudou, mas mesmo assim chegou à presidência da República - essa nem se fala.

Diante de uma dificuldade maior, Lula veste a máscara de vítima - e desfila com ela por aí.

Foi assim quando vários escândalos ameaçaram seu governo. Ele acusou as elites de desejarem derrubá-lo - mas por que?

Elas jamais lucraram tanto antes. Se dependesse delas, Lula teria um terceiro e até um quarto mandato consecutivos.

A crise pode atrapalhar o plano de Lula de fazer o seu sucessor. Pode até mesmo arranhar sua popularidade.

É por causa disso que ele tenta jogar no colo dos adversários parte da responsabilidade pelos estragos que a crise venha a causar. Quer tirar vantagem da crise.

Esse tipo de comportamento da parte dele tem dado certo até aqui.

Entre nós, Lula é disparado o mais talentoso gigolô da ignorância alheia.

A VARANDA:RETROSPECTIVA

A VARANDA DAS GOSTOSAS!!!

FIQUEM BABANDO!


EDITORIAL- ESTADÂO

Diplomas cubanos

O Estado de S. Paulo - 31/12/2008
 

Pressionado pelo PT e pelo PC do B, o Ministério da Saúde anunciou que uma de suas metas, em 2009, será regularizar a situação dos brasileiros que se formaram na Escola Latino-Americana de Medicina de Havana (Elam). Como os diplomas por ela expedidos não são revalidados automaticamente no Brasil, os médicos brasileiros formados em Cuba não podem trabalhar em hospitais ou abrir uma clínica sem, antes, se submeterem a um exame de proficiência e de habilitação profissional numa instituição credenciada pela Capes. Como as provas são rigorosas, 85% desses médicos, em média, acabam sendo reprovados. 

Mesmo assim, o ministro José Gomes Temporão pretende aproveitá-los no Programa Saúde da Família. No entanto, isso depende da aprovação de um projeto de lei que tramita há vários anos no Congresso. O projeto, que sofre oposição do Conselho Federal de Medicina (CFM), estabelece critérios para a elaboração de provas de habilitação profissional mais “justas” aplicadas pelas faculdades credenciadas pela Capes. Para o CFM, essa seria apenas uma forma de “facilitar” o reconhecimento do diploma. 

“São estudantes que não conseguiram passar no vestibular aqui e vão para Cuba. O ensino de lá é muito deficiente. Eles nunca estagiaram em emergência. Não somos corporativistas. O que não podemos é arriscar entregar a saúde da população para médicos despreparados. Os exames para revalidação de diploma têm de continuar sendo rigorosos”, diz o vice-presidente do CFM, Roberto D’Ávila. Os médicos brasileiros formados em Cuba acusam a entidade de enviesamento político. “Nosso pessoal é de família proletária e, não bastasse as dificuldades naturais de se fazer um curso que exige muito do aluno, ainda têm de enfrentar preconceitos de classe”, afirma Afonso Magalhães, da Associação de Pais e Apoiadores dos Estudantes Brasileiros em Cuba (Apac). 

O argumento é obviamente falacioso, pois dá a entender que a maioria dos médicos formados no Brasil pertenceria a famílias de classe alta, que só teriam interesse em atender a população rica dos grandes centros urbanos, enquanto os médicos brasileiros formados em Cuba se preocupariam com os setores mais pobres da sociedade. 

A discussão é antiga. Começou na década de 90 quando o governo cubano, empenhado em divulgar seu “modelo” de medicina, passou a oferecer bolsas de estudo para estudantes de 35 países. O problema é que o critério de seleção dos bolsistas sempre valorizou afinidades ideológicas, jamais o mérito. Enquanto todas as faculdades brasileiras de medicina realizam exames vestibulares acirradamente disputados, a Elam aceita automaticamente qualquer candidato, desde que seja indicado por agremiações políticas, centrais sindicais, ONGs e movimentos sociais simpatizantes do regime castrista. 

Dos 160 médicos brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, desde 1999, pelo menos 26 foram indicados pelo MST. Os partidos mais envolvidos com o esquema de bolsas da Elam são o PC do B e o PT. Mas também há alunos indicados pelo PDT, PSB e até o PSDB. A bolsa inclui gastos com alimentação, moradia e um pequeno kit de higiene. A passagem para Cuba é paga pelo estudante ou pela entidade ou partido que o indicou. 

O CFM e a Associação Médica Brasileira sempre questionaram a qualidade do ensino de medicina em Cuba. Para essas corporações, a tão comentada “excelência” das faculdades cubanas não passaria de um mero jogo de marketing político. Os médicos brasileiros formados pela Elam acusam essas entidades de valorizar uma medicina “curativa”, em detrimento de uma medicina “sanitarista”, voltada para a prevenção de doenças entre a população de baixa renda.

O debate, como se vê, não é técnico, mas ideológico. Ao defender novos “critérios” para o reconhecimento dos diplomas expedidos por escolas cubanas de medicina e prometer emprego aos médicos por ela formados no Programa Saúde da Família, o ministro da Saúde só está fazendo política à custa da deterioração do já combalido sistema de saúde pública do País.

A VARANDA: RETROSPECTIVA

NAS NUVENS

ÉLIO GASPARI

De John.Kennedy@gov para Obama@org


Folha de S. Paulo - 31/12/2008
 

 

Você sabe que há armadilhas no seu caminho mas, acredite, as piores são fabricadas em Washington

ESTIMADO presidente Obama,
Eu pretendia respeitar suas férias, mas os últimos acontecimentos no Oriente Médio mudaram minha idéia e decidi escrever-lhe, tratando de assuntos práticos.
Nos primeiros dias você fará bobagens incríveis. Não se preocupe. Abraham Lincoln me contou que assumiu achando que podia dar ordens diretas aos oficiais da Marinha. Bill Clinton levou à posse um médico caipira que pediu ao chefe de serviço de saúde da Casa Branca para injetar-lhe uma ampola de antialérgico. Ele pensava que se pode espetar uma agulha com sabe-se lá o quê no presidente dos Estados Unidos. Essas são trivialidades, passemos ao ponto relevante.
Você sabe que há armadilhas no seu caminho, mas acredite: as piores são fabricadas em Washington. Veja o que me aconteceu.
Eu tinha uma semana de governo quando soube que treinávamos na Guatemala uma força expedicionária destinada a invadir Cuba. Disseram que esses homens não podiam ficar aquartelados indefinidamente. (Percebe? Devíamos invadir porque treináramos invasores.)
A expedição estava aos cuidados da CIA, supervisionada por Richard Bissell, seu vice-diretor. Ele era o encarregado das operações clandestinas da agência. Já não se fazem pessoas como Dick. Ele encarnava a nossa elite. Estudara em Groton, como oito dos Roosevelt, e em Yale, como cinco dos Bush. Annie, sua mulher, era amiga da Mary Pinchot, uma das minhas namoradas. Em 1954, Dick e sua equipe derrubaram o presidente da Guatemala e em 1960 depuseram Patrice Lumumba no Congo. No filme "O Bom Pastor" ele compôs o lado cerebral-chique de Edward Wilson (Matt Damon), mas Annie não era nenhuma Angelina Jolie.
Eu autorizei a invasão, desde que parecesse coisa de cubanos. Havia alguma contrariedade no Departamento de Estado, mas se acreditava que ela tinha duas chances em três de ser bem-sucedida. Deu tudo errado. No dia 15 de abril de 1961, 1.511 homens desembarcaram na Baia dos Porcos e em 48 horas estavam presos num pântano, cercados pelo exército cubano. Bissell queria que eu autorizasse o envio de apoio aéreo. Neguei-o. Fiz papel de covarde, Obama, e esse é o ponto para o qual peço sua atenção.
Preferi fazer papel de covarde a envolver diretamente os Estados Unidos na invasão. Desde o primeiro momento eu dissera que não aceitava esse caminho. Bissell e sua turma acharam que eu cederia diante do desastre militar. Quando assumi, o prato já estava feito: ou me deixava levar pela coleira, ou pareceria medroso. Outro dia conversei com Dick e ele reconheceu que a máquina da CIA achava que a operação fracassaria. Ele apostou com as minhas cartas e perdeu.
O McGeorge Bundy, que era meu assessor de segurança nacional, usa a palavra "armadilha" para explicar o sucedido. Bundy era amigo de Dick, mas acredita que ele queria o lugar de diretor da CIA. É possível, porque o titular, Allen Dulles, estava cansado. (Logo ele, um charmeur que passara secretamente por vidas como a da rainha Frederica da Grécia, mãe de Sofia da Espanha.)
Imagine só: A Terceira Guerra poderia ter começado porque eu caí na armadilha do Dick, que invadiu Cuba para ficar com o lugar do Allen, que estava com gota.
Despeço-me com as recomendações de Jackie a Michelle, de John-John a Malia e Sasha, e minhas a todos.
John Kennedy

A VARANDA: RETROSPECTIVA

DOSE DUPLA

EDITORIAL-FOLHA DE SP

Acabou em Portugal

Folha de S. Paulo - 31/12/2008
 

Passagem de delegado pela PF e pela Abin ilustra defeitos e virtudes de mudanças recentes nessas instituições


TERMINOU em melancolia a passagem de Paulo Lacerda pela cúpula da segurança nacional. Nos últimos seis anos, à frente da Polícia Federal e, depois, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o delegado foi co-autor, testemunha e vítima de mudanças nas instituições que chefiou.
Delicadamente demitido pelo presidente Lula, retira-se agora em Lisboa, onde será adido policial da embaixada, cargo que passou a existir para recebê-lo. A revelação de que nem o presidente do Supremo Tribunal Federal escapou da febre de grampos, a pretexto da chamada Operação Satiagraha, selou o destino de Lacerda. Foi afastado da Abin em setembro e, agora, exonerado.
Ironia do destino, Lacerda foi derrubado em decorrência de uma de suas criaturas diletas. Durante o primeiro mandato de Lula, o então chefe da Polícia Federal ajudou a consolidar as "operações" como forma de atuação do birô -ocorreram 412 no período. Inspiradas num costume militar e batizadas com nomes extravagantes, as operações ajudaram a modernizar a PF.
O planejamento, a profissionalização, o cruzamento sistemático de dados e o desbaratamento de esquemas criminosos em setores tradicionalmente intocáveis estiveram presentes nas mais destacadas operações da Polícia Federal. O espalhafato, a exposição de investigados à execração, o abuso de poder e a quebra descontrolada de sigilos constitucionais, entretanto, também marcaram muitas dessas ações espetaculares.
Na Abin, Lacerda cometeu pelo menos uma falha grave: a pedido de um delegado da PF que exorbitou de suas funções, o chefe do escritório de inteligência destacou 60 agentes para auxiliarem as investigações da Polícia Federal no caso Satiagraha. Agentes da Abin não podem exercer atividade de polícia.
A usurpação de funções -bem como outras ações clandestinas e estranhas ao protocolo ocorridas naquela operação- deslanchou um lamentável choque entre a Abin e a PF e entre setores rivais da própria corporação policial. Escritórios da agência de inteligência foram devassados, sob mandado judicial, por policiais federais; o sigilo de informações alheias ao inquérito, consideradas sensíveis pela Abin, ficou vulnerável.
O balanço da passagem de Lacerda pela PF e pela Abin, vale ressaltar, é importante não para que se apurem os méritos e os deméritos profissionais do delegado. A reconfiguração desses órgãos nos últimos anos é abrangente e transcende as opções tomadas por seus chefes de turno.
Trata-se de uma mudança institucional, ocorrida no entrechoque entre anseios da sociedade, burocracias em renovação e instituições de controle. A experiência recente, contudo, mostra que esse último fator -os freios e contrapesos destinados a moderar a tendência à autonomia, natural nos aparatos de segurança e inteligência- precisa de reforço.

CLÓVIS ROSSI

O exílio de Eliot Ness


Folha de S. Paulo - 31/12/2008
 

SÃO PAULO - O delegado Paulo Lacerda é o mais próximo que o Brasil conseguiu produzir em matéria de Eliot Ness, que acabou mais famoso pela série/filme "Os Intocáveis" do que por ter derrotado o crime organizado em Chicago. Aliás, é justo que a fama venha pelo cinema, já que o crime organizado em Chicago goza de muito boa saúde, como acaba de demonstrar o episódio envolvendo o governador de Illinois, Rod Blagojevich. 
Lacerda, em vez de se tornar personagem de cinema, está indo para o exílio, ainda que dourado, na doce e bela Lisboa. 
É a grande diferença entre Brasil e Estados Unidos: lá, o xerife vai para o céu ou para o inferno, mata ou morre, mas não vai para o exílio nem para o limbo. 
Aqui, não. Quantos dos Al Capones que a Polícia Federal de Paulo Lacerda expôs ao público estão na cadeia? Se eu disser nenhum estarei exagerando? Aqui, tudo é turvo, raros casos chegam de fato ao epílogo quando envolvem criminosos ou suspeitos de colarinho branco. Tanto que o único punido, até agora, na tal Operação Satiagraha é quem? Sim, sim, é o nosso Eliot Ness, o xerife, enquanto os vários acusados de Al Capone gozam do ar fresco da liberdade -e no Rio de Janeiro, que não perde para Lisboa, a não ser no quesito bala perdida.
Se, como diz o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lacerda é uma das pessoas que ele mais respeita, por que a punição, ainda que seja doce como o é um exílio dourado? (o exílio só é duro quando você não pode voltar para casa sob pena de ser preso). 
Nos Estados Unidos, Eliot Ness não conseguiu enquadrar Al Capone em nenhum crime a não ser em sonegação fiscal. No Brasil, a Operação Satiagraha só conseguiu enquadrar o nosso Eliot Ness. É todo um compêndio sobre os usos e costumes da pátria amada. Ainda assim, Feliz Ano Novo. 

A VARANDA: RETROSPECTIVA


UMA GATINHA NA VARANDA

COLUNA PAINEL

Só pensa naquilo


Folha de S. Paulo - 31/12/2008
 

Nas derradeiras reuniões de 2008, Lula manifestou aos auxiliares uma preocupação acima de qualquer outra: desonerar os investimentos como resposta ao cenário de crise que ameaça se aprofundar no ano que vem. O presidente pediu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que apresente propostas em janeiro.
Lula diz que o governo já avançou nessa direção ao reduzir paulatinamente o prazo de ressarcimento de PIS/Cofins e IPI para compra de máquinas e equipamentos e instalação de empresas, mas acha que, à luz da nova conjuntura, isso é pouco. Quer que a empresa só passe a pagar impostos quando começar a produzir. Falta, evidentemente, combinar com a Receita.
Conta de chegada. Para combater a esperada resistência da Receita à sua proposta de desoneração, Lula usa o seguinte argumento: afrouxar a sanha arrecadatória e estimular a produção agora é o melhor caminho para garantir arrecadação mais adiante. 

Fui 1. Acossado por senadores que o pressionam para liberar recursos até o último minuto de 2008, o ministro Paulo Bernardo esperou o chefe viajar ontem para Recife e não teve dúvida: deixou Brasília "à francesa". Até o início da noite, congressistas ainda o procuravam na capital na sede do Planejamento. 

Fui 2. A primeira-dama Marisa Letícia não participou do almoço de Lula com parentes na capital pernambucana. Acompanhada por filhos e netos, seguiu direto para Fernando de Noronha, onde a família passará o Ano Novo. 

Ação! O diretor Fábio Barreto começará a rodar em 20 de janeiro seu filme sobre a vida de Lula. As primeiras tomadas serão feitas em Caetés, ex-distrito de Garanhuns onde o presidente nasceu. 

Esticadinha. Do chanceler Celso Amorim, fazendo mistério sobre a data do retorno do embaixador brasileiro ao Equador, uma vez anunciado que o país pagará no início de janeiro a recém-vencida parcela de empréstimo tomado do BNDES: "Puxa, deixa ele passar o Ano Novo aqui, descansar um pouco, coitado!".


Delay. Apesar dos três meses de afastamento e da exoneração oficial, anteontem, a página da Abin na internet exibe o perfil de Paulo Lacerda como diretor-geral e a cópia do decreto de sua nomeação para chefia da agência.

Tenho dito 1. Em entrevista postada hoje em seu blog, Roberto Jefferson concorda com José Dirceu, que pretende pedir anistia caso seu julgamento seja adiado indefinidamente. "Ele tem razão, e eu também. Cinco anos é muito tempo para quem acertou muito mais do que errou. Quero voltar em 2010", diz o presidente do PTB. 

Tenho dito 2. O autor da denúncia do mensalão nega arrependimento: "Pelo contrário. O Brasil hoje tem noção que tem gente boa à esquerda e à direita, e gente ruim à esquerda e à direita. Os discursos puritanos que o PT fazia eram muitos ruins para a democracia. Isso passou". 

Cota. Enquanto se especula sobre a ida do prefeito de BH, Fernando Pimentel, para um cargo no governo Lula, o PT mineiro faturou outra vaga federal: Édilo Valadares virou vice-presidente da CEF

Currículo 1. O sucessor de Pimentel, Marcio Lacerda (PSB), ainda não nomeou nenhum dos secretários para as nove regionais, mas avisou aos partidos da aliança que quer "técnicos sem pretensões políticas" nesses cargos. 

Currículo 2. O tucano Marcelo Teixeira, indicado secretário da Saúde, foi apresentado por Lacerda como "ex-militante do PT em Brumadinho". Ele foi secretário de Aécio e trabalhou com José Serra no Ministério da Saúde.

Tiroteio 

"O Ministério Público e a PF desvendaram coisas cabeludas em 2008. Mas, não adianta nada, porque o Judiciário é desfuncional. Prova disso é o caso Daniel Dantas." 
De 
DAVID FLEISCHER, membro do Conselho da Transparência Brasil, sobre a polêmica em torno da Operação Satiagraha

Contraponto 

Papo de boteco

Depois de presidir uma inauguração, na semana passada, Gilberto Kassab aceitou convite do secretário municipal Ricardo Montoro para tomar um chopp no Bar Brahma, endereço tradicional do centro paulistano.
O prefeito chegou pouco antes do horário do almoço, quando os garçons se preparavam para receber a clientela. Ao reconhecê-lo, anteciparam a abertura das portas. Em seguida surgiu Montoro, que perguntou ao porteiro:
-O prefeito já chegou?
-Sim, senhor. Prefeito bom é assim: se a casa tiver problema, ele manda fechar. Mas, quando o lugar é bom, ele mesmo vem e manda abrir!

ILIMAR FRANCO

Dia D

Panorama Político

O Globo - 31/12/2008
 

O encontro do senador José Sarney (PMDB-AP) com o presidente Lula, na segunda semana de janeiro, será decisivo. A aposta no PMDB é que, pressionado pela bancada, Sarney finalmente aceitará ser candidato à presidência do Senado. Ele tem dito que não quer. "Não basta não querer. Em política tem que se levar em consideração o todo", diz um cacique peemedebista. 

DEM e PMDB: namoro ou amizade? 

O DEM vai embarcar na administração João Henrique (PMDB) em Salvador. Deve emplacar Cláudio Tinoco na presidência da empresa de turismo da cidade. Ao apoiar o prefeito no segundo turno, o deputado ACM Neto (DEM) disse que seu partido não participaria da administração. "Não vamos indicar quadros para o primeiro escalão. Esse foi o compromisso que assumi. Mas para o segundo escalão deixarei o prefeito à vontade para recrutar quadros nossos", afirmou Neto. O DEM também deve indicar técnicos para a área de segurança pública. A aproximação entre DEM e PMDB faz tremer a relação deste último com o PT. 

Ele caiu para cima" - Demóstenes Torres, senador (DEM-GO), sobre a indicação de Paulo Lacerda, ex-diretor-geral da Abin, para o posto de adido policial em Portugal 

Pisando em ovos 

Apesar das pressões, o ministro José Múcio (Relações Institucionais) diz que o governo continua trabalhando com Tião Viana (PT-AC) no Senado e Michel Temer (PMDB-SP) na Câmara. "Para nós, o quadro é o que está aí", disse ele. 

Governo x empresários 

Apesar da crise econômica mundial, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) descarta qualquer flexibilização na legislação trabalhista para garantir a manutenção dos empregos. E classifica como "ato de covardia" a proposta feita por empresários, entre eles o presidente da Vale, Roger Agnelli, ao governo. "Quando todo mundo estava ganhando dinheiro, ninguém discutiu a flexibilização dos lucros", afirmou o ministro. 

Cristovam em campanha 

O presidente Lula e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) tiveram uma rápida conversa anteontem sobre a candidatura do pedetista à diretoria-geral da Unesco, depois de solenidade no Palácio do Planalto. Ficaram de voltar ao assunto em janeiro. O principal obstáculo à aspiração de Cristovam é o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores), que defende o apoio à candidatura dos países árabes. O prazo para a indicação dos nomes termina em março. 

VOLTA AO MUNDO. Do deputado Pedro Eugênio (PT-PE) sobre o discurso do presidente Lula ontem, em Recife: "Ele foi da caatinga à Palestina". 

VALE TUDO. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), aproveitou o recesso para assistir a um campeonato de vale-tudo nos EUA. 

O MINISTÉRIO da Justiça prorrogou a permanência da Força Nacional de Segurança no Maranhão até 4 de março. O governo do estado pediu ajuda no início de novembro devido ao caos na segurança pública. 

Palmo a palmo 

A equipe anunciada pelo prefeito eleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), é formada por nove secretários do PT, dois do PSDB e dois do PSB. Parece que o PT chiou à toa diante da aliança com o PSDB do governador Aécio Neves.

ANCELMO GÓIS

Ano do colete I


O Globo - 31/12/2008
 

 O ministro Carlos Minc, com a ajuda de Jerson Kelman, o supertécnico do setor elétrico que está deixando a Aneel, prepara projeto que vai dar o que falar. 
A idéia é reduzir a altura do reservatório de água da Usina de Balbina, no Amazonas, de 51m para 48m. Diminuiria a capacidade de geração em miúdos 8 MW de energia elétrica. 

Ano do colete II 

Em troca, a medida permitiria, veja só, uma devolução de terras férteis para agricultura ou reflorestamento de 575 quilômetros quadrados. 

A área devolvida seria maior do que a ocupada pelos reservatórios das futuras usinas de Santo Antônio e Jirau, que juntas vão produzir 6,6 mil MW. 

Ano do colete III 

Inaugurada no fim da década de 1980, Balbina é considerada talvez o maior desastre ambiental da História do Brasil. 

Apesar de tudo, produz apenas 250 MW. 

Ano do colete IV 

Aliás, neste Natal, Minc ganhou mais dois coletes. 

De maio, quando assumiu, para cá, seu guarda-roupa cresceu de 42 para 53 dessas indumentárias. 

Ano do colete V 

Aviso aos fãs ou, quem sabe, puxa-sacos. Quem quiser presentear o ministro com um colete, suas medidas são: 

Altura do ombro ao final do colete: 65 cm; cava do braço: 33 cm; largura da frente: 61 cm; largura das costas: 62 cm; e altura das costas: 57 cm. 

Ruim de pontaria 

De dona Gilda, mãe de Sergio Vieira de Mello, chefe da missão da ONU em Bagdá, morto num atentado em 2003, sobre a sapatada do repórter em Bush: 

- Não gostei porque ele errou o alvo. 

Faz sentido. 

Baixa o juro, Meirelles! 

Economistas de peso defendem uma espécie de operação de "swap", troca, na língua do povo, entre o BC e a Fazenda. 

Henrique Meirelles comandaria o controle dos gastos públicos e Guido Mantega, a queda dos juros. 

Sou um milagre 

Amanhã, quando Eduardo Paes assumir no Palácio da Cidade uma banda vai tocar, além da "Valsa de uma cidade", de Antonio Maria, a música religiosa "Sou um milagre", do grupo Maranatha. Paes se encantou pelo hino durante um momento difícil de sua campanha, numa visita à Igreja Cristo Operário, na Vila Kennedy. 

Um trechinho: "Aquilo que parecia ser minha morte/ Mas Jesus mudou minha sorte/ Sou um milagre". 

Acabou em pizza 

Na noite de Natal, uma consumidora carioca descobriu desolada que seu chester da Perdigão veio sem uma asa. Acionada pelo SAC, a empresa ofereceu mandar outra penosa. 

A madame argumentou que não chegaria a tempo da ceia. A Perdigão, então, mandou no lugar... uma pizza de presunto. 

High society 

Toda a féria do salão de cabeleireiro da sede social do Jockey Club Brasileiro, no Rio, foi furtada, no sábado, dia 27. 

Diário de férias III 

Eduardo Suplicy, de férias em Ipanema, apiedou-se do dono da famosa barraca do Uruguaio, que sofreu uma ação da Secretaria municipal da Fazenda. 

O fofo ligou para a prefeitura para interceder pelo barraqueiro. 

No mais... 

O senador fica no Rio até o dia 5. A coluna criou um e-mail especial para receber notícias de sua passagem aqui na terra (suplicyofofonorio@gmail.com).

+ OU - DEPENDE DE VOCE