sexta-feira, julho 15, 2011

ALON FEUERWERKE - Meu casuísmo querido


Meu casuísmo querido
ALON FEUERWERKE
Correio Braziliense - 15/07/2011

Sobraram outros problemas sérios na Ficha Limpa. Um grave é a retroatividade. Se o sujeito cometeu ato que na época não produzia automaticamente inelegibilidade, não pode ficar inelegível por uma lei posterior

A Câmara dos Deputados decidiu adotar a via mais rápida (ou menos lenta) para dar posse aos parlamentares beneficiados pelo adiamento da vigência da Ficha Limpa. Uma boa decisão. Espera-se que o Senado acompanhe. E rapidamente.

O corporativismo congressual não pode estar acima da lei.

Critica-se a Justiça por lentidão. Então, quando ela decide, deveria ser apenas o caso de cumprir. Isso fez o presidente Marco Maia (PT-RS). Parabéns para ele.

Ou a Lei da Ficha Limpa valeu para as eleições do ano passado ou não valeu. Não valeu? Pronto. Tomem posse os beneficiados pela sentença em última instância. Os prejudicados disputem nova eleição.

Estado de direito é isso. É curioso notar quando alguns exigem do poder manter-se no estrito limite legal e, ao mesmo tempo, pedem para si próprios a prerrogativa de escolher quais decisões judiciais vão cumprir e quais não.

O tapetão do outro é condenável. Mas o meu é sempre limpinho. Tipicamente nosso. Como também outro princípio. O ônus da prova cabe sempre ao meu adversário. Para absolver ou condenar, conforme o caso.

A Ficha Limpa é uma boa lei, com problemas. Um deles já foi resolvido pelo Supremo Tribunal Federal, que cuidou em boa hora de proteger a norma pela qual mudança de regra a menos de um ano da eleição nãovale. Foi prudente.

A política brasileira é terreno fértil para casuísmos, especialmente quando impulsionados pelo clamor da opinião pública. Entendida como a turma que julga dominar a opinião pública.

E os direitos e garantias devem estar protegidos inclusive contra os excessos da opinião pública.

Ainda que a dita cuja não costume concordar com isso. A não ser quando ela mesma se sente ameaçada. Aí se lembra do Estado de direito.

Sobraram outros problemas sérios na Ficha Limpa. Um grave é a retroatividade. Se o sujeito cometeu ato que na época não produzia automaticamente inelegibilidade, não pode ficar inelegível por uma lei posterior.

É um princípio constitucional, uma blindagem de direito individual.

Se ninguém pode alegar desconhecimento da lei, tampouco ninguém pode adivinhar como será exatamente uma lei futura.

Os defensores da aplicação imediata da Ficha Limpa buscaram atalhos jurídicos para alegar que não é bem assim. Data vênia, como diriam os magistrados, é bem assim sim.

Todo o debate da Ficha Limpa foi conduzido na sociedade e no Congresso com viés punitivo. Ganhou apoio maciço exatamente por essa razão.

Tratava-se de encontrar um mecanismo para punir políticos pouco merecedores de representar o povo. Uma guilhotina. Como o médico que é proibido de clinicar, ou o advogado de advogar. E por aí afora.

Excelente, desde que respeitados os limites constitucionais da garantia de direitos. Um exemplo é o político que antes da Ficha Limpa renunciou para não ser cassado.

Se soubesse que ficaria inelegível, certamente encararia o processo político, para ter uma chance de escapar.

Se hoje o sujeito está feliz no papel de acusador ou de carrasco, amanhã pode estar sentado no banco réus. Real ou figurado. Sempre é bom lembrar disso.

E prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

Demônios
Continua o debate no Congresso sobre uma lei específica para crimes no mundo digital. Ainda que ninguém tenha até hoje demonstrado cabalmente a necessidade de uma legislação particular para isso.

Inclusive porque uma das consequências do escândalo de espionagem jornalística no Reino Unido é abrirem-se as portas para os fanáticos da censura.

Que encontraram, digamos assim, um gancho de legitimidade.
Para, quem sabe?, jogar a criança fora junto com a água suja.

O que os inspiradores de uma lei específica para crimes digitais deveriam esclarecer, antes de mais nada? Precisariam responder a uma pergunta preliminar.

"Qual crime cometido no universo digital ficou sem punição pela ausência de uma lei específica que o previsse?"

Uma pergunta simples, mas essencial.

VINÍCIUS TORRES FREIRE - Os motivos da moda anti-Brasil


Os motivos da moda anti-Brasil
VINÍCIUS TORRES FREIRE
FOLHA DE SP - 15/07/11

PEGOU MESMO a moda de falar mal da economia brasileira, ao menos na mídia financeira global. A frequência do zum-zum crítico é agora praticamente diária. Por quê?
Velhos defeitos e esquisitices do país não haviam desaparecido quando a febre de amores pelo Brasil estava no auge, entre 2009 e 2010, embora tenha havido progressos contínuos na década passada -progressos do ponto de vista do economista padrão e dos "mercados".
Talvez os críticos tenham notado que os empecilhos "estruturais" podem minar o recente ciclo de bonança. Esse boom deveu-se uma combinação de: 1) reformas econômicas; 2) estabilidade financeira; 3) alta do preço das exportações; 4) melhora na distribuição de renda.
Alguns desses motivos do boom e seus obstáculos foram mencionados ontem numa conferência sobre o Brasil organizada pela empresa de notícias e serviços financeiros Bloomberg. A linha de crítica mais "estrutural" foi sintetizada assim por Augusto de La Torre, economista-chefe para América Latina do Banco Mundial: "As expectativas [positivas] superaram a capacidade. O Brasil atingiu o limite".
A moda de críticas, porém, enfatiza uma deterioração mais conjuntural. Há uma boataria em geral incompetente sobre uma "bolha de crédito" no Brasil. Há riscos, embora os indicadores conhecidos de crédito não apontem para nenhuma desgraça. Mas sabemos muito pouco das condições do enorme endividamento externo das empresas.
Críticos mais espertos dizem que, dado o excesso de gasto do governo, a taxa de investimento do país não vai aumentar sem que o deficit externo (financiamento externo) cresça a ponto de causar uma crise cambial (desvalorização da moeda). Dadas as necessidades "normais" de investimento, mais o empenho em desenvolver o pré-sal, as inúteis obras esportivas e o gasto social crescente, essa crise estaria marcada para ocorrer.
Outra crítica aponta o dedo para a inflação. Os juros vão ficar altos por um tempo prolongado, até 2013, o que vai minar o crescimento. Inflação e juros altos mais crescimento baixo seriam ainda uma explicação para o horrível desempenho da Bolsa brasileira (muito cara para uma expectativa de lucro cadente para as empresas). O real forte nubla ainda mais o cenário.
O real forte seria resultado, aliás, da "armadilha do sucesso" em que caiu o país. Com boas perspectivas, mas sem infra para crescer de modo duradouro, atraiu capital externo demais, dinheiro sobrante no mundo e de resto atraído pela nossa taxa de juros estrambótica.
Mas a opinião "real" dos mercados sobre o país seria tão ruim? Na semana passada, o governo brasileiro tomou empréstimo no exterior por dez anos a uma taxa anual de 4,2%, bem baixa. É sinal de que o setor privado pode continuar a se financiar em dólar a juros miúdos.
Os críticos, porém, perguntam-se se isso é bom ou mau sinal. O país é "confiável" e rentável ou é apenas vítima de mais uma mania financeira, como as que acabaram por quebrar a Ásia em 1997, a Rússia em 1998, a Argentina em 2001 etc.?
Defeitos temos muitos -mas são antigos. As críticas sobre a deterioração recente são mal fundamentadas. Mas manadas de mau humor e preconceito são perigosas.

TUTTY VASQUES - É grande, mas não é 2


É grande, mas não é 2
TUTTY VASQUES 
O ESTADÃO 15/07/11

Tudo tem limites! Assim como não permitiu à Sadia e à Perdigão juntarem os trapinhos sem que antes se desfizessem de parte de seus negócios, o tal Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) devia criar regras de restrição patrimonial também para pessoas físicas, estejam elas ou não em processo de fusão nupcial com alguém igualmente endinheirado.

Casado ou solteirão, não importa, todo dono de grande fortuna que quisesse adquirir qualquer coisa nova no mercado teria de repassar à concorrência um naco do que tem.

Um cara do tamanho do Eike Batista, por exemplo, não poderia mais sair por aí comprando tudo que vê pela frente sem, em contrapartida, passar adiante parte de seus preciosos ativos.

Funcionaria assim: para arrematar em leilão um poço de gás, um novo hotel ou o vestido que a Dilma usou em sua posse no Palácio do Planalto, o bilionário carioca teria de vender um jatinho, uma lancha offshore ou um restaurante chinês.

Se der certo, o esquema poderá futuramente ser estendido à nova classe média brasileira. Quem dera todo mundo tivesse de vender o carro velho para comprar um novo, né não?

Dedurada na web
Proibida pelo marido de frequentar redes sociais até pelo menos o fim da Copa América, Susana Werner culpou os jornalistas pela bronca que tomou de Júlio César depois que o goleiro da seleção soube pela imprensa da repercussão no Twitter da patroa daquele seu frango contra o Equador. Cá pra nós, como os coleguinhas poderiam imaginar que ela tuitava escondida do cara, caramba!

Páreo duro
"SÓ PORQUE ESTÁ NA SELEÇÃO, O JÚLIO CÉSAR QUER SER MAIS FRANGUEIRO QUE EU!"
Rogério Ceni

Autocensura

Esta coluna evitou a todo custo piadas de galinheiro sobre a convivência do Pato e do Ganso com o frango de Júlio César. Também foi cortado no fechamento comentário sobre a impressão geral de que o goleiro caiu tarde para defender o chute do equatoriano Caicedo. De piada pronta o inferno está cheio!

Prontidão

Os carabinieri estão com os nervos à flor da pele. Também, pudera! Se a crise na Itália seguir o script da Grécia, o próximo passo será o pau quebrar nas ruas de Roma.

Boato infame

O deputado Jair Bolsonaro esclarece: não tem nada contra a fusão da Sadia com a Perdigão. A Brasil Foods agradece!

Cabeça de menino

Neymar vai, aos poucos, vencendo o medo que se pela do Lúcio na hora de dormir. No início da Copa América, tinha pesadelos horríveis com o zagueiro.

Nova imagem

Depois da tempestade, vem a propaganda! Sérgio Cabral dobrou os gastos com publicidade de seu governo para sair da crise política bem na foto. Ninguém é de ferro, né?!

JOSÉ SIMÃO - Quén Quén! A Granja do Mano!

Quén Quén! A Granja do Mano!
JOSÉ SIMÃO 
FOLHA DE SP - 15/07/11

Pica-Pau desencantou, e Mano Menezes cometeu um atentado ao pudor: botou o Ganso pra fora


BUEMBA! BUEMBA! É hoje! A Granja do Mano!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador Geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Direto de Simões Filho, Bahia:"Tarado é preso em flagrante no centro comercial Chupa Peito." "E essa: "Japão exibe sua mais nova atração; a montanha russa Takabisha". Takabisha? Deve ser a montanha russa do Bolsonaro. Ele deve ser o bilheteiro! E a mulher do Ministro dos Transportes é a cantora Rosa Passos. Se não sair o trem bala, deve sair o Trem das Onze. Rarara! E olha esse adesivo: "Deus é fiel! Já a vizinha do 501...!". Religioso Fofoqueiro. E quer viajar de graça pra Argentina? Bueiroslineas Brasileiras! E tô adorando o Rodrigo Lombardi em O Astro! Com aquele turbante no meio da testa. Bem canastra. Vamos mudar o nome da novela para O Canastro! Ele tá parecendo a Mãe Dinah com o turbante da Hebe! E o Sensacionalista: "No remake de O Astro, Salomão Hayala morrerá atingido por um bueiro da Light". Rarara! E a Patricia Poeta tá com dengue. E sa be o que o mosquito da dengue falou? "Eu peguei a Patricia Poeta". Rarara! E sabe o que a mulher do mosquito falou? "Tudo bem. Contanto que voce não chupe a Suzana Vieira". Rarara. E essa do Fantástico: "Macacos invadem e roubam comida na zona sul do RIO".Já sei, foram treinados em Brasilia. E adorei a charge do Mariosan com a Dilma se consultando com o Astro: "Tem mais ministérios com corrupção, professor?". Eu respondo: SIM! Porque se corrupção desse caroço, o Brasil seria uma jaca. Rarara!
Hoje! Brasil X Paraguai! A Granja do Mano entra em campo! A Seleção Quén Quén: Pato, Ganso, Picapau e Frango. Só falta ele convocar o Tião Galinha! Rarara! O Neymar é que tem mais apelido: Picapau, Cacatua e Mamute da Era do Gelo. E será que o Mano vai botar o Ganso pra fora?! E sabe a diferença entre a seleção feminina e a seleção masculina? É que a seleçao masculina gasta muito tempo no salão. Jassa pra técnico da seleção! Rarara! E as contas do Galvão: "se a Colombia perder pro Peru e a Venezuela empata com a Argentina, e o vento bater a favor e o vulcão entrar em erupção, o Brasil fica em segundo. Aí o adversário marca um gol e ele refaz as contas. O Galvão tá mais rouco que a foca da Disney! Rarara. Nóis sofre mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colirio alucinógeno!

MERVAL PEREIRA - Quase alívio


Quase alívio
MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 15/07/11

O anúncio da Casa Branca de que os partidos Republicano e Democrata estariam próximos a um acordo preliminar sobre cortes de 1,5 trilhão de dólares no orçamento, o que abriria caminho para que o Congresso aprove o aumento do teto da dívida dos Estados Unidos, não foi surpresa para ninguém, pois havia uma expectativa generalizada, entre os agentes financeiros e os governos, de que, em algum momento antes do dia 2 de agosto, as partes chegariam a um acordo que evitaria o calote.

Embora não tenha sido concluído, o provável acordo trouxe alívio aos mercados internacionais, pois a polarização entre os dois partidos no Congresso, especialmente devido à proximidade da disputa pela reeleição de Barack Obama, está levando o embate político a níveis insuspeitados, o que ainda provoca certo temor.

O governo chinês, um dos maiores compradores de bônus do Tesouro americano, por exemplo, já advertira que os parlamentares americanos estavam "brincando com fogo".

E ontem pediu que o governo dos Estados Unidos tome providências para garantir a segurança de seus credores.

O governo brasileiro, o quarto maior detentor de bônus americanos, estava equivocadamente comemorando a melhoria do risco brasileiro em decorrência da deterioração das expectativas em relação aos Estados Unidos.

O economista Paulo Vieira da Cunha, ex-diretor do Banco Central e que hoje trabalha no mercado financeiro em Nova York, lembra que, se não acontecer um acordo - que ainda precisa ser detalhado -, o inacreditável, do ponto de vista político, é que o governo deixaria de pagar os cheques das aposentadorias, entre outras coisas, mas teria que continuar negociando a dívida.

"Obviamente, seria um desastre político, tão grande que nenhum dos partidos ousaria arriscar."

A radicalização das posições aconteceu, em parte, porque o presidente Barack Obama tardou muito a entrar diretamente na negociação, considerando a composição das duas Casas do Congresso e as várias facções dos dois partidos.

O debate da dívida acabou antecipando o debate da eleição de 2012, e aí a solução ficou mais difícil. Atualmente o presidente Obama tem mais que 50% das preferências do eleitorado americano, e, entre os possíveis candidatos dos republicanos, quem tem mais apoio é a líder do Tea Party (ala mais conservadora do partido) Michele Bachmann, que tem por volta de 20% do eleitorado.

O Partido Republicano está dividido, e isso ajuda Obama, que já começou a recolher doações pela internet com absoluto sucesso.

Mas, segundo especialistas, a modelagem do orçamento e da dívida demonstra que não há uma solução matemática sem uma combinação de corte de custos e aumento de impostos, e não está claro ainda se os republicanos aceitarão o aumento de impostos para os ricos.

As agências de risco são irrelevantes, nesta altura do campeonato, assim a ameaça da agência Moody"s teve apenas a função de lembrar aos políticos que o prazo deles estava acabando.

O rebaixamento para "negativa" da perspectiva de classificação dos Estados Unidos pela agência de riscos Standard & Poors, no início do ano, embora mantendo a nota de AAA na dívida soberana da ainda maior economia do mundo, já fora um chamado mais para o lado político, já que, como agora a Moody"s, alertava para a total falência do sistema de governo se não se chegasse a um acordo, pondo em questionamento os EUA como nação coerente e responsável.

A consequência poderia ser a perda de confiança no bônus do Tesouro americano e a incapacidade do governo de se financiar, mesmo pondo papéis atrelados à inflação que porventura surgisse como efeito da desconfiança do mercado.

A dificuldade para se chegar a um acordo sobre os cortes de U$1,5 trilhão é que o custo futuro e já contratado dos compromissos sociais levará o déficit em 2021 para 6,6% do PIB, com receitas de 18,5% e gastos de 25,1% do PIB, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso.

A perspectiva mostra-se mais complicada ainda pela quase certeza de que nas próximas décadas o dólar deixará de ser a moeda de reserva - mesmo havendo ajuste fiscal.

O historiador Niall Ferguson, no auge da crise financeira em 2008, via se aproximando o fim da era em que o dólar era a única moeda de reserva internacional.

Ele lembrou a semelhança entre a crise da libra inglesa e a do dólar hoje, provocadas pelas mesmas razões: "A principal razão foram as grandes dívidas que a Inglaterra fez para financiar suas guerras pelo mundo. E a segunda razão foi a desaceleração do crescimento da economia nas décadas do pós-guerra."

Mas o processo da transição da hegemonia da Inglaterra para os Estados Unidos levou décadas, e houve a concorrência entre a libra e o dólar como moedas de reserva por quase 60 anos.

No momento, não há uma moeda que possa se contrapor ao dólar, apesar de toda a crise dos Estados Unidos.

O euro está ameaçado até mesmo na sua permanência como moeda da União Europeia, diante das crises de países como Grécia, Portugal, Espanha. E os países emergentes ainda não atingiram o ponto de ser uma alternativa.

Portanto, o melhor que pode acontecer é que os partidos políticos americanos cheguem a um acordo, e o governo dos Estados Unidos possa dar ao mundo a garantia de que há uma perspectiva de longo prazo para a solução da dívida, com a retomada do crescimento econômico.

CELSO MING - Entenda este impasse


Entenda este impasse
CELSO MING
O Estado de S. Paulo - 15/07/2011

Quarta-feira, a Moody"s, principal agência de classificação de risco, advertiu o mercado global que rebaixará os títulos da dívida do Tesouro dos Estados Unidos, caso o Congresso não autorize um aumento do teto da dívida americana. Foi o que ajudou a derrubar as bolsas e tirou o interesse pelas demais aplicações de risco.

É a primeira vez na história recente dos Estados Unidos que os títulos da dívida, que continuam sendo a referência (ou seja, aqueles com os quais se comparam os demais), estão sob advertência de perda de qualidade.

Todo rombo orçamentário (despesa maior que a receita que, neste ano, deve ultrapassar US$ 1,6 trilhão nos Estados Unidos) é coberto com emissões de títulos. Ou seja, o Tesouro, hoje comandado pelo secretário (ministro de Finanças) Tim Geithner, toma dinheiro emprestado para cobrir a diferença. O documento (nota promissória) entregue para quem empresta o dinheiro é o Título (ou Nota) do Tesouro dos Estados Unidos.

A lei fixou um limite para o endividamento. Não pode passar dos US$ 14,29 trilhões, nível atingido em maio e que pode ser ultrapassado no dia 2 de agosto. Se o Congresso não autorizar a elevação desse teto, faltarão recursos para cobrir as despesas correntes do governo. A velocidade com que a dívida dos Estados Unidos está aumentando a torna insustentável. E isso exige um programa imediato de corte de despesas e/ou de aumento de receitas.

O atual impasse está na diferença de projetos. O presidente americano, Barack Obama, propõe um pacote que prevê redução de despesas e crescimento de receitas da ordem de US$ 4 trilhões em dez anos. O Partido Republicano, na oposição, contrapõe com cortes de US$ 2,4 trilhões, sem aumento de impostos. Para que a autorização do alargamento do tamanho da dívida esteja em vigor até 2 de agosto, um acordo terá de ser atingido até o dia 22. Se até lá o Tesouro americano não obtiver o mandato do Congresso, quatro coisas podem acontecer: (1) o Tesouro deixa de pagar certas contas sociais, como seguro-desemprego e seguro-saúde; (2) o governo federal demite funcionários públicos, como Estados e municípios americanos têm feito; (3) o Tesouro deixa de pagar títulos à medida que forem vencendo; (4) haverá uma combinação das três medidas anteriores.

A quebra (default) dos Estados Unidos parece improvável. Mas a simples elevação do teto da dívida não resolve o problema de fundo. A questão principal está na rápida deterioração das condições fiscais do país. No final dos anos 90, quando Bill Clinton era o presidente americano, o debate principal era sobre o que fazer com o enorme superávit fiscal que vinha acontecendo. Na época, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Alan Greenspan, por várias vezes chegou a examinar o impacto que a sobra de arrecadação teria sobre a condução da política de juros: não haveria títulos do Tesouro em nível suficiente para que o Fed pudesse comprar ou vender no mercado, de maneira a injetar ou retirar moeda para definir o nível dos juros. A saída - dizia Greenspan - seria operar a política monetária com títulos privados. Mas, de lá para cá, os Estados Unidos queimaram dinheiro em duas guerras simultâneas, veio a crise de 2007/2008 e a recessão, por sua vez, derrubou a arrecadação.

CONFIRA

Não é pra já
O presidente do Fed, Ben Bernanke, não está conseguindo se comunicar. Um dia depois de dar a entender que poderia partir para uma nova rodada de afrouxamento quantitativo (emissão de dólares para recompra de títulos do Tesouro dos Estados Unidos), Bernanke fez questão de colocar ênfase na afirmação de que nenhuma iniciativa desse tipo está no seu radar. Foi um dos fatores responsáveis pelo tombo dos mercados no dia de ontem.

Teste de quê?
Está agendada para hoje a divulgação dos resultados dos testes de estresse, cujo objetivo é apontar os bancos europeus com maior necessidade de aumentar seu capital
para enfrentar o risco de inadimplência. O problema é que o próprio critério desse teste está sob dúvida. Se o Banco Central Europeu avisa que os títulos de Portugal e Grécia são tão bons como os da Alemanha, o que pensar dos resultados desses testes, se esse mesmo entendimento for estendido para os ativos dos bancos europeus?

ANCELMO GÓIS - Admirável mundo novo

Admirável mundo novo
ANCELMO GOIS
O GLOBO - 15/07/11

Domingo, no Recreio, no Rio, um senhorzinho caiu na rua, bateu com a cabeça e, ao acordar, não lembrava seu nome nem seu endereço. Bombeiros o levaram para um abrigo. Antes, uma pessoa que estava perto tirou fotos e pôs no Facebook. Em menos de 12 horas, a família o encontrou. 

Quase sério
No coquetel de quarta à noite no Palácio da Alvorada, Dilma mostrou que está aprendendo a ter jogo de cintura. Ao encontrar o líder do PT, deputado Paulo Teixeira, elogiou o “bolo de casamento” dela e de Temer e disse: “Você está de parabéns, o gesto é uma demonstração de unidade dos petistas com o PMDB.” É. Pode ser. 

Olha eu aqui

Ontem, até 21h, de cinco fotos na capa do site da Polícia Civil do Rio, quatro eram da chefe da instituição, Martha Rocha. Tinha até uma com Marília Gabriela, que a entrevistou.

Raízes
A viagem de Dilma à Bulgária, terra de seu pai, deve ser ainda este ano. 

No mais
É como diz o economista Sérgio Besserman sobre a seleção: — Quem gosta de aves está extasiado. A seleção tem Pato voando; Ganso correndo; Júlio César levando frango; Robinho, um pavão; Lúcio de bico; e Mano Menezes como avestruz, sem ver que Ronaldinho Urubu Gaúcho tem lugar no ninho. Vamos ver os próximos jogos, pois uma andorinha só não faz verão. 

Macy’s e o Brasil 
A Macy’s, tradicional loja de departamentos dos EUA, está de chamego com o Brasil. A gigante prepara, para 2012, a linha Brazil Promotion. Fechou com a designer de biojoias Maria Oiticica, que vai desenvolver peças exclusivas para a lojona.

O amor é lindo
Lembra aquele padre Zeca, que reunia multidões nos shows “Deus é dez”, na orla do Rio? Vai se casar em agosto, em Nova York, com uma americana. Que seja feliz.

Aliás...
Zeca tem sido muito requisitado para palestras motivacionais em empresas. 

Zé, o livro 
Depois de Eliane Cantanhêde, com o excelente “José Alencar, amor à vida”, outro coleguinha escreve sobre o saudoso vice. José Roberto Burnier, da TV Globo, entregou à Globo Livros os originais de livro-reportagem sobre Zé, falecido em março. 

Segue...
O livro conta a vida do vice de ponto de vista mais pessoal. Burnier virou amigo de Zé e até estava na UTI quando ele morreu. Sai em setembro. 

Neymar Bonner
Vinícius, filho do casal gente boa William Bonner e Fátima Bernardes, cortou o cabelo igual ao de Neymar (veja a foto). Ele e três amigos adotaram o corte para um torneio de futebol de garotos nos EUA. 

Só que...
Difícil, diz mamãe Fátima, é achar gel, pomada, pasta etc. para manter o cabelo em pé. 

Deram no pé 

O Corpo de Bombeiros do Rio, veja só, tem 45 desertores — nenhum oficial. O caso mais antigo é de 1980. Só este ano, três militares
jogaram a toalha. 

Rock retrô

O Rock in Rio terá um estande de venda de discos de vinil. 

Urani de volta
André Urani, economista boapraça, retoma segunda, às 20h, o OsteRio, fórum sobre o Rio, no Osteria dell’Angolo, Ipanema. 

O coveiro sumiu 
Um carioca de 49 anos foi enterrar o pai, às 17h de terça, no Caju, no Rio. O caixão chegou ao jazigo, na quadra 53, e o único funcionário no local saiu para chamar um coveiro. Voltou sozinho, mais de meia hora depois, quando alguns parentes do falecido já tinham partido por causa da escuridão.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Corretivo
SONIA RACY
O ESTADÃO - 15/07/11

Surtiu efeito a denúncia de mães relatando maus tratos a crianças autistas em instituições conveniadas registrada nesta coluna. A Defensoria Pública acaba de conseguir na Justiça uma liminar contra o governo de SP.

Ela determina que o Estado fiscalize as entidades contratadas para atender portadores de autismo. Além de garantir o transporte adequado. Vai funcionar?

Ramphastidae
Alckmin chamou FHC de presidente de honra da juventude do PSDB, anteontem, no jantar em homenagem ao tucano-mor no Palácio dos Bandeirantes. Ao que foi imediatamente corrigido: "Sou presidente eterno da juventude do PSDB". Tem toda a razão.

Jabuti na árvore

No mesmo jantar, de olho na Prefeitura, Bruno Covas, Andrea Matarazzo e Zé Aníbal foram cobrar de Alckmin as aparições de Chalita na TV Minuto, semana passada. De bom humor, o governador disparou: "Vocês merecem a TV Hora".

Alckmin jura não ter sido consultado sobre a veiculação, no metrô, das frases de Chalita. Oficialmente, a culpa é de moças da TV Minuto, fãs do deputado.

É guerra!

Depois da tentativa de assalto, a segurança de Michel Temer foi reforçada. O comboio, antes de três carros, passou para quatro. Os seguranças, de 7 para 9. E o giroscópio - luz piscante policialesca - tornou-se item obrigatório.
Terra batida

Gilmar Tadeu, secretário especial da Prefeitura para a Copa, sobrevoou ontem o terreno onde será erguido o Itaquerão - ainda em terraplenagem. Ficou satisfeito.

Mistério da fé

Edir Macedo postou em seu blog vídeo polêmico. Querendo cessar brigas entre seus pais, garoto de nove anos prometeu sacrifício na "Fogueira Santa" durante culto na Universal. Se dispôs a vender todos os seus brinquedos e doar o dinheiro para a igreja. Enquanto isso, sua mãe era exorcizada a seu lado. Choveram comentários.

Suspense

O Grupo Votorantim anuncia investimento em uma nova fábrica na América Latina. Na semana que vem. 

Nervos de aço

Economistas, banqueiros, investidores, governos, estão todos preocupados com o cenário que se desenha lá fora, diante de dívidas governamentais não sustentáveis contraídas por vários países europeus - e, por que não, EUA também.

Indagado sobre o tema, Roberto Setubal concorda que a situação é bem complicada. "E não vamos imaginar que o Brasil passará incólume no agravamento da situação." Nenhum país do mundo, diga-se de passagem, está blindado à nova derrocada dos mercados.

Protegida dos orixás

Caetano Veloso não perdeu tempo quando soube da alta de Dona Canô ontem, na hora do almoço. Marcou viagem para Santo Amaro da Purificação, amanhã, quando acontece a festa de 103 anos e 10 meses da matriarca.

Desde os 99 anos, a mãe do compositor faz festa todo dia 16. E não somente em setembro, data de seu aniversário.

Our Douglas

Maicon, que brilhou anteontem na Seleção, é estrelado até no nome: Maicon Douglas, homenagem enviesada ao ator americano.

O irmão de Marlon Brando (o lateral-direito tem um irmão menor com esse nome) responde também pelo apelido de "Fórmula Um".

Motivo? A zaga do Equador sabe bem o porquê.

Na frente

Temer recebe hoje várias homenagens de uma só vez: três medalhas, uma placa e um diploma. Tudo na Associação Comercial do Rio. Conseguirá carregar?

Miguel Littín, diretor chileno, desembarca hoje em SP. A convite do Festival de Cinema Latino-Americano.

O Museu da Casa Brasileira recebe, a partir de hoje, obra Eólices, de Renata Mellão.

Gerhard Richter abre exposição dia 23. Na Pinacoteca.

José Victor Oliva pilota inauguração da sede da Samba.pro, dia 2. Nos Jardins.

O Grupo Corpo volta a São Paulo. Estreia a coreografia Sem Mim no Alfa, em agosto.

A pré-estreia de Assalto ao Banco Central acontece quarta, no Cinemark Market Place.

Thiago Rocha Pitta abre individual na Galeria Millan. Quarta.

Reynaldo Gianecchini voltará a dar suas braçadas na piscina. Ele havia parado de nadar durante a recuperação de uma cirurgia de hérnia.

NELSON MOTTA - Escravos de branco


Escravos de branco
NELSON MOTTA
O Estado de S.Paulo - 15/07/11

Se país rico é país sem miséria e em Cuba não há miséria, como assegura Fidel, então Cuba é mais rica do que o Brasil?

Lá vem ele de novo com essa chatice de Cuba, que é de absoluta irrelevância internacional sob qualquer ponto de vista, quando há assuntos muito mais interessantes por aqui, onde em uma década 40 milhões de pessoas entraram para a classe C. São quatro Cubas, onde todo mundo é pobre, menos os corruptos e a nomenclatura do partido, que levam vida de ricos.

Devo ao amor à dramaturgia e à comédia esta obsessão por Cuba, o ideal de justiça e fraternidade de minha geração nos anos 60. Vimos o sonho começar em Sierra Maestra, acreditamos que os jovens heróis românticos criariam um socialismo tropical, com alegria e liberdade, que não seria como o dos cuecões soviéticos, com sua rigidez comunista e sua falta de sol e de humor. E ao longo de 50 anos, vimos como o sonho se tornou um pesadelo. Mas que história! Que personagens ! Quantas lágrimas e gargalhadas !

As bravatas, as grandes farsas fidelescas, os discursos de oito horas, as marchas monumentais, as mentiras revolucionárias transformadas em história oficial, é tudo tão trágico e cômico que supera qualquer ficção de Vargas Llosa ou Garcia Marquez.

Um dos últimos mitos a ruir é a excelência da saúde pública cubana. Cada vez mais, saúde é verba, como dizem em Brasília - equipamentos e remédios de última geração são caríssimos. A boa formação dos médicos e o seu patriotismo não bastam quando faltam até anestésicos e analgésicos nos hospitais, faltam chapas de raio X e seringas descartáveis, os doentes tem que levar seus lençóis de casa.

A solução revolucionária para os médicos ociosos pela falta de recursos e equipamentos foi despachá-los para a Venezuela, onde 30 mil doutores cubanos trabalham nos programas populares chavistas. A Venezuela paga salários de mercado - mas ao governo de Cuba, que repassa aos médicos uma merreca. Vivem em alojamentos miseráveis, sem passaportes para não desertar, e suas famílias são ameaçadas na ilha. Quem diria, o sonho do socialismo tropical acabou na estatização da escravatura.

ILIMAR FRANCO - Conta-gotas

Conta-gotas 
ILIMAR FRANCO 
O GLOBO - 15/07/11

O Planalto descobriu que não será simples livrar-se do diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot. Não basta encontrar o substituto. O departamento é uma autarquia. Será preciso que o sucessor seja sabatinado no Senado e aprovado em plenário. Como o órgão não pode parar, no fim de suas férias, Pagot deve voltar ao trabalho. O dano à imagem do governo é inevitável. As mudanças serão feitas lentamente para não paralisar o órgão, cujas decisões são do colegiado e aprovadas por maioria.

Transparência total

A presidente Dilma quer aprovar o fim do sigilo eterno dos documentos oficiais até setembro, quando uma declaração de princípios do movimento “Parceria para o Governo Aberto” será submetida a todos os países que integram a Assembleia Geral da ONU. O Brasil está à frente da iniciativa. A preocupação de Dilma é que a manutenção do sigilo eterno ofusque o esforço de promoção da transparência. O projeto está parado no Senado devido à obstrução do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e do senador Fernando Collor (PTB-AL). “Tem que falar com o Collor. Tem que superar esse problema”, afirmou a presidente.

"Viemos aqui para beber ou para conversar?” — Dilma Rousseff, presidente, no coquetel no Alvorada, na noite de quarta-feira, arrancando risos dos líderes aliados

CANÇÃO DE NINAR. A presidente Dilma elogiou, para o líder do PMDB, deputado Henrique Alves (RN), na foto, o bolo para celebrar a aliança PMDB-PT. “Estamos dançando até de rosto colado”, atalhou o líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP). “Menos, gente”, encerrou Dilma. A afirmação da presidente que mais agradou aos aliados foi: “Este é um governo compartilhado por todos, sem hegemonismo (sic) de nenhum tipo.” Segundo Alves, a frase “foi música para os nossos ouvidos”.

Inteligência

Para prestigiar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, a presidente Dilma vai aproveitar a próxima reunião do CDES, no fim deste mês, para anunciar um novo programa nacional de bolsas de estudo no exterior.

Contramão
Os indicadores de eficiência da Casa da Moeda melhoraram nos últimos quatro anos, conforme o ranking de revistas especializadas.
Apesar disso, líderes de partidos aliados querem a cabeça de seu presidente Luiz Felipe Denucci.

Dilma diz que está melhor que Obama

Ao agradecer o apoio dos aliados neste primeiro semestre, no coquetel no Alvorada, anteontem, a presidente Dilma comparou sua situação com a do presidente americano, Barack Obama. Lembrou que o Congresso aprovou sua proposta de salário mínimo, tema não muito popular, sem a qual não poderia fazer o ajuste fiscal. Enquanto isso, completou, Obama não tem apoio parlamentar para ampliar o limite de endividamento público. E previu uma grave crise.

Balança
Na abertura do Salão do Turismo, o ministro Wagner Rossi (Agricultura) fez um desagravo ao colega Pedro Novais (Turismo), que anda desprestigiado. Também estavam lá Edison Lobão (Minas e Energia) e o líder do PMDB, Henrique Alves.

Carta marcada
O estudante de Ciências Sociais da UFRJ Daniel Iliescu deve ser o próximo presidente da UNE. Ele é o candidato da União da Juventude Socialista, que elegeu a maioria dos delegados para o Congresso da UNE. A eleição é domingo.

 OS PETISTAS não se conformam. Dizem que a presidente Dilma tinha de ter ido ao velório do expresidente Itamar Franco com o ex-presidente Lula, e não com o ex-presidente Fernando Henrique.
 REARRUMAÇÃO. Do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, ao comentar, no coquetel no Alvorada, as mudanças na articulação política: “O técnico era bom, mas o time estava desarrumado”. 
● A PRESIDENTE Dilma tinha um motivo especial para ir ontem a Porto Alegre na posse da nova diretoria da Federação das Indústrias local. Seu ex-presidente, Paulo Tigre, fez a campanha de Dilma no estado.

WASHINGTON NOVAES - A lógica da inércia e a perda do essencial


A lógica da inércia e a perda do essencial
WASHINGTON NOVAES 
O Estado de S.Paulo - 15/07/11

Texto interessante de Vitor Hugo Brandalise no caderno Aliás (10/7) lembrou que há 300 anos, no último dia 11, a vila de São Paulo - então com 210 casas de taipa batida, mil habitantes, sete igrejas, quatro bicas d"água - foi promovida a cidade. Um tempo em que os moradores eram obrigados a tapar, com suas mãos e instrumentos, os buracos nas ruas, sob pena de multa de 6 mil réis ou até 30 dias de cadeia. Bons tempos, apesar da escravatura de índios?

Trezentos anos depois, pergunta-se com insistência o que se fará na cidade de quase 12 milhões de pessoas, na metrópole de quase 20 milhões. Mas na prática quase não se consegue sair do papel. As Câmaras Municipais de 39 municípios da Grande São Paulo criaram há pouco (Estado, 10/5) o Parlamento Metropolitano, que não legislará, fará estudos para aprimorar a legislação nas áreas de transportes, educação, Plano Diretor Metropolitano. Virá somar-se ao Estatuto da Cidade, nacional (Lei 10.257), que no dia 10/7 completou uma década, sem conseguir transformar em realidade o propósito de implantar planos diretores em todos os municípios de mais de 20 mil habitantes e, por meio deles, a "reforma urbana". Provavelmente também terá como companheiros o São Paulo 2040 - Visão e Planejamento de Longo Prazo para a Cidade de São Paulo, que a Prefeitura paulistana - que já tinha a Agenda 2012 - Plano Diretor Estratégico - encomendou à Fundação de Apoio à Universidade São Paulo, com cinco eixos: promoção do equilíbrio social, desenvolvimento urbano, acessibilidade, melhoria ambiental e oportunidades de negócios. "Sobram planos, falta ação", observou com toda a razão editorial deste jornal (29/12/2010, A3).

Que se fará, então? Num debate promovido dia 19/6 pelo Aliás, três pensadores da área do planejamento urbano - Ermínia Maricato, Cândido Malta Campos e Jorge Wilheim - concordaram em alguns pontos: 1) É preciso planejar intervenções urbanas substanciais; 2) é fundamental superar o "modelo rodoviarista"; 3) é indispensável valorizar os espaços de convivência coletiva, "na lógica contrária à dos condomínios e bunkers privados". Mas como chegar aí? Outro professor de Urbanismo, na Universidade da Pensilvânia, Witold Rybczynski, afirma (Estado, 19/12/2010) que "só os comunistas e os ditadores conseguem planejar cidades: na democracia não se podem proibir migrações".

Então, estamos em maus lençóis. Na Grande São Paulo, em seis anos foram lançados 3 mil grandes edifícios, com mais de 185 mil apartamentos; em 2010, 781 unidades, com 5,33 milhões de metros quadrados, 1,25 milhão de metros quadrados de terrenos, 133 milhões de tijolos, 6,7 milhões de sacos de cimento, 5,3 milhões de toneladas de areia (Estado, 13/5), no valor de R$ 15 bilhões. Uma em cada seis pessoas na cidade vive em apartamentos; no Rio de Janeiro, duas em dez; em Santos, 63% da população.

Que nos espera? Assusta ler o relato do correspondente Jamil Chade (27/12/2010) de que, segundo a OCDE, US$ 2 trilhões de dívidas ameaçam com falência mais de cem cidades norte-americanas e US$ 1,7 trilhão, algumas das mais charmosas cidades europeias (Barcelona, Madri, Veneza). Desde 1937, conta ele, 619 cidades norte-americanas já declararam falência, com a avalancha incessante de problemas. Hoje nem mesmo a exemplar Copenhague escapa às aflições: terá de construir, em aterros implantados em ilhotas, áreas ligadas ao continente por pontes e canais, para abrigar 40 mil das 60 mil pessoas que se somarão aos atuais habitantes até 2025 (Folha de S.Paulo, 5/7). Será inescapável o crescimento constante?

São Paulo precisará de mais 740 mil habitações até 2024 (Estado, 7/12/10); o Estado, 1,2 milhão; o País, 5,8 milhões. Ainda que nossos índices de natalidade já estejam abaixo da taxa de reposição (dois filhos por mulher, substituindo pessoas que morrem). A mesma situação do mundo, também com índices abaixo da taxa de reposição, mas chegando a 7 bilhões de pessoas em 31 de outubro próximo, 8 bilhões em 2025, mais 1 bilhão em 2043, 10 bilhões em 2083, segundo o Fundo de População das Nações Unidas (Folha de S.Paulo, 10/7). Por aqui só estabilizaremos a população por volta de 2030.

E enquanto não conseguimos avançar com nossos planejamentos, as metas perseguidas não saem do lugar. Outro exemplo, outra cidade: jovens de 15 a 26 anos sem vínculo empregatício e com envolvimento com drogas são 53% das vítimas de homicídio em Aparecida de Goiânia (500 mil habitantes) e periferia; se forem somadas as vítimas até 35 anos, essa participação subirá para 87% (O Popular, 7/6). Por um ângulo mais aberto: no Brasil há 13,9 milhões de jovens, adultos e idosos que são analfabetos (9,6% da população total). Em quatro Estados (AL, MA, PI, PB) os analfabetos são mais de 20% da população.

E assim vamos, com estudos mostrando o quanto os dramas das megalópoles afetam as pessoas: milhares de mortos pela poluição do ar a cada ano na cidade de São Paulo; ruídos urbanos afetando o cérebro humano, segundo estudos das Universidades de Heidelberg, na Alemanha, e McGill, no Canadá (Pravda, 9/7). Cidades como Goiânia, que já tem de exportar cadáveres, porque o Instituto Médico Legal não dá conta, não tem mais espaço para abrigar todos os que têm de ser identificados (O Popular, 8/7). Metrópoles como São Paulo, que já tem de buscar água a 80 quilômetros de distância, "dando cotoveladas nos vizinhos", na Bacia do Ribeira de Iguape, e fazê-la subir 360 metros (a que custo ?), para garantir o abastecimento até 2016.

Com tudo isso, vamo-nos esquecendo das lições do pensador basco Julio Baroja, já citado neste espaço. "Na grande cidade, começamos perdendo o essencial, o mais próximo, mais íntimo: a visão da nossa própria sombra e o som dos nossos passos". Mas seguimos num enorme faz de conta, caracterizado com precisão por Giuseppe di Lampedusa: "Tudo deve mudar, para que tudo continue como está". Sempre haverá quem ganhe.

DORA KRAMER - A mão que afaga


A mão que afaga
DORA KRAMER
O ESTADÃO - 15/07/11

“Os atos geradores das crises são ignorados, mas continuarão à espreita, prontos para assombrar o Palácio do Planalto.”

Houve um tempo em que as coisas eram mais fáceis de distinguir: havia o PT na posição de guardião da ética; havia o PFL como sinônimo de fisiologismo; havia o PSDB na representação de “partido de quadros”; havia o PMDB no papel de pau para toda obra e havia as legendas-satélite que não contavam muito na ordem das coisas.

Hoje ficou tudo mais complicado: entraram novos personagens em cena com o inchaço de partidos como PTB, PP e PR, e a adesão geral à política de resultados (próprios) como objetivo central – para não dizer único – da atividade pública levou a uma mistura de papéis.

A boa notícia é que o maniqueísmo não serve mais como instrumento de análise sobre o comportamento de cada um. A má é que não se põe mais a mão no fogo por ninguém: o descrédito é a lei.

Por mais injusta que seja a generalização, convenhamos, está difícil compreender o cenário sob a perspectiva de uma escala tradicional de valores.

Tomemos como exemplo o último escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes. Deu-se por encerrado o assunto com um coquetel oferecido pela presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, onde ela fez “afagos” nos parlamentares aliados, notadamente ao PR.

Carinhos que consistiram em algumas frases sem maior significado – “vocês são muito importantes para o meu governo”, “as coisas passam, vamos para frente” – em troca da anuência em relação a demissões feitas a bem do serviço público e da declaração de que o partido continua “firme” com o governo.

O presidente do Senado, José Sarney, aprovou o método, admirou muito a competência da presidente para debelar crises.

O PT também respirou de alívio. Depois da turbulência Palocci, do ensaio da volta dos aloprados à cena e do desconforto com o parecer do procurador-geral da República pedindo a condenação dos réus do mensalão, senadores do partido sentaram-se para discutir o futuro em jantar na casa de Marta Suplicy.

A conclusão? A presidente precisa com urgência arrumar um jeito de driblar as crises com ações de propaganda mais eficazes. O PT está com saudade do modo populista do antecessor.

Melhorando a comunicação, na visão dos senadores estaria criado o antídoto perfeito para assuntos desagradáveis como o enriquecimento inexplicável de um chefe da Casa Civil e a demissão do primeiro escalão dos Transportes sob suspeita de corrupção.

A preocupação primordial, como se percebe por essas duas cenas, a da “distensão” com o PR e a da “solução” sugerida pelo PT, é a de varrer para o esquecimento o tema das malfeitorias com rapidez, na ilusão de que isso faça com que os problemas não se aprofundem.

Ledo engano. Os atos geradores das crises são ignorados, mas continuarão à espreita, prontos para assombrar o Palácio do Planalto como voltou a acontecer neste início de governo. Aliás, com força redobrada, justamente porque Lula acumulou poeira embaixo do tapete.

Tratá-los como “coisas que passam” pode até fazer com que a coalizão governista passe bem, mas faz com que a política no Brasil vá muito mal.

Inversão
O Parlamento anda tão dócil e desmoralizado que virou praxe deputados e senadores se desmancharem em agradecimentos quando alguém aceita convite ou atende a convocação para falar às comissões do Congresso.

Aconteceu recentemente com Aloizio Mercadante e de novo nesta semana com Luiz Antônio Pagot. Ambos celebrados até pela oposição como homens valorosos apenas pelo ato de comparecer.

A lógica está invertida: o comparecimento é obrigação e a ausência a exceção a ser condenada.

Engorda
Atualmente com 20 senadores, o PMDB vive a expectativa de aumentar a bancada com a volta de “algum” ministro da Esplanada para o Senado.

Garibaldi Alves, da Previdência, é citado. No caso de uma troca de ministros, valeria mais para o partido se a presidente optasse pela saída de um senador.

MÍRIAM LEITÃO - Contas contadas


Contas contadas
MIRIAM LEITÃO
O GLOBO - 15/07/11

Três boas ideias foram incluídas nas regras que terão de ser obedecidas pelo governo para elaborar o Orçamento do ano que vem. As três correm o risco de ser vetadas pela presidente Dilma. Por elas, o governo tem de reduzir o déficit público; registrar toda a emissão de título do Tesouro na lei orçamentária; e limitar o aumento do gasto de custeio à elevação do investimento.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é uma espécie de moldura na qual o governo faz o Orçamento. Em tese, é ótimo: o Congresso determina que o governo prepare a proposta dos gastos do ano seguinte segundo aqueles princípios; o governo faz então o Orçamento e envia ao Congresso. Na prática, tudo é muito mais desorganizado e desrespeitado.

Quem sabe um dia a peça orçamentária será de fato transparente, compreensível por todos os cidadãos pagadores de impostos, respeitada e livre de desvios. Quem sabe, um dia? Não custa sonhar que a democracia brasileira, apesar de todos os problemas que tem tido, será capaz de se aperfeiçoar.

Na LDO deste ano, deputados e senadores de oposição conseguiram aprovar propostas que podem tornar as contas públicas menos rudimentares. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) conseguiu incluir uma emenda, estabelecendo que títulos da dívida emitidos pelo Tesouro Nacional terão que constar do Orçamento ou dos créditos adicionais, qualquer que seja a finalidade, forma de emissão ou despesa que esse título cobrirá.

Razoável e lógico. Se o governo se endivida em nome dos cidadãos, tudo tem que estar lá no Orçamento. Não existe uma dívida pública e uma dívida pública do B. Quando todos os gastos estiverem explicitados e toda a dívida estiver contabilizada, maior será a transparência dos gastos e compromissos do governo no uso dos impostos pagos por todos.

A explicação do senador é que hoje há risco de descontrole porque certos títulos não são registrados. "Nesta modalidade estão aqueles, por exemplo, emitidos para serem trocados por outros ativos financeiros, como os papéis da dívida do BNDES."

Ele explica no texto da emenda que, recentemente, a MP-526 autorizou a emissão dos títulos da dívida no valor de R$ 55 bilhões. Isso não entra nem no Orçamento, nem nos créditos adicionais, porque é considerado uma troca de ativos, já que o banco emite um papel de sua dívida para o Tesouro. "Nesta operação, o orçamento fica às escuras", diz o texto da emenda.

Tudo fica às escuras, na verdade. Como supostamente o BNDES um dia pagará ao Tesouro, o endividamento não entra também na conta da dívida líquida. Nos últimos anos, foram R$ 230 bilhões de dívida contraída para subsidiar o BNDES, e agora mais R$ 55 bilhões. "Esta é uma iniciativa básica em favor do ordenamento fiscal, a que a economia do País não pode prescindir."

Em outra tentativa de evitar o descontrole, o Congresso aprovou que o governo tenha uma meta de déficit nominal - cálculo que inclui o gasto com o pagamento de juros - em 0,87%. Ou seja, o Congresso não está determinando que o governo tenha equilíbrio nas contas.

Admite um pequeno déficit, mas obriga o setor público a reduzir o déficit atual, que é de 2,6%. Na verdade, o Brasil deveria ter agora - e ter tido no ano passado - déficit zero. Deve buscar o equilíbrio nos anos bons, para haver espaço para déficit nos anos difíceis; é isso que se chama de política contracíclica.

O governo quis fazer política contracíclica quando foi a hora de ampliar os gastos para reduzir a recessão em 2009. Mas na hora de cortar e mirar o déficit zero, a política não tem defensores dentro do governo.

Outra ideia aprovada é a de que os gastos de custeio da máquina pública não possam crescer mais do que a ampliação do investimento. Sensato. Afinal, os investimentos é que têm de crescer, e não as despesas de custeio da máquina. A proposta é que não se inclua nesse limite educação, saúde e despesas de pessoal. Ou seja, não há nenhum radicalismo.

Se são boas ideias, o governo vai aceitá-las? Pior é que se dá como certo que serão vetadas pela presidente. Se o fizer, estará mais uma vez perdendo uma oportunidade. O próximo Orçamento será o primeiro que Dilma Rousseff fará em seu governo, já que o de 2011 foi feito no governo anterior. Ela poderia deixar uma marca de busca de austeridade, mudança de parâmetros, inclusão de novos conceitos. Mas a má ideia de reduzir a frequência da divulgação dos dados sobre as obras do PAC foi recebida com entusiasmo. Em vez de relatórios a cada quatro meses, agora eles serão semestrais. Ideia proposta pela base do governo.

Digamos que a presidente entenda que estabelecer o déficit nominal em 0,87% amarraria muito o governo, porque se os juros subissem o superávit primário teria de subir para compensar. Então apresente uma proposta para que o País se mova do conceito de superávit primário, que está envelhecido, para o que é verdadeiramente importante, que é o resultado nominal. A meta precisa ser, mesmo que a médio prazo, levá-lo a zero. Isso ajudaria a derrubar os juros e, portanto, o custo da dívida.

Não faz sentido algum que o governo se endivide para financiar bancos públicos, que vão usar esses recursos em empréstimos subsidiados, sem que o custo de tudo isso não esteja de forma clara, transparente, precisa na contabilidade pública e no Orçamento federal.

Portanto, é boa a ideia do senador Aécio Neves. A democracia se aperfeiçoa exatamente assim: com o setor público prestando contas da forma mais exata possível do que faz - ou escolha deixar de fazer - com o dinheiro que é seu, meu, nosso.

MARCIA PELTIER - Operações humanitárias

Operações humanitárias
 MARCIA PELTIER
JORNAL DO COMMÉRCIO - 15/07/11

Presidente desde 2005 do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, o ex-primeiro ministro português António Guterres estará em Brasília, de 1º a 3 de agosto, em visita de trabalho e cortesia. Ele trará uma mensagem de agradecimento pela crescente colaboração brasileira com as operações do ACNUR, que de US$ 50 mil em doações efetuadas em 2009 saltou para US$ 3,5 milhões em 2010. Este ano, a promessa da presidente Dilma é de destinar US$ 3,7 milhões para a causa dos refugiados.

Aliança estratégica 

Guterres é velho amigo do senador Sarney e também se relacionava com Itamar Franco, por conta da questão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Ex-presidente da Internacional Socialista, firmou laços com os ex-presidentes Fernando Henrique e Lula em torno da social-democracia. Há grande interesse de Guterres em fazer uma aproximação pessoal com a presidente, a quem ainda não conhece. Até porque não está descartada uma candidatura sua ao Palácio de Belém, em 2016.

Lixo certo

Cerca de 19 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas em todo o país foram encaminhadas para descarte ambientalmente correto, no primeiro semestre do ano. O volume é 11% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Atualmente, 94% das embalagens plásticas são devolvidas pelos agricultores brasileiros nas 421 unidades de recebimento em 25 estados e no DF. O país apresenta o melhor índice mundial na gestão de embalagens vazias, seguido da Alemanha (76%), Canadá (73%) e França com 66%.

Vinhos doces

O mais prestigiado concurso internacional de avaliação de rótulos moscatéis, o Muscat du Monde, realizado em Frontignan La Peyrade, no Sul da França, conferiu medalha de ouro ao vinho branco licoroso da Perini. A vinícola brasileira de Farroupilha (RS) também faturou medalha de prata com o moscatel Perini Aquarela. O concurso foi disputado por 210 vinhos de 23 países.

Red total 
Não demora muito para esta novidade chegar à Barra da Tijuca ou Ipanema. Sapateiros de Nova York, principalmente os do Upper East Side, estão oferecendo serviços personalizados para suas clientes. A novidade agora é colocar um solado extra na cor vermelha para que sandálias genéricas fiquem com o visual dos famosos e caríssimos sapatos Louboutin. O serviço é oferecido por Andrade Shoe Repair e custa cerca de US$ 20.

Tradicional 
Figura rara na noite de Brasília, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, trocou o terno pela calça jeans e camisa esporte e caiu no samba com a mulher, Flor, na abertura, esta semana, do Bar do Ferreira. Trata-se de mais uma casa no DF de Jorge Ferreira, ex-presidente do PT em Brasília, que possui mais de 30 restaurantes, entre eles o Feitiço Mineiro e Bar Brasília. A boemia brasiliense adorou o local, que vai dar espaço ao samba de raiz.

Staff de prontidão 
O vice-presidente Michel Temer vai restringir ao mínimo sua circulação, nesta sexta, no Rio, onde estará para receber homenagem da Associação Comercial. Depois do incidente ocorrido em São Paulo, em que quase foi assaltado, ele aumentou a equipe de segurança. São nove agora os seus guarda-costas, contra os sete anteriores. Sua comitiva contará com quatro carros e cinco batedores.

Em close 
A modelo brasileira Bruna Tenorio está ocupando um dos maiores outdoors do Soho, em Nova York. Ela é o novo rosto da coleção de outono da grife Ralph Lauren.

Futebol com ombreirasA partir de janeiro de 2012 o Brasil já poderá participar oficialmente das competições internacionais de futebol americano. O feito foi conquistado pela Associação de Futebol Americano do Brasil, que enviou delegação para a Áustria, onde acontece, até quarta-feira, a Copa do Mundo de Futebol Americano. Desde a década de 90 o esporte vem conquistando adeptos no país a ponto de existir, até, uma modalidade tipicamente nacional: o beach football, disputado sem capacete e com os pés descalços na praia, como o nome indica.

Livre Acesso

O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo faz palestra nesta sexta-feira, às 19h30, na Casa do Saber. O tema é Por que acreditar na política? No sábado, ele continua no Rio, onde participará da abertura dos 5º Jogos Mundiais Militares ao lado da presidente Dilma Rousseff, no Engenhão.

Nesta sexta-feira, o Clube de Botafogo recebe festa julina organizada pela Sal Grosso Eventos, de Ticiana Szapiro. O show será de Serjão Loroza, MC Marcinho e Da Ghama. Os atores Danielle Winits e o ator Carlos Machado serão os padrinhos da festa e ajudarão a arrecadar alimentos para a ONG Reviver e para o Banco de Alimentos do Rio.

Miguel Padilha participa, nesta sexta e sábado, do VI Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia no Intercontinental. Ele irá falar sobre os cuidados no tratamento cirúrgico da catarata em diabéticos.

A promoter Ana Paula Barbosa será a responsável pela lista vip da inauguração da terceira unidade na Barra da BT Bodytech, dos sócios Alexandre Accioly, João Paulo Diniz, Bernardo Rezende e Luiz Urquiza. O coquetel da inauguração do espaço de 4 mil m² , terça-feira, será para 3 mil pessoas.

O Espaço Cultural Correia Lima está recebendo crianças de comunidades carentes para atividades artísticas como recital de poesia e esquetes de teatro.

Leão Zagury é o mais novo membro brasileiro do American College of Physicians.

O portal SEI Ensina Vestibular, uma das ações de marketing da Immersion Estratégia Aplicada, está ajudando estudantes na trajetória rumo à universidade através da campanha Maratona Enem 2011, com simulados e artigos diários de acesso gratuito no endereço www.seiensina.com.br.

Com Marcia Bahia, Cristiane Rodrigues, Marcia Arbache e Gabriela Brito