quarta-feira, janeiro 13, 2010

TERREMOTO NO HAITI-MORRE ZILDA ARNS

Zilda Arns morre após terremoto no Haiti


Há muitos soldados desaparecidos

O general de brigada do Exército brasileiro Carlos Alberto Neiva Barcellos confirmou nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa no quartel-general em Brasília, as mortes de quatro militares brasileiros no tremor de 7 graus de magnitude que atingiu ontem o Haiti. A médica pediatra e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, estava no Haiti para reuniões e também morreu.

"É possível que tenhamos mais mortes", afirmou nesta quarta-feira o coronel Eduardo Cypriano, subchefe da comunicação do Exército.

LEIA MAIS AQUI

JORGE ZAVERUCHA

Justiça de transição

FOLHA DE SÃO PAULO - 13/01/10


Na Argentina, as Forças Armadas saíram do poder desmoralizadas. No Brasil, todavia, elas não saíram derrotadas do governo


COMO RESOLVER a concepção de justiça em períodos de transição política? Essa questão ainda não foi resolvida pelas ciências sociais. A prova é a crise causada pelo anúncio do governo Lula de criar uma comissão da verdade para lidar com os acontecimentos ocorridos durante o regime militar (1964-1985). Segundo a mídia, comandantes militares ameaçaram entregar os seus cargos. E o presidente Lula recuou ao prometer revisão do texto.
Duas concepções teóricas sobre a justiça de transição competem entre si. Os idealistas procuram tratar o evento com base em conceitos universais. Os realistas analisam a balança de forças política entre os relevantes atores da transição. A partir disso, definem qual é a melhor resposta legal. A justiça seria um epifenômeno da política.
A visão idealista influenciou a criação, depois da Segunda Guerra Mundial, do Tribunal de Nuremberg, que puniu os violadores de direitos humanos. Idem para a Argentina, a partir do presidente Raúl Alfonsín até, recentemente, quando a Lei da Anistia foi abolida pelo Congresso por se chocar com tratados internacionais.
Os realistas argumentam que a punição aos nazistas foi possível porque houve uma clara vitória de um lado sobre o outro. Justiça dos vitoriosos.
Também na Argentina, as Forças Armadas saíram desmoralizadas do poder, seja pelas contumazes violações aos direitos humanos, seja pelo pífio desempenho econômico, seja pela derrota na Guerra das Malvinas.
No Brasil, todavia, as Forças Armadas não saíram derrotadas do governo, tanto é que conseguiram, em 1979, negociar com o Congresso uma autoanistia. Pacto este que contribuiu para uma razoável transição pacífica rumo a uma democracia eleitoral. Além do mais, asseveram os realistas, as Forças Armadas são hoje consideradas pela população brasileira como a instituição laica de maior credibilidade.
Pela Constituição de 1988, a tortura é crime prescritível, mas o Brasil é signatário de convenções internacionais que consideram esse crime imprescritível. Ministros do atual governo almejam uma mudança constitucional para alterar o teor da vigente Lei da Anistia. Um direito deles. Cabe ao Congresso decidir se acata ou não tal proposta. Outros ministros se opõem, por temerem possível reação armada dos militares.
Esse temor "per se" é uma prova de que não há um firme controle civil democrático sobre os militares. Afinal, o presidente da República é o comandante em chefe das Forças Armadas.
O momento da apresentação da proposta da criação da comissão da verdade foi o pior possível, por ser ano eleitoral. Lula abriu a discussão sobre tema tão complexo exatamente em seu último ano de governo. Resultado: setores da oposição detectaram que o projeto prejudica a candidatura da ministra Dilma Rousseff, que militou em organização armada clandestina durante o regime militar.
Foram precisos 25 anos para o surgimento de uma proposta concreta para a criação de um comissão da verdade. Não conheço outro país que tenha demorado tanto a dar esse passo fundamental para a contagem da história verdadeira do país. Todavia, ao contrário de Chile, Peru e África do Sul, não foi proposta uma comissão da verdade e reconciliação. Apenas de verdade. Por quê?
Isso levanta suspeitas do lado militar de que, no fundo, o governo brasileiro estaria mais interessado numa revanche do que em fazer justiça.
Essa desconfiança acentua-se quando o documento governamental menciona como um de seus objetivos estratégicos "promover a apuração e o esclarecimento das violações praticadas no contexto da repressão política ocorrida no Brasil". Poderia ser usada a expressão "conflito político", para deixar claro que a apuração seria para ambos os lados, ajudando na reconciliação nacional.
Uma contribuição da Comissão da Verdade e Reconciliação da África do Sul foi não ter feito distinção moral entre violações aos direitos humanos.
Foi estabelecida uma equivalência legal entre os perpetradores, de ambos os lados, dessas violações. O arcebispo Desmond Tutu, presidente dessa comissão, deixou claro que ninguém detinha carta branca para usar o método de ação que mais lhe conviesse.
No Brasil, os militares acreditam que lutaram uma "guerra justa" ("jus ad bellum") contra o surgimento de uma ditadura comunista. A oposição também acreditava na justeza de sua pugna. Há várias verdades em jogo que precisam ser discutidas democraticamente. Corre-se o risco de perdermos uma chance de ouro no avanço desse frutífero debate.

JORGE ZAVERUCHA, doutor em ciência política pela Universidade de Chicago (EUA), é coordenador do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas e da Criminalidade da Universidade Federal de Pernambuco. É autor de "FHC, Forças Armadas e Polícia: Entre o Autoritarismo e a Democracia", entre outras obras.

GOSTOSA

CELSO MING

Mudança no câmbio e nos juros


O Estado de S. Paulo - 13/01/2010
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, garante que, se a oposição arrebatar a Presidência da República nas próximas eleições, haverá mudanças importantes na política econômica.


Na entrevista publicada nesta semana pela revista Veja, Guerra foi fundo: "Iremos mexer na taxa de juros, no câmbio e nas metas de inflação. Essas variáveis continuarão a reger nossa economia, mas terão pesos diferentes. Não estamos de acordo com a taxa de juros que está aí, com o câmbio que está aí".

Não é um político expondo sua opinião pessoal. É o presidente do maior partido de oposição, que tem grande possibilidade de eleger o próximo presidente do Brasil, assegurando que dentro de menos de um ano começarão a ser implantadas alterações relevantes para a vida econômica e financeira de todos nós. "Se ganharmos (as eleições), agiremos rápida e objetivamente." Ou seja, não haverá implantação de uma nova política em doses homeopáticas. Isso, por si só, começará a produzir consequências.

Por exemplo: por que fechar um contrato de financiamento habitacional a juros fixos, pelo prazo de dez anos, se em alguns meses os juros poderão mergulhar? Se o real será desvalorizado, convém antecipar importações e até mesmo adiantar o pagamento de contas externas a um dólar ainda barato.

Em compensação, o custo do endividamento em moeda estrangeira pode ficar proibitivo. E não seria esta a hora para fazer um bom pé-de-meia em dólares? Outra boa sugestão seria sair dos títulos de renda fixa e aplicar os recursos em fundos que garantem a variação cambial.

Se essa é uma bandeira partidária é bom que tudo seja rapidamente explicado. Mexer nas regras do câmbio e da política monetária (e, consequentemente, do regime de metas de inflação) não são mudanças cosméticas. Implica alterar "substancialmente" (é o termo utilizado na entrevista) pelo menos dois dos pilares da política econômica implantada pelo governo tucano do presidente Fernando Henrique.

É precipitado concluir que essa seja uma bandeira de ruptura, como era a do PT em 2001. Mas é claramente um discurso que procura enfatizar diferenças.

Uma mudança de layout pode não desarrumar inexoravelmente a economia. Se vier acompanhada de forte ajuste fiscal que, por exemplo, previsse a obtenção do déficit nominal zero - hipótese em que até as despesas com os juros da dívida estariam cobertas; se for assim, os juros despencariam naturalmente.

E a própria inflação ficaria controlada, tornando perfeitamente aceitáveis certos ajustes no sistema de metas. Em todo o caso, as regras de intervenção pretendidas na política cambial teriam de ser imediatamente esclarecidas para evitar especulação e o jogo delineado acima.

Falta saber como reagirá a candidata do governo diante da proposta de "mudanças substanciais" na política econômica feita pelo adversário. Dilma Rousseff faz parte de um governo cuja política econômica é percebida como um sucesso eleitoral. No entanto, na campanha tanto pode migrar para posição semelhante para tentar ocupar os espaços como pode firmar posição contra o candidato que pretende "bagunçar a economia".

Enfim, economia é um assunto sério demais para ser tratado com anúncios pela metade.

Confira

Sob fogo cerrado - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos (cuja função é equivalente ao de ministro das Finanças), Tim Geithner, está sob forte pressão dos políticos.

Está sendo acusado de, na condição de presidente do banco central de Nova York, esconder da Securities and Exchange Commission (SEC), a agência reguladora do mercado de ações, as manobras financeiras ilegais e irresponsáveis produzidas pelos dirigentes da seguradora AIG.

Pipocam pela imprensa americana não apenas pedidos de demissão de Geithner. Pedem que seja processado.

FERNANDO RODRIGUES

Uma boa crise

FOLHA DE SÃO PAULO - 13/01/10



BRASÍLIA - Parece que foi há cem anos, mas em 1996, quando foi publicado o primeiro Programa Nacional de Direitos Humanos, o Brasil ainda não tinha uma lei classificando tortura como crime.
A lembrança é de José Gregori, principal responsável pela versão inicial do PNDH. "O processo de institucionalização ainda estava no meio", recorda ele.
Ainda está. O país continua refém de vários hábitos e costumes incompatíveis com um regime democrático pleno. Por essa razão, foi boa a crise sobre a política de direitos humanos provocada com a divulgação do documento contendo as propostas do governo Lula.
Há ali muita coisa imprópria. Por exemplo, o despautério de uma comissão ou organismo estatal para monitorar o conteúdo editorial da mídia, produzir um ranking e aplicar punições a empresas que não se enquadrem no modelo proposto pelo governo. O fato é que esse tipo de bobagem frequenta os PNDHs há anos e nunca havia chamado tanto a atenção como agora.
A vantagem da atual crise é o assunto estar sendo debatido. Há tempos a mídia não veiculava tantas reportagens sobre temas como descriminalização do aborto, retirada de símbolos religiosos de prédios públicos ou o acesso à documentação ainda secreta da ditadura militar (1964-1985).
É óbvio que a crise foi ruim para Lula. Também teve efeito negativo sobre os ministros diretamente envolvidos. Sobra a imagem de descoordenação e mau gerenciamento -área em que supostamente Dilma Rousseff se daria melhor.
O saldo provável desse episódio não será uma política ideal de direitos humanos. Aliás, Lula deve até recuar sobre a descriminalização do aborto. Mas o processo de melhorar as instituições - inescapavelmente lento- deu um passo à frente. Discutiu-se nos últimos dias como o país deve ser para aprimorar a democracia praticada.

JAPA GOSTOSA

ROBERTO DaMATTA

A coluna assombrada

O Globo - 13/01/2010


Como somos uma sociedade construída em cima da escravidão; da arrogância e da ignorância aristocrática e senhorial; do poder autoritário e revanchista que pensa primeiro nos nossos; da estadomania que tudo resolve, prevê e legaliza para justamente produzir o oposto, temos sido recorrentemente assombrados por fantasmas bem conhecidos. O maior deles é o da desonestidade governamental que cinde pela raiz o elo entre Estado e sociedade.

Nossas almas do outro mundo aparecem na televisão recebendo o fruto de seu vil trabalho: os pacotes de dinheiro vivo que, escondido na cueca, na meia ou em elegantes sacolinhas, têm o dom de revelar o estado geral da nobre arte de roubar o dinheiro público impunemente. Esse apanágio dos políticos brasileiros de todos os poderes e níveis. Que roubam planejadamente porque têm a mais absoluta certeza de que jamais serão punidos. Entremeados, porém, a esses fantasmas rotineiros surgem os dos desastres que causamos porque não conseguimos, apesar de todas as repúblicas e cidadanias, seguir nenhuma norma. A tragédia dos deslizamentos, que inaugura 2010 contando desaparecidos, é um exemplo flagrante da aplicação de um dos mais ofensivos slogans jamais inventados por um político e ex-prefeito: “É ilegal, e daí?” Esse “estou me lixando” para a lei porque ela é boa para ser escrita, mas não para ser honrada, confirma o nosso caminho hierárquico. Quando o fantasma do roubo do dinheiro público aparece, a culpa é sempre dos subordinados; ou surge na forma de um cinismo ofensivo quando um Arruda, cercado de asseclas, diz que perdoou para ser perdoado de modo que os que estão do topo livram-se automaticamente de qualquer responsabilidade.

É uma ofensa imperdoável aos cidadãos honestos que ele continue tocando as suas 2 mil e tantas obras sem que se faça uma intervenção para investigar o que foi visto em nossas casas.

Que diferença do outro hemisfério, quando o presidente Barack Obama, em face da incompetência dos serviços de segurança antiterrorista do seu país, e diante do fantasma do terror, assume o erro e a responsabilidade que, afinal de contas, é dele menos como “supremo magistrado da nação”, como gostamos de repetir pomposamente no Brasil, e muito mais como o administrador da justiça, da segurança e do cumprimento das leis que, em crises morais dessa magnitude, cabe ao presidente ou à mais alta autoridade assumir e resolver.

No caso de Angra e da Ilha Grande, dos estados sulinos e da Amazônia, a assombração aparece para todos, mas só os inferiores são responsáveis pelas rezas que imploram o cumprimento das promessas.

Os responsáveis evocam a litania mentirosa do “eu não sabia”. No caso americano, o subordinado sabe que vai ser cobrado porque quem assumiu o erro foi o superior.

A mesma atitude de fuga dos problemas permeia outros fatos. Dom João VI abandonou o reino do qual, pelo credo da realeza, era indissociável do seu corpo físico e espiritual (os reis tinham dois corpos), pois eram responsáveis pelo bemestar moral do seu reino (que incluía o povo e também a natureza).

Dom Pedro I oscilou entre ir ou ficar.

Pedro II administrou institucionalmente, como um estrangeiro. Getúlio deu um tiro no Brasil que estava formado no seu coração e reverteu a crise deflagrada pela tentativa de liquidar a oposição liderada por Carlos Lacerda; e Jânio Quadros renunciou à Presidência, para a qual fora eleito portando uma vassoura que limparia o Brasil dos mensalões, lalaus, malufes e arrudas da época, levando a uma crise institucional da qual até hoje não saímos, como revela esse decreto de mudança cultural centralizador assinado pelo presidente Lula, às vésperas do Ano Novo.

Volta e meia, surgem assombrações. Mas vale a pena assinalar que no Brasil elas voltam para pedir orações e cobrar dívidas, pois como disse num livro escrito faz tempo — “A casa e a rua” —, entre nós, a morte mata mas os mortos não morrem. A saudade que exprime os elos perpétuos com eles patrocina o retorno. Eles são a ponte que sustenta a continuidade entre este mundo e o outro. Tal como no plano político a corrupção e a má-fé são o fantasma de um passado familístico e hierárquico ainda não resolvido.

Nos Estados Unidos, porém, quando surge um fantasma, como ocorreu com uma amiga americana numa casa assombrada na Universidade de Brown, ela — ao ver-se em plena madrugada diante do espectro de um jovem que morrera afogado e ficara ligado à residência que hoje serve de mini-hospedaria para professores visitantes — não hesitou em perguntar em alto e bom som um “what do you want?” (o que é que você quer?). O enfrentamento, contou-me, dissipou imediatamente a assombração. Já no nosso caso, as oscilações expressas em continuidades mal resolvidas fazem com que sejamos eternamente assombrados. Pois aí estão, com as vítimas, os fantasmas da covardia e da corrupção, demandando, como é o seu papel, honestidade e transparência.

ROBERTO DaMATTA é antropólogo.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

IBM lidera ranking de patentes nos EUA

FOLHA DE SÃO PAULO - 13/01/10


A IBM foi eleita ontem, pelo 17º ano consecutivo, líder global em patentes, de acordo com levantamento realizado pelo instituto americano IFI Patent Intelligence, entidade que concede patenteamento mundial.
Só nos Estados Unidos, a empresa recebeu 4.914 patentes em 2009, seguida pela Samsung com 3.611 e pela Microsoft com 2.906. A HP aparece na décima posição, com 1.273 registros de patentes.
No Brasil, a situação ainda é bem diferente. A operação brasileira da IBM possui apenas 20 patentes. Apesar de baixo, se comparado aos registros americanos, o número está em crescimento, desde que a IBM Brasil lançou, no final de 2007, um programa para estimular seus funcionários a registrarem o capital intelectual desenvolvido, segundo Ricardo Pelegrini, presidente da IBM Brasil.
O programa, que inclui auxílio aos profissionais da empresa, treinamentos e concursos de inovação, fez com que o número de patentes recebidas pela IBM no Brasil saltasse de apenas três em 2006 para a atual marca de 20.
Com o trabalho, a empresa afirma que procura mostrar aos seus funcionários que o registro proporciona visibilidade à marca e reconhecimento do profissional no mercado.
Não só na IBM, mas nas empresas brasileiras em geral, o que mantém os índices de registros de patentes tão baixos é -além de um alto investimento financeiro e uma grande burocracia- a cultura do brasileiro, que não está acostumado a registrar suas invenções, de acordo com a empresa.
A cultura norte-americana, por outro lado, já tem enraizado esse pensamento.
"A IBM aplica cerca de US$ 6 bilhões em pesquisa e desenvolvimento anualmente. No Brasil, estamos incentivando nossa força de trabalho", afirma Pelegrini.

"No Brasil, estamos incentivando nossa força de trabalho e já temos 20 patentes registradas, número que pretendemos ampliar"
RICARDO PELEGRINI
presidente da IBM Brasil

CRÉDITO NA AULA
A Redecard fechou parceria com a Anhanguera Educacional para oferecer aos alunos opção de pagamento de mensalidades e matrículas por meio de cartão de crédito da bandeira MasterCard. A Anhanguera Educacional, empresa de capital aberto com ações negociadas na Bovespa, possui 54 unidades e 150 mil alunos.

FRANQUEADO
O mercado de franquias e o de fast food seguem aquecidos, com crescimento de 15% e 16%, respectivamente, em 2009. A rede China In Box, que cresceu 16% no ano passado, planeja ampliar em 10% seu número de lojas, hoje em 140. O Seletti, de culinária saudável, também pretende se expandir por meio de franquias neste ano.

NO CAMPO
A Sociedade Nacional de Agricultura, em parceria com a comissão de agricultura da Assembleia Legislativa do Rio, apresentará em abril, ao governo do Estado, uma proposta de incentivo à produção de diversos setores com base em levantamento, que começou a ser feito neste mês, sobre itens como leite e hortifrúti.

AQUECIMENTO
O Grupo Advento, da área de construção, aguarda respostas de clientes para cerca de R$ 6 bilhões em propostas de obras a serem iniciadas neste ano. Os setores de siderurgia, mineração e petroquímica somam 26% das propostas, seguidos de hospitais e farmacêutico (25%), e de shopping centers e prédios comerciais (20%).

NO PISO
Devido ao excesso de chuvas, a energia elétrica está sendo comercializada a curto prazo no valor mínimo, determinado pela Aneel, de R$ 12,80 por MWh, segundo a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Esse valor está bem abaixo dos R$ 502,45 que eram praticados em janeiro de 2008. Com os reservatórios de água cheios e o preço spot no piso, o mercado de curto prazo deverá ser atrativo para os consumidores livres de energia, de acordo com Marcelo Parodi, sócio da comercializadora de energia Compass.

Mais escritórios ficam vazios em Nova York

A crise no setor financeiro, que nos Estados Unidos teve início no fim de 2007, continuou a abater o mercado de imóveis comerciais em Nova York no final do ano passado.
No quarto trimestre, 11,1% dos escritórios em Manhattan estavam desocupados, o que representa aumento de 38% em relação ao mesmo período de 2008. Somada, a área disponível para locação dá o equivalente a pouco mais de 4 quilômetros quadrados -ou 2,5 vezes o tamanho do parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Para Joseph Harbert, da Cushman & Wakefield (consultoria que realizou o estudo), os números, apesar de negativos, sinalizam que o mercado começou a se estabilizar. Ele disse ainda que as maiores empresas de Manhattan estão aproveitando para adiantar a renovação do aluguel e tomar proveito dos preços mais baixos.
Em média, os proprietários pediram US$ 598 pelo aluguel do metro quadrado, retração de 20% ante o quarto trimestre de 2008. No auge, no terceiro trimestre de 2008, o valor do metro quadrado era de US$ 785.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e ÁLVARO FAGUNDES

GOSTOSA

PAINEL DA FOLHA

Gato escaldado

SILVIO NAVARRO
Folha de S. Paulo - 13/01/2010
Ainda com o episódio da "lista tríplice" a digerir, a ala do PMDB ligada ao presidente da Câmara, Michel Temer (SP), reagiu com desconfiança ao saber que Lula começou o ano dando prioridade a conversas com Renan Calheiros (AL), recebido ontem, e José Sarney (AP), com quem deve se encontrar hoje. O grupo pró-Temer afirmava que o tema "vice de Dilma Rousseff" não seria mais tratado em reuniões isoladas com Lula. Mais: que o assunto será colocado à mesa num jantar amplo com o presidente, neste mês, com ministros e líderes do partido.

Depois do acordo de gaveta em 2009, o grupo agora fala em "ajustar procedimentos" sobre Minas, Bahia e Pará, onde PT e PMDB podem se enfrentar nas urnas.


Veja bem. Depois do encontro no Planalto, Renan disse que telefonaria ontem mesmo para relatar a Temer o teor da conversa. Lista tríplice? "Não, não. A indicação do Michel é natural", diz.

Intenções. Presidente do Banco Central, o neopeemedebista Henrique Meirelles afirmou a interlocutores depois da virada do ano que não tem ânimo para disputar nem o governo de Goiás nem o Senado. Ninguém tocou no assunto de ser vice de Dilma.

Cenários. A direção nacional do PSB se reúne hoje em Brasília para tratar da candidatura de Ciro Gomes (CE)... à Presidência. O deputado, entretanto, não dá nenhum sinal de que pretende tomar alguma decisão antes de março.

Palanque. O DEM do ex-prefeito Cesar Maia avisou que manifestaria apoio na hora se Fernando Gabeira (PV) mantiver em pé a candidatura ao governo do Rio. O PPS também se animou. Mas festa mesmo quem fez foi o PSDB. O presidente da sigla, Sérgio Guerra, tratará hoje do caso.

Hidrante 1. Às voltas com o desgaste em Santa Catarina devido às denúncias de corrupção contra o vice-governador, Leonel Pavan, o comando do PSDB agora administra uma crise na Paraíba.

Hidrante 2. O ex-governador Cássio Cunha Lima declarou apoio à candidatura do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), ao governo, mas o senador Cícero Lucena quer disputar o cargo.

Sem parar. A Mesa Diretora da Câmara endossou na última reunião do ano passado pedido do deputado Doutor Ubiali (PSB-SP) para que a Casa reembolse despesas com pedágio e estacionamento.

Estoque 1. Vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, Moreira Franco anuncia amanhã em São Paulo que o recolhimento do FGTS em dezembro atingiu a marca de 31,4 milhões de trabalhadores, um recorde histórico de contribuição. Os números são resultado da expansão do emprego formal.

Estoque 2. A Caixa também anunciará que, em 2009, os investimentos do FGTS tiveram taxa de retorno de 14%, percentual elevado por se tratar de fundo de longo prazo.

No papel. Lula orientou ministros responsáveis pelo chamado PAC 2 para que concluam até março as linhas gerais do programa, a tempo de os governadores amarrarem suas contrapartidas.

Prorrogação. O PAC da Copa, que será lançado hoje, também terá segunda etapa. Até o final do semestre, serão anunciados investimentos em saúde e segurança.

Linha. Antes da reunião com Lula, Nelson Jobim (Defesa) disse ao presidente que faria uma prévia com Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) sobre ajustes no programa de direitos humanos.

140 caracteres. A Secretaria de Direitos Humanos recorreu ao Twitter, remetendo para a íntegra do texto com o aviso: "Tire suas próprias conclusões sobre o documento".

Tiroteio

"Vamos ver até quando o comando nacional do DEM vai conseguir manter fechada a caixa de Pandora para proteger o Paulo Octávio."

Da deputada distrital ERIKA KOKAY, líder do PT na Câmara do Distrito Federal, sobre denúncias do Ministério Público Federal contra as construtoras do vice-governador, suspeitas de desvio de dinheiro público.

Contraponto

Baixa rotação


No final do ano passado, um grupo de cantores se reuniu com deputados tucanos na Câmara para pedir apoio à aprovação da chamada PEC da Música, uma emenda constitucional que daria imunidade tributária para gravações com o objetivo de combater a pirataria. Como um dos presentes era Zezé Di Camargo, tucanos aproveitaram para perguntar sobre a cinebiografia de Lula.
-Você está vendendo mais ou menos CDs com a trilha do filme?-, alfinetou Nárcio Rodrigues (MG).
Ao que o cantor desabafou para delírio dos tucanos:
-Pior é que menos...
Apesar do alarde, a bilheteria do filme segue baixa.

ELIO GASPARI

Perigo à vista: vivandeiras do tucanato


Folha de S. Paulo - 13/01/2010


Ao criticar a criação de uma comissão da verdade, FHC pede que se esqueça o que ele fez


A EXPRESSÃO "VIVANDEIRA" veio do marechal Humberto Castello Branco, há 45 anos, no alvorecer da anarquia militar que baixou sobre o Brasil a treva de 21 anos de ditadura. Referindo-se aos políticos civis que iam aos quartéis para buscar conchavos com a oficialidade, ele disse:
"Eu os identifico a todos. São muitos deles os mesmos que, desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bolir com os granadeiros e provocar extravagâncias ao Poder Militar".
Desde o início da controvérsia provocada pelo Programa Nacional de Direitos Humanos, sentia-se o perfume da sedução tucana pelo flerte com a figura abstrata dos militares aborrecidos com a ideia de esclarecer a responsabilidade por crimes praticados durante a ditadura. Uma palavrinha aqui, outra ali, coisa cautelosa para uma corrente política que pretende levar à Presidência da República o governador José Serra, que pagou com 15 anos de exílio o crime de ter presidido a UNE. Serra e os grão-tucanos conhecem um documento de 1973, preparado pela meganha enquanto ele estava preso ou asilado no Chile. A peça vale por uma anotação manuscrita: "Esta é a súmula do que existe sobre o fulano. Como vês, trata-se de "boa gente" que bem merece ser "tratado" pelos chilenos". A rubrica do autor parece ter três letras. (Ao menos cinco brasileiros foram "tratados" pelos chilenos nas semanas seguintes ao golpe do general Pinochet.) Será que Serra não tem curiosidade de saber quem queria "tratá-lo"?
A vivandagem tucana explicitou-se numa entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao repórter Gary Duffy. No seu melhor estilo, disse a coisa e seu contrário. Referindo-se aos itens do programa de direitos humanos que cuidam do estabelecimento de uma comissão da verdade, o ex-presidente afirmou o seguinte:
"Este não é um assunto político no Brasil, mas uma questão de direitos humanos, o que para mim é importante, mas o perigo é transformar isso em um assunto político".
Assunto político, o desaparecimento de pessoas jamais deixará de ser. Não há como dizer que seja um tema climático. O ex-presidente foi adiante e viu na iniciativa de investigar os crimes do Estado um fator de "intranquilidade entre as Forças Armadas".
Pode vir a ser um fator de indisciplina. "Intranquilidade entre as Forças Armadas", só se fosse uma ameaça às fronteiras nacionais ou às reservas de petróleo do mar territorial. Fernando Henrique Cardoso já sentiu o gosto amargo da vivandagem quando ampliou a Lei da Anistia e reconheceu a prática, pelo Estado, dos crimes da ditadura. Nesse sentido, na busca da verdade e da compensação das vítimas (reais) da ditadura, deve-se mais a ele e a tucanos como José Gregori do que a Lula e a organizadores de eventos como Tarso Genro e Paulo Vannuchi.
Não se reconhece em Fernando Henrique Cardoso do ano eleitoral de 2010 o presidente de 1995 a 2002. Muito menos o militante das causas democráticas, visto pela tigrada como um "marxista violentíssimo". Felizmente, pode-se garantir que FHC não sentou praça na tropa da ditadura. Infelizmente, podendo mostrar pelo exemplo que há uma diferença entre os tucanos e as vivandeiras, escolheu o cálice do oportunismo.

O ABILOLADO

MERVAL PEREIRA

Verdades

O GLOBO - 13/01/10


A constituição de uma Comissão Nacional da Verdade para apurar os crimes cometidos durante o período de regime militar vem em momento histórico equivocado e envolta em uma embalagem de cunho ideológico que impede liminarmente que se chegue à verdade. O professor de História Contemporânea da UFRJ Francisco Carlos Teixeira acha que a providência é muito tardia e torna muito mais difícil e menos justificável do ponto de vista político a realização da tarefa

Segundo ele, se tivesse sido feita logo depois da redemocratização em 1985, ou talvez na Constituinte de 1988, iria provocar reações contrárias, mas estávamos no processo de reconstituição das instituições brasileiras.

Agora, para Teixeira, as instituições brasileiras estão funcionando muito bem, e nesse momento essa providência não tem mais sentido.

Ele lembra que comissão desse tipo na Argentina foi coordenada pelo escritor Ernesto Sábato, e o da África do Sul pelo bispo Desmond Tutu, militantes de um peso intelectual totalmente diferenciado, o que colocava as comissões acima da partidarização do processo.

“Foram feitas no calor da hora, no momento da refundação das instituições, e por pessoas que tinham autoridade moral reconhecida pela sociedade”.

Luigi Pareyson, um dos maiores filósofos italianos do século XX, professor de Gianni Vatimo e Umberto Eco, em seu livro “Verdade e interpretação”, mostra como a busca da verdade é afetada pela ideologia, uma instrumentalização do pensamento.

Ele trata nesse contexto de duas características do mundo moderno, o praxismo, uma ação política desvinculada da verdade, e o tecnicismo, outra variação do uso da razão que não utiliza a verdade.

Para Pareyson, a verdade é a origem do pensamento, e não o objeto, e seu “conceito de interpretação” tornouse importante na filosofia pela separação entre o “pensamento expressivo”, que ficaria limitado à História, e o “pensamento revelativo”, que se aproxima da verdade.

Uma comissão formada com o objetivo de investigar as violações dos direitos humanos no contexto da “repressão política” nos anos de ditadura militar não perderá sua ideologia fundamental devido ao uso da palavra “conflitos” no lugar de “repressão”, como propõe o presidente Lula aos ministros militares que protestaram.

Segundo o professor de filosofia da Uerj e presidente da Academia Brasileira de Filosofia, João Ricardo Moderno, se existe uma “busca interessada da verdade”, já se está distorcendo o resultado final, que vai encontrar aquilo que estava buscando. Quem age assim “não está interessado minimamente em buscar a verdade, mas em forçar uma situação para que coincida com seu pensamento”.

O professor Francisco Carlos Teixeira, como historiador, considera que o fundamental para se expor a verdade é abrir os arquivos do regime militar, sem se importar com o fato de que esses arquivos, na maior parte das vezes, revelam-se “uma porcaria”.

“São informações de segunda ou terceira pessoas, baseadas em fofocas, sem interesse histórico”. Ele lembra o historiador Carlos Ginsburgo, que escreveu o livro “O queijo e os vermes”, sobre a Inquisição, que dizia que quem usar fontes da Inquisição vai acabar comprovando a existência de bruxas.

“Se usar as fontes da repressão, vai acabar comprovando que comunistas comiam criancinhas”, ironiza Teixeira.

Mesmo assim, ele considera que a abertura de todos os arquivos, embora não vá redundar em “atos de direito”, servirá para que se possa conhecer a História do país. “Anistia não é esquecimento, mas perdão dos atos cometidos”.

Ele admite que existe dificuldade cultural no Brasil com relação a arquivos, que não tem a ver apenas com os do regime militar: “É uma mania brasileira, tanto que o Itamaraty até hoje cria problemas com os arquivos da Guerra do Paraguai. Há um sigilismo na mentalidade da sociedade brasileira que vem da tradição ibérica de arquivo como alguma coisa perigosa e comprometedora”.

Teixeira sabe do que está falando. Ele foi o redator do artigo da Constituição de 1988 que criou o “habeas datas”, porque era, na ocasião, diretor do Conselho Nacional de Arquivos do Brasil e permitiu o acesso aos arquivos da ditadura em repartições públicas.

Guarda até hoje uma carta de Ulysses Guimarães em que ele dizia que aquele seria “o meu artigo” por causa exatamente do acesso livre do cidadão à informação.

Francisco Carlos Teixeira lembra que a abertura dos arquivos tem como contrapartida a necessidade de todos assumirem as responsabilidades, “inclusive a esquerda, porque muitos desses depoimentos, mesmo que conseguidos através de torturas, são altamente comprometedores”.

Ele não vê razão para que as Forças Armadas resistam à revelação de fatos da época da ditadura militar, pois “não há hoje nas Forças Armadas ninguém que tenha tido comprometimento com o que aconteceu”.

Ao mesmo tempo, Francisco Carlos Teixeira faz questão de frisar que o regime ditatorial deveria ser classificado como regime “civil-militar”, porque foi apoiado pelos civis, “e essa comissão deveria ter sido instituída naquele momento para revelar a participação de todos e de qualquer um, principalmente em crimes como a tortura, prática injustificável e imperdoável”.

Mas a tortura, diz Teixeira, não pode ser atribuída a instituições: “Tortura não é responsabilidade da instituição, mas de pessoas. Houve militares que se recusaram a participar, e civis que a aceitaram e praticaram”.

ARI CUNHA

Direitos humanos: dois lados culpados


Correio Braziliense - 13/01/2010

Ministros falam sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos. Comissão da Verdade sugere investigação de tortura na ditadura militar. Lula queria silêncio dos auxiliares. A Comissão da Verdade pode abrir o leque para esclarecer os fatos. Deve abrir o baú da hipocrisia e mostrar tanto um lado como o outro. Houve tortura, crimes, mortes violentas. Vale a verdade para que se esclareçam dificuldades. Os dois lados devem responder pelos fatos, e não apenas imperar uma versão.


A frase que foi pronunciada

“Que vai ser bom ter opção para almoçar, isso vai.”
Comentário de um jornalista animado com o projeto de uma praça de alimentação no Senado.

Jogada
» Confiante no cartaz dado pela TV, o PDT insiste em Wagner Montes. A ideia é que ele dispute o governo fluminense. Só falta a TV Record liberar e o partido assumir a conta.

Denatran
» O último prazo para se adaptar às regras do Denatran será no meio deste ano. Uma das mudanças principais será o transporte de crianças. O uso da cadeirinha passa a ser obrigatório até os sete anos de idade.

Chance
» Órfãos poderão ser adotados com mais facilidade. Nova proposta para regulamentar o assunto traz várias novidades. A principal é que brasileiros passam a ter prioridade sobre estrangeiros. A inscrição dos futuros pais será válida em todo o território nacional.

Mais uma
» Andando nas pontas dos pés, as mudanças no Código Civil serão firmadas de forma sorrateira. De um lado e de outro, interesses escusos recebem votos à revelia da vontade do povo brasileiro. Foi assim com a PEC do calote.

Solução
» Shopping de Taguatinga enfrentou o pavor com bandidos armados atirando. A Polícia Civil tem disponível, desde 2008, o Sistema Sentinela. Trata-se de atendimento imediato a locais públicos. Escolas, condomínios e comércio resguardados por uma segurança a mais. É só ir pessoalmente à delegacia mais próxima.

Alternativa
» No Senado, a Comissão de Infraestrutura analisa projeto que vai desburocratizar o uso da malha ferroviária. Por meio de incentivos, as concessionárias poderão reduzir os custos e aumentar os lucros.

Presente
» Ana Clara Rodrigues Brandt, repórter do Correio com o forte em cultura, ganhou um presente “inembrulhável”. Depois da entrevista que fez com Anand Rao, músico e poeta, recebeu uma composição feita em sua homenagem. Está no YouTube para quem quiser conferir.

Achados
» Documento perdido não deve ser razão para desespero e aborrecimento. Mais de 1 milhão de carteiras de motoristas e identidades estão aguardando os donos nas agências dos Correios. Há um cadastro nacional que facilita a recuperação.

Ataque
» Mais um pit bull ataca crianças em Brasília. Cachorro de porte médio e grande deve usar focinheira para passear. Acontece que não há regulamentação para a lei que já está em vigor. O resultado é que ninguém se responsabiliza pela fiscalização.


História de Brasília

A propósito disso, o governador Carvalho Pinto está “com as mãos na cabeça”. Todos os seus bons colaboradores estão sendo chamados para servir no plano federal. Já ontem, regressou de S. Paulo o prefeito Paulo de Tarso, que foi pedir quatro colaboradores para a sua administração e conseguiu o comissionamento de todos. (Publicado em 22/2/1961)

GOSTOSA

JOSÉ SIMÃO

Verão 2010! Saiu a Mulher Miojo!

FOLHA DE SÃO PAULO - 13/01/10


E a mais nova invenção americana é um robô sexual que conversa! Não tem uma versão muda?


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Pensamento do dia: quem dá aos pobres paga o motel!
E esse BAFO DOS INFERNOS? Sensação térmica: quero morrer! Tem gente indo mais cedo pro trabalho. Isso pra aproveitar o ar-condicionado da firma. E o ar-condicionado ecológico: um respira e o outro aspira.
E acaba de sair nas praias do Rio a Mulher Miojo: é só jogar na água e comer! Rarará! A MULHER MIOJO! Sensação térmica: tô fritando os miolos! Tô fritando os miolos. Vou virar loira. Promovido a loira.
E a nova invenção americana: "Empresa americana lança robô sexual que conversa com o usuário". Tem versão muda? A gente leva anos pra mulher parar de falar e aí vem esse robô e quer conversar? E esse robô sexual fala o quê? "Você me ama mesmo ou só quer me comer?" Rarará! E a última coisa que uma pessoa quer quando procura um robô sexual é conversar!
E tem em um bandido muito famoso em Maceió (aliás, bandido famoso de Maceió mora em Brasília) que se chama MATA SOGRA! Esse tem respaldo popular. Rarará! E a CPI do Arruda? Do Propinetone. Tá sendo chamada de CPI Micareta: panetone fora de época! CPI quer dizer Coma a Pizza Inteira. Essa CPI vai acabar em Bauducco!
E "Big Brother" mesmo é o circuito interno de segurança do prédio: o porteiro xavecando as empregadas, o vigia enfiando o dedo no nariz e o entregador de pizza encoxando a vizinha na garagem! E as duas loiras se bronzeando na praia: "Qual é o seu protetor?". "Santo Expedito". Rarará! E aí perguntaram pro português se a mulher dele era boa de cama. "Uns dizem que sim, outros dizem que não." Rarará!
É mole? É mole, mas sobe! OU como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece! Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Marabá, no Pará, tem um forró chamado Enfeza Rola.
Parece Dias Gomes. E todo forró no Brasil acaba em rola! Enfeza Rola, Rala Rola, Sobra Rola, Rola Rola! Ueba! Mais direto, impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil! E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Aerobu": pássaro que avoa que nem avião. Rarará. O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza.
Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! E quem não tiver colírio pode pingar Ajax com Fanta Uva!

ANCELMO GÓIS

CRISE ARGENTINA

O GLOBO - 13/01/10


Em Buenos Aires, há pedintes nas ruas abordando turistas brasileiros, digamos, em nossa moeda:
– Una moneda de 1 real, por favor...
PAPO DE BOTEQUIM
O que se diz é que a Heineken relutou em assumir o braço brasileiro da mexicana Femsa (Kaiser, Bavaria, Sol), porque aqui o osso é duro de doer. Fez isso para não perder o mercado dos EUA, onde as marcas da Femsa têm boa aceitação.
FILME DE LULA NO BBB
O filme Lula, o filho do Brasil será exibido para os concorrentes do BBB 1, que estreou ontem na TV Globo, com direito a debate entre os participantes do programa.
PIRATAS DE LULA...
Aliás, o Ministério da Justiça rebate a crítica de Barretão, às voltas com cópias fajutas de Lula, o filho do Brasil, de que o Conselho Nacional de Combate à Pirataria “não existe”. Diz que, ao longo de 2009, a Polícia Federal realizou 180 operações de combate à pirataria, nas quais foram presas 526 pessoas.
CARTÃO VERMELHO
O juiz da 28ª Vara Cível do Rio, Magno Alves Assunção, proibiu de vez a gigante Mastercard de usar a imagem da seleção brasileira de futebol, a pedido do diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes. Aliás, a gigante do cartão, recentemente, renovou com Pelé como garoto-propaganda.
CALMA, GENTE
Índia Potira, a ex-chacrete, virou ré num processo movido por algumas ex-colegas do programa do Chacrinha. É que, em seu depoimento no filme Alô, alô, Terezinha, sobre o Velho Guerreiro, disse que certas chacretes “faziam programa e cheiravam cocaína com os artistas”.
FOGO NA MATA
A Federação das Indústrias de Rondônia distribuiu de brinde de Natal o livro A fraude do aquecimento global, do geólogo Geraldo Luís Lino, que questiona as mudanças climáticas.
NO MAIS...
Há no meio científico, aqui e lá fora, um grupo, miúdo, é verdade, que minimiza o problema ambiental. Mas tem gente que usa este argumento (espero que não seja o caso da Federação de Rondônia) para, por exemplo, pôr fogo na mata sem sentir culpa.
ROSE PEITUDA
O juiz Fábio Uchoa preside hoje o julgamento de Roseli Costa, a Rose Peituda. A moça, que seria líder de 20 marginais, é acusada de ter participado das mortes de Taís da Sílvia e Maria Carolina Lopes.
DIÁRIO DO GALEÃO
Dois amigos da coluna que precisaram usar o serviço de cadeira de rodas do Galeão-Tom Jobim constataram: o aeroporto da cidade-sede dos Jogos de 2016 (e, portanto, das Paraolimpíadas) está totalmente despreparado para esta situação. Sem elevadores apropriados e com caminhos bloqueados, fizeram um périplo pelas entranhas do Galeão até a saída. Acredite: se o aeroporto é assustador por fora, por dentro é indescritível.
ANTITERROR CAIPIRA
O deputado Chico Alencar voltava ontem do interior de São Paulo pelo aeroporto de Ribeirão Preto, quando, ao passar pelo raio X, passou a acreditar que o rigor da fiscalização antiterror que domina aeroportos chegou ao Brasil. O segurança cismou com uma caixinha que ele levava e, desconfiado, pedia que ele provasse que era mesmo... Uma dúzia de ovos caipiras.

GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO

DORA KRAMER

À imagem e semelhança

O ESTADO DE SÃO PAULO - 13/01/10


Da corrupção filmada com deputado enfiando dinheiro nas meias até a entrega da investigação a investigados, suspeitos e amigos dos acusados, passando pela concessão do perdão do governador flagrado na partilha aos seus "agressores", tudo é exagerado ? ao molde das más comédias ? no caso do esquema de distribuição de propinas descoberto pela Polícia Federal no governo de Brasília.

Descontada a exacerbação do descaramento, nada diferencia a condução do caso na Câmara Distrital da capital da República da prática no Congresso Nacional de manipular toda e qualquer investigação que ameace o Poder do lado interno ou externo da Casa.

Em Brasília, passado o susto com o impacto provocado pelas imagens entregues à polícia pelo delator e operador do esquema, o cinismo voltou a imperar, resultando na montagem de uma empulhação destinada a permitir que, do governador aos deputados, todos cumpram em paz seus mandados até o último dia.

Foram criadas três instâncias de proteção. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as "irregularidades" do governo em que presidente e relator são ex-secretários do governo, o vice-presidente é um aliado e apenas um dos integrantes não faz parte da base de sustentação de José Roberto Arruda.

Na Comissão de Constituição e Justiça, encarregada de admitir ou não a tramitação dos pedidos de impeachment contra o governador, foi eleito um novo presidente: Geraldo Naves, amigo assumido do governador Arruda e do vice, Paulo Octávio, aos quais teve oportunidade de visitar várias vezes desde o início do escândalo, a fim de emprestar solidariedade.

Na comissão especial que examinará os pedidos de impeachment caso eles passem pelo crivo da CCJ, a maioria também é governista.

Segundo a deputada Eliana Pedrosa, ex-secretária do governo, nada disso impõe às investigações qualquer "viés" pró-Arruda. De acordo com ela é incorreto falar em "governistas" já que o governador está sem partido.

De fato, depois de sair do DEM ? partido de Eliana, por sinal ?, o governador ficou sem legenda partidária, mas continuou de posse do governo. E, com ele, da maioria dos 17 entre os 24 deputados distritais que, se tudo o mais der errado, vão votar o destino do governador no plenário.

Todo esse arcabouço de desfaçatez presidido por quem? Pelo deputado que enfiou dinheiro nas meias, Leonardo Prudente, presidente da Câmara Distrital, de volta ao cargo depois de breve licença.

E para quem ainda sente dificuldade em ligar o nome desse jogo à pessoa do Congresso Nacional, o presidente da CPI do Arruda, Alírio Neto, esclarece comparando a "sua"comissão à CPI da Petrobrás: "No Congresso, a presidência da CPI ficou com o governo, não vejo dificuldade nenhuma."

De fato, só se vislumbram facilidades. Para o governador e os dez deputados distritais envolvidos no escândalo. Entre eles, Eurides Brito, filmada literalmente embolsando dinheiro, mas com seu assento mantido intacto na Comissão de Constituição e Justiça.

Isolada, a líder do PT, Érica Kokay, analisa o quadro: "Tudo indica que há uma articulação do governador para que o processo de crime de responsabilidade seja arquivado."

Noves fora a ingenuidade simulada, a deputada sabe muito bem do que fala, pois o exemplo lhe é partidariamente familiar.

Coreografias

Se é verdade mesmo que o presidente Lula seis dias antes da assinatura do decreto orientou o secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, a retirar do texto sobre a Comissão da Verdade a referência a punição aos torturadores, alguém enganou alguém.

Lula teria sido alertado do equívoco pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, no dia 15 de dezembro. Quando o decreto saiu no Diário Oficial com o texto inalterado, Jobim e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, apresentaram seus pedidos de demissão, mas recuaram em seguida.

Como o secretário não foi admoestado pelo ato de quebra de confiança, o mais provável é que Lula não tenha pedido modificação alguma. Até porque, se pediu, o normal teria sido verificar se havia sido atendido.

Obviamente o raciocínio não escapa ao tirocínio da cúpula da Defesa, o que faz do ato da demissão coletiva um balé.

Quem cala

Quando parlamentares e dirigentes do PSDB se manifestam em clima de campanha e de candidatura presidencial definida, não contrariam ? como rezam algumas interpretações ? o governador de São Paulo, José Serra.
Apenas cumprem o com ele combinado: enquanto o partido fala, o candidato cala.

Prolixo

O Programa Nacional de Direitos Humanos contempla 521 medidas. Mais que o dobro da Constituição com seus 250 artigos, já considerados excessivos.

CLÁUDIO HUMBERTO

“Há uma grande confusão dentro do próprio governo [federal]...”
GOVERNADOR JOSÉ SERRA (PSDB) EMBROMANDO, SEM TOMAR POSIÇÃO SOBRE O POLÊMICO DECRETO

CRISE MILITAR RECRUDESCE NO GOVERNO
Há algo no ar além dos caças Rafale e o decreto voador: o comandante da Marinha, almirante Júlio Moura Neto, estava no Rio e foi chamado às pressas ontem a Brasília. O adiamento da audiência do ministro da Defesa e o presidente Lula provocou desconforto entre os chefes militares. É que o Palácio do Planalto vazou que Lula considerou “chantagem” a ameaça de demissão de Nelson Jobim.
A AMEAÇA
Jobim cogitou entregar o cargo caso não fosse revisto o Plano Nacional de Direitos Humanos.
NOVA REUNIÃO
Lula marcou reunião com Nelson Jobim e Paulo Vanuchi (Direitos Humanos) até sexta-feira.
MESMO SACO
A rigor, os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) não se posicionaram sobre o decreto petista “dos direitos dos mano”.
AI-5 PETISTA
O leitor catarinense Irineu Deliberali explica a sigla “AI-51 de Lula” para o tal “plano de direitos humanos” do PT: “A” de aloprado e “I” de Inácio.
SAÚDE NO DF TEM 640 MIL REFEIÇÕES POR MÊS
O contrato da Secretaria de Saúde do DF com a empresa Sanoli Indústria e Comércio de Alimentação, no valor de R$ 70 milhões por ano, prevê o fornecimento de 640.000 refeições mensais a pacientes e funcionários na chamada “rede pública de saúde”, composta de 16 hospitais. O maior deles tem só 797 leitos. Por meio ano de contrato, que foi prorrogado até maio, a empresa receberá R$ 35,5 milhões.
JUSTIÇA SEJA FEITA
A aversão a concorrência não é da Sanoli, mas da Secretaria de Saúde, que ignorou os ofícios da empresa insistindo em nova licitação.
VENTO NA POPA
O polo industrial de Manaus faturou US$ 2,8 bilhões em novembro, contra US$ 2,1 bilhões no mesmo período de 2008. Cresceu 37,6%.
MALA SEM ALÇA
Há exatos 115 dias o desocupado Manuel Zelaya está por nossa conta na Casa da Mãe Joana, isto é, a embaixada do Brasil em Honduras.
ESTOU FORA
O senador Cristovam Buarque não disputará o governo do DF. Disse ao PDT que renunciaria logo na primeira greve de professores – cujas paralisações anuais já fazem parte do calendário de folgas da classe.
PÕE O TUBO...
A julgar pelas três ambulâncias estacionadas ontem à porta do local que sediou mais um factoide do Minha Casa, Minha Vida, em Brasília, o programa habitacional do governo Lula deve estar na UTI.
PISO PARA PMS
Lula recebeu ontem o senador Renan Calheiros, para discutir o projeto do piso nacional para policiais militares, que será pago em parte pelo seu governo. Não será o do DF (R$ 5.200), mas pode ficar em R$ 3.300.
QUEM MATOU JOSÉ GUILHERME?
Completam-se nesta quinta-feira 150 dias do brutal assassinato do ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, de sua mulher Maria e da empregada Francisca. E a Polícia Civil do DF continua na estaca zero.
CONTRACHEQUE SEM FUNDOS
A Universidade de Brasília deixou de pagar as férias de alguns professores no dia 4 deste mês. Mas o aviso de pagamento tava lá, no contracheque. A UnB informou que vai depositar a grana sexta-feira.
SÓ FALTOU CAIR NEVE
Sergipe sofreu ontem um forte temporal, que atingiu até municípios do Sertão de terra rachada. “Desse jeito o Sertão vai acabar virando mar”, comentou o ilustre sergipano Cezar Britto, presidente nacional da OAB.
RAFALE NA CABEÇA
Entre o que pensa torneiro mecânico que assina sem ler e os técnicos da Aeronáutica, vai prevalecer o comprometimento de Lula com essa compra: o Brasil deve oficializar ainda este mês a opção pelos caças franceses Rafale, como Lula já havia prometido a Nicholas Sarkozy.
ENQUADRADOS
Sabe o que vai acontecer nos quartéis da Aeronáutica, após o presidente Lula anunciar sua opção pelos caças franceses Rafale? Nadica de nada: os militares da FAB vão ficar pianinho, mudos.
SIM, SENHOR
A frase de Getúlio Vargas sobre o temor de amigos dele à reação dos quartéis, tem sido repetida no Planalto: “Militares batem continência”.

PODER SEM PUDOR
O PREÇO DO DESAFIO
Dono da língua mais afiada do seu tempo, o deputado Carlos Lacerda foi surpreendido, no plenário, pela queixa do deputado Napoleão Nono (CE) sobre a referência do parlamentar do Rio de Janeiro a “cearenses contrabandistas”. Nonô falou com firmeza:
– A bancada do Ceará protesta contra a acusação!
E experimentou o fel que escorria no canto da boca de Lacerda:
– Eu não disse que os cearenses são contrabandistas, deputado Napoleão. Eu disse que há cearenses que fazem contrabando. Entre os quais, data vênia, incluo Vossa Excelência...

O ESGOTO DO BRASIL

QUARTA NOS JORNAIS

- Globo: Planos de saúde cobrirão mais consultas em cirurgias


- Folha: Forte terremoto atinge o Haiti


- Estadão: Planos cobrirão mais tratamentos


- JB: Planos: cobertura maior sem reajuste


- Correio: Terremoto devasta a capital do Haiti


- Valor: Comperj dobra capacidade para ser refinaria 'premium'


- Jornal do Commercio: Plano de saúde terá de ampliar coberturas