VALOR ECONÔMICO - 03/10
A pré-candidatura do senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, à Presidência da República em 2014 acumulou boas notícias nos últimos dias. A permanência do ex-governador e ex-ministro José Serra no PSDB, confirmada na terça-feira, foi a mais importante delas, mas não a única.
No caso de Serra, o que traz mais alívio aos tucanos é a união do partido em São Paulo. Deixando o PSDB para concorrer ao Palácio do Planalto pelo PPS - possibilidade mantida até o último momento da decisão - o ex-governador enfraqueceria a candidatura do governador Geraldo Alckmin à reeleição e dividiria a base eleitoral do PSDB no Estado, o maior colégio eleitoral do país. Esse transtorno foi afastado. São Paulo fica unificado.
Nas conversas entre Aécio e Serra, ficou implícita uma espécie de acordo de cavalheiros, para tentar afastar as intrigas e fofocas entre os aliados dos dois, que tradicionalmente marcam as campanhas eleitorais do PSDB. Aécio não quer ser prejudicado em São Paulo e Serra não quer ser acusado de estar sempre armando alguma arapuca para o mineiro.
Outra combinação entre ambos é que a definição do candidato a presidente não acontecerá antes de março. É apenas um gesto político, já que Aécio é o nome consensual da legenda para a disputa. Os serristas sabem disso e não cogitam a solicitação de prévias, nem mais à frente.
De qualquer forma, esse adiamento, ainda que simbólico, mantém Serra como uma possibilidade. É um nome forte, competitivo, que não vai brigar pela vaga, mas não está totalmente fora do jogo. Se houver uma reviravolta no cenário político, ele pode ser uma possibilidade. No quadro atual, seu futuro será a disputa ao Senado ou à Câmara dos Deputados.
Aecistas dizem que esse acordo atende totalmente à estratégia do grupo. Ou seja, o senador mantém suas viagens pelo país como presidente do partido e só assume sua candidatura no ano que vem. E, espera-se, com o apoio formal de Serra. O ex-governador pretende viajar, fazer suas palestras e expor suas críticas aos governos do PT.
Outro movimento favorável à pré-candidatura tucana ocorreu sábado, em Curitiba. Aécio conseguiu garantir uma aliança entre o governador do Paraná, Beto Richa, e o senador Álvaro Dias, seu desafeto, para as eleições do próximo ano.
Os dois estarão na mesma chapa, vista como a mais forte do Estado. São mais 500 mil votos no Paraná, segundo tucanos. Álvaro chegou a cogitar sair do PSDB, o que preocupava o partido. Aécio conseguiu mantê-los no mesmo palanque, cada um candidato à reeleição a seu atual cargo.
O terceiro movimento recebido pelo PSDB como favorável à candidatura de Aécio foi a criação do Solidariedade, partido organizado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, que deixa o PDT. Ainda que deputados da base governista tenham migrado para a nova legenda e mantenham disposição de apoiar a presidente Dilma Rousseff, esse é um fato minimizado pelo PSDB.
Essas alianças locais são consideradas irrelevantes. Os tucanos estão seguros de que a aliança nacional do Solidariedade será com o PSDB, o que agrega precioso tempo de propaganda eleitoral gratuita na televisão.
Após esses três movimentos contabilizados a favor de Aécio, agora as atenções de seus aliados estarão voltadas para a decisão a ser tomada hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com relação à Rede Sustentabilidade, garantindo ou não a criação do partido para a ex-ministra Marina Silva concorrer ao Palácio do Planalto.
Tanto Aécio quanto o governador Eduardo Campos (PE), que pretende disputar a presidência pelo PSB, são defensores da criação do Rede e do direito de Marina disputar o Planalto pela nova legenda. O argumento é que sua participação na eleição afasta o risco de Dilma Rousseff ser eleita em primeiro turno.
Mas, entre tucanos, há quem diga que, no fundo, a torcida é para que Marina não dispute. Ela no jogo a briga será entre os três - Aécio, Eduardo e Marina - para ver quem irá para o segundo turno com Dilma. Sem Marina, há quem acredite, no PSDB, que Aécio possa crescer e conquistar uma boa fatia desse eleitorado de Marina.
A decisão não foi fácil para Serra. Ele esteve com um pé no PPS, legenda pela qual pensou em disputar a Presidência da República, mesmo considerando chance praticamente zero de vitória. Não tinha expectativa de alianças eleitorais e o tempo de televisão seria mínimo.
Mas evitaria o desconforto de permanecer no PSDB e ter de fazer campanha para Aécio. E ainda ser acusado de estar por trás de qualquer fato negativo que ocorresse no caminho do senador.
Se saísse do PSDB, Serra incomodaria mais Aécio. Ele sabe que entregou uma mercadoria ficando no partido. Não tem a menor possibilidade, hoje, de ser escolhido candidato a presidente. Mas imprevistos podem acontecer. O resto é futuro.
Líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), formalizou, em seu parecer à PEC do orçamento impositivo , a proposta de vincular a ações e serviços de saúde os recursos de 50% das emendas parlamentares incluídas ao Orçamento da União. Mas há muita resistência na Câmara dos Deputados, Casa que apresentou a sugestão de destinar à saúde 40% das emendas. Braga e os líderes do Senado receberam do Palácio do Planalto a garantia de que o percentual de 50% estava negociado com os deputados. Mas, por enquanto, não é o que se percebe. E, como a PEC será novamente submetida à Câmara, os deputados poderão suprimir esse dispositivo. Ou seja, o orçamento impositivo pode acabar sendo aprovado sem vinculação à saúde. Por outro lado, Braga determinou que 15% da receita corrente líquida da União serão aplicados no setor, ainda que em cinco anos. Nesse ponto, parece haver acordo.
No caso de Serra, o que traz mais alívio aos tucanos é a união do partido em São Paulo. Deixando o PSDB para concorrer ao Palácio do Planalto pelo PPS - possibilidade mantida até o último momento da decisão - o ex-governador enfraqueceria a candidatura do governador Geraldo Alckmin à reeleição e dividiria a base eleitoral do PSDB no Estado, o maior colégio eleitoral do país. Esse transtorno foi afastado. São Paulo fica unificado.
Nas conversas entre Aécio e Serra, ficou implícita uma espécie de acordo de cavalheiros, para tentar afastar as intrigas e fofocas entre os aliados dos dois, que tradicionalmente marcam as campanhas eleitorais do PSDB. Aécio não quer ser prejudicado em São Paulo e Serra não quer ser acusado de estar sempre armando alguma arapuca para o mineiro.
Outra combinação entre ambos é que a definição do candidato a presidente não acontecerá antes de março. É apenas um gesto político, já que Aécio é o nome consensual da legenda para a disputa. Os serristas sabem disso e não cogitam a solicitação de prévias, nem mais à frente.
De qualquer forma, esse adiamento, ainda que simbólico, mantém Serra como uma possibilidade. É um nome forte, competitivo, que não vai brigar pela vaga, mas não está totalmente fora do jogo. Se houver uma reviravolta no cenário político, ele pode ser uma possibilidade. No quadro atual, seu futuro será a disputa ao Senado ou à Câmara dos Deputados.
Aecistas dizem que esse acordo atende totalmente à estratégia do grupo. Ou seja, o senador mantém suas viagens pelo país como presidente do partido e só assume sua candidatura no ano que vem. E, espera-se, com o apoio formal de Serra. O ex-governador pretende viajar, fazer suas palestras e expor suas críticas aos governos do PT.
Outro movimento favorável à pré-candidatura tucana ocorreu sábado, em Curitiba. Aécio conseguiu garantir uma aliança entre o governador do Paraná, Beto Richa, e o senador Álvaro Dias, seu desafeto, para as eleições do próximo ano.
Os dois estarão na mesma chapa, vista como a mais forte do Estado. São mais 500 mil votos no Paraná, segundo tucanos. Álvaro chegou a cogitar sair do PSDB, o que preocupava o partido. Aécio conseguiu mantê-los no mesmo palanque, cada um candidato à reeleição a seu atual cargo.
O terceiro movimento recebido pelo PSDB como favorável à candidatura de Aécio foi a criação do Solidariedade, partido organizado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, que deixa o PDT. Ainda que deputados da base governista tenham migrado para a nova legenda e mantenham disposição de apoiar a presidente Dilma Rousseff, esse é um fato minimizado pelo PSDB.
Essas alianças locais são consideradas irrelevantes. Os tucanos estão seguros de que a aliança nacional do Solidariedade será com o PSDB, o que agrega precioso tempo de propaganda eleitoral gratuita na televisão.
Após esses três movimentos contabilizados a favor de Aécio, agora as atenções de seus aliados estarão voltadas para a decisão a ser tomada hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com relação à Rede Sustentabilidade, garantindo ou não a criação do partido para a ex-ministra Marina Silva concorrer ao Palácio do Planalto.
Tanto Aécio quanto o governador Eduardo Campos (PE), que pretende disputar a presidência pelo PSB, são defensores da criação do Rede e do direito de Marina disputar o Planalto pela nova legenda. O argumento é que sua participação na eleição afasta o risco de Dilma Rousseff ser eleita em primeiro turno.
Mas, entre tucanos, há quem diga que, no fundo, a torcida é para que Marina não dispute. Ela no jogo a briga será entre os três - Aécio, Eduardo e Marina - para ver quem irá para o segundo turno com Dilma. Sem Marina, há quem acredite, no PSDB, que Aécio possa crescer e conquistar uma boa fatia desse eleitorado de Marina.
A decisão não foi fácil para Serra. Ele esteve com um pé no PPS, legenda pela qual pensou em disputar a Presidência da República, mesmo considerando chance praticamente zero de vitória. Não tinha expectativa de alianças eleitorais e o tempo de televisão seria mínimo.
Mas evitaria o desconforto de permanecer no PSDB e ter de fazer campanha para Aécio. E ainda ser acusado de estar por trás de qualquer fato negativo que ocorresse no caminho do senador.
Se saísse do PSDB, Serra incomodaria mais Aécio. Ele sabe que entregou uma mercadoria ficando no partido. Não tem a menor possibilidade, hoje, de ser escolhido candidato a presidente. Mas imprevistos podem acontecer. O resto é futuro.
Líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), formalizou, em seu parecer à PEC do orçamento impositivo , a proposta de vincular a ações e serviços de saúde os recursos de 50% das emendas parlamentares incluídas ao Orçamento da União. Mas há muita resistência na Câmara dos Deputados, Casa que apresentou a sugestão de destinar à saúde 40% das emendas. Braga e os líderes do Senado receberam do Palácio do Planalto a garantia de que o percentual de 50% estava negociado com os deputados. Mas, por enquanto, não é o que se percebe. E, como a PEC será novamente submetida à Câmara, os deputados poderão suprimir esse dispositivo. Ou seja, o orçamento impositivo pode acabar sendo aprovado sem vinculação à saúde. Por outro lado, Braga determinou que 15% da receita corrente líquida da União serão aplicados no setor, ainda que em cinco anos. Nesse ponto, parece haver acordo.
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