FOLHA DE SP - 23/06
O Brasil mostrou, novamente, sua melhor qualidade coletiva, a marcação por pressão, que cria mais chances de gol, por tomar a bola no campo do rival, quando a defesa está desprotegida, e que dificulta o outro time a se organizar, trocar passes e chegar ao gol.
Se a Copa fosse fora do país, o Brasil, mesmo se quisesse, não conseguiria fazer tão bem essa marcação. Felipão sabe disso e tem aproveitado muito essa situação. Se outras equipes, até as medianas, como México e Uruguai, inferiores ao Brasil, atuassem em casa, fariam o mesmo e teriam mais chances.
A deficiência coletiva continua a mesma. Os dois volantes não se misturam com os três meias. Como a equipe toma muito a bola no campo do adversário, os meias e atacantes não precisam da passagem da bola, desde o campo de defesa.
Quando o Brasil faz um gol e deixa de pressionar --não dá também para fazer isso durante toda a partida--, permite a pressão do adversário, como fez a Itália, em vários momentos, não sabe cadenciar o jogo e ficar com a bola.
A Itália, que estava sem os dois grandes jogadores de meio-campo, Pirlo e De Rossi, ficou, logo no início, sem seu terceiro bom armador, Montolivo. Isso prejudicou muito o time italiano.
A arbitragem errou em vários gols. No primeiro, de Dante, havia impedimento. No segundo, não houve falta em Neymar. No gol da Itália, o árbitro marcou pênalti e o jogador italiano fez o gol.
Se o árbitro tivesse marcado o pênalti, o que seria o correto, Luiz Gustavo, que já tinha cartão amarelo, teria de ser expulso, o que provavelmente seria muito pior para o Brasil.
Sofreria um gol e ficaria com um jogador a menos.
O Brasil jogou melhor do que a Itália, mas os erros do árbitro foram decisivos para a vitória. Fred, além dos gols, se movimentou muito mais que nos jogos anteriores.
O time continua bem, definido na maneira de jogar, organizado, mesmo com algumas deficiências, e com uma enorme vontade de ganhar a Copa das Confederações.
FORÇA DO INCONSCIENTE
Se não houver uma grandíssima surpresa, o Brasil vai enfrentar o Uruguai, e a Itália, a Espanha.
Poucas seleções têm três bons jogadores na frente, como Suárez, Cavani e Forlán. Em compensação, o Uruguai tem graves deficiências. Após as vitórias sobre Venezuela, nas eliminatórias, e Nigéria, na Copa das Confederações, o Uruguai pode crescer. Há um temor e um respeito pela raça uruguaia. A imagem de Obdulio Varela, símbolo da raça, campeão do mundo em 1950, no Maracanazo, ainda brilha no inconsciente de todo os jogadores uruguaios.
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