FOLHA DE SÃO PAULO - 01/11/09
BRASÍLIA - A crise de Honduras foi um marco em vários sentidos, mas o principal deles foi reavivar a memória latino-americana e brasileira, em particular, para um dado da realidade: os EUA são os EUA.
Com Bush, a potência perdeu gradativa importância na América Latina e sobretudo na América do Sul, onde o Brasil vem emergindo e ocupando o vácuo norte-americano em sucessivos episódios. O mais simbólico deles foi quando a Colômbia invadiu o território do Equador para aniquilar uma base e o segundo principal líder das Farc.
O Brasil aproveitou para reforçar a parceria com Argentina e Chile, neutralizar a influência da Venezuela e baixar a bola dos EUA na OEA. Pela primeira vez, Washington ficou isolado, e todos os demais países se uniram na condenação à Colômbia. Assim ganhou gás a Unasul, que reúne os países sul-americanos num grupo paralelo à OEA. Ou seja: sem os EUA.
Até que... entram em cena o peculiar Zelaya, que não é nenhuma flor que se cheire, e Roberto Micheletti, o golpista que cheira pior ainda. Um teste para os limites de autonomia da América do Sul, para os arroubos de liderança do Brasil e para os EUA pós-crise e com Obama.
Desde cedo, ficou claro que só os EUA tinham de fato os recursos -em seus vários significados- para resolver a crise. Tanto que Lula telefonou para Obama, em 21 de agosto, e pediu que "aumentasse a pressão" por uma solução em Honduras. Um pedido na direção oposta aos da crise Colômbia-Equador.
Por sorte, o personagem central da negociação se chama Thomas Shannon. Vem a ser o homem para o Hemisfério Sul do governo Bush e o futuro embaixador no Brasil do governo Obama. Uma ponte importantíssima entre o poder que os EUA nunca deixaram de ter e a liderança que o Brasil almeja. Agora, é combinar com os russos. Quem confia na palavra e nas ações de tipos como Zelaya e Micheletti?
BRASÍLIA - A crise de Honduras foi um marco em vários sentidos, mas o principal deles foi reavivar a memória latino-americana e brasileira, em particular, para um dado da realidade: os EUA são os EUA.
Com Bush, a potência perdeu gradativa importância na América Latina e sobretudo na América do Sul, onde o Brasil vem emergindo e ocupando o vácuo norte-americano em sucessivos episódios. O mais simbólico deles foi quando a Colômbia invadiu o território do Equador para aniquilar uma base e o segundo principal líder das Farc.
O Brasil aproveitou para reforçar a parceria com Argentina e Chile, neutralizar a influência da Venezuela e baixar a bola dos EUA na OEA. Pela primeira vez, Washington ficou isolado, e todos os demais países se uniram na condenação à Colômbia. Assim ganhou gás a Unasul, que reúne os países sul-americanos num grupo paralelo à OEA. Ou seja: sem os EUA.
Até que... entram em cena o peculiar Zelaya, que não é nenhuma flor que se cheire, e Roberto Micheletti, o golpista que cheira pior ainda. Um teste para os limites de autonomia da América do Sul, para os arroubos de liderança do Brasil e para os EUA pós-crise e com Obama.
Desde cedo, ficou claro que só os EUA tinham de fato os recursos -em seus vários significados- para resolver a crise. Tanto que Lula telefonou para Obama, em 21 de agosto, e pediu que "aumentasse a pressão" por uma solução em Honduras. Um pedido na direção oposta aos da crise Colômbia-Equador.
Por sorte, o personagem central da negociação se chama Thomas Shannon. Vem a ser o homem para o Hemisfério Sul do governo Bush e o futuro embaixador no Brasil do governo Obama. Uma ponte importantíssima entre o poder que os EUA nunca deixaram de ter e a liderança que o Brasil almeja. Agora, é combinar com os russos. Quem confia na palavra e nas ações de tipos como Zelaya e Micheletti?
Nenhum comentário:
Postar um comentário