FOLHA DE SP - 11/03/12
rio +20
Agenda antiga privilegia só clima, diz Itamaraty
Para o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, secretário-executivo da Comissão Nacional da Rio +20, uma agenda antiga privilegia apenas questões climáticas. Figueiredo enfatiza que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em junho, não será apenas ambiental.
"Algumas pessoas ainda estão com agenda um pouco antiga, que têm seus méritos, mas se não houver integração da área ambiental com o desenvolvimento do país, não vai se proteger o meio ambiente mesmo", diz ele.
"Não há sustentabilidade com fome, sem crescimento econômico, como não há sustentabilidade sem proteção ambiental", acrescenta.
Antes da reunião de chefes de Estado, haverá os diálogos da sociedade, sobre nove temas, com a participação de Prêmios Nobel, CEOs de grandes empresas, cientistas e acadêmicos. Recomendações serão levadas à cúpula.
"Temos um modelo de desenvolvimento que gera crises de clima, biodiversidade, financeira, desigualdade..."
A ideia, segundo Figueiredo, é que os objetivos do desenvolvimento, que sairão do encontro, sejam para todos os países, não apenas para os países em desenvolvimento. "Não aceitamos que quando os países em desenvolvimento começaram a crescer tenha voltado a teoria de limites do planeta, o mesmo discurso de clima: vocês chegaram tarde e agora não podem emitir."
Há consenso em reforçar o Pnuma (Programa da ONU para o Meio Ambiente), diz.
"Uns querem composição universal e recursos destinados obrigatoriamente. O Brasil é flexível, quer reforçá-lo, mas não toma partido porque preside a cúpula e tem de buscar o entendimento."
Figueiredo se diz entusiasmado com o interesse de empresários, inclusive estrangeiros. São de vários setores, em especial aqueles que têm imagem de sustentabilidade.
A logística do evento não será fácil. "Imagine cerca de 100 chefes de Estado se retiram do Rio Centro à mesma hora, com cortejo de motocicletas, carros de segurança...Só de batedores serão 600."
"Não há sustentabilidade com fome, sem crescimento, como não há sustentabilidade sem proteção ambiental"
NÚMEROS
13 a 22 de junho
100 chefes de Estado*
50 mil pessoas
15 Prêmios Nobel*
Tombini e diretor do BC da Itália abrem evento sobre economia
Como parte do Momento Itália Brasil 2011/2012, será realizada amanhã uma conferência sobre o crescimento e os modelos de desenvolvimento dos dois países.
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central do Brasil, e Fabrizio Saccomanni, diretor-geral do BC italiano, abrirão o evento.
Além do embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca, estarão presentes empresários daquele país, como Franco Bernabè, presidente do Telecom Itália, Andrea Beltratti, presidente do Conselho de Gestão de Intesa Sanpaolo, e Federico Carli, vice-presidente da Associação Guido e Maria Carli.
A associação, o Banco Central da Itália e a Associação Bancária Italiana são os organizadores da conferência, que será realizada na embaixada em Brasília.
RECEITA IMPORTADA
Após fechar sua fábrica no Brasil em 2010, a multinacional farmacêutica Bristol-Myers Squibb acaba de inaugurar um edifício em São Paulo, apenas com escritórios, sem linha de produção.
O posicionamento atual será enfatizado nos próximos anos e vai focar investimentos em biofarmacêutica de inovação.
Os novos produtos, que exigem investimento agressivo em desenvolvimento, serão importados.
No Brasil, a companhia concentrou esforços em pesquisas clínicas, segundo Stephen Merrick, presidente da empresa no Brasil. "Não temos genéricos nem similares. Precisamos de inovação", diz.
Nos últimos três anos, a companhia investiu, mundialmente, cerca de US$ 10 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.
As linhas de OTC (remédios que dispensam receita) já existentes, comercializadas pela empresa no Brasil, passam a ser feitas em parceria com outras companhias do setor.
O QUE ESTOU LENDO
Paulo Solti, presidente da Volvo Cars no Brasil e na América Latina
O presidente da Volvo Cars no Brasil e na América Latina, Paulo Solti, costuma ler dois livros simultaneamente, "um mais relacionado a negócios e outro, à literatura contemporânea".
O executivo se debruça no momento sobre "A Estratégia do Oceano Azul", de W. Chain Kin e Renee Mauborgne. "O livro explica às empresas como sair da guerra desenfreada com os concorrentes, construindo estratégias para navegar em águas calmas, os oceanos azuis", conta Solti.
"Isso, usando as oportunidades que existem em todos os mercados e que passam desapercebidas para quem está focado somente na constante competição."
Entre as qualidades da obra, "que nos força a pensar de maneira diferente e a tirar a cabeça para fora d´água", Solti destaca principalmente os exemplos práticos.
O outro livro, de literatura, que está na cabeceira do executivo é "Ensaio sobre a Cegueira", do escritor português José Saramago.
"Mostra como viver privado de algo, como reagimos a isso e até onde podemos chegar. É fascinante", diz.
PUBLICIDADE INTERNA
As peças publicitárias realizadas dentro das lojas são a maneira considerada mais eficiente para fidelizar os clientes, segundo estudo da Oracle e da EIU (Economist Intelligence Unit).
A iniciativa é a "prioridade mais alta" para os próximos 12 meses na opinião de 46% dos entrevistados pelas duas companhias.
A medida que aparece em seguida é o desconto no preço de produtos, considerada por 43% dos empresários pesquisados.
O levantamento foi realizado com 221 executivos de empresas de Europa, Ásia e Américas do Sul e do Norte, que faturam ao menos US$ 1 bilhão por ano.
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