Exceções
LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO
O GLOBO - 07/07/11
Com Neymar, a mais notória exceção do momento, o assunto volta a ser discutido. Neymar é um fiapo. Não lhe falta só altura, falta largura e profundidade. Messi, a outra exceção indiscutível, pelo menos é troncudo. Neymar não tem nada que possa se chamar de tronco. Sua habilidade é enorme porque precisa compensar a falta de altura e a falta de tronco. Ele não era nem para ter se
criado, o que dirá ser atleta. A grande esperança do futebol brasileiro nesta Copa América é uma anomalia sobre duas pernas. Finas.
Estou escrevendo antes de Argentina e Colômbia, sem saber se o Messi acabou com o jogo ou decepcionou de novo, como na estreia. Acho que o problema do Messi, que nunca jogou pela Argentina o que joga no Barcelona, começa no hino. Preste atenção na sua cara quando tocam o hino argentino. Ele não sabe o hino. Ele nem tenta fingir que está cantando, que mesmo longe da
pátria não esqueceu a letra. Fica com uma expressão de visita.
E acaba jogando como visita, bem-educadamente, não querendo parecer muito saliente na casa dos outros. Messi, na seleção argentina, é um jogador constrangido. Mas é claro que se ontem ele cantou o hino com fervor e acabou com o jogo eu retiro tudo o que disse.
Neymar e Messi são as duas principais estrelas em potencial desta Copa América. Dependendo do que fizerem, os que insistem que o tamanho importa voltam à carga, ou calam-se para sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário