Exportador precisa de estímulo, diz Mantega
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/01/2010
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem à Folha que o setor exportador necessita de medidas de estímulos, mesmo apesar da alta de cerca de 8% do dólar em relação ao real neste mês.
"A concorrência internacional se intensificou, o que reduz o preço para o exportador", afirmou o ministro, que participa do Fórum Econômico Mundial, na Suíça.
Mantega não quis adiantar quais seriam as medidas de um eventual pacote. Segundo ele, o governo está fazendo uma análise de exportações, iniciada antes da desvalorização do real.
Redução de tributos é uma das queixas de exportadoras citadas pelo ministro.
Com relação à elevação do dólar, quando indagado se ficara contente com a desvalorização da moeda doméstica, Mantega disse que ficou satisfeito "com o rumo que tomou".
"Não tenho patamar ideal. Acredito que [a alta do dólar] reflete o aumento do deficit em conta-corrente", afirmou.
O fluxo de recursos para o Brasil será mais moderado neste ano. Para o ministro, demorou, mas o mercado percebeu o problema fiscal.
O crescimento econômico deverá ser puxado neste ano pelos investimentos, que devem avançar entre 15% e 20%, segundo Mantega. O ministro citou projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, entre 6% e 6,5%, consideradas por ele como muito otimistas. Mantega afirma estimar um crescimento menor, entre 5% e 5,5%.
Governo britânico vetou compra do Lehman, diz Paulson em livro
A trajetória do banco norte-americano Lehman Brothers, que quebrou em setembro de 2008 e detonou o agravamento da crise global, poderia ter tido um outro rumo, se o governo britânico não tivesse vetado a venda da instituição para o Barclays.
É o que conta o ex-secretário do Tesouro dos EUA Henry Paulson em seu livro de memórias "On the Brink" (À Beira, em tradução livre), que chega às livrarias americanas depois de amanhã.
Naqueles atribulados dias de setembro, o Barclays negociava a compra do Lehman Brothers. Havia urgência, mas as autoridades britânicas exigiam que os acionistas aprovassem o negócio. Só a autorização do governo do Reino Unido poderia derrubar a exigência, mas ele deixou claro que não o faria, temendo os efeitos da aquisição no sistema financeiro do país. No dia seguinte, o Lehman quebrou.
CILINDRADAS
O ex-piloto de motovelocidade Alexandre Barros aposta no potencial do mercado brasileiro de motociclismo. Ele está inaugurando uma escola de pilotagem em São Paulo e ampliando a sua grife de artigos e acessórios. O curso, que terá início em março, no autódromo de Interlagos, irá focar em técnicas de condução e segurança. Cada módulo do curso, voltado para motos acima de 250 cilindradas, tem duração de um dia e custa de R$ 3.500 a R$ 4.500. "O curso irá preencher uma deficiência que existe nesse mercado", diz Barros. A Four, grife do piloto de acessórios e vestuário, está lançando a sua nova linha, que deve chegar ao mercado nos próximos meses. Barros também está trazendo ao Brasil três novas marcas de produtos para a categoria: as italianas Valter Moto, de acessórios para motocicleta, e Starlane, de produtos eletrônicos, e a inglesa Action Cameras. "Esses produtos irão atender a demanda desse público exigente."
SENTIMENTO EM QUEDA
Depois de ganhar fôlego a partir de abril de 2009, o sentimento dos economistas voltou a apontar pessimismo neste mês, segundo o ISE (Índice de Sentimento dos Economistas), da Fecomercio SP. Os atuais níveis de gastos públicos, taxa de câmbio e inflação foram os fatores que pressionaram para baixo a avaliação dos especialistas sobre a economia. Abaixo de cem pontos, o índice aponta pessimismo. "Os aspectos avaliados pelo ISE, que mede a confiança dos economistas, são diferentes dos fatores que influenciam o índice de confiança do consumidor. Não são só renda e emprego que importam. Para os economistas, o nível dos gastos públicos, principalmente, está preocupante", diz Guilherme Dietze, da Fecomercio.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e ÁLVARO FAGUNDES
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