O GLOBO - 28/07
Perdemos a oportunidade de aproveitar as olimpíadas para limpar a nossa Baía. Sejamos honestos e em vez de investir em camuflagens na foz dos rios, como redes de coleta de lixo e Unidades de Tratamento de Rios - as UTRs -, vamos aplicar o dinheiro em soluções para limpar as suas águas, impedindo que nelas cheguem as toneladas de lixo e de esgoto que continuam espalhados por aí.
A Baía de Guanabara é o ralo para onde escoam as águas das chuvas depois de lavar o chão de uma área dez vezes maior do que ela e onde moram cerca de dez milhões de pessoas. Algumas estão em condomínios de luxo e grande parte em aglomerados de casebres onde às vezes, pasmem, nem vaso sanitário existe. Faltam redes de coleta de esgotos e coleta de lixo. Tratamento dos esgotos então, só para uma minoria. Tudo é levado pelos rios e acaba na pobre Baía de Guanabara, que espelha as mazelas do seu entorno.
Agora querem rapidamente, em nome das Olimpíadas, limpar o espelho, camuflar, esconder a imagem que ele reflete. Colocar na foz dos rios redes de contenção de resíduos e gastar milhões em Unidades de Tratamento de Rios, em vez de limpá-los desde as nascentes, tirar deles o lixo e os esgotos, tratando e melhorando as condições de saúde e de vida da população.
As redes de contenção e as UTRs vão, sim, trazer algum beneficio ao espelho d´água da Baía de Guanabara. Mas só ao espelho e só para inglês ver . A população continua na mesma. Pior, vai pagar pelo custo operacional das UTRs, que é três vezes maior do que o de uma estação convencional de esgotos. Em comparação, UTRs produzem muito mais lodo, que é indesejável lixo de qualquer estação de tratamento de esgoto. Também utilizam muitos produtos químicos que, além de caros, podem prejudicar a vida aquática que ainda persiste na Baía de Guanabara.
Não vamos jogar dinheiro no ralo. Vamos usá-lo para melhorar as condições de saneamento e de vida da população, coletando o lixo e tirando os pés das nossas crianças do esgoto.
Nossos visitantes, atletas e torcedores vão nos respeitar pela seriedade da escolha que, embora mais demorada e ao contrário da opção atual, será ambiental, social e economicamente sustentável.
A Baía de Guanabara é o ralo para onde escoam as águas das chuvas depois de lavar o chão de uma área dez vezes maior do que ela e onde moram cerca de dez milhões de pessoas. Algumas estão em condomínios de luxo e grande parte em aglomerados de casebres onde às vezes, pasmem, nem vaso sanitário existe. Faltam redes de coleta de esgotos e coleta de lixo. Tratamento dos esgotos então, só para uma minoria. Tudo é levado pelos rios e acaba na pobre Baía de Guanabara, que espelha as mazelas do seu entorno.
Agora querem rapidamente, em nome das Olimpíadas, limpar o espelho, camuflar, esconder a imagem que ele reflete. Colocar na foz dos rios redes de contenção de resíduos e gastar milhões em Unidades de Tratamento de Rios, em vez de limpá-los desde as nascentes, tirar deles o lixo e os esgotos, tratando e melhorando as condições de saúde e de vida da população.
As redes de contenção e as UTRs vão, sim, trazer algum beneficio ao espelho d´água da Baía de Guanabara. Mas só ao espelho e só para inglês ver . A população continua na mesma. Pior, vai pagar pelo custo operacional das UTRs, que é três vezes maior do que o de uma estação convencional de esgotos. Em comparação, UTRs produzem muito mais lodo, que é indesejável lixo de qualquer estação de tratamento de esgoto. Também utilizam muitos produtos químicos que, além de caros, podem prejudicar a vida aquática que ainda persiste na Baía de Guanabara.
Não vamos jogar dinheiro no ralo. Vamos usá-lo para melhorar as condições de saneamento e de vida da população, coletando o lixo e tirando os pés das nossas crianças do esgoto.
Nossos visitantes, atletas e torcedores vão nos respeitar pela seriedade da escolha que, embora mais demorada e ao contrário da opção atual, será ambiental, social e economicamente sustentável.
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