O GLOBO - 04/06
O cérebro normal de uma criança cresce até os cinco anos de idade e alcança um total de cerca de 90 bilhões de neurônios. Essa verdade não nasceu hoje, quando há um extraordinário avanço em tudo o que se refere à neurociência.
Mas é possível encontrar os prolegômenos da ideia em trabalhos como os do cientista e professor Josué de Castro, autor do célebre "Geografia da fome".
A desnutrição nos primeiros anos de vida provoca sequelas quase sempre irreversíveis, no crescimento do cérebro. Aí pode estar também a raiz das nossas clássicas dificuldades de alfabetização (hoje, ainda temos cerca de 14 milhões de adultos analfabetos).
Crianças nutridas adequadamente e recebendo educação de alto nível poderão se transformar nos cientistas de que carecemos, como reconheceu a própria presidente Dilma Rousseff. O seu programa Ciência sem Fronteiras busca exatamente a correção desse problema crônico, na educação brasileira.
Entendemos que não basta enviar nossos jovens para os grandes centros mundiais de pesquisa. Eles voltam (quando voltam) e não encontram ambientes propícios ao desenvolvimento das suas habilidades. É mais um tempo desperdiçado e recursos jogados fora.
Com a interface cérebro-máquina agora existente temos possibilidades incríveis de expansão do conhecimento, mas isso não começa nas universidades e sim nos primeiros anos de escolaridade. Inovação é um conceito muito amplo, que não pode ser introjetado na cabeça dos estudantes de repente, numa determinada série. Isso vem desde cedo, com professores bem preparados e estimulados a valorizar as conquistas científicas e tecnológicas.
É claro que todos sabemos o vulto do desafio. Às vezes nos espantamos com certas decisões aparentemente incompreensíveis, como a importação de médicos cubanos, "para trabalhar no interior do país".
Quem garante a competência deles para enfrentar os desafios da medicina tropical? Nem a desculpa de que se trata de uma solução de emergência tem cabimento, até porque isso se vai perigosamente ampliando. Começou na engenharia e agora chega à medicina.
Temos é que formar de modo competente os nossos jovens, com uma educação de primeira classe. Imaginar que a importação de cérebros estranhos à nossa realidade seja uma boa solução é tentar resolver o problema pelo facilitário.
Devemos acelerar a formação de cientistas em nosso país (existe um pequeno aumento nesse número), para aproveitar de modo inteligente a extraordinária reserva da biodiversidade brasileira.
Educando os jovens, certamente, eles irão influenciar os pais e assim se forma a equação do nosso progresso. Cérebro e computador não podem caminhar dissociados.
3 comentários:
Prezado sr Murilo
Venho através desta informar-lhe que o sr está publicando uma matéria “ILEGAL”. Além disso, a mesma foi por “LIMINAR JUDICIAL” solicitada remoção, haja visto todos os transtornos que tem causado.
Crime Virtual
Difamar: é levar ao conhecimento de outras pessoas fato ofensivo à reputação de alguém. A difamação está prevista no artigo 139 do Código Penal Brasileiro, com pena de prisão de 3 meses a 1 ano e multa.
Injuriar: é insultar, ofender a dignidade ou a honra de alguém, sem apontar especificamente as circunstâncias pejorativas. A injúria está prevista no artigo 140 do Código Penal Brasileiro, com pena de detenção de 1 a 6 meses ou multa.
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Sou profissional da saúde e como todo cidadão tenho o direito à DIGNIDADE E PRESERVAÇÃO A HONRA.
PARA evitarmos maiores problemas, inclusive à sua pessoa, solicito informalmente, que pelo amor de Deus e pelo bem que existe em sua alma, retorne a ligação: (11)95917.27.47.
Muito obrigada.
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