FOLHA DE S. PAULO - 06/07
BRASÍLIA - Ao abandonar o PT depois de mais de 20 anos de militância, o deputado federal Maurício Rands, um dos bons quadros do Congresso, confirmou que o partido vive um inferno astral.
Rands saiu atirando contra a cúpula nacional, pela "pretensão de impor, a partir de São Paulo, um candidato à Frente Popular e ao povo de Recife". E se aliou ao PSB.
Além de irritar petistas e socialistas, a fome do PT e a vontade de comer do governador Eduardo Campos explodiram a aliança do PT com o PSB em capitais importantes: Belo Horizonte, Recife e Fortaleza.
Campos anda caladão, mas o deputado e ex-ministro Ciro Gomes, também do PSB, disse em entrevista publicada ontem o que Roberto
Jefferson já dizia ao denunciar o mensalão, e o PMDB, o PDT e o PC do B dizem em privado: "O PT quer vassalagem. Eles só querem o "vem a nós"".
Luiza Erundina, do PSB, se rebelou e renunciou à vice na chapa do PT depois da foto do cafuné de Maluf no candidato de Lula em São Paulo, Fernando Haddad, já abandonado pela petista Marta Suplicy.
Dilma não gosta desse tipo de política, tem desprezo pelos políticos e mandou dizer que não vai participar da campanha. Acredite no recado quem quiser, porque ela será o grande trunfo de Haddad em São Paulo e já está metida até o pescoço na crise PT-PSB. Até porque é o pescoço dela em 2014 que está em jogo.
BH é um bom "case": o PT lança Patrus Ananias; Aécio fica com a reeleição de Márcio Lacerda, do PSB; Kassab, que apoia Serra em São Paulo, negocia com Dilma a adesão do PSD a Patrus; o PSD local dá de ombros e fica com Aécio-Lacerda.
Nessa lambança governista, o PMDB fala pouco e age muito. Onde o PSB se afasta do PT, o PMDB se aproxima. Onde Eduardo Campos assusta, Michel Temer acalma. Política é para profissionais.
Ah! E o julgamento do mensalão no Supremo nem começou...
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