terça-feira, junho 26, 2012

Suprema discórdia - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 26/06


O ofício enviado pelo ministro Carlos Ayres Britto a Ricardo Lewandowski, lembrando dos prazos regimentais para liberar o processo do mensalão, revoltou advogados dos réus e petistas. Para eles, a ação de Britto foi "atípica'' e deve se repetir no julgamento. Ministros do STF defendem Britto e dizem que, ao protelar a liberação, Lewandowski "age contra o colegiado''. Lembram que Cezar Peluso também cobrou celeridade do relator da ação, Joaquim Barbosa, no ano passado.

Justiça móvel Queixando-se de trabalhar diuturnamente, Lewandowski afirma que tem usado voos e até deslocamentos de carro para analisar as provas e os autos do mensalão. "Virei um verdadeiro gabinete ambulante", descreve o ministro.

Dupla sertaneja Ao entregar memorial de defesa ontem para o ministro Luiz Fux, o advogado Antonio Almeida de Castro, o Kakay, reclamou que a denúncia do mensalão trata seus clientes, Duda Mendonça e Zilmar Fernandes, como um único réu. "Parecem Leandro e Leonardo.''

Gula Petistas pressionam o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Eunício Oliveira (CE), para ter a relatoria do processo contra Demóstenes Torres (GO) na comissão. Mas o peemedebista deve nomear Pedro Taques (PDT-MT), já que o PT relatou o caso no Conselho de Ética.

Gota d'água O Itamaraty informou ao Palácio do Planalto que o impeachment de Fernando Lugo ganhou corpo após a nomeação de Rubén Candia para o Ministério do Interior. Ele assumiu o cargo após o confronto com 17 mortes no país, mas era o candidato de Lugo à sua sucessão.

De pé Em reunião no Palácio do Alvorada, no sábado, a presidente Dilma Rousseff disse a ministros que seguirá as decisões multilaterais que isolam o Paraguai, mas que o Brasil não pretende "implodir a ponte da Amizade".

Virada O TSE deve revogar hoje resolução que torna inelegíveis os candidatos que tiveram contas de campanhas rejeitadas. Os partidos recorreram da decisão do tribunal e, com a troca de Ricardo Lewandowski por José Antonio Dias Toffoli, a previsão é de placar de 4 x 3 para liberar os "contas sujas".

Bandeira Tucanos partidários da chapa "puro-sangue" devem aproveitar a reunião da direção do PSDB paulistano, hoje, para oficializar o pleito a José Serra. Vão sugerir para vice Andrea Matarazzo ou Edson Aparecido.

Fogo cruzado No QG de Serra, a pressão causa desconforto e há quem diga que um gesto ostensivo retardará ainda mais a composição da chapa majoritária. Gilberto Kassab repete a aliados que insistirá na indicação de seu ex-secretário de Educação Alexandre Schneider (PSD).

Piquete Sindicalistas do PSD desmobilizaram caravana de 400 militantes que participaria da convenção de Serra anteontem. O presidente licenciado da UGT, Ricardo Pattah, que também pleiteava a vice, viajou para Portugal dizendo-se escanteado pela organização do evento.

Low profile Prevista para a tarde de sábado, no salão nobre da Câmara, a convenção do PT que oficializará a candidatura de Fernando Haddad será compacta, com expectativa de reunir 400 pessoas. Pela manhã, o petista cumprimentará convencionais do PSB e PC do B.

Lá e cá A exemplo do PSB, que controla a Secretaria de Participação e Parcerias, o PC do B manterá seus cargos no governo Kassab mesmo após a aliança com Haddad. Os comunistas controlam a Secretaria Especial de Articulação da Copa.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"Se o vice não for tucano, o clima de frustração no PSDB será grande. Já cedemos muito a aliados, agora é hora de unificar o partido."
DO TESOUREIRO DO PSDB MUNICIPAL, FABIO LEPIQUE, sobre a expectativa de escolha da chapa de José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Contraponto

Velas em dois altares

Gabriel Chalita escolheu a Praça da Sé e o mesmo horário marcado para a missa em celebração do Dia do Imigrante para sua convenção, no último domingo. Católico, o candidato do PMDB se preocupou com o barulho do evento político, que poderia atrapalhar a missa.
-Somos descendentes de imigrantes, vamos à missa e depois fazemos a convenção, decidiu o candidato.
Então ele e o vice-presidente da República, Michel Temer, foram à celebração na Catedral da Sé. A estratégia funcionou, e o cardeal, em vez de reclamar do barulho, saudou a presença dos políticos ao culto dominical.

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