FOLHA DE SP - 08/01/12
Resorts brasileiros voltam a apresentar taxa de ocupação registrada pré-2008
A taxa de ocupação dos resorts brasileiros voltou ao patamar registrado antes do início da crise de 2008.
Em 2011, o índice foi de 52%, segundo estudo da Associação Brasileira de Resorts. Nos últimos três anos, foi a primeira vez que a ocupação foi superior à metade das diárias oferecidas.
"O crescimento ocorreu graças à demanda do mercado interno", diz o presidente da entidade, Dilson Jatahy.
No Costão do Santinho (SC), a taxa de ocupação no ano passado foi de 53%.
"Não é um resultado brilhante. Precisamos chegar ao menos em 55% para rentabilizar nosso negócio", diz o diretor do hotel, Rubens Régis.
Para apresentar melhores resultados nos próximos anos, o setor pretende voltar a atrair turistas do exterior.
Em 2011, apenas 19% dos hóspedes de resorts brasileiros eram estrangeiros. Três anos antes, eram 43%.
"Além do real valorizado, também temos problemas com a alta tributação. Pagamos 20% mais impostos que nossos concorrentes do setor de cruzeiros", afirma Jatahy.
A associação pretende reivindicar que o governo federal desonere a folha de pagamento do setor. "Temos dificuldade para disputar o mercado, pois nosso custo fixo para manutenção é muito alto. Pretendemos ser incluídos no programa Brasil Maior", diz o presidente da entidade.
Para o diretor do Costão do Santinho, a demanda interna também pode ajudar a elevar mais a taxa de ocupação.
"Nas últimas férias, houve uma invasão de brasileiros no exterior", diz Régis.
Resort Domestico
A retomada do setor veio acompanhada de uma "adaptação para o mercado doméstico" no novo cenário pós-crise, segundo José Romeu Ferraz Neto, presidente do Txai Resorts.
"Antes, as unidades eram muito maiores. Mas os novos produtos diminuíram para ter valor mais baixo", afirma.
As casas de cerca de mil m² eram compradas por estrangeiros por até R$ 6 milhões. Hoje é mais comum encontrar projetos menores, em torno de R$ 1,5 milhão em Itacaré e Trancoso.
"Até 2008, nosso mercado era suportado pelos estrangeiros, sendo 80% europeus. Eles ficaram mais restritivos, deixaram de viajar e de comprar tantas unidades", diz.
"Enquanto isso, a economia brasileira cresceu e nos adaptamos à demanda interna", afirma Neto.
Para este ano, a empresa tem investimentos de aproximadamente R$ 20 milhões em seus bangalôs, de acordo com o presidente.
O recurso será usado para construção de novas unidades e reforma, tanto em bangalôs do hotel quanto nos que serão vendidos
EM ESTOQUE
O estoque de condomínios logísticos na região metropolitana do Rio de Janeiro dobrará nos próximos dois anos, segundo estudo da consultoria CB Richard Ellis.
Ao final de 2013, os empreendimentos desse tipo representarão 1,5 milhão de metros quadrados. Hoje são 700 mil metros quadrados.
Mesmo com as inaugurações, a taxa de vacância, que hoje está em 3,2%, não deve subir muito, de acordo com Alberto Robalinho, diretor da consultoria imobiliária.
"Esse índice deve flutuar entre 1% e 5% nos próximos anos, o que é muito baixo. Os imóveis ficam vazios apenas na época das mudanças de uma empresa para outra."
Os lançamentos ficarão a até 40 quilômetros da capital, principalmente nas rodovias Dutra e Washington Luiz e na região dos Lagos.
"Pelo tamanho que é necessário para construir esses empreendimentos, não há mais espaço na capital."
MERCADO FUTURO
O ritmo de crescimento da população economicamente ativa mundial irá acompanhar o da população nos próximos 20 anos.
Ambos devem ter expansão de cerca de 20%, segundo estudo das empresas Oxford Economics e Hays.
O desajuste ficará por conta da distribuição desses trabalhadores. Mais da metade deles (534 milhões) será de países emergentes.
Enquanto isso, a população economicamente ativa dos países ricos deverá diminuir em um milhão de pessoas.
Rússia, Japão e Alemanha serão os que terão maior retração. Juntos, perderão 38,1 milhões de pessoas em idade de trabalho. Na outra ponta, ficarão Índia e Paquistão (com 241 milhões e 63 milhões trabalhadores a mais).
Essas mudanças tornarão os emergentes mais importantes no cenário econômico de 2030, diz o estudo.
ARTISTA PELA TELA
Selmo Nissenbaum, ex-Ágora corretora e principal sócio da distribuidora de fundos Órama, é o novo investidor da VIP Art Fair, feira virtual criada nos EUA em 2010.
A feira, que terá sua segunda edição em fevereiro, reúne mais de cem galerias. Do Brasil serão sete, incluindo Fortes Vilaça, Raquel Arnaud e Luisa Strina.
Colecionador de arte contemporânea, Nissenbaum afirma que foram feitos investimentos em tecnologia para evitar os problemas da primeira edição, quando servidores ficaram fora do ar devido à forte demanda.
"Foi um bom problema. Passei por isso no começo da Ágora. Mas a parte tecnológica foi toda restruturada", diz.
Nissenbaum fez um aporte de US$ 500 mil, que se soma ao de igual valor feito pelo australiano Philip Keir.
com JOANA CUNHA, VITOR SION, LUCIANA DYNIEWICZ e MARIANA BARBOSA
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