FOLHA DE SP - 08/01/12
SÃO PAULO - O bilionário americano Peter Thiel deu US$ 100 mil a 20 jovens com menos de 20 anos de idade que tivessem uma grande ideia de negócios em ciência e tecnologia.
Para Thiel, fundador do PayPal e primeiro grande investidor do Facebook e do LinkedIn, muita gente com uma grande ideia desperdiça preciosos anos na universidade.
Então decidiu patrocinar geniozinhos com plano de empresa. Eles têm dois anos para demonstrar resultados, acompanhados por mentores de prestígio.
Thiel se formou em direito em Stanford, grande universidade da Califórnia, mas cruzou com muitos jovens sem diploma que chegaram longe, como Mark Zuckerberg (ele investiu os primeiros US$ 500 mil do Facebook).
Também no Brasil, a geração Z, de quem nasceu há 20 anos, tem pressa em não ter patrão.
Conheço diversos casos de garotões que já estão atrás de investidores e montando sua primeira empresa.
Mas não temos nenhum Thiel por aqui (por enquanto).
Se Zuckerberg fosse brasileiro, talvez o Facebook ainda estivesse precisando de alvará ou de reconhecimento de firma.
O país dos cartórios e tabeliães precisa urgentemente dar vazão ao empreendedorismo teen.
Choques de gestão tucanos e a supergerente petista precisam, de fato, desburocratizar a abertura e, principalmente, o encerramento de uma empresa.
No ranking criado pelo Banco Mundial que define onde é mais fácil fazer negócios, o Brasil fica no medonho posto 126 (de 183 países) e é o 150º na hora de pagar impostos. Colômbia e México, tão emergentes quanto nós, ficam nas posições 42 e 53, respectivamente.
Pior ainda é a falência. Quantos empresários levam mais de dois anos para conseguir falir dignamente? Nesse quesito, somos 136º. Para estimularmos mais empreendedores, temos que nos liberar do medo de errar. Por aqui, a ousadia do próprio negócio ainda se torna castigo.
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