FOLHA DE SP - 19/01/12
BRASÍLIA - O capitão De Falco, que mandou o comandante Schettino deixar de ser covarde e voltar a seu navio imediatamente, virou um ídolo internacional pela contundência. Só que tratamos aqui de uma outra ordem, a de Lula para o ministro Fernando Haddad: a bordo da campanha à Prefeitura de São Paulo já!
Haddad não se fez de rogado, Dilma já foi devidamente treinada pelo padrinho e eis que o governo entrou de sola ontem na campanha de Haddad, com uma extensa agenda pendurada no calendário federal.
Dilma anunciou a primeira mudança ministerial do ano e foi fazer propaganda para o candidato paulistano em Angra dos Reis. Sai Haddad, chegam Mercadante ao MEC e o técnico Marco Antônio Raupp (Agência Espacial e ex-SBPC) na Ciência e Tecnologia. Mas o que interessa mesmo é a prefeitura.
Enquanto Dilma e Haddad inauguravam um centro municipal de educação infantil no Rio, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ia a São Paulo para dividir os louros da anticracolândia com Alckmin e dar sua modesta contribuição à campanha do petista, colega de ministério.
As festas de despedida de Haddad do MEC incluem um superevento em Brasília na semana que vem pela milionésima bolsa do ProUni. E vão longe. De dentro para fora, ou seja, em São Paulo. Mas também de fora para dentro: no país inteiro e com boa cobertura da mídia sobre promessas, programas e feitos na Educação. "O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde."
Lula está a toda, enquanto o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, foi abrir os olhos de Alckmin para a fuga dos "aliados tradicionais" -leia-se: Gilberto Kassab, que já anda de ti-ti-ti direto com o próprio Haddad.
Em Angra, Dilma ensinou: "Se não cuidarmos das crianças desde o nascimento, depois é muito mais difícil corrigir as defasagens". Tradução: "Se não cuidarmos da campanha Haddad desde o início...".
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