O GLOBO - 21/11/11
Tal ritmo de crescimento, moderado, permite que o país consiga ganhar fôlego para treinar pessoal e reforçar sua infraestrutura, dois gargalos que impedem hoje o Brasil de caminhar mais rápido.
A moderação hoje é desejável porque evita que a inflação se mantenha acima da meta de 4,5% ao ano. Mas o ideal é que a economia brasileira reúna as condições para voltar a crescer na faixa de 4,5% a 5% ao ano, que é o ritmo capaz de nos conduzir ao patamar de um país avançado na próxima década.
Ao longo de 2012, possivelmente ainda no primeiro trimestre, começarão as obras de ampliação dos pátios e do cais de movimentação de contêineres do grupo Libra no Porto do Rio. A Multiterminais, vizinha e concorrente da Libra, também fará uma expansão. Quando as obras estiverem concluídas, o Porto do Rio terá o maior cais contínuo para atracação de grandes navios porta-contêineres.
As obras da Libra estão à espera da licença de instalação do órgão ambiental estadual (Inea), que vêm andando dentro do prazo. Mas é preciso correr contra o tempo, pois a ocupação dos pátios do terminal chega a beirar os 100% em alguns momentos.
Nessa corrida, a Libra está reforçando o piso dos pátios atuais para que, em vez de cinco, possam ser empilhados até sete contêineres. Quatro pórticos encomendados de uma empresa chinesa começarão a ser entregues agora em dezembro. São equipamentos gigantes que se movimentam sobre rodas, bem mais ágeis do que as atuais empilhadeiras (às vezes, é preciso retirar um contêiner que está na base na fileira, e hoje são feitos até 30 diferentes movimentos, consumindo tempo, espaço e combustível). Os pórticos são energeticamente mais eficientes, pois a força de descida é em parte reaproveitada nas subidas dos contêineres.
Para ampliação do pátio de contêineres será aterrada uma área que fica na parte interior do cais já existente. Para tal será usada areia da própria Baía de Guanabara, retirada da dragagem que a Petrobras vem patrocinando em torno da Ilha do Fundão. A ampliação do cais e o aterro, curiosamente, contribuirão para um pequeno aumento na velocidade das águas que passam por esse trecho da Baía.
O aumento da capacidade de movimentação do porto terá de ser acompanhado por novos acessos. As empresas sugerem a criação de um pátio de espera de caminhões, fora do porto, num terreno da prefeitura usado somente em parte pela Comlurb, empresa de limpeza urbana. Em março, o estaleiro Inhaúma, vizinho ao porto, no Caju, começará a funcionar, construindo plataformas para a Petrobras. Se os caminhões continuarem estacionando pelas ruas do bairro, causarão um tremendo tumulto.
A Abdan (Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares), entidade que reúne 40 empresas ligadas ao setor no Brasil, editou um pequeno livro com um balanço da situação das usinas nucleares no mundo após o acidente de Fukushima, no Japão. O relatório, que contou com apoio da Eletronuclear, conclui que não foram interrompidas as obras de 65 usinas em construção. No Brasil, a Eletronuclear espera pôr Angra 3 em operação até 2015.
A Alemanha foi o país que mais reagiu ao acidente, antecipando a data de desligamento das usinas que se aproximam do fim da vida útil. No entanto, essa decisão - que muitos especialistas ainda duvidam sobre se efetivamente ocorrerá - deu impulso a outros projetos que estavam em gestação no Leste da Europa.
A Alemanha era exportadora de energia elétrica e passará a importadora. O carvão contribui com mais de 50% da geração de eletricidade, seguido pelas usinas nucleares (25%). A participação do gás natural é de 12% e da energia eólica (ventos), 6%.
Polônia e os países bálticos consorciados avaliam a construção de usinas nucleares para vender energia à Alemanha, assim como a Eslováquia.
A propósito, as obras de Angra 3 vão de vento em popa: este mês foi atingida a marca de 50 mil metros cúbicos de concreto (a construção do estádio do Maracanã consumiu 80 mil metros cúbicos), o que equivaleria a um prédio de 160 andares com pavimentos de mil metros quadrados.
Além do concreto, que é a última barreira de contenção da usina, está sendo fixada a penúltima, totalmente de aço.
Luiz Affonso Romano e Paulo Jacobsen, ambos especialistas em consultoria desde 1971, fizeram um estudo para traçar o perfil dos consultores no Brasil. Resultado: cada vez mais do sexo feminino, têm mais de 30 e menos de 40 anos, trabalham em equipes autônomas, vêm predominantemente da área de administração e dedicam a maior parte de seu tempo a resolver problemas de gestão, planejamento estratégico, treinamento e desenvolvimento de pessoas.
Entretanto, lamentavelmente, segundo Romano, também nessa pesquisa a inovação não surgiu como área importante. "Nem a novidade mercadológica nem a tecnológica apareceram como preocupação relevante no dia a dia desse consultor por nós observado. Na verdade, parece até que nós ficamos mesmo é a esperar as novidades que vêm de fora, do estrangeiro ou, pior ainda, achando que tal iniciativa caberia aos órgãos e instituições governamentais, de ensino ou não - tipo Fiocruz e Embrapa - que embora exitosas no que vêm fazendo não preenchem, minimamente, os requisitos e necessidades de uma economia cada vez mais global e competitiva.", diz Romano.
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