Muita cura de câncer
PAULO SANT’ANA
ZERO HORA - 03/10/11
Sábado foi dia de eu me dirigir até o Crematório São José para levar minha última homenagem à viúva de meu saudoso descobridor, Cândido Norberto.
Mulher heroica esta Oiara Pons Santos, que fomos cremar sábado. Companheira fiel e dedicada do Cândido, Oiara foi uma dessas pessoas que se aproximam da perfeição na cordialidade, no fino trato, no humanismo, no extraordinário devotamento que ofereceu em vida a seu marido. Uma mulher excepcional.
Pois ela não resistiu à quimioterapia que utilizou para um tratamento de câncer. Mas, também, ela tinha em torno de 80 anos de idade.
No crematório, ao lado de sua mãe singular, que estava sendo cremada, o Laurinho, aquele extremado filho que conhecemos quando o Cândido por vezes o punha, com 13 anos de idade, a dar-se a conhecer no Sala de Redação. Chegou a ficar conhecidíssimo do público o Laurinho, que agora está com 45 anos de idade e tem uma pequena empresa de vídeo e som com que vai ganhando a vida.
Pois o Laurinho também tem um câncer, felizmente em fase final de tratamento exitoso.
É impressionante o número de pacientes de câncer que conheço. Por todos os lados, surgem pessoas com câncer.
E vão se curando multidões de pacientes de câncer. O tratamento dessa doença ganhou no Rio Grande do Sul, nos últimos anos, um desenvolvimento descomunal.
E por toda parte me surgem na rua pessoas que me dizem que curaram seu câncer. E fico sabendo por outros de outras pessoas que curaram seu câncer.
É de se ressaltar o papel fundamental que o Hospital Santa Rita da Santa Casa vem desempenhando no tratamento do câncer, a iniciar-se com milhares de cirurgias que efetua.
E, depois das cirurgias, os pacientes vão se espalhando por inúmeras unidades dos nossos outros hospitais, todos na busca afanosa da cura, tantas e tantas vezes atingida.
Anos atrás, não era assim. A maioria dos pacientes sucumbia antes ou durante o tratamento.
Agora não, a vida é o valor destacado, pela cura e sobrevivência, desses tratamentos.
Vou agora bater na mesma tecla que tenho tocado nos últimos tempos: precisamos realizar campanhas de trânsito que visem a fazer com que os motoristas de Porto Alegre tenham paciência quando estão a trafegar nas faixas de nossas ruas e avenidas.
A maioria desses motoristas não conserva a sua faixa. E sai da sua faixa injustificadamente, na ânsia, muitas vezes maluca, de ultrapassar os outros.
Assim não dá. O trânsito fica selvagem e derruba um estresse sobre os outros motoristas. Por que não esperar na sua faixa? Por que se atravessar de modo indevido à frente dos outros carros, numa impaciência que beira a insânia?
Vamos parar com isso, pessoal. Esse quadro está enfeando de desumanidade a nossa querida Porto Alegre.
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