Como gastar seu bilhão?
PEDRO WERNECK
O Globo - 29/03/2011
Em agosto do ano passado, 40 milionários dos Estados Unidos aceitaram doar a metade de suas fortunas para obras de caridade, em resposta a um pedido de Bill Gates e Warren Buffett, dois dos homens mais ricos do mundo. David Rockefeller, Ted Turner e Michael Bloomberg estão entre os ricaços que se juntaram à iniciativa.
O americano Gates e o mexicano Carlos Slim, sempre no topo da lista mundial dos abastados, anunciaram doações de US$150 milhões para combater desnutrição, dengue, malária e outros problemas de saúde no México e na América Central. A iniciativa deve favorecer até 10 milhões de pessoas.
Agora, sete meses depois, a revista americana "Forbes" acaba de anunciar a nova lista de bilionários do mundo. Entre eles, estão 30 brasileiros, sendo que 12 figuram no ranking pela primeira vez. Na prática, mais de 60 bilhões de dólares estão nas mãos de menos de 20 brasileiros.
Sem querer colocar o dedo na cara de ninguém, as perguntas inevitáveis que ficam para nós, brasileiros, são: qual o destino que nossos conterrâneos darão às suas fortunas? Em outras palavras: qual o compromisso de nossos bilionários com o desenvolvimento social do Brasil e do mundo?
Infelizmente, os brasileiros - especialmente os mais favorecidos financeiramente - ainda são muito retraídos quando o assunto é doação para ações sociais. Há poucas semanas, por exemplo, um grande jantar beneficente reuniu os melhores chefs de cozinha do país em prol das vítimas das chuvas na Região Serrana. Os organizadores tiveram dificuldades em juntar 100 pagantes para arrecadar R$250 mil. Paralelo a isto, nossos ricos de plantão não se furtam em estampar as capas das revistas e jornais com suas novas bolsas de R$40 mil. Onde estão nossos bilionários na hora de cumprirem com suas responsabilidades sociais?
Contraditoriamente, o brasileiro tem grande prazer em ajudar; seja um turista perdido na rua, seja em momentos de grande calamidade nacional, como nas já citadas chuvas fluminenses. Está na nossa cultura o comportamento colaborativo. Mas isso precisa se tornar uma prática mais extensiva e, acima de tudo, constante, para que as centenas de projetos sociais importantíssimos deste país tenham continuidade.
Participar é muito mais simples do que se supõe. A Receita Federal, por exemplo, permite que parte do seu Imposto de Renda se destine ao Fundo da Infância e da Adolescência, cuja arrecadação permanece no Estado do Rio de Janeiro e é investida em projetos que beneficiam crianças e adolescentes de baixa renda. Basta querer. Que fique claro: para ajudar, não é preciso ter bilhões.
O americano Gates e o mexicano Carlos Slim, sempre no topo da lista mundial dos abastados, anunciaram doações de US$150 milhões para combater desnutrição, dengue, malária e outros problemas de saúde no México e na América Central. A iniciativa deve favorecer até 10 milhões de pessoas.
Agora, sete meses depois, a revista americana "Forbes" acaba de anunciar a nova lista de bilionários do mundo. Entre eles, estão 30 brasileiros, sendo que 12 figuram no ranking pela primeira vez. Na prática, mais de 60 bilhões de dólares estão nas mãos de menos de 20 brasileiros.
Sem querer colocar o dedo na cara de ninguém, as perguntas inevitáveis que ficam para nós, brasileiros, são: qual o destino que nossos conterrâneos darão às suas fortunas? Em outras palavras: qual o compromisso de nossos bilionários com o desenvolvimento social do Brasil e do mundo?
Infelizmente, os brasileiros - especialmente os mais favorecidos financeiramente - ainda são muito retraídos quando o assunto é doação para ações sociais. Há poucas semanas, por exemplo, um grande jantar beneficente reuniu os melhores chefs de cozinha do país em prol das vítimas das chuvas na Região Serrana. Os organizadores tiveram dificuldades em juntar 100 pagantes para arrecadar R$250 mil. Paralelo a isto, nossos ricos de plantão não se furtam em estampar as capas das revistas e jornais com suas novas bolsas de R$40 mil. Onde estão nossos bilionários na hora de cumprirem com suas responsabilidades sociais?
Contraditoriamente, o brasileiro tem grande prazer em ajudar; seja um turista perdido na rua, seja em momentos de grande calamidade nacional, como nas já citadas chuvas fluminenses. Está na nossa cultura o comportamento colaborativo. Mas isso precisa se tornar uma prática mais extensiva e, acima de tudo, constante, para que as centenas de projetos sociais importantíssimos deste país tenham continuidade.
Participar é muito mais simples do que se supõe. A Receita Federal, por exemplo, permite que parte do seu Imposto de Renda se destine ao Fundo da Infância e da Adolescência, cuja arrecadação permanece no Estado do Rio de Janeiro e é investida em projetos que beneficiam crianças e adolescentes de baixa renda. Basta querer. Que fique claro: para ajudar, não é preciso ter bilhões.
PEDRO WERNECK é empreendedor social e presidente do Instituto da Criança.
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