Oba-Obama I
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 21/03/11
De Dilma para um ministro, depois da saída de Obama:
— Gostei dele, é inteligente. Mas está muito preocupado com os problemas internos dos EUA.
Oba-Obama II
Obama, na conversa com Eduardo Paes, quis saber como são os esportes nas escolas do Rio e também como está o ensino fundamental. O gringo sabe que educação faz a diferença
Oba-Obama III
O corte de despesas do governo dos EUA também é brabo. No Municipal, os gringos estavam doidos atrás de bandeiras americanas para pôr atrásdo palco. Simplesmente, não havia em quantidade suficiente.
Oba-Obama IV
Alfredo Sirkis, que participou da resistência armada à ditadura e deve ter gritado muito “ianques, go home” na Cinelândia, estava no Municipal para saudar Obama. Sinal, neste caso, de que o Brasil melhorou. E os EUA, também.
Oba-Obama V
O senador Eduardo Suplicy, como é de sua natureza midiática, foi o único a se levantar no Municipal para cumprimentar o AfroReggae, que se apresentou antes de Obama.
Oba-Obama VI
O deputado Eduardo Cunha, como é de sua natureza..., furou a fila do Teatro Municipal, ontem.
Oba-Obama VII
A foto oficial de Obama na visita à exposição “Mulheres, artistas e brasileiras”, sábado, no Palácio do Planalto, foi tirada com Michelle e Dilma em frente ao famoso quadro “Abaporu” (veja abaixo), de Tarsila do Amaral (1886-1973). Mas a tela que mais chamou a atenção do presidente americano foi outra, também de Tarsila. Trata-se do autorretrato da grande artista conhecido como “Manteau rouge” (veja aqui ao lado).
Oba-Obama VIII
O quadro reproduz o casaco vermelho que Tarsila usou em Paris numa recepção para o nosso Santos Dumont, em 1923. Faz parte do acervo do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio.
Oba-Obama IX
Para o antropólogo José do Nascimento Júnior, presidente do Instituto Brasileiro de Museus, a ideia de Dilma de levar Obama para conhecer obras de alguns artistas “terá um efeito positivo na valorização da arte brasileira aqui e no mundo”.
Oba-Obama X
Benedita da Silva estava emocionada no Municipal:
— A visita de Obama significa muito para nós, negros. A deputada revelou que foi figurante do filme “Orfeu do carnaval” — rodado nos morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira, onde morava —, cuja exibição nos EUA impactou positivamente a família de Obama.
Oba-Obama XI
Aliás, Cabral deu a Obama, além dos filmes de Cacá Diegues sobre UPPs, um livro bilíngue que conta tudo da peça “Orfeu da Conceição”, encenada em 1956, no Municipal, que inspirou o filme e foi a primeira parceria dos gênios Vinicius e Tom.
Oba-Obama XII
No almoço do Itamaraty, uma gringa disse numa mesa que Chicago é uma cidade fantástica e não entende como o Rio foi escolhido para os Jogos de 2016 em seu detrimento. A indelicada foi abatida por argumentos de Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, da Firjan.
Oba-Obama XIII
Obama disse a Cabral que não morre antes de passar um carnaval no Rio.
Da terra de Obama
Além de Obama, está no Rio, sem alarde, o ator Jesse Eisenberg, que concorreu ao Oscar pelo filme “A rede social”, no qual interpreta Mark Zuckerberg, o criador do Facebook. Almoçava sábado, de boné vermelho, no A Mineira, restaurante a quilo no Humaitá.
Cinema popular
O BNDES aprovou a liberação de uns R$ 3 milhões para a instalação de seis salas da rede Cinesystem, em Irajá, no Rio, destinadas à classe C. A iniciativa é parte do programa Cinema Perto de Você, da Ancine e do MinC, que parece demorar a deslanchar.
Sono do amigo
No livro “Sarney — a biografia”, de Regina Echeverria, o senador diz que, em seu governo, num discurso em Lisboa, o então presidente da LBA, Marcos Vilaça, caiu no sono e roncou. Sarney e Vilaça são unha e carne.
Amor vence medo
Veja como as pessoas, apesar das tragédias e das guerras no mundo, têm mais interesse no amor do que no medo. Pesquisa da Coca-Cola para uma campanha sobre otimismo, que vai ao ar hoje no intervalo do “Jornal Nacional”, na TV Globo, mostrou que a palavra “amor” é mais citada na internet do que “medo”: 982 milhões de menções contra 24 milhões.
Mais uma sexta
Circula na internet que, em 2011, julho terá cinco sextas, cinco sábados e cinco domingos. Acontece uma vez a cada 823 anos. Isto quer dizer... nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário