CORREIO BRAZILIENSE - 29/11/09
O Palácio do Planalto trabalha para desarticular a rediviva do movimento a favor da candidatura própria do PMDB, que deve lançar na próxima terça-feira o nome do governador do Paraná, Roberto Requião, como pré-candidato à Presidência da República. Articulada pelo governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (SC), pelo ex-governador Orestes Quércia (SP), pelo ex-deputado Paes de Andrade (CE) e pelo ex-ministro de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger (RJ), a candidatura é encarada como uma espécie de linha auxiliar da oposição. Requião faz parte da lista dos amigos difíceis do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A reunião será uma tentativa de melar o acordo da cúpula do PMDB com o PT, empenhada em acertar os ponteiros nos estados para viabilizar a convivência das duas legendas na campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Encabeçada pelos caciques da legenda no Congresso — os presidentes do Senado, José Sarney (AP), e da Câmara, Michel Temer (SP), e pelos líderes nas duas Casas, senador Renan Calheiros (AL) e deputado Henrique Eduardo Alves (RN) —, a ala governista sedimenta a aliança com o PT graças à coalizão de governo com Lula. Como a turma que gostaria de apoiar um candidato de oposição não tem força para reverter essa tendência, resolveu reerguer a velha bandeira da candidatura própria. Requião agarrou-a com as duas mãos para entrar no jogo da sucessão de 2010.
A conta
As desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) afetarão diretamente a receita dos municípios, segundo o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. O Fundo de Participação dos Municípios sofrerá uma redução de R$ 518 milhões
Calor
O governador tucano de São Paulo, José Serra, do PSDB, sentiu o calor das pesquisas e resolveu pôr o pé na estrada, embora afirme que é cedo para decidir sobre a candidatura presidencial. Depois de uma semana de presença constante na mídia, seja em programas populares, seja na propaganda oficial do PSDB, sinalizou para os correligionários que aceita convites para ir aos estados. Na sexta-feira, por exemplo, estava em Canindé, no interior do Ceará, com Tasso Jereissati (PSDB) e o presidente do PPS, Roberto Freire.
Voto nulo
O governo brasileiro resolveu radicalizar na crise de Honduras. Avalia que o boicote às eleições deste fim de semana, convocadas pelo presidente deposto Manoel Zelaya, será bem-sucedido. O governo dos Estados Unidos apoia as eleições, previstas constitucionalmente, e deve reconhecer o novo governo eleito. Será acompanhado pela Colômbia e pelo Peru, na América do Sul, cuja divisão política se aprofunda.
Sem papo
O governador da Bahia, Jaques Wagner, perdeu definitivamente a paciência com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB). O petista não quer saber de conversa sobre dois palanques para Dilma Rousseff no estado. Também já não quer acordo com Geddel. Aliança, agora, somente com a rendição incondicional do peemedebista.
Marisco
Governador de estado pequeno, o capixaba Paulo Hartung, do PMDB, tenta costurar um acordo com os estados não produtores de petróleo sobre os royalties da camada pré-sal. O Espírito Santo virou marisco no confronto entre os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Extradição/ No Palácio do Planalto, é pule de 10 que o presidente Lula não concederá a extradição do
ex-terrorista italiano Cesare Battisti, mas há muitas dúvidas sobre sua efetiva libertação. Tudo vai depender do acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), que por 5 x 4 endossou a condenação que recebeu por crime comum da Justiça italiana. Se isso ocorrer, a pena seria comutada para 30 anos, mas Battisti mofará na prisão.
Sucessão/ Começa amanhã o processo eleitoral para a sucessão de Cezar Britto na presidência nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), cuja eleição será em 1º de fevereiro de 2010. O presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, reeleito com mais de 70% dos votos, lançou o nome de Ophir Cavalcante Junior, atual diretor da entidade nacional, para presidir a OAB nos próximos três anos.
Agentes/ A Câmara dos Deputados aprovou, em primeira votação, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que regulamenta a situação dos agentes de saúde. Prevê a definição, por lei federal, de um piso salarial para a categoria e diretrizes para os planos de carreira, cujas formulações caberão aos estados e aos municípios. A medida reforça o Programa de Saúde da Família.
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