domingo, novembro 10, 2013

O homem da casa - DENISE ROTHENBURG

CORREIO BRAZILIENSE - 10/11

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, volta ao Brasil hoje disposto a colocar os pingos nos iis sobre quem manda na coligação PSB-Rede. Internamente, a avaliação é a de que ele não pode dispensar o agronegócio, e setores mais à direita. Há um consenso entre os socialistas de que Eduardo precisa assumir o controle do processo da aliança e logo. Os socialistas sabem que, embora a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva seja importante na largada, ela tem um teto. E, se Eduardo deixar de agregar outros setores, o PSB poderá fazer bonito na campanha, como Marina fez em 2010, mas sem chegar a um segundo turno. Afinal, Aécio Neves, do PSDB, não está parado. Sai bem de Minas Gerais e tem uma lábia política capaz de atrair todos aqueles que Marina Silva dispensa. E, se tem uma coisa que político não pode recusar nessa fase é apoio e voto. Há quem diga que, ou Eduardo se firma agora, ou então ficará enrascado na rede.

O mote da reforma
2014 chegou tão cedo que tem gente no governo Dilma Rousseff defendendo que ela atrele a reforma ministerial ao apoio pela reeleição. Em outras palavras, quem não fechar logo com ela, fica fora do primeiro escalão. O problema é que, quem for nomeado em janeiro, pode perfeitamente dizer que a situação mudou em abril, por exemplo, e sair da equipe da presidente, o que seria um desgaste para ela. Esse é mais um argumento daqueles que pretendem ver Dilma empurrando a reforma um pouquinho mais para frente.

Os arrecadadores
Nem todos os petistas estavam completamente dedicados ao processo de eleição interna por esses dias. O atual secretário de Finanças e Planejamento do PT, João Vaccari Neto, e petistas ligados a ele começaram a percorrer algumas empresas em busca de uma ajudinha para a campanha do ano que vem. Recentemente, andou pela região portuária de Santos. Há quem diga que, se Dilma souber, vai ser tomada por fúria.

O desassossego de Michel
Nem na China, onde passou uma semana, o vice-presidente, Michel Temer, conseguiu deixar de cuidar dos problemas domésticos do PMDB. Tudo porque, hoje, qualquer insatisfação é motivo para que as facções do partido se somem em favor da pré-convenção que assombra a candidatura. A última foi a Paraíba, meio indócil com a demora em nomear o senador Vitalzinho a ministro da Integração.

Cálculos…
Os oposicionistas ficaram animados com as perspectivas de 2014 ao analisar os resultados de um estudo feito com 200 prefeituras. Quando a aprovação do governante ultrapassa 55%, o prefeito consegue se reeleger ou fazer o sucessor em 95% dos casos. Aqueles cuja aprovação estava entre 55% e 45%, as chances de sucesso caem para 10%. Entre 45% e 40% de aprovação, o sucesso reeleitoral se restringe a 1% dos casos. Abaixo de 40%, a reeleição é de 0,1%.

…& projeções
Embora a presidente Dilma Rousseff apareça como favorita nas pesquisas de intenção de voto, esses estudos, projetados para o plano nacional, deixam a reeleição dela no sinal amarelo. Não é à toa que o PT anda preocupado.

Convers@ de Domingo
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) fala hoje para a coluna sobre reforma política no site www.correiobraziliense.com.br e explica por que ele acha que agora esse assunto desencanta.

Escola Tiririca/ O PRB colocará Celso Russomanno como puxador de votos na eleição para deputado federal do ano que vem. Colados nele, três bispos da Igreja Universal. Como Russomanno caminha para concorrer ao título de mais votado, a tendência é ele puxar o bispado assim como Tiririca puxou Valdemar Costa Neto.

Concorrência no voto feminino/ Luiz Fernando Pezão, Anthony Garotinho e Marcelo Crivella torcem para que Marcos Palmeira seja mesmo candidato a governador. Isso porque os três calculam que o ator tiraria votos do senador Lindbergh Farias, do PT, que tem o apelido de “Lindinho” entre as eleitoras.

No cantinho/ Em um discreto restaurante do Pontão às margens do Lago Paranoá, o senador Aécio Neves jantou noite dessas com o prefeito de Salvador, ACM Neto, do DEM. A conversa só foi interrompida por um efusivo cumprimento do deputado Renan Filho, do PMDB de Alagoas. A animação deixou claro o caminho que o DEM da Bahia pretende seguir em 2014.

Padrinho novo/ O grupo do senador Humberto Costa em Pernambuco recebeu apoio do secretário de Gestão, Trabalho e da Educação na Saúde, Mozart Salles, na eleição interna do PT hoje. Salles deve ser o sucessor de Alexandre Padilha no Ministério.

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