CORREIO BRAZILIENSE - 07/06
O governo mapeia os ministros candidatos em 2014 e usará essa reforma no ano que vem para amarrar as alianças eleitorais de Dilma Rousseff
Com o processo eleitoral antecipado, a presidente Dilma Rousseff leva o governo de olho em mais quatro anos e vai, aos poucos, montando seu baralho para o ano que vem. Embora os ministros estejam proibidos de falar de eleição com tanta antecedência, ela já dá os primeiros passos para preparar a futura troca no primeiro escalão, a fim de ter claro os lugares a preencher daqui a nove meses, quando os candidatos devem sair para cuidar das próprias campanhas. Até o momento, são, pelo menos, 14 ministérios passíveis de reforma.
Entre aqueles da cota pessoal de Dilma, há três na lista, inclusive o ministro de Desenvolvimento, Industria e Comércio, Fernando Pimentel, pré-candidato ao governo de Minas Gerais. Na "cozinha" do governo, o Palácio do Planalto, Dilma substituirá duas de suas principais ministras. Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, é o nome do partido para combater o governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, candidato à reeleição. Quanto à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, não foram poucas as oportunidades em que a presidente deu a entender que gostaria de tê-la no Senado. E já tem até posto para o futuro de Ideli, caso tudo ocorra de acordo com os planos dos petistas: líder do governo, uma vez que o senador Eduardo Braga é o nome do PMDB para concorrer ao governo do Amazonas.
Ideli tem no seu jeitão de conduzir a articulação política, algo que a presidente considera uma joia rara: lealdade e a capacidade de fazer exatamente o que ela (Dilma) considera o melhor para o governo. E, por mais que alguns digam que a relação com Ideli está ruim, a presidente sabe que a ministra faz o que foi combinado no Planalto. Ou seja, não adianta querer intrigá-las.
Os demais ministérios sujeitos a mudanças são aqueles a cargo dos partidos e, obviamente, conforme avaliação de um político próximo ao Planalto, serão utilizados para amarrar a aliança eleitoral da presidente. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, candidato ao governo ou a mais um mandato de senador pelo PMDB do Maranhão, abrirá o lugar para Márcio Zimmermann, o atual secretário executivo, em quem Dilma confia e que já ocupou o cargo no passado. No Turismo, Gastão Vieira, também do PMDB maranhense, deve concorrer a mais um mandato de deputado federal. Na Agricultura, entretanto, o PMDB mineiro, patrono do ministro Antônio Andrade, deve ter a prerrogativa de indicar o substituto. O outro nome do partido que deixará o cargo para cuidar da eleição é o da Previdência, Garibaldi Alves Filho, candidato a governador no Rio Grande do Norte.
Em outros partidos, a situação não é diferente. O ministro dos Transportes, César Borges, recém-chegado ao governo, é um dos nomes que o PR gostaria de ver como pré-candidato ao Senado, mas desde que o partido possa ter a prerrogativa de indicar o sucessor dele, senão, Borges fica onde está. No Esporte, onde reina o PCdoB com o ministro Aldo Rebelo, tudo indica que, no período eleitoral, a pasta deve ficar a cargo do secretário executivo, Luís Fernandes. Ali não deve haver problema, porque o PCdoB já faz circular que estará com Dilma em 2014.
Falta ainda fechar a equação no Ministério das Cidades, no qual Aguinaldo Ribeiro é considerado nome certo para se candidatar a mais um mandato de deputado federal pelo Rio Grande do Norte. Também está nessa pré-lista o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, do PSB, outra incógnita da presidente. Fernando Bezerra certamente será candidato, só não se sabe a quê ou por qual partido, uma vez que ainda não bateu o martelo sobre seu futuro político.
A situação de Bezerra é a mais ingrata dentre todos os ministros políticos. Ele quer ser candidato a governador de Pernambuco, mas não terá essa garantia ao lado do governador Eduardo Campos. A promessa de candidatura por parte do PT é vista com desconfiança e também não dá garantias de crescimento para o ministro. E, para completar, entre os petistas, seria visto sempre como um "forasteiro".
Quanto a Alexandre Padilha, o plano A é o governo de São Paulo, mas nada está assegurado porque os petistas adiam ao máximo essa escolha para não afugentar aliados tais como Paulo Skaf, do PMDB, e Gilberto Kassab, do PSD, ambos pré-candidatos a governador.
Outra incógnita nesse jogo é o Ministério da Educação. Embora Aloízio Mercadante já tenha dito que irá permanecer no governo federal e não concorrerá novamente a um mandato de governador em São Paulo, há quem torça para que ele seja transferido para a Casa Civil. Dilma, entretanto, ainda não definiu. Ela preferia ter ali um perfil mais técnico e menos político. Mercadante é visto hoje como um curinga da presidente. No PT, há inclusive quem esteja desconfiado que ele estaria sendo preparado para concorrer à Presidência da República daqui a cinco anos. Daí a permanência no governo agora. Por enquanto, Dilma e Lula desenham apenas 2014, 2018 é outra história.
Entre aqueles da cota pessoal de Dilma, há três na lista, inclusive o ministro de Desenvolvimento, Industria e Comércio, Fernando Pimentel, pré-candidato ao governo de Minas Gerais. Na "cozinha" do governo, o Palácio do Planalto, Dilma substituirá duas de suas principais ministras. Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, é o nome do partido para combater o governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, candidato à reeleição. Quanto à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, não foram poucas as oportunidades em que a presidente deu a entender que gostaria de tê-la no Senado. E já tem até posto para o futuro de Ideli, caso tudo ocorra de acordo com os planos dos petistas: líder do governo, uma vez que o senador Eduardo Braga é o nome do PMDB para concorrer ao governo do Amazonas.
Ideli tem no seu jeitão de conduzir a articulação política, algo que a presidente considera uma joia rara: lealdade e a capacidade de fazer exatamente o que ela (Dilma) considera o melhor para o governo. E, por mais que alguns digam que a relação com Ideli está ruim, a presidente sabe que a ministra faz o que foi combinado no Planalto. Ou seja, não adianta querer intrigá-las.
Os demais ministérios sujeitos a mudanças são aqueles a cargo dos partidos e, obviamente, conforme avaliação de um político próximo ao Planalto, serão utilizados para amarrar a aliança eleitoral da presidente. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, candidato ao governo ou a mais um mandato de senador pelo PMDB do Maranhão, abrirá o lugar para Márcio Zimmermann, o atual secretário executivo, em quem Dilma confia e que já ocupou o cargo no passado. No Turismo, Gastão Vieira, também do PMDB maranhense, deve concorrer a mais um mandato de deputado federal. Na Agricultura, entretanto, o PMDB mineiro, patrono do ministro Antônio Andrade, deve ter a prerrogativa de indicar o substituto. O outro nome do partido que deixará o cargo para cuidar da eleição é o da Previdência, Garibaldi Alves Filho, candidato a governador no Rio Grande do Norte.
Em outros partidos, a situação não é diferente. O ministro dos Transportes, César Borges, recém-chegado ao governo, é um dos nomes que o PR gostaria de ver como pré-candidato ao Senado, mas desde que o partido possa ter a prerrogativa de indicar o sucessor dele, senão, Borges fica onde está. No Esporte, onde reina o PCdoB com o ministro Aldo Rebelo, tudo indica que, no período eleitoral, a pasta deve ficar a cargo do secretário executivo, Luís Fernandes. Ali não deve haver problema, porque o PCdoB já faz circular que estará com Dilma em 2014.
Falta ainda fechar a equação no Ministério das Cidades, no qual Aguinaldo Ribeiro é considerado nome certo para se candidatar a mais um mandato de deputado federal pelo Rio Grande do Norte. Também está nessa pré-lista o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, do PSB, outra incógnita da presidente. Fernando Bezerra certamente será candidato, só não se sabe a quê ou por qual partido, uma vez que ainda não bateu o martelo sobre seu futuro político.
A situação de Bezerra é a mais ingrata dentre todos os ministros políticos. Ele quer ser candidato a governador de Pernambuco, mas não terá essa garantia ao lado do governador Eduardo Campos. A promessa de candidatura por parte do PT é vista com desconfiança e também não dá garantias de crescimento para o ministro. E, para completar, entre os petistas, seria visto sempre como um "forasteiro".
Quanto a Alexandre Padilha, o plano A é o governo de São Paulo, mas nada está assegurado porque os petistas adiam ao máximo essa escolha para não afugentar aliados tais como Paulo Skaf, do PMDB, e Gilberto Kassab, do PSD, ambos pré-candidatos a governador.
Outra incógnita nesse jogo é o Ministério da Educação. Embora Aloízio Mercadante já tenha dito que irá permanecer no governo federal e não concorrerá novamente a um mandato de governador em São Paulo, há quem torça para que ele seja transferido para a Casa Civil. Dilma, entretanto, ainda não definiu. Ela preferia ter ali um perfil mais técnico e menos político. Mercadante é visto hoje como um curinga da presidente. No PT, há inclusive quem esteja desconfiado que ele estaria sendo preparado para concorrer à Presidência da República daqui a cinco anos. Daí a permanência no governo agora. Por enquanto, Dilma e Lula desenham apenas 2014, 2018 é outra história.
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