quarta-feira, janeiro 18, 2012

Arranjo vertical - RENATA LO PRETE

FOLHA DE SP - 18/01/12


FÁBIO ZAMBELI (interino)


Ainda que não resulte em aliança formal, a aproximação de Gilberto Kassab com Lula começa a empurrar à coalizão de Fernando Haddad partidos que gravitam no entorno do prefeito paulistano e compõem a base de apoio a Dilma Rousseff. Até então reticentes a acordo com o pré-candidato petista em São Paulo ainda no primeiro turno, PR, PC do B e PSB reabriram as tratativas com a pré-campanha haddadista.

Nos bastidores, dirigentes das siglas sustentam que a montagem de possível bloco PSD-PT, precipitada pela oferta de um vice kassabista, aniquilaria argumentos locais para voo solo ou alinhamento aos tucanos.

Deixa comigo Haddad, que já se reuniu com a direção do PC do B, tem encontro agendado com o presidente do PR paulistano, Antonio Carlos Rodrigues, e pretende ouvir Eliseu Gabriel, do PSB.

Digestivo O conselho político petista adiou para dia 28 a primeira reunião do ano, inicialmente prevista para sábado. Até lá, vereadores do partido, na oposição a Kassab desde 2006, terão mais tempo para assimilar eventual pacto com o prefeito.

A tiracolo Dilma levará o ministro da Educação hoje à inauguração de creche em Angra dos Reis (RJ). O PMDB reclama que o prefeito, Tuca Jordão, foi avisado da visita com 48 horas de antecedência. Como está em licença, o peemedebista, que injetou mais recursos na obra que o governo federal, não comparecerá à solenidade.

Comercial Constrangidos com o avanço das negociações de Gabriel Chalita (PMDB) com aliados de Geraldo Alckmin, tucanos querem que o governador faça defesa pública, se possível na TV, das prévias do PSDB para a prefeitura da capital.

Prorrogação José Serra orientou seus interlocutores a rechaçarem com veemência a hipótese de candidatura a prefeito. Mas a proposta de segundo turno na consulta interna tucana, advogada por Bruno Covas, daria mais tempo ao ex-governador.

Preliminar A Câmara paulistana fará, em fevereiro, ciclo de debates temáticos entre os postulantes à prefeitura. Um deles deve tratar das intervenções públicas na região da cracolândia.

Horizonte Dilma pediu à Casa Civil que transmitisse aos ministros recado claro sobre as reuniões setoriais que começam amanhã: "Não quero ninguém falando sobre o que fez. Isso eu já sei. Quero que mostrem o que pretendem fazer daqui para frente".

Chamada oral Em ofício, Gleisi Hoffmann avisou colegas de Esplanada de que o plano de metas de cada pasta deverá detalhar os mecanismos de acompanhamento de resultados. A exigência afligiu ministros, que sabem do risco de reprimenda pública da presidente.

Camarote Informado ontem sobre o calendário de mudanças no primeiro escalão, o vice Michel Temer (PMDB) recebeu convite para participar das reuniões ministeriais que prosseguem até segunda-feira.

QI Caso se confirme o retorno de Márcio Fortes para o Ministério das Cidades, aumenta a chance de Aldo Rebelo (Esporte) emplacar nome de sua confiança na Autoridade Pública Olímpica.

Escolta verde O Planalto autorizou ontem a atuação das Forças Armadas na segurança da conferência Rio+20.

Visita à Folha Alexandre Schneider, secretário paulistano de Educação, visitou ontem a Folha.

com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA

tiroteio

"A cracolândia nasceu e cresceu sob as asas da política de segurança pública do governo do PSDB. Os tucanos se omitiram por 17 anos e agora culpam o PT de forma oportunista."
DO DEPUTADO CARLOS ZARATTINI (PT-SP), sobre os pré-candidatos tucanos à prefeitura paulistana atribuírem a responsabilidade pela expansão do consumo de crack no centro de SP à gestão de Marta Suplicy (2001-04).

Contraponto

Pugilato familiar

Durante a sessão em que Fernando Bezerra (Integração Nacional) foi ouvido no Congresso Nacional, quinta-feira passada, oposicionistas questionavam as indicações de familiares do ministro para o governo. Um dos casos apontados foi o do ex-deputado Osvaldo Coelho (DEM), tio de Bezerra e hoje seu rival em Pernambuco. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), à mesa, disse:
-Seria nepotismo cruzado?
O deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO) interveio:
-Aí estaria mais para nepotismo cruzado de direita!

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