O GLOBO - 06/12/11
Apesar da importância da prorrogação da DRU, a orientação da presidente Dilma é que o governo não vai “trocar a alma” por sua aprovação, nas palavras de um auxiliar. A presidente disse à sua equipe que, se não aprovar, vai explicar o motivo para a opinião pública. O Planalto reconhece que errou ao demorar para enviar a proposta ao Congresso e superestimou sua capacidade de votar rapidamente. Dilma está disposta a chamar mais uma vez os líderes da base para uma conversa.
Passo a passo
Depois da revelação de que o ex-ministro Carlos Lupi acumulou dois cargos públicos, na quinta-feira passada, ele foi aconselhado pelo ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) a deixar o cargo. Lupi teria reconhecido o erro, mas alegado que foi um problema do passado, e que isso, na época, seria algo normal. No mesmo dia, antes de ir para a Venezuela, a presidente Dilma chegou à conclusão de que Lupi não tinha mais condições de permanecer. Mas foi só ao voltar, anteontem, que ela chamou Lupi para conversar. Dessa vez, Dilma tomou as rédeas do processo de demissão, não delegando a tarefa a terceiros.
Sei que cometi um erro lá atrás, mas era a cultura da época”
— Carlos Lupi, ex-ministro do Trabalho, referindo-se ao fato de ter ocupado dois cargos públicos
ALERTA. A presidente Dilma jogou duro ontem na reunião da coordenação. Disse que não há a menor condição de aprovar, no Orçamento para 2012, os reajustes pretendidos pelo Judiciário. Alertou aos líderes que ninguém sabe os desdobramentos da crise econômica na Europa e que o Brasil não pode afrouxar nos controles dos gastos públicos, se quiser se habilitar a ser um dos ambientes seguros para receber investimentos internacionais.
À míngua
A CUT não tem esperança de retomar o Ministério do Trabalho. A presidente está inclinada a manter o PDT na pasta. A principal reivindicação da CUT é imparcialidade para o licenciamento sindical. Ela penou na gestão de Carlos Lupi.
Desgarrado
Na bancada do PT no Senado, Paulo Paim (RS) é o único que não foi convencido a votar contra a destinação de 10% dos recursos da União para a Saúde. Ontem, no Planalto, foi decidido não atrelar a votação da DRU com a da Emenda 29.
Ligado no governo da sucessora
O ex-presidente Lula não saiu do circuito nem com os efeitos colaterais da quimioterapia. Na semana passada, por exemplo, ele ligou para o Palácio do Planalto atrás de informações sobre a decisão da Comissão de Ética Pública, que recomendou a exoneração do ministro Carlos Lupi (Trabalho). Ele liga constantemente para seus amigos no governo para ficar por dentro dos assuntos quentes em debate.
Faca no pescoço
É a segunda vez que o senador Clésio Andrade (PRMG) negocia seu apoio ao governo. A primeira vez foi quando assinou uma CPI contra o então ministro Antonio Palocci. Agora apoia a emenda da oposição que atrasa a votação da DRU.
A voz tucana
A presidente do PMDB Mulher, a deputada Telma de Souza (MT), sobre a eventual extinção da Secretaria das Mulheres: "Seria
um retrocesso inaceitável e uma ofensa à luta das mulheres por seus direitos e pelo fim de preconceitos".
PRESSÃO. Deputados de estados não produtores de petróleo querem votar requerimento de urgência para o projeto de redistribuição de royalties no dia 14. A intenção é votar a proposta em si no dia 21. O governo quer deixar para o ano que vem.
DO PRESIDENTE da Confederação Nacional dos Municípios, sobre a diminuição dos recursos para a Saúde: “A Câmara estraçalhou a Emenda 29”.
POR CAUSA da Operação Ágata, do Exército, na fronteira com o Mato Grosso do Sul, há filas de caminhões parados do lado do Paraguai. A Polícia Federal suspeita que a carga seja de cigarros.
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