FOLHA DE SP - 08/12/11
BRASÍLIA - A equipe de Dilma sonhou com um crescimento do PIB de 5% a 5,5% em 2011. Acossada pela realidade, aos poucos mudou suas previsões. Projetou 4,5%, depois 4%, em seguida mirou nos 3,8%. Agora, fala em 3,2%. Terá o que comemorar se ficar nos 3%.
O fato é que Dilma paga o preço de sua eleição. Jamais admitirá isso publicamente, mas sabe que parte do fraco crescimento neste fim de ano vem da farra fiscal promovida pelo ex-presidente Lula para elegê-la sua sucessora.
Claro que a crise internacional responde por boa parte da freada brusca, mas poderíamos estar melhores na foto se Dilma não tivesse sido obrigada a começar o seu governo apertando o cinto e subindo as taxas de juros para segurar a inflação.
Em outras palavras, o Brasil poderia ter crescido menos em 2010, ter gastado menos e, mesmo assim, Dilma teria sido eleita, sem pressões inflacionárias a combater. Só que Lula queria não só fazer sua sucessora, mas encerrar seu segundo mandato com uma taxa de crescimento de causar inveja nos tucanos.
Quando veio a piora da crise econômica internacional, a equipe de Dilma teve de correr atrás do prejuízo. Afinal, já havia contratado deliberadamente, como a própria presidente admite, uma desaceleração da economia para brecar a inflação.
Se não tivesse feito tal movimento no início do ano, seu espaço de manobra na política econômica teria sido bem maior para garantir um crescimento na casa dos 4%, número tão desejado pela presidente Dilma.
Agora, deve se contentar com 3%. Número que, por sinal, não chega a ser ruim. Pelo contrário. Diante do cenário de incertezas na Europa e nos Estados Unidos, pode até ser comemorado discretamente.
A dúvida fica para o próximo ano. O governo volta a falar no número mágico de 5%. Mais um sonho. Na real, tudo indica que a missão dilmista será crescer em 2012 pelo menos mais do que neste ano.
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