quarta-feira, dezembro 21, 2011

A devassa da devassa - RENATA LO PRETE

FOLHA DE SP - 21/12/11
Defensores do trabalho da Corregedoria Nacional de Justiça chamam a atenção para o esforço -recompensado com liminares de Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski- das associações de magistrados em caracterizar como "devassa" investigações na verdade bastante focalizadas sobre a folha de pagamento de tribunais. No caso do TJ-SP, caíram na malha fina menos de cem pessoas de um total de quase 50 mil.

Diante das decisões dos ministros -o primeiro esvaziou o poder da corregedoria; o segundo suspendeu apuração de enriquecimento ilícito-, um colega pergunta: "A quem o discurso da 'devassa' protege?".

Bem na hora Comentário ouvido ontem em Brasília, em referência à célebre frase da corregedora Eliana Calmon e à abortada investigação sobre o Tribunal de Justiça de São Paulo: "Quando o Sargento Garcia estava chegando perto, o Zorro deu um jeito de escapar".

Em vão No entanto, quem teve acesso a algumas das descobertas da corregedoria em SP afirma: se insistirem em manter essa caixa trancada, ela simplesmente explodirá sozinha.

Modo de fazer Lewandowski, que agora sustou as inspeções do CNJ sobre ganhos de servidores, magistrados e familiares em 22 tribunais do país, decidiu em liminar, um ano atrás, validar concurso promovido pelo TJ do Rio no qual o conselho encontrara uma série de indícios de fraude. O caso nunca mais retornou à pauta.

Eliminatórias 1 Dada como certa entre os operadores da organização da Copa, a saída de Ricardo Teixeira do comando da CBF é motivo de disputa entre os amigos do peito Lula e Sérgio Cabral.

Eliminatórias 2 Enquanto o ex-presidente tenta emplacar Andrés Sanchez, de saída do Corinthians e indicado para a diretoria de seleções, o governador ainda bate o pé por um nome do Rio.

Onde pega Apesar do discurso de apoio a Demétrio Vilagra, ameaçado de cassação pela Câmara de Campinas, o comando do PT avalia que a divisão da sigla no governo "tampão" implodiu as chances de sucesso da defesa do prefeito, acusado de se beneficiar de propina na gestão do afastado Dr. Hélio (PDT).

Melhor de três Vilagra delegou a articulação política aos secretários Renato Simões (Governo) e Tiãozinho Arcanjo (Serviços Públicos). O desenho escanteou Gérson Bittencourt, ex-titular dos Transportes, do grupo de Marta Suplicy.

#controlarfeelings Elival da Silva Ramos, procurador-geral do Estado, provocou saia-justa ao pedir cuidado jurídico extra nas PPPs do governo paulista, citando a licitação da inspeção veicular de Gilberto Kassab. O prefeito é aliado do presidente do conselho de parcerias, Guilherme Afif (PSD).

Mala direta A CCJ do Senado deve apreciar hoje parecer de Francisco Dornelles (PP-RJ) pelo arquivamento de projeto aprovado pela Câmara que garante ao consumidor o direito de ser informado por carta, com aviso de recebimento, da sua inscrição no SPC. Hoje, o envio da correspondência simples é suficiente para "negativação".

Visita à Folha Luiz Schwarcz, presidente da editora Companhia das Letras, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Lilia Schwarcz e Maria Emilia Bender, diretoras editoriais, Matinas Suzuki Jr., diretor de Novos Negócios, e Clara Dias, assessora de imprensa.

com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI

tiroteio

"Até recentemente, medidas controvertidas no 'apagar das luzes' eram costume do Congresso. Agora isso chegou ao Judiciário, só que por decisão monocrática."

DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello na véspera de um recesso que se prolongará até fevereiro, esvaziando os poderes da Corregedoria Nacional de Justiça.

contraponto

Caixeiro viajante

Em reunião ontem para expor ao secretariado de Geraldo Alckmin os projetos estratégicos que o governo paulista pretende implementar por meio de PPPs (Parcerias Público-Privadas), o vice Guilherme Afif justificou assim sua facilidade em fazer a apresentação:

-Olha, eu sou egresso da área de vendas, da área de seguros. Passei a minha vida inteira convencendo as pessoas de que "morrer é um bom negócio". Então, apresentar para vocês um plano de R$ 25 bilhões de investimentos em infraestrutura é moleza!

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