FOLHA DE SP - 21/12/11
No momento em que se inicia 2012, que, segundo analistas que pensam conhecer o futuro, ameaça ser o "annus luctus" da ideia civilizadora que foi a criação da União Europeia e da sua moeda única, talvez seja interessante rever a nossa capacidade de previsão.
Como disse são Tomás de Aquino, "os homens não podem conhecer o futuro... a não ser por revelação Divina". Parece pouco provável que Deus escolha um economista para fazê-lo!
O infográfico abaixo revela as medianas das previsões para 2011 dos mais refinados e bem apetrechados economistas brasileiros que informam semanalmente o Banco Central. Foram divulgadas no boletim Focus, na última semana de 2010 e na terceira semana de dezembro de 2011 (praticamente as informações já conhecidas).
Verificamos diferenças muito importantes entre o que se esperava para 2011 e o que ocorreu no ano. Para 2012 não será diferente. Reconhecer esse fato é um antídoto contra um certo pessimismo que começa a dominar consumidores, empresários e banqueiros.
Já devíamos ter aprendido que quando todos (trabalhadores, empresários e banqueiros) tentam ficar líquidos, morrem abraçados à sua liquidez. Os trabalhadores veem diminuir seus empregos; os empresários, sumir os seus lucros e destruído o valor de suas empresas; e os banqueiros reduzem cada vez mais os seus empréstimos devido à queda nominal de seu patrimônio.
Não há razão para deixar de ambicionar um crescimento em torno de 4,5% em 2012, a despeito da aterrissagem desse fim do ano. O BC tem musculatura para tranquilizar o sistema financeiro, mesmo com a deterioração da situação externa. O que precisamos é: 1º) mobilizar os investimentos públicos e 2º) cooptar os empresários para não adiarem seus investimentos. A verdade é que 2012 será o que formos capazes de fazer dele.
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