quarta-feira, novembro 30, 2011
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 30/11/11
Primavera Árabe faz cair exportações para o Iêmen, mas não interfere no comércio com a Arábia Saudita
A Primavera Árabe afetou de forma diversa as relações comerciais entre o Brasil e países da região.
Com o Iêmen, onde o ditador Ali Abdullah Saleh renunciou na semana passada, as exportações brasileiras caíram 34,5%. As importações se mantiveram constantes.
"A queda nas exportações deveu-se, sim, às turbulências políticas no país", afirma o embaixador do Brasil no Iêmen e na Arábia Saudita, Sérgio Luiz Canaes. Em números absolutos, porém, são valores irrisórios.
As exportações para o Iêmen acumuladas até outubro caíram para US$ 246,8 milhões, de US$ 376,7 milhões no mesmo período de 2010.
Os principais produtos brasileiros enviados ao país são açúcar, frango, trigo e soja. A maioria dos importados do Iêmen são partes de maquinários, que somam cerca de US$ 15 milhões ao ano.
Com relação às trocas comerciais entre o Brasil e a Arábia Saudita, houve aumento tanto de exportações como de importações.
"A Primavera Árabe em nada afetou o comércio entre os dois países. O aumento das exportações deveu-se ao incremento das compras de frangos pelos sauditas."
As vendas para o maior produtor de petróleo do mundo, que segue sob o comando do rei Abdullah, cresceram até outubro deste ano para US$ 2,83 bilhões, de US$ 2,49 bilhões no mesmo período de 2010.
O Brasil compra da Arábia Saudita principalmente petróleo cru e produtos petroquímicos. O total de importações somou no mês passado US$ 2,75 bilhões, enquanto no mesmo período de 2010 alcançou US$ 1,5 bilhão.
A diferença se deve à expansão das exportações sauditas de petróleo para o país.
BRASIL POLIGLOTA
Comitivas de executivos e diplomatas estrangeiros não param de chegar ao Brasil. Apenas nos últimos dias, foram anunciados grupos de escoceses, holandeses e chineses. Da Escócia, vieram 23 representantes de empresas, com a finalidade de fomentar as relações comerciais entre os dois países, capitaneados por Michael Moore, secretário de Estado do Reino Unido para a Escócia.
Vieram atrás de oportunidades de negócios em setores como óleo e gás, educação, bebidas e turismo.
Duas empresas já anunciaram a abertura de escritórios no Rio, a Nautronix, de sistemas de posicionamento acústico para embarcações, e a Reel Group, que oferece manutenção para a indústria de perfuração.
"Estamos interessados também em trazer a expertise da preparação da Olimpíada de Londres e dos Jogos da Comunidade Britânica [Commonwealth], que serão realizados em 2014 em Glasgow", diz Michael Moore.
SUCO RENOVADO
A Kraft Foods terá investido R$ 20 milhões na reformulação do suco Clight até o final de 2012.
Parte do aporte já foi destinado ao desenvolvimento de uma nova fórmula. A maior parcela, porém, será para o trabalho de marketing que o relançamento do produto envolverá.
Para atender ao público feminino, a empresa diminuiu o teor de sódio do suco. "Os investimentos no reposicionamento da marca respondem às expectativas da consumidora", diz o CEO da Kraft Foods Brasil, Marcos Grasso.
Com a reformulação do produto, a empresa espera superar o crescimento do setor de bebidas não alcoólicas, que fica em torno dos 12% ao ano.
PREÇO DA SONEGAÇÃO
O Brasil é o segundo país que mais perde dinheiro no mundo com sonegação de impostos. O não pagamento de taxas representa, por ano, US$ 280 bilhões (cerca de R$ 518 milhões) a menos para o governo brasileiro, segundo a organização britânica Tax Justice Network.
O país que apresenta o valor mais alto de sonegação fiscal no mundo são os Estados Unidos, que perdem US$ 337 bilhões por ano.
De acordo com o estudo, 4,9% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial é perdido anualmente por causa desse tipo de crime.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ
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