Operação casada
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 16/05/10
As primeiras semanas de campanha escancararam a preocupação de vincular a agenda de Dilma Rousseff a êxitos do governo federal. Por isso ela foi a Recife, onde, na cerimônia de entrega de um navio da Transpetro, Lula cuidou de frisar que "só conseguimos chegar aonde chegamos na indústria naval por conta dos programas criados e coordenados pela Casa Civil". A mesma lógica pautou a ida da petista a Rio Grande, berço do Polo Naval, um dos principais investimentos federais no Rio Grande do Sul. O comercial em que Dilma fala sobre os perigos do crack, feito quando o governo prepara uma ofensiva de combate à droga, chamou a atenção da oposição, que vê na iniciativa potencial para um novo tipo de uso da máquina.
Sinergia 1. Prestes a sair do forno, o plano de combate ao crack foi discutido sexta-feira em reunião no CCBB, sede provisória do governo. São iniciativas de sete ministérios na tentativa de diminuir o acesso à droga e ampliar a rede de tratamento do usuário.
Sinergia 2. O PT vai aproveitar a tradicional Marcha dos Prefeitos, que toma conta de Brasília nesta semana, para promover um encontro de Dilma com os participantes pertencentes a siglas aliadas ao governo. O objetivo é discutir formas de integrá-los à campanha. O convescote está marcado para terça à noite.
Fazer... Apesar da reação pública irada diante das infrações à legislação eleitoral que teriam sido cometidas no programa do PT, levado ao ar na quinta passada, lideranças do DEM e do PSDB admitem reservadamente que em seus programas partidários, a serem exibidos, respectivamente, em 27 de maio e 17 de junho, dificilmente conseguirão fazer coisa muito diferente.
...o quê? Fala o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ): "Quando as candidaturas já estão postas, como fugir totalmente disso sem parecer lunático?".
Uns e outros. Nos Estados onde não pretende lançar candidato a governador, o DEM deixou o PSDB à vontade para utilizar o horário de televisão do aliado da maneira que melhor servir à campanha de José Serra. Já o PPS tem imposto dificuldades.
Para registro. No dia 11 de agosto, técnicos do TSE receberão a primeira leva de extratos com a movimentação das contas de campanha. Em 13 de setembro e 13 de outubro, o BC enviará outros lotes. Antes, o tribunal tinha acesso a essas informações apenas 30 dias depois da eleição.
Cubo mágico 1. Uma ala da oposição teme que a consulta protocolada pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no TSE, questionando a possibilidade de exigência de fidelidade partidária durante a campanha, possa ter consequência nas regras sobre o uso do tempo de televisão.
Cubo mágico 2. O receio é que, em Estados onde a cabeça de chapa não pertence a um partido coligado nacionalmente com Serra -casos de Pernambuco e da Paraíba-, seja preciso colocar um vice do DEM, do PPS ou do próprio PSDB, sob pena de o candidato a presidente não poder aparecer no programa de TV.
Furão. No esforço para evitar que o PP se alie a Serra, vitaminando o tempo de TV do tucano, o Planalto conta, além do ministro Márcio Fortes (Cidades), com o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ligado ao partido. Trata-se do cargo imortalizado por Severino Cavalcanti como "a diretoria que fura poço".
Concentração. Do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), depois de muito apanhar por causa da ideia de antecipar o recesso parlamentar para o início da Copa do Mundo: "Tudo bem. Vou trazer uma TV portátil para o plenário". Não que algum deputado seja visto na Casa em dia de jogo do Brasil.
com LETÍCIA SANDER e GABRIELA GUERREIRO
Tiroteio
"Não se trata de um projeto qualquer do Congresso, mas de uma iniciativa popular que já conta com mais de 3,5 milhões de assinaturas. Está em jogo o que resta de prestígio ao Senado."
Tiroteio
"Não se trata de um projeto qualquer do Congresso, mas de uma iniciativa popular que já conta com mais de 3,5 milhões de assinaturas. Está em jogo o que resta de prestígio ao Senado."
Do senador PEDRO SIMON (PMDB-RS), sobre a indiferença do governo e de seu líder, Romero Jucá (PMDB-RR), diante das pressões pela votação do projeto da "ficha limpa", já aprovado na Câmara.
Contraponto
O homem da mala Anfitrião de recente reunião dos Brics, Lula aproveitou a oportunidade para ter encontros bilaterais com os chefes de governo de cada um dos países integrantes do grupo -além do Brasil, Rússia, Índia e China.
Encerrada a conversa com Dmitri Medvedev, ele e Lula cruzaram o Palácio do Itamaraty para encontrar os colegas. Enquanto um segurança seguia o brasileiro, seis acompanhavam o russo. Lula notou a diferença e brincou:
- Nossa, eu não preciso de tudo isso!
-Se você tivesse de carregar a mala que eu carrego, com certeza precisaria- replicou o russo, referindo-se ao dispositivo com os códigos de ativação do arsenal nuclear.
Contraponto
O homem da mala Anfitrião de recente reunião dos Brics, Lula aproveitou a oportunidade para ter encontros bilaterais com os chefes de governo de cada um dos países integrantes do grupo -além do Brasil, Rússia, Índia e China.
Encerrada a conversa com Dmitri Medvedev, ele e Lula cruzaram o Palácio do Itamaraty para encontrar os colegas. Enquanto um segurança seguia o brasileiro, seis acompanhavam o russo. Lula notou a diferença e brincou:
- Nossa, eu não preciso de tudo isso!
-Se você tivesse de carregar a mala que eu carrego, com certeza precisaria- replicou o russo, referindo-se ao dispositivo com os códigos de ativação do arsenal nuclear.
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