domingo, maio 16, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Credit projeta alta de 8% do PIB em 2010
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 16/05/10



O Credit Suisse revisou o crescimento do PIB do Brasil de 6,5% para 8% em 2010.
O mercado prevê 6,06% de expansão neste ano, segundo o boletim Focus, do Banco Central. A instituição suíça estima ainda alta de 10% no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período de 2009, e de 3,4% ante o quarto trimestre de 2009, com ajuste sazonal.
"Para o crescimento do PIB ser de 6,5% em 2010, seria necessário assumir uma ligeira contração média do PIB de 0,1% nos três últimos trimestres do ano", diz Nilson Teixeira, economista-chefe do banco Credit Suisse.
"Dada a dinâmica atual da atividade, atribuímos baixa probabilidade a esse cenário, e assumimos o crescimento de 10% no primeiro trimestre deste ano, ante o mesmo período do ano passado", acrescenta.
Além disso, Teixeira estima que o segundo trimestre registre alta de 1,5%, o terceiro, 1% e o último, 0,6%, o que levaria a uma expansão do PIB em 2010 de 8,5%. A projeção final do banco, porém, é de 8%.
Provavelmente, a indústria foi o principal destaque para o crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano, na ótica da oferta, segundo o banco.
"Projetamos expansão do produto nesse período em comparação ao primeiro trimestre de 2009, de 8,1% na agropecuária, 15,7% na indústria e de 7% em serviços", segundo Teixeira.
Entre os destaques nas projeções nesse período estão o crescimento de 18,3% na indústria de transformação e de 15,2% na construção civil, de acordo com o economista.

SEM INCENTIVO
O presidente da Abdib, Paulo Godoy, negocia com o ministro Guido Mantega (Fazenda) uma solução para que as fabricantes de máquinas e equipamentos também possam ser beneficiadas pelo Reidi (Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura), sistema especial que suspende a cobrança de PIS e Cofins para investimentos em vários setores de infraestrutura. Pelo programa já foram habilitados projetos para energia elétrica, de geração, transmissão e distribuição, e de transportes, para portos e rodovias. Hoje, sem o direito ao benefício, as empresas fabricantes de máquinas poderiam ganhar em competitividade e teriam menores custos de financiamento, entre outras vantagens, de acordo com a Abdib.

MAR DE LEITOS
O primeiro navio da nova temporada de cruzeiros no Brasil chega no início de outubro e a estação segue até maio de 2011. Empresas como Costa, Royal Caribbean e CVC trarão neste ano embarcações inéditas no litoral do país. O objetivo é responder à demanda pelo serviço, segundo o diretor da Royal Caribbean no Brasil, Ricardo Amaral, que também é presidente da Abremar (associação do setor). "Há mais brasileiros querendo fazer cruzeiros do que a oferta existente", diz Amaral, que lamenta a falta de infraestrutura. "Um navio desses só pode fazer escala em três portos: Santos, Rio e Salvador." Com um novo navio, que abriga uma quadra de basquete, a Royal elevará sua oferta em mais de 3.000 hóspedes neste ano, o que quase dobra sua atuação no país em número de visitantes. A nova embarcação da Costa Cruzeiros tem 6.000 metros de spa, simulador de Fórmula-1 e vagas para 3.500 passageiros, segundo Renê Hermann, diretor-presidente da empresa para a América do Sul. Uma cabine pode custar US$ 632 por quatro dias por pessoa. A CVC, que na última temporada trabalhou com quatro embarcações, neste ano terá cinco transatlânticos. O aumento no número de leitos é de 120 mil para 185 mil. A Abremar estima que na próxima temporada brasileira haverá 836 mil viajantes em cruzeiros.

ADOCICADO
Quatro dos cinco maiores grupos sucroalcooleiros que atuam hoje no Brasil -Cosan, Louis Dreyfus, Bunge e Guarani- possuem pelo menos 50% de controle estrangeiro. Na safra 2005/ 2006, a situação era diferente. As cinco primeiras posições do ranking de moagem de cana eram ocupadas por empresas de controle nacional. A Copersucar liderava, seguida por Cosan (ainda sem a Shell), segundo estudo da consultoria Dextron.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK

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