China vs. EUA
FOLHA DE SÃO PAULO - 01/02/10
Manchete do "China Daily", "Ministro do exterior cobra que EUA parem de vender armas a Taiwan". Diz que o negócio "fere a segurança nacional da China e os esforços de reunificação pacífica" com Taiwan.
No também chinês "Global Times", "China suspende as visitas militares com os EUA". O ministério da defesa fala em "dano severo" e "indignação".
Ainda no "China Daily", o artigo "Responda quando atacado" descreve o negócio como "despertador" para o país, que "não pode ignorar os valentões" [bullies]. "A China ainda é fraca, econômica e militarmente, comparada aos EUA. Mas uma mensagem tem que ser enviada: De agora em diante, os EUA não devem esperar cooperação da China num amplo espectro de questões regionais e internacionais."
Foi manchete on-line no "Financial Times", "China ameaça EUA", e no "New York Times".
De Davos, no "Wall Street Journal", a consultoria Eurasia Group avisou que o confronto "só vai piorar" e que os perdedores serão as empresas americanas. "Os vencedores serão o Brasil, a potência emergente da América do Sul, e a Índia."
OUTRO MUNDO
A "Newsweek" dá longo artigo de Nader Mousavizadeh, do londrino International Institute for Strategic Studies, avisando que "o mundo que criou o 'eixo do mal' acabou, quanto mais cedo Washington reconhecer, melhor". Diz que "Brasil, Turquia, Rússia, China: nenhum faz segredo da resistência à diplomacia americana anti-'rogue states'". Resistem à escalada contra o Irã.
Na sexta, o Departamento de Estado dos EUA cobrou sanções da China contra o Irã. E ontem o Departamento de Defesa, destaque no "New York Times", já começou a posicionar mísseis no golfo, diante do Irã.
CONSENSO DE PEQUIM
De Davos, Thomas L. Friedman, ontem no "NYT", sob o título "Nunca ouvi isso antes", relata que a "instabilidade política" dos EUA foi tema recorrente no Fórum. E cita "outra frase que nunca ouvi antes: o Consenso de Pequim está substituindo o Consenso de Washington?". Em suma, a estabilidade "confúcio-comunista" já seria vista como alternativa. Friedman acha que não. E que o problema é a divisão partidária em Washington.
RECESSÃO HUMANA
Sob o título "Mercados emergentes tomaram o palco central em Davos", o "WSJ" resumiu o evento opondo as perspectivas divergentes de EUA e Brasil -expressas por Lawrence Summers e por Guido Mantega.
O conselheiro de Obama vê "recuperação estatística, mas recessão humana" nos EUA. O segundo "desenhou um dos melhores cenários" e afirmou que "o crescimento já está forte o bastante para retirar parte do estímulo".
NÃO É O ÚNICO
A "Economist" antevê, para a semana, uma operação de "resgate" [bail-out] da Grécia pela União Europeia. E "não é o único país da eurozona com finanças cambaleantes".
POR OUTRO LADO
No canal CNBC, no final da semana, o chefe da OCDE, o "clube dos ricos", declarou que "há risco de uma bolha de papéis em lugares como o Brasil ou a Índia e temos que ser cuidadosos". Insistiu que "é uma ameaça real".
SEQUESTRO DE CRIANÇAS
Por aqui, foi manchete no site da Reuters Brasil, mas mal noticiado por outros, "Haiti prende norte-americanos que deixavam o país com crianças". Os dez americanos tentavam sair do país com 33 crianças e são "suspeitos de participar de esquema ilegal de doações".
Nos EUA, Drudge Report e Huffington Post postaram a notícia no alto das páginas iniciais, com agências. Mas o "NYT" também mal registrou.
"AMAZONGATE"
O conflito entre "céticos" do aquecimento global e seus proponentes divide a mídia londrina. Depois que o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), da ONU, admitiu que as geleiras do Himalaia não vão acabar até 2035, surge agora um "Amazongate", como apelidou o conservador "Telegraph".
Questiona os dados do IPCC prevendo desaparecimento de "até 40%" da floresta, com o aquecimento. No progressista "Observer", o ministro do meio ambiente declarou "guerra aos céticos".
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