terça-feira, julho 21, 2009

ELIANE CANTANHÊDE

Palocci para toda obra

FOLHA DE SÃO PAULO - 21/07/09

BRASÍLIA - O PT não tem candidato ao governo de São Paulo? Chama o Palocci!
O partido quer tirar os aliados da frente e reassumir a coordenação política no Planalto, hoje com o PTB? Chama o Palocci!
O Lula vai mexer em ministério importante? Chama o Palocci!
Se não fosse aquele probleminha das variadas denúncias, o ex-ministro nem teria saído da Fazenda e hoje seria um candidato muito mais óbvio do que Dilma Rousseff.
Palocci já superou os processos de Ribeirão Preto, onde se meteu com uma turma da pesada na prefeitura, mas ainda depende da decisão do Supremo sobre a acusação da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo, já como ministro.
Você conhece algum tubarão condenado pela Justiça brasileira?
Então, é só aguardar a absolvição, prevista para o início do segundo semestre, provavelmente em agosto. E, aí, ninguém mais fala nisso.
Independentemente do cronograma, Lula, que não dá bola mesmo para essas bobagens de mensalão, aloprados, caseiros, empreguismo e processos -tudo é coisa da oposição e da imprensa...- decidiu dar uma guinada de volta ao futuro.
Destacou para a campanha de Dilma a mesma dupla dinâmica de sua própria eleição em 2002. Palocci mantém sob controle a elite empresarial e financeira, e José Dirceu, que foi cassado da Câmara e está com os direitos políticos suspensos, amansa o PT para articular os palanques de Dilma nos Estados.
Os dois, pragmáticos que só, já atuam abertamente na campanha.
Palocci mais concentrado em São Paulo e no centro econômico, Dirceu viajando pelo país todo.
Enquanto o comando fica onde sempre esteve, renova-se o time da campanha em Brasília. Com tantas contusões e baixas entre os titulares, estão em aquecimento dois novos craques: Cândido Vaccarezza (PT) na Câmara e Gim Argello (PTB) no Senado. Nenhum deles está aí para brincadeira.

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