segunda-feira, janeiro 13, 2014

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 13/01

Custo de exportador cresce com fim do Reintegra
Os custos dos exportadores brasileiros aumentarão em cerca de R$ 3 bilhões por ano com o fim do Reintegra --programa do governo federal de incentivo às exportações encerrado em dezembro.

O Reintegra previa a devolução de parte dos impostos com base no faturamento obtido pela companhia com a venda de produtos industrializados a outros países.

O cálculo é da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que prevê ainda um impacto negativo de 3% nos embarques de manufaturados.

"Esse número é uma média do crédito tributário que a indústria recebeu. Alguns setores têm um valor de resíduo tributário diferente", afirma Diego Bonomo, gerente-executivo de comércio exterior da CNI.

A cotação do dólar em um patamar mais favorável aos embarques --uma das justificativas do governo para encerrar o regime de reintegração de tributos-- não compensa o fim do programa, de acordo com Bonomo.

"O câmbio é instável por natureza. Não tem como planejar como ele estará daqui 36 meses. É diferente ter um instrumento que dá previsibilidade ao empresário do que apostar em um nível em que a moeda estará competitiva", acrescenta.

A retirada do incentivo vem em um momento difícil para as exportadoras de mercadorias industrializadas, segundo a CNI. A entidade estima que o deficit da balança comercial do segmento tenha crescido 5,3% em 2013 e alcançado R$ 99,1 bilhões.

Contratação no setor hoteleiro crescerá 33% em dois anos
Sem depender dos cronogramas da Copa do Mundo e da Olimpíada, o setor hoteleiro prevê um crescimento de 33% em contratação de mão de obra até 2015.

A projeção para o período é abrir mais 50 mil postos de trabalho diretos e indiretos, segundo o Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil). Hoje, são 150 mil.

O incremento se deverá à inauguração de hotéis nos próximos anos --serão 40 mil novos apartamentos, de acordo com Flávia Matos, diretora da entidade.

"A expansão está muito mais pautada pelo desenvolvimento do país do que especificamente pelos grandes eventos", afirma.

Por conta das inaugurações, a concentração do setor no Sudeste se diluirá. A oferta hoteleira da região passará dos 63% do total do país em 2012 para 60% em 2015.

"Com a diminuição na concentração de oferta, teremos um ligeiro equilíbrio tanto em hotéis como em geração de empregos", diz.

TIJOLOS EM BAIXA
O setor da construção civil brasileira fechou 30,6 mil postos de trabalho em novembro do ano passado, segundo levantamento do SindusCon-SP (sindicato da indústria de São Paulo).

O número, que representa queda de 0,86% em relação ao mês anterior, está dentro do esperado para o período de fim de ano, de acordo com Sergio Watanabe, presidente da entidade.

"A construção civil também tem sazonalidade. Todo final de ano, postos de trabalho são fechados", diz.

"Normalmente, em janeiro, o setor reinicia a recuperação e vai crescendo durante o ano", acrescenta.

Apesar do recuo, no acumulado até novembro, houve aumento de 0,95% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No período de 12 meses encerrado em novembro, o incremente é ligeiramente maior (1,13%), o que representa 39,3 mil contratações.

A região do país mais afetada, em valores absolutos, foi a Sudeste, com 21.984 baixas (1,23%). No Estado de São Paulo, o recuo foi menor: -0,73% ou 6.600 postos.

REMÉDIO RASTREADO
Na tentativa de reduzir perdas que podem chegar a R$ 600 milhões por ano, o governo do Estado de São Paulo realizará uma PPP (parceria público-privada) para armazenagem e distribuição de medicamentos.

"O Estado gasta R$ 6 bilhões com remédios anualmente. Estima-se que as perdas com roubos, validade vencida e má conservação dos produtos fiquem entre 5% e 10% desse valor", diz Wilson Pollara, secretário-adjunto da Saúde.

O projeto prevê que uma empresa só seja responsável pela logística dos medicamentos. Essa companhia deverá receber R$ 150 milhões por ano, segundo Pollara.

Também está prevista a implantação de centros de distribuição em São Paulo, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto e Marília. Ainda não há um valor definido de investimento para cada um.

A contratação da PPP se dará na modalidade de concessão administrativa pelo prazo de 20 anos.

CRÉDITO PARA ACESSIBILIDADE
A concessão de crédito para a compra de equipamentos utilizados por pessoas com deficiências cresceu em 2013, segundo o Banco do Brasil.

O valor financiado passou de R$ 15,3 milhões em 2012 para R$ 69,5 milhões no ano passado. A partir deste mês, a linha oferecida pela instituição passou a abranger a reforma de casas.

No Santander, o volume concedido chegou a R$ 9,5 milhões de janeiro a setembro de 2013 --evolução de 11% ante o mesmo período de 2012.

A Caixa informou que houve alta na linha que financia bens duráveis (incluindo itens de acessibilidade), mas não deu valores específicos.

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