Com a conclusão, no segundo semestre deste ano, da extensão no lado paraguaio da linha de transmissão da Hidrelétrica Itaipu Binacional até as proximidades de Assunção, numa extensão de 500 km, cresce o interesse de empresas brasileiras de buscar maior integração industrial com o Paraguai, principalmente com o objetivo de enfrentar o desafio de competitividade com produtos de origem asiática. Estudo realizado pelo Departamento de Relações. Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, com foco no setor têxtil e de confecções, constatou que o Paraguai apresenta vantagens de custo em relação ao Brasil nos quatro quesitos examinados - mão de obra, insumos, manutenção e juros -, passando a ser uma opção mais atraente para alguns setores industriais no processo de internacionalização por que vêm passando muitas empresas do País nos últimos anos.
Como exemplo dos benefícios que empresas têxteis brasileiras poderiam usufruir integrando o Paraguai à sua cadeia produtiva, o diretor titular adjunto da Fiesp, Thomaz Zanotto, citou o custo médio de produção de uma calça jeans, que no Brasil é de US$ 7,75 e no Paraguai é de US$ 5,73 - uma economia de 35%. "Não há a menor dúvida de que vale muito mais a pena produzir essa calça no Paraguai, para atender ao mercado do Mercosul, do que importar da China", ressaltou Zanotto.
Não se trata, portanto, de fechar fábricas no País para produzir no exterior, mas de mudar de fornecedor. É claro que o Paraguai tem todo o interesse em atrair investimentos industriais, já que consome apenas 20% da energia produzida pela Itaipu Binacional, sendo sua economia baseada, em grande parte, no setor agropecuário, muito dependente de cotações internacionais e de condições climáticas. Tendo energia sobrando, o Paraguai pode oferecê-la a um custo baratíssimo. Apesar das medidas tomadas por Brasília para baixar a conta de eletricidade, o preço do quilowatt/hora paraguaio é 63% inferior ao cobrado no País.
A carga tributária é também sensivelmente menor, havendo ainda incentivos para investidores. Há basicamente três tipos de impostos: Imposto de Renda (IR) Pessoa Física, IR para empresas e o Imposto de Valor Agregado -.(IVA). Além disso, os salários, em média, são 35,5% mais baixos e os encargos sociais giram em torno de 16% da folha.
Assim, como disse o presidente da Fundación Desarollo en Democracia, Alberto Acosta Garbarino, que participou de recente seminário na Fiesp, o investimento em seu país pode ajudar a solucionar problemas dos dois lados da fronteira, aumentando a competitividade da indústria brasileira e contribuindo para o desenvolvimento paraguaio. Ele reconhece a existência de gargalos na infraestrutura e deficiências na área de educação, o que pode exigir programas de treinamento cie trabalhadores.
O comércio entre Paraguai e Brasil vem crescendo e não foi abalado pela suspensão provisória daquele país do Mercosul, desde o episódio do impeachment de Fernando Lugo, em junho de 2012. O Brasil é superavitário no comércio bilateral, não contando o comércio de "formiguinha" na região de fronteira. No ano passado, o Brasil exportou para o Paraguai US$ 2,677 bilhões e importou mercadorias no valor de US$ 987 milhões - um saldo de US$ 1,690 bilhão. A mesma tendência verifica-se nos dois primeiros meses deste ano.
Acresce que, como mencionou o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, o Paraguai conta com preferências da União Europeia, benefício que o Brasil perdeu em 2013. Assim, as indústrias brasileiras com filiais no país vizinho, além de exportar com tarifa zero para parceiros do Mercosul, poderiam vender mais facilmente para terceiros países.
Indústrias nacionais mais afetadas pela concorrência agressiva dos asiáticos constataram que saídas podem ser encontradas, sem que o governo precise recorrer ao aumento estratosférico de tarifas de importação. E é bom que exista uma alternativa dentro do Mercosul.
Não se trata, portanto, de fechar fábricas no País para produzir no exterior, mas de mudar de fornecedor. É claro que o Paraguai tem todo o interesse em atrair investimentos industriais, já que consome apenas 20% da energia produzida pela Itaipu Binacional, sendo sua economia baseada, em grande parte, no setor agropecuário, muito dependente de cotações internacionais e de condições climáticas. Tendo energia sobrando, o Paraguai pode oferecê-la a um custo baratíssimo. Apesar das medidas tomadas por Brasília para baixar a conta de eletricidade, o preço do quilowatt/hora paraguaio é 63% inferior ao cobrado no País.
A carga tributária é também sensivelmente menor, havendo ainda incentivos para investidores. Há basicamente três tipos de impostos: Imposto de Renda (IR) Pessoa Física, IR para empresas e o Imposto de Valor Agregado -.(IVA). Além disso, os salários, em média, são 35,5% mais baixos e os encargos sociais giram em torno de 16% da folha.
Assim, como disse o presidente da Fundación Desarollo en Democracia, Alberto Acosta Garbarino, que participou de recente seminário na Fiesp, o investimento em seu país pode ajudar a solucionar problemas dos dois lados da fronteira, aumentando a competitividade da indústria brasileira e contribuindo para o desenvolvimento paraguaio. Ele reconhece a existência de gargalos na infraestrutura e deficiências na área de educação, o que pode exigir programas de treinamento cie trabalhadores.
O comércio entre Paraguai e Brasil vem crescendo e não foi abalado pela suspensão provisória daquele país do Mercosul, desde o episódio do impeachment de Fernando Lugo, em junho de 2012. O Brasil é superavitário no comércio bilateral, não contando o comércio de "formiguinha" na região de fronteira. No ano passado, o Brasil exportou para o Paraguai US$ 2,677 bilhões e importou mercadorias no valor de US$ 987 milhões - um saldo de US$ 1,690 bilhão. A mesma tendência verifica-se nos dois primeiros meses deste ano.
Acresce que, como mencionou o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, o Paraguai conta com preferências da União Europeia, benefício que o Brasil perdeu em 2013. Assim, as indústrias brasileiras com filiais no país vizinho, além de exportar com tarifa zero para parceiros do Mercosul, poderiam vender mais facilmente para terceiros países.
Indústrias nacionais mais afetadas pela concorrência agressiva dos asiáticos constataram que saídas podem ser encontradas, sem que o governo precise recorrer ao aumento estratosférico de tarifas de importação. E é bom que exista uma alternativa dentro do Mercosul.
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