quinta-feira, dezembro 20, 2012

Bateção de cabeças - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 20/12

A presidente Dilma e seus líderes no Senado não falam a mesma língua. Dilma ligou duas vezes para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anteontem, pedindo para não votar o veto dos royalties. Sarney disse que não o faria, mas que Dilma tinha que segurar seus líderes. A presidente não conseguiu controlar todos os seus aliados, que pressionaram para convocar a sessão.

O papel do líder do PT
O novo líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), foi decisivo para detonar a votação dos 3.060 vetos que abririam caminho para a derrubada do veto do royalties do petróleo. Na reunião, no gabinete da presidência da Câmara, ele foi taxativo: "É um absurdo votarmos três mil vetos desta forma. Há temas com grande repercussão para os movimentos sociais e para o país. Temos que votar criteriosamente". Sua explicação: "A oposição estava surfando. A arapuca estava armada, inclusive, pelas bancadas setoriais. Queriam derrubar os vetos ao Código Florestal, ao Fator Previdenciário e à Emenda 29. Era preciso interditar qualquer votação".

“Eu não imaginava que pudéssemos agir com tamanha improvisação”
João Capiberibe
Senador (PSB-AP), sobre a convocação de sessão do Congresso para apreciar uma cédula com 3.060 vetos

No lugar errado
São grandes o desconforto e a irritação no PSDB com o governador Teotônio Vilela (AL). Os tucanos consideram que Teotônio não deveria ter participado da manifestação de anteontem, em solidariedade ao ex-presidente Lula. O apoio de Teotônio a Lula fez os tucanos virarem alvo de chacota nos outros dois partidos de oposição.

Guerra é guerra
A Frente Parlamentar do Agronegócio agarrou, com unhas e dentes, a chance de mudar o Código Florestal. Foram enviadas mensagens de celular aos 320 deputados do bloco, sustentando a necessidade de derrubar o veto na íntegra.

Operação esconde-esconde
Os líderes do governo tentaram negar a ação do Planalto buscando impedir a votação do veto dos royalties do petróleo. Estavam todos preocupados com a repercussão em suas bases eleitorais, pois são de estados que não recebem royalties.

O recado dos tucanos
O Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, distribuiu o texto "O alto preço da energia barata". Nele, diz que "autoridades federais passaram a admitir que o efeito imediato da energia baratinha será a incômoda convivência com apagões". O texto ignora que os apagões são anteriores. São do tempo da energia cara. Os tucanos administram companhias de energia em SP, MG e PR.

O Planalto em campo
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) ligou para a vice da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), que presidiu a sessão do Congresso, para pedir que ela derrubasse a sessão, que fora convocada para analisar três mil vetos.

O PSOL quer Reguffe candidato
O PSOL convidou o deputado José Antônio Reguffe (PDT-DF) para concorrer a presidente da Câmara. Ele decidirá só em janeiro. Já o líder do PMDB, Henrique Alves (RN), fechou ontem o apoio oficial do PDT (25) e do PSC (16).

O BANCO MUNDIAL aprovou o Projeto RN Sustentável, da governadora Rosalba Ciarlini, que destina US$ 540 milhões para a agricultura familiar.

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