O GLOBO - 31/07
Relator do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa caminhava tranqüilo pela Praia de Ipanema, domingo.
A 48h do mensalão II
Já Luiz Fux, outro ministro carioca, tirou uns dias de descanso em Buenos Aires com a família.
A 48h do mensalão III
Duda Mendonça, durante seu julgamento no STF, pretende ficar recolhido em sua fazenda, no Pará.
A Macy’s brasileira
A Mesbla, loja de departamentos fundada em 1912 por franceses e que faliu em 1999, faria cem anos dia 11 de agosto. Chegou a ter 180 pontos de venda e a empregar 28 mil pessoas no Brasil.
A Sami, associação de ex-funcionários e amigos da finada, mandará celebrar missa na data, às 10h, na Candelária, no Rio.
País dos jatinhos
Relatório da Honeywell, gigante americana que fabrica motores de aviação, diz que o mercado de jatinhos executivos deve crescer 6,3% este ano no Brasil, na Rússia, na Índia e na China, os chamados países Brics.
Mais do que nos EUA (2,2%), e um baile na Europa do euro, onde deve haver uma contração de 0,4%.
Voo que segue...
De olho neste mercado emergente, sobretudo o brasileiro, a Honeywell, diz o relatório, desenvolve um motor capaz de voar mais rápido e sem necessidade de paradas entre Rio-Nova York.
Os bolivarianos
Hugo Chávez, hoje, em Brasília, terá claque do MST em frente ao Itamaraty, às 14h.
PREGO NA ARVORE
As árvores centenárias da Avenida Visconde de Albuquerque, no Leblon, amanheceram ontem com estas pequenas placas de metal, fixadas com pregos, que traziam a ameaça: “reservada para corte”, “madeira para exportação”, junto a um número de lote e um código de barras. Uma brigada verde já se mobilizava na vizinhança. Mas nem a Comlurb, responsável pelos serviços de poda e corte, nem a Secretaria municipal de Meio Ambiente, que teria de autorizar uma maluquice dessas, sabiam do que se tratava. A ação seria obra de uma empresa já localizada pela prefeitura em Brasília. Hoje, a Comlurb e a Patrulha Ambiental do município vão retirar as placas ilegais e tentar chegar ao infrator (o site do tal Grupo Vecana, que aparece na placa, remete a um suposto comércio de árvores urbanas). Em 2011, caso igual levou a prefeitura de Belo Horizonte a processar uma empresa. Que Deus proteja as árvores e não nos desampare jamais •
Gois em Londres I
A TV que gravar imagens de Londres tendo ao fundo algum cartão postal é obrigada a pagar à London Media Centre, autorizada pela prefeitura.
A tabela da empresa, espécie de flanelinha de luxo, vai de 250 a 1.600 libras esterlinas (de R$ 795 a R$ 5.088).
Gois em Londres II
Todos os banheiros do centro de imprensa dos Jogos estavam trancados ontem porque... faltou água.
Deve ser terrível... você sabe.
Gois em Londres III
O ex-piloto de F-1 Alex Ribeiro é voluntário na Vila Olímpica.
Evangélico, leva palavra de Deus a atletas que buscam conforto espiritual.
Facebossa
Veja como o Facebook pode ser útil nas emergências. Roberto Menescal, 74 anos, teria um show quarta passada com Wanda Sá e grupo Bebossa na Fundação Eva Klabin, no Rio, mas uma tempestade na China o prendeu no Japão.
O mestre da bossa nova, sem tempo hábil para avisar do imprevisto, por causa do fuso, fez um vídeo e pôs no Facebook. Deu certo. Assista no site da coluna.
Chiquinho na rede
A Biblioteca Nacional digitalizou 1.831 edições da revista e almanaque "Tico-Tico" de Luís Bartolomeu de Souza e Silva, de 1905, que estarão disponíveis ainda esta semana.
Foi nossa primeira revista de história em quadrinhos, cujo protagonista era Chiquinho.
Segue...
Além disso, a Hemeroteca Digital da BN também está pondo na internet 5 milhões de páginas de jornais e revistas.
Entre as raridades, os dois primeiros jornais do país, "Correio Braziliense" e o “Gazeta do Rio de Janeiro" de 1808.
Banana no cartão
A barraca de frutas do Rubinho e do Paulinho na feira da Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, às sextas, agora aceita todos os cartões de crédito.
BBB do skate
A prefeitura do Rio vai instalar cinco câmeras de segurança no Parque de Madureira, com imagens transmitidas 24 horas para o Centro de Operações.
Segundo o chefe da Casa Civil, Guilherme Schleder, os equipamentos já começam a operar sexta agora.
Grande hotel
O inglês naturalizado brasileiro Philip Carruthers deixa em outubro o comando do Copacabana Palace.
Ocupava o cargo desde 1989, quando o grupo Orient-Express comprou o hotel da família Guinle. Ele continua no conselho.
Inflação da UPP
O economista Carlos Lessa notou que, após a pacificação da Favela Santo Amaro, na Glória, no Rio, disparou o preço do... misto-quente da Confeitaria Santo Amaro, aos pés do morro.
Passou de R$ 2,60 para R$ 4,20.
terça-feira, julho 31, 2012
"The Supremes" - VERA MAGALHÃES
FOLHA DE SP - 31/07
SÃO PAULO - A partir de quinta-feira, a Olimpíada de Londres ganhará concorrência na TV e no noticiário de sites e jornais: a cobertura extensiva de um inédito julgamento de 38 réus de uma vez na mais alta corte de Justiça do país.
Mais de 500 jornalistas foram credenciados para relatar as sessões do mensalão, que vão se arrastar, como um reality show, por semanas a fio.
Transformados em estrelas de uma espécie de "Show de Truman" judiciário, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal experimentarão uma overdose da exposição que passaram a ter desde o advento da TV Justiça, que transformou rostos desconhecidos em figuras públicas.
Vários membros do STF relatam casos em que já foram abordados na padaria ou em voos com perguntas do tipo: "E aí, quando vocês vão julgar o mensalão?''. Esse tipo de cobrança anônima, somada à pressão da opinião pública, contribuiu para que o julgamento fosse marcado para agora, em pleno período eleitoral.
A TV Justiça e uma preocupação em "arejar" o STF, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, fizeram com que a corte tenha, hoje, um perfil menos vetusto e mais sensível à chamada voz rouca da rua.
Não à toa, Ricardo Lewandowski, o revisor do mensalão, disse em 2007 que muitos ministros votaram "com a faca no pescoço'' pela abertura da ação penal que agora será julgada.
Essa atenção inédita sobre uma corte antes impermeável ainda será sentida em decisões como a do ministro José Antonio Dias Toffoli, que, até agora, não disse se vai se considerar suspeito de votar, dado o seu histórico de advogado do PT e ex-assessor de José Dirceu, réu no caso.
Houve quem sugerisse proibir imagens no plenário. Na semana passada, advogados tentaram impedir o uso dessas cenas na campanha eleitoral. O problema é que, uma vez exposto à luz do sol, o Supremo não pode mais fechar as persianas.
"The Supremes", o show, estreia quinta-feira, na TV aberta e fechada.
SÃO PAULO - A partir de quinta-feira, a Olimpíada de Londres ganhará concorrência na TV e no noticiário de sites e jornais: a cobertura extensiva de um inédito julgamento de 38 réus de uma vez na mais alta corte de Justiça do país.
Mais de 500 jornalistas foram credenciados para relatar as sessões do mensalão, que vão se arrastar, como um reality show, por semanas a fio.
Transformados em estrelas de uma espécie de "Show de Truman" judiciário, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal experimentarão uma overdose da exposição que passaram a ter desde o advento da TV Justiça, que transformou rostos desconhecidos em figuras públicas.
Vários membros do STF relatam casos em que já foram abordados na padaria ou em voos com perguntas do tipo: "E aí, quando vocês vão julgar o mensalão?''. Esse tipo de cobrança anônima, somada à pressão da opinião pública, contribuiu para que o julgamento fosse marcado para agora, em pleno período eleitoral.
A TV Justiça e uma preocupação em "arejar" o STF, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, fizeram com que a corte tenha, hoje, um perfil menos vetusto e mais sensível à chamada voz rouca da rua.
Não à toa, Ricardo Lewandowski, o revisor do mensalão, disse em 2007 que muitos ministros votaram "com a faca no pescoço'' pela abertura da ação penal que agora será julgada.
Essa atenção inédita sobre uma corte antes impermeável ainda será sentida em decisões como a do ministro José Antonio Dias Toffoli, que, até agora, não disse se vai se considerar suspeito de votar, dado o seu histórico de advogado do PT e ex-assessor de José Dirceu, réu no caso.
Houve quem sugerisse proibir imagens no plenário. Na semana passada, advogados tentaram impedir o uso dessas cenas na campanha eleitoral. O problema é que, uma vez exposto à luz do sol, o Supremo não pode mais fechar as persianas.
"The Supremes", o show, estreia quinta-feira, na TV aberta e fechada.
Zero de conduta - VLADIMIR SAFATLE
FOLHA DE SP - 31/07
Há mais de dois meses, os professores das universidades federais estão em greve. Após duas propostas consideradas insuficientes pela maioria do corpo docente, o governo parece disposto a endurecer as negociações. No entanto há de estranhar a maneira com que uma questão dessa natureza está sendo tratada.
Ao ganhar as eleições, o governo atual afirmou ser a educação sua prioridade. Mas, por mais que possa parecer uma tautologia, colocar a educação como prioridade significa, entre outros, assumir as demandas que vêm de seus profissionais como prioritárias. O que os professores querem é um salário digno e uma infraestrutura adequada para desenvolver atividades de docência, orientação e pesquisa.
Enquanto algumas pessoas que nada sabem da vida universitária usam espaços na imprensa para afirmar que os professores são a "elite do funcionalismo" e que, por isso, não deveriam reclamar, policiais rodoviários continuam ganhando mais do que docentes.
Os desafios brasileiros passam pelo fortalecimento da universidade pública, com sua capacidade de formação e pesquisa. A experiência de liberalização do ensino universitário por meio da proliferação de universidades privadas foi um retumbante fracasso.
Tudo o que se conseguiu foi produzir levas de profissionais semiformados, assim como instituições nas quais os professores acabam por ser repetidores, por estar afogados em cargas horárias que não permitem o desenvolvimento de pesquisas.
Vez por outra, quando o processo de financiamento das universidades públicas volta à tona, temos de ouvir duas opiniões no limite do caricato. A primeira consiste no argumento etapista tosco que afirma: primeiro, devemos investir na escola básica, depois, nas universidades. Claro.
E, enquanto o investimento da educação básica não chega a um nível adequado, deixemos as universidades serem sucateadas e destruídas. Tais pessoas têm um raciocínio binário incapaz de entender que o investimento em educação deve ser extensivo, caso não queiramos perder completamente o bonde do desenvolvimento social.
A segunda afirma que os professores universitários devem deixar de ser subvencionados pelo Estado e procurar financiamento para pesquisas na iniciativa privada.
Só um exemplo: se um pesquisador em psicologia procurar desenvolver uma pesquisa mostrando a ineficácia de antidepressivos, a quem ele deve pedir financiamento? À indústria farmacêutica?
Ou seja, ou o governo assume o custo de eleger a educação como prioridade ou é melhor não utilizar tal discurso em época de eleição.
Há mais de dois meses, os professores das universidades federais estão em greve. Após duas propostas consideradas insuficientes pela maioria do corpo docente, o governo parece disposto a endurecer as negociações. No entanto há de estranhar a maneira com que uma questão dessa natureza está sendo tratada.
Ao ganhar as eleições, o governo atual afirmou ser a educação sua prioridade. Mas, por mais que possa parecer uma tautologia, colocar a educação como prioridade significa, entre outros, assumir as demandas que vêm de seus profissionais como prioritárias. O que os professores querem é um salário digno e uma infraestrutura adequada para desenvolver atividades de docência, orientação e pesquisa.
Enquanto algumas pessoas que nada sabem da vida universitária usam espaços na imprensa para afirmar que os professores são a "elite do funcionalismo" e que, por isso, não deveriam reclamar, policiais rodoviários continuam ganhando mais do que docentes.
Os desafios brasileiros passam pelo fortalecimento da universidade pública, com sua capacidade de formação e pesquisa. A experiência de liberalização do ensino universitário por meio da proliferação de universidades privadas foi um retumbante fracasso.
Tudo o que se conseguiu foi produzir levas de profissionais semiformados, assim como instituições nas quais os professores acabam por ser repetidores, por estar afogados em cargas horárias que não permitem o desenvolvimento de pesquisas.
Vez por outra, quando o processo de financiamento das universidades públicas volta à tona, temos de ouvir duas opiniões no limite do caricato. A primeira consiste no argumento etapista tosco que afirma: primeiro, devemos investir na escola básica, depois, nas universidades. Claro.
E, enquanto o investimento da educação básica não chega a um nível adequado, deixemos as universidades serem sucateadas e destruídas. Tais pessoas têm um raciocínio binário incapaz de entender que o investimento em educação deve ser extensivo, caso não queiramos perder completamente o bonde do desenvolvimento social.
A segunda afirma que os professores universitários devem deixar de ser subvencionados pelo Estado e procurar financiamento para pesquisas na iniciativa privada.
Só um exemplo: se um pesquisador em psicologia procurar desenvolver uma pesquisa mostrando a ineficácia de antidepressivos, a quem ele deve pedir financiamento? À indústria farmacêutica?
Ou seja, ou o governo assume o custo de eleger a educação como prioridade ou é melhor não utilizar tal discurso em época de eleição.
O julgamento na imprensa - JANIO DE FREITAS
FOLHA DE SP - 31/07
Se há contra os réus indução de animosidade, a resposta prevista só pode ser a expectativa de condenações
O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal é desnecessário. Entre a insinuação mal disfarçada e a condenação explícita, a massa de reportagens e comentários lançados agora, sobre o mensalão, contém uma evidência condenatória que equivale à dispensa dos magistrados e das leis a que devem servir os seus saberes.
Os trabalhos jornalísticos com esforço de equilíbrio estão em minoria quase comovente.
Na hipótese mais complacente com a imprensa, aí considerados também o rádio e a TV, o sentido e a massa de reportagens e comentários resulta em pressão forte, com duas direções.
Uma, sobre o Supremo. Sobre a liberdade dos magistrados de exercerem sua concepção de justiça, sem influências, inconscientes mesmo, de fatores externos ao julgamento, qualquer que seja.
Essa é a condição que os regimes autoritários negam aos magistrados e a democracia lhes oferece.
Dicotomia que permite pesar e medir o quanto há de apego à democracia em determinados modos de tratar o julgamento do mensalão, seus réus e até o papel da defesa.
O outro rumo da pressão é, claro, a opinião pública que se forma sob as influências do que lhe ofereçam os meios de comunicação.
Se há indução de animosidade contra os réus e os advogados, na hora de um julgamento, a resposta prevista só pode ser a expectativa de condenações a granel e, no resultado alternativo, decepção exaltada. Com a consequência de louvação ou de repulsa à instituição judicial.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reforça o sentido das reportagens e dos comentários mais numerosos, ao achar que "o mensalão é o maior escândalo da história" -do Brasil, subentende-se.
O procurador-geral há de ter lido, ao menos isso, sobre o escândalo arquitetado pelo brilho agitador de Carlos Lacerda em 1954, que levou à República do Galeão, constituída por oficiais da FAB, e ao golpe iniciado contra Getúlio Vargas e interrompido à custa da vida do presidente.
Foi um escândalo de alegada corrupção que pôs multidões na rua contra Getúlio vivo e as fez retornar à rua, em lágrimas, por Getúlio morto.
Como desdobramento, uma série de tentativas de golpes militares e dois golpes consumados em 1955.
O procurador Roberto Gurgel não precisou ler sobre o escândalo de corrupção que levou multidões à rua contra Fernando Collor e, caso único na República, ao impeachment de um presidente. Nem esse episódio de corrupção foi escândalo maior?
E atenção, para não dizer, depois, que não recebemos a advertência de um certo e incerto historiador, em artigo publicado no Rio: "Vivemos um dos momentos mais difíceis da história republicana".
Dois inícios de guerra civil em 1930 e 1932, insurreição militar-comunista em 1935, golpe integralista abortado em 1937, levante gaúcho de defesa da legalidade em 1961, dezenas de tentativas e de golpes militares desde a década de 1920.
E agora, à espera do julgamento do mensalão, é que "vivemos um dos momentos mais difíceis da história republicana".
Se há contra os réus indução de animosidade, a resposta prevista só pode ser a expectativa de condenações
O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal é desnecessário. Entre a insinuação mal disfarçada e a condenação explícita, a massa de reportagens e comentários lançados agora, sobre o mensalão, contém uma evidência condenatória que equivale à dispensa dos magistrados e das leis a que devem servir os seus saberes.
Os trabalhos jornalísticos com esforço de equilíbrio estão em minoria quase comovente.
Na hipótese mais complacente com a imprensa, aí considerados também o rádio e a TV, o sentido e a massa de reportagens e comentários resulta em pressão forte, com duas direções.
Uma, sobre o Supremo. Sobre a liberdade dos magistrados de exercerem sua concepção de justiça, sem influências, inconscientes mesmo, de fatores externos ao julgamento, qualquer que seja.
Essa é a condição que os regimes autoritários negam aos magistrados e a democracia lhes oferece.
Dicotomia que permite pesar e medir o quanto há de apego à democracia em determinados modos de tratar o julgamento do mensalão, seus réus e até o papel da defesa.
O outro rumo da pressão é, claro, a opinião pública que se forma sob as influências do que lhe ofereçam os meios de comunicação.
Se há indução de animosidade contra os réus e os advogados, na hora de um julgamento, a resposta prevista só pode ser a expectativa de condenações a granel e, no resultado alternativo, decepção exaltada. Com a consequência de louvação ou de repulsa à instituição judicial.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reforça o sentido das reportagens e dos comentários mais numerosos, ao achar que "o mensalão é o maior escândalo da história" -do Brasil, subentende-se.
O procurador-geral há de ter lido, ao menos isso, sobre o escândalo arquitetado pelo brilho agitador de Carlos Lacerda em 1954, que levou à República do Galeão, constituída por oficiais da FAB, e ao golpe iniciado contra Getúlio Vargas e interrompido à custa da vida do presidente.
Foi um escândalo de alegada corrupção que pôs multidões na rua contra Getúlio vivo e as fez retornar à rua, em lágrimas, por Getúlio morto.
Como desdobramento, uma série de tentativas de golpes militares e dois golpes consumados em 1955.
O procurador Roberto Gurgel não precisou ler sobre o escândalo de corrupção que levou multidões à rua contra Fernando Collor e, caso único na República, ao impeachment de um presidente. Nem esse episódio de corrupção foi escândalo maior?
E atenção, para não dizer, depois, que não recebemos a advertência de um certo e incerto historiador, em artigo publicado no Rio: "Vivemos um dos momentos mais difíceis da história republicana".
Dois inícios de guerra civil em 1930 e 1932, insurreição militar-comunista em 1935, golpe integralista abortado em 1937, levante gaúcho de defesa da legalidade em 1961, dezenas de tentativas e de golpes militares desde a década de 1920.
E agora, à espera do julgamento do mensalão, é que "vivemos um dos momentos mais difíceis da história republicana".
Venezuela e o problema Mercosul - CLÓVIS ROSSI
FOLHA DE SP - 31/07
Caracas agrega quatro Paraguais/Uruguais ao bloco, que precisa decidir o que quer ser
A Venezuela torna-se hoje membro pleno do Mercosul. Bom negócio? Sim, com ressalvas.
Antes das ressalvas, perdão por escrever uma obviedade, mas ela se torna necessária pelas paixões, contra e a favor, que produz o presidente Hugo Chávez: quem se incorpora ao Mercosul é a Venezuela, não Chávez, a menos que se considere que o líder bolivariano é imortal, o que ainda não está provado.
A Venezuela aporta ao bloco US$ 316 bilhões de PIB, o que corresponde a 4,3 vezes a soma das economias de Paraguai e Uruguai, os sócios menores. É um ativo, portanto.
Além disso, o Itamaraty comemora, em nota oficial, o fato de que "a incorporação da Venezuela altera o posicionamento estratégico do bloco, que passa a estender-se do Caribe ao extremo sul do continente. O Mercosul se afirma, também, como potência energética global tanto em recursos renováveis quanto em não renováveis".
Muito bem. Passemos agora às ressalvas. A primeira é institucional.
A Human Rights Watch, respeitada ONG da área de direitos humanos, soltou há pouco relatório crítico em relação ao governo Chávez. Nele, mostra que o presidente vem comendo a democracia pelas bordas, mas ainda não deglutiu o núcleo central.
No Mercosul, a Venezuela está obrigada a respeitar a chamada cláusula democrática, o que significa que Chávez, mesmo se reeleito no fim do ano, não poderá comer o que resta.
Cabe ao Brasil, a principal potência do grupo, exercer efetiva vigilância para evitar novas ações anti-democráticas e, se possível, pressionar Chávez para regurgitar algumas das partes que comeu.
Ou, como escreveu ontem para o "Valor Econômico" o repórter-colunista Sergio Leo, dos melhores analistas de política externa: "O Mercosul como elemento de democratização da Venezuela pode se mostrar um feito memorável. Desde que não se revele mera fantasia".
Segunda ressalva, de natureza comercial: a Venezuela de Chávez não pode se tornar obstáculo para negociações comerciais do Mercosul com outros países/regiões. Uma coisa, legítima, é defesa comercial. Outra, prejudicial, é protecionismo ideológico, em nome do tal "socialismo do século 21".
O Mercosul está estancado há tanto tempo que tudo o que ele não precisa é ficar mais embaçado por posições comerciais besuntadas de uma ideologia que não foi exatamente um grande sucesso de público e de crítica no fim do século 20.
A bem da verdade, a entrada da Venezuela é o menor dos problemas do bloco.
O maior, de longe, é decidir o que quer ser quando crescer: se uma mera zona de livre-comércio, na qual os membros zeram as tarifas de importação entre eles; se uma união aduaneira, em que, além do anterior, estabelecem uma tarifa comum para importações de países não membros; ou um verdadeiro mercado comum, com livre circulação de mercadorias e pessoas.
Por enquanto, o bloco está na fase de união aduaneira, mas com tantos furos que mais parece desunião. Não será o ingresso da Venezuela que permitirá tapar ou aumentar os buracos.
Caracas agrega quatro Paraguais/Uruguais ao bloco, que precisa decidir o que quer ser
A Venezuela torna-se hoje membro pleno do Mercosul. Bom negócio? Sim, com ressalvas.
Antes das ressalvas, perdão por escrever uma obviedade, mas ela se torna necessária pelas paixões, contra e a favor, que produz o presidente Hugo Chávez: quem se incorpora ao Mercosul é a Venezuela, não Chávez, a menos que se considere que o líder bolivariano é imortal, o que ainda não está provado.
A Venezuela aporta ao bloco US$ 316 bilhões de PIB, o que corresponde a 4,3 vezes a soma das economias de Paraguai e Uruguai, os sócios menores. É um ativo, portanto.
Além disso, o Itamaraty comemora, em nota oficial, o fato de que "a incorporação da Venezuela altera o posicionamento estratégico do bloco, que passa a estender-se do Caribe ao extremo sul do continente. O Mercosul se afirma, também, como potência energética global tanto em recursos renováveis quanto em não renováveis".
Muito bem. Passemos agora às ressalvas. A primeira é institucional.
A Human Rights Watch, respeitada ONG da área de direitos humanos, soltou há pouco relatório crítico em relação ao governo Chávez. Nele, mostra que o presidente vem comendo a democracia pelas bordas, mas ainda não deglutiu o núcleo central.
No Mercosul, a Venezuela está obrigada a respeitar a chamada cláusula democrática, o que significa que Chávez, mesmo se reeleito no fim do ano, não poderá comer o que resta.
Cabe ao Brasil, a principal potência do grupo, exercer efetiva vigilância para evitar novas ações anti-democráticas e, se possível, pressionar Chávez para regurgitar algumas das partes que comeu.
Ou, como escreveu ontem para o "Valor Econômico" o repórter-colunista Sergio Leo, dos melhores analistas de política externa: "O Mercosul como elemento de democratização da Venezuela pode se mostrar um feito memorável. Desde que não se revele mera fantasia".
Segunda ressalva, de natureza comercial: a Venezuela de Chávez não pode se tornar obstáculo para negociações comerciais do Mercosul com outros países/regiões. Uma coisa, legítima, é defesa comercial. Outra, prejudicial, é protecionismo ideológico, em nome do tal "socialismo do século 21".
O Mercosul está estancado há tanto tempo que tudo o que ele não precisa é ficar mais embaçado por posições comerciais besuntadas de uma ideologia que não foi exatamente um grande sucesso de público e de crítica no fim do século 20.
A bem da verdade, a entrada da Venezuela é o menor dos problemas do bloco.
O maior, de longe, é decidir o que quer ser quando crescer: se uma mera zona de livre-comércio, na qual os membros zeram as tarifas de importação entre eles; se uma união aduaneira, em que, além do anterior, estabelecem uma tarifa comum para importações de países não membros; ou um verdadeiro mercado comum, com livre circulação de mercadorias e pessoas.
Por enquanto, o bloco está na fase de união aduaneira, mas com tantos furos que mais parece desunião. Não será o ingresso da Venezuela que permitirá tapar ou aumentar os buracos.
O que Chávez esconde - EDITORIAL O ESTADÃO
O Estado de S.Paulo - 31/07
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, chegou ontem ao Brasil para a cerimônia, hoje em Brasília, na qual seu país será calorosamente recebido como sócio pleno do Mercosul. O esforço do Brasil para incluir a Venezuela - numa manobra à revelia do Paraguai, que, como se sabe, foi colocado de castigo por ter afastado seu presidente conforme manda a Constituição - vai premiar um governo que, além de autocrático, tem uma sinistra relação com o negócio das drogas, como mostra reportagem do New York Times (27/7).
Chávez tem se jactado de ser um campeão na luta contra o narcotráfico. Ele diz que seus soldados destruíram pistas para transporte de drogas, que laboratórios clandestinos foram desmontados e que muita pasta de coca foi apreendida. Além disso, a seu pedido, foi aprovada uma lei que, em tese, facilita a interceptação de aviões dos narcotraficantes. O New York Times, porém, revela que o narcotráfico não só vai muito bem na Venezuela, como o país cedeu um pedaço de território para que as Farc, a narcoguerrilha colombiana, atuem sem serem incomodadas.
A Venezuela responde por nada menos que 24% do trânsito da cocaína sul-americana destinada aos EUA, segundo um relatório americano. Na região onde as Farc intermedeiam a passagem da droga que vem da Colômbia, o New York Times constatou que as pistas destruídas na alardeada ação do Exército foram todas recuperadas pelos narcoguerrilheiros, porque os soldados não tomaram nenhuma medida para evitar sua rápida reconstrução. Ou seja: a ação contra o tráfico serviu apenas para a foto que interessava a Chávez.
Mais da metade da cocaína que transita pela Venezuela passa pelo Estado de Apure, na fronteira com a Colômbia, desde que Chávez interrompeu oficialmente sua colaboração com o governo americano no combate às drogas, em 2005. Em boa parte dessa região, o controle das Farc é absoluto. Moradores contam que os narcoguerrilheiros praticam extorsão e ocupam propriedades. E os venezuelanos dizem ter medo de denunciar a atividade criminosa às autoridades porque sabem que há conluio entre elas e as Farc.
Esse receio tem fundamento, segundo a Casa Branca. Para Washington, a "permissividade corrupta" do governo venezuelano dá total liberdade de ação para o narcotráfico. Mas a promiscuidade é ainda mais profunda, porque altos funcionários chavistas estão envolvidos até o pescoço com as Farc.
Dois ex-magistrados venezuelanos, Eladio Ramón Aponte Aponte e Luis Velásquez Alvaray, vêm contando detalhes sobre essa relação. Aponte, que foi presidente da Suprema Corte e um dos homens fortes do regime chavista, acusou quase toda a cúpula do poder venezuelano, abaixo de Chávez, de fazer parte de uma grande rede sul-americana de narcotráfico.
Velásquez Alvaray, por sua vez, afirmou que a Venezuela recebe da China armas e equipamentos militares como forma de pagamento por petróleo e que uma parte desse arsenal vai para as Farc. A operação, segundo ele, é comandada por Hugo Carvajal - atual vice-ministro do Interior, recém-nomeado por Chávez justamente para o combate às drogas. O Departamento do Tesouro americano afirma que Carvajal é importante colaborador da operação de narcotráfico das Farc. Além dele, o ministro da Defesa venezuelano, Henry Rangel Silva, também é acusado por Washington de ajudar a guerrilha colombiana a traficar cocaína. Com gente desse naipe em funções tão estratégicas, não admira que as Farc controlem tranquilamente uma parte do território venezuelano e tenham total liberdade para fazer dali sua plataforma de negócios ilícitos.
Mas o chavismo não se envergonha disso. Ao contrário: um dos líderes das Farc, Iván Ríos, disse que o narcotráfico, principal fonte de financiamento da guerrilha, era uma forma de "resistência à opressão", uma maneira de confrontar o capitalismo do "império". É desse gangsterismo dialético que se alimenta o projeto "bolivariano".
A realidade é que o Mercosul, cujas normas demandam democracia e transparência, está se abrindo a um país cujo governo tem dado reiteradas mostras de que tem muito a esconder.
GALERIA SUPREMA - MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 31/07
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Ayres Britto, quer indicar advogados renomados para que fiquem de "plantão" no mensalão. O convite será feito a Nabor Bulhões, Pedro Gordilho e Roberto Rosas. Eles seriam colocados à disposição de réus caso o advogado de um deles falte ao julgamento.
ESCOLA
Os três já foram convidados para missão parecida pelo STF quando a denúncia do mensalão foi apreciada, em 2007. Britto ainda submeterá a ideia aos outros ministros do STF.
TRÊS VEZES
Com isso, o STF, que também já convidou a Defensoria Pública para o mesmo plantão, faria duas blindagens para o caso de algum advogado faltar só para adiar o julgamento. Se isso ocorrer, um defensor público assumirá a defesa do réu "órfão". Caso haja algum impedimento deste defensor, entra em cena um dos três criminalistas, como advogado dativo (que é dado ao réu).
ÍCONE
Pedro Gordilho, por sinal, é um dos melhores amigos do ministro Cezar Peluso. Quando tomou posse na presidência do STF, há dois anos, o ministro o convidou para falar em nome de todos os advogados do país.
HISTÓRIA
A ministra Cármen Lúcia, do STF, também gravou conversas com advogados dos réus do mensalão. A medida já havia sido tomada por outro ministro, Luiz Fux.
OLHAR
E a ministra Rosa Weber, a mais nova do Supremo, recebe os defensores em público, no cafezinho da corte.
TRADIÇÃO
José Carlos Dias, advogado de um dos diretores do Banco Rural no processo do mensalão, usará a mesma beca que veste há anos em julgamentos importantes.
"Por superstição", diz.
PAIXÃO
A designer brasileira Adriana Bittencourt fisgou um dos solteiros mais cobiçados do mundo: Christopher Getty, neto do bilionário Paul Getty. O casal está no hotel Cala di Volpe, na costa Esmeralda, na Sardenha.
TRISTONHA
Cleyde Yáconis, 88, cancelou de última hora a terceira apresentação que faria ao lado de Denise Fraga, anteontem, de textos de Nelson Rodrigues no Auditório Ibirapuera. A atriz, que está gripada, ficou também abalada com a morte da cachorrinha Morena, que vivia com ela havia 18 anos.
PÃO QUENTINHO
O chef Alex Atala finalmente conseguiu o alvará da Prefeitura de SP para a abertura de sua padaria, a Em Nome do Pão, ao lado do restaurante D.O.M, nos Jardins.
FRANGO DE TV
E Atala estava no fim de semana recepcionando clientes em sua nova empreitada, o Mercadinho Dalva e Dito, na entrada de seu restaurante com o mesmo nome. O misto de rotisseria com vendinha tem pães, bolos e biscoitos preparados pela equipe do chef, mais frango assado (R$ 30), bife à milanesa (R$ 20) e farofa baiana para viagem. "Não quis divulgar porque por enquanto estamos em fase de testes. Quero ir com calma", diz ele.
MAD MAX
Em reunião com artistas, o candidato a prefeito Gabriel Chalita (PMDB-SP) lembrou que já foi do grupo de teatro Macunaíma. Na juventude, participou de montagem de "Ópera do Malandro", de Chico Buarque. Encarnou o malandro Max, vivido por Edson Celulari no cinema.
OI, OI, OI
A cantora Tiê montou um show no jardim de sua casa, anteontem, em SP, tendo como repertório canções da novela "Avenida Brasil". Ela se vestiu como as personagens Nina e Carminha. Os cantores Adriano Cintra e Marina Vello, do Madrid, e a baterista Naná Rizzini fizeram participações especiais. O diretor Leandro HBL, marido de Tiê, participou da brincadeira como Max.
GALOPEIRA
O condomínio Quinta da Baroneza, em Bragança Paulista (SP), realizou no fim de semana seu concurso hípico. Conferiram a competição a paisagista Luciana Ermírio de Moraes, os empresário Álvaro Coelho da Fonseca e Bettina Quinteiro, o construtor Marcelo Picchi, a blogueira Ludmila Almeida Braga e a arquiteta Maria Paula Brasil.
CURTO-CIRCUITO
Riccy Souza Aranha apresenta hoje a nova coleção da Mixed, na loja da Vila Nova Conceição.
O psiquiatra Flávio Gikovate comemora cinco anos do programa "No Divã do Gikovate" com conversa na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, às 18h.
A coleção do estilista Lorenzo Merlino para a Riachuelo tem lançamento hoje, às 19h, nos Jardins.
O arquiteto Marcello Montore dá a palestra O Design da Bossa Nova, hoje, a partir da 19h30, na Atec Cultural.
com ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER, LÍGIA MESQUITA e OLÍVIA FLORÊNCIA
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
FOLHA DE SP - 31/07
Consumo das famílias deve subir apenas 3,5%, diz CNI
As estimativas para o crescimento do consumo das famílias brasileiras, que tem amortecido os efeitos da crise no país, estão em baixa.
O consumo deve subir apenas 3,5% neste ano em relação a 2011, segundo revisão realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O percentual será o menor desde 2003, de acordo com dados da entidade.
Cálculos do início do ano sinalizavam crescimento de 4% no consumo para 2012.
No entanto, a interpretação atual é a de que a população já está endividada demais para seguir comprometendo seu orçamento.
Mesmo em 2009, quando a economia sentia fortes reflexos da crise, os gastos das famílias brasileiras não subiram tão pouco, segundo a entidade.
A redução estimada no consumo pode representar cerca de R$ 14,4 bilhões que deixariam de ser injetados na economia, aponta a CNI.
"Como o PIB vai ser menor neste ano, haverá também desaceleração no consumo das famílias. Para a indústria, a dificuldade é o importado", diz Flávio Castelo Branco, economista-chefe da CNI.
A elevação inferior da demanda doméstica deve dificultar a reação da atividade industrial.
"O consumo das famílias está perdendo a capacidade de ser o alavancador do crescimento. Precisamos encontrar outro alavancador. Estamos com dificuldade de competir com os estrangeiros."
Cresce setor de migração em escritórios e consultorias
A entrada de profissionais estrangeiros no mercado brasileiro tem expandido a área de negócios de migração de escritórios de direito e de empresas de consultoria.
O Veirano Advogados realizou 500 processos de internalização de executivos no primeiro semestre deste ano, mesmo volume realizado em todo 2011.
"Vamos fechar 2012 com mais de mil processos" diz Gabriela Lessa, sócia da banca na área de imigração.
O Machado Meyer Advogados dobrou o volume de trabalho com expatriados em 2011. Neste ano, o aumento é de 20%, segundo o sócio Rodrigo Takano. A expectativa é que o crescimento se mantenha até 2016.
O faturamento do setor de acompanhamento de expatriação da Ernst & Young Terco cresceu 30% ao ano nos últimos três anos, afirma a sócia Tatiana da Ponte.
"Trabalhamos desde o momento em que a empresa decide trazer um profissional até a saída dele, fazendo também a gestão do período." Entre os serviços oferecidos estão auxílio para conseguir visto, cálculos de imposto de renda e procura por escola para os filhos do executivo.
Augusto Sales, sócio da KPMG, também observa aumento nesse mercado.
"Auxiliamos na escolha de onde investir, se é melhor fazer uma aquisição, uma aliança ou uma 'green field', que começa do zero, e ainda acompanhamos os executivos que vêm", diz Sales.
Expansão Suspensa
A Quantiq, distribuidora de produtos químicos controlada pela Braskem, decidiu adiar a construção de um centro de distribuição próprio na região Nordeste.
O projeto estava previsto para este ano, mas, devido à crise econômica, só sairá do papel em 2013.
O novo centro deverá ficar na Bahia ou em Pernambuco, Estados onde a companhia já aluga espaços que funcionam como suas bases logísticas na região.
O investimento na obra poderá chegar a R$ 10 milhões, segundo o presidente da companhia, Armando Bighetti.
A partir do próximo ano, a Quantiq também passará a avaliar a possibilidade de entrar no mercado de outros países do Mercosul.
"A estrutura desse bloco facilita a nossa operação fora do Brasil. Por isso, começaremos pelos vizinhos antes de atuarmos em outras regiões do mundo", diz Bighetti.
Essa operação deve começar em 2014, o que também representará o atraso de um ano em relação ao cronograma anterior da companhia.
TI no Sul O grupo Assa, especializado em consultoria com o uso de TI, negocia com a Prefeitura de Curitiba sua entrada no parque tecnológico da cidade. Em setembro, a empresa abrirá centro em São Paulo, com 200 novos técnicos.
NA MÍDIA
O número de menções ao Brasil na imprensa internacional cresceu 16,27% no segundo trimestre do ano, ante os três meses anteriores, segundo monitoramento da Imagem Corporativa feito com 15 jornais e revistas.
A realização da Rio+20 impulsionou a exposição do país no exterior. Nos jornais analisados, 66 reportagens sobre o assunto foram veiculadas. O teor de 74% delas era positivo.
O francês "Le Monde", por exemplo, foi cético em relação ao documento elaborado ao final do evento, mas afirmou que a conferência consagrou a emergência do Brasil.
Notícias sobre empresas e executivos brasileiros foram as que mais ganharam espaço na mídia estrangeira no período -alta de 118%.
O jornal "El Mercurio", do Chile, foi o que publicou mais reportagens sobre o Brasil. Em seguida, aparecem "Financial Times" e "The Wall Street Journal."
DUPLA REFEIÇÃO
O Spoleto e a Domino's Pizza lançam uma unidade que une as duas marcas no mesmo espaço e é a primeira de rua em São Paulo, no bairro Vila Olímpia.
As duas redes pertencem ao grupo Trigo.
A marca Spoleto também abre sua primeira unidade em Boa Vista, em Roraima.
Com a inauguração, a companhia, que tem 310 restaurantes, sendo 28 no exterior, só não estará presente no Brasil no Estado de Sergipe.
Neste ano, a rede pretende inaugurar mais duas unidades na região Norte, que hoje responde por cerca de 10% da rede de alimentação.
A Domino's Pizza tem unidades em São Paulo, Brasília, Curitiba, Fortaleza e outros.
O dia seguinte ao julgamento do PT - RAYMUNDO COSTA
Valor Econômico - 31/07
Governo e PT ficaram impressionados com o impacto do noticiário de fim de semana sobre o mensalão, especialmente na televisão. Em close, a reprise dos melhores momentos de 2005, nas CPIs e nas manifestações do presidente da República, recupera a dimensão exata daqueles dias. Uma coisa é ouvir Lula hoje dizer que o mensalão foi uma farsa, tendo-se apenas uma vaga referência do que ocorreu há sete anos. Outra é ver e ouvir o ex-presidente afirmar que o PT fez caixa 2 e devia um pedido de desculpas à sociedade.
"Eu não tenho vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas", disse Lula, num dos momentos mais críticos da crise, rodeado de ministros, entre os quais a presidente atual, Dilma Rousseff. É bem verdade que Lula também disse que determinara, desde o início, "que ninguém fosse poupado", pertencessem ou não ao PT, até que os culpados fossem "responsabilizados".
Foram dias tensos, durante os quais se chegou a falar em "refundação do PT", expressão criada pelo atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, transferido às pressas do Ministério da Justiça para a presidência de um partido em crise profunda.
Aliados de Dirceu falam em volta triunfante em 2014
Depois disso, Lula e o PT enfrentaram duas eleições presidenciais, obtendo sucesso em ambas. Inclusive na de 2006, ainda no calor da denúncia sobre o suposto esquema de compra de votos no Congresso, o mensalão. Lula e o PT ganharam nas urnas.
Chegou a hora do veredito da Justiça, como prometia Lula nos idos de 2005.
Seria um exagero dizer que o PT joga sua sorte no julgamento que começa depois de amanhã no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas a decisão dos 11 ministros terá sim consequências diretas no futuro do partido que há dez anos comanda o país.
Até agora, o PT fez o jogo de 2014 nas eleições municipais deste ano. É provável que o partido nunca tenha cedido tanto na confecção de alianças, como fez em 2012 tendo em vista as parcerias que planeja fazer na eleição presidencial. É jogo jogado. Inclusive com a participação de José Dirceu, na prática, ainda hoje, um dos mais influentes líderes do PT.
A absolvição de Dirceu devolverá esse papel ao ex-ministro. À luz do dia. Dirceu e o PT disfarçam, mas, na prática, o ex-chefe da Casa Civil de Lula mantém influência no partido e no governo. O atual presidente da sigla, Rui Falcão, integrante de uma corrente minoritária do PT, somente assegurou sua confirmação no cargo depois de se entender com Dirceu (vice-presidente, Falcão assumiu no lugar de José Dutra, que se afastou por motivos médicos).
O ex-ministro emite sinais confusos sobre o que pensa fazer no futuro, na hipótese de ser absolvido de chefiar a "quadrilha" do mensalão. Há ocasiões em que parece determinado a recuperar o mandato na Câmara. Em outras, avalia que para voltar à política partidária terá de deixar de fazer consultorias, seu meio de vida desde que a Câmara decretou a perda de seu mandato.
A aposta no PT é que ele será candidato a deputado federal em 2014, tendo como meta um milhão de votos, e então tecer seu futuro político a partir de uma posição mais forte.
Além da eventual volta ou não de Dirceu, a novidade no PT é a movimentação da presidente Dilma Rousseff para ocupar o próprio espaço não só dentro do partido, mas dentro da coalizão governista. Já com vistas em 2014, a presidente se esforça para deixar o governo o mais distante possível do mensalão, empreitada na qual tem conseguido êxito sem causar contrariedade entre os petistas que são réus na Ação Penal 470 do STF. A avaliação nesse grupo é que Dilma atua, sem confrontos, dentro das regras não escritas do bom embate político.
Independentemente do resultado do julgamento, essa é a questão que terá de ser resolvida pelo PT. Dirceu tem influência, Lula é quem manda e Dilma avança e aos poucos consolida uma liderança própria. A volta de Dirceu repõe o PT de São Paulo no jogo de poder partidário. O que nada muda em relação à recandidatura de Dilma. Aos menos por enquanto.
Às vésperas do julgamento do mensalão, a Arko Advice, empresa de consultoria política de Brasília, fez uma pesquisa entre os deputados sobre foro privilegiado e o duplo grau de jurisdição, que é o direito de todo cidadão acusado da prática de delito de ser julgado em pelo menos duas instâncias. O resultado é contraditório. A maioria concorda com o foro privilegiado para as autoridades, mas 92% dos entrevistados consideram o duplo grau de jurisdição é um direito fundamental da cidadania.
A empresa entrevistou 52 deputados de 13 partidos. Todos são advogados. Foram ouvidos representantes de todas as regiões, do governo e da oposição. É nítida a divisão sobre fim do foro privilegiado para autoridades: 44,23% afirmaram ser a favor do fim do privilégio, contra 48% que acham que ele deve ser mantido. Mas mesmo entre os que concordam com o fim do foro especial, 68% acham que ele deve ser mantido para crimes decorrentes do exercício da atividade pública.
Do total de entrevistados, 92,30% dos entrevistados afirmaram concordar que o duplo grau de jurisdição é um direito fundamental do cidadão. "Apesar de considerar que o duplo grau de jurisdição é um direito fundamental do cidadão, 55,76% não consideram que o julgamento de autoridade em foro privilegiado possa ser considerado uma limitação ao direito de defesa", diz o cientista político Cristiano Noronha, da Arko Advice.
A questão do foro privilegiado e do duplo grau de jurisdição deve permear os primeiros embates do mensalão. O advogado Márcio Thomaz Bastos voltará a insistir na tese de que os réus sem foro privilegiado (todos, à exceção de três deputados no exercício do mandato) devem ser julgados na primeira instância e não pelo Supremo Tribunal Federal. Em caso de condenação, eles não teriam assegurado o direito fundamental de ser julgados em pelo menos duas instâncias.
Na incerteza essencial, a saída é o Estado - ANTONIO DELFIM NETTO
Valor Econômico - 31/07
A primeira coisa que um economista tem que aprender é que, a despeito do que dizem os mais sofisticados e artificialmente matematizados livros de microeconomia, o homem-indivíduo não existe.
Só existe a "rede" de relações em que está imerso no universo econômico, controlado pelas instituições que ele mesmo foi "descobrindo" ao longo de sua história para a sua subsistência material (alimento, vestimenta e abrigo): o Estado e o mercado. O primeiro garante as condições de um razoável funcionamento do segundo, impondo-lhe normas de comportamento em troca da garantia de sua existência.
Os dois polos dessa organização foram evoluindo lentamente para uma combinação que permita - agora sim - ao homem-indivíduo gozar crescentemente de valores que aprecia: 1) sua liberdade de escolha e a apropriação dos benefícios que dela eventualmente decorram; e 2) o uso relativamente eficiente de seu esforço para produzir os bens e serviços de que necessita para o seu bem-estar. Essa "necessidade" aumenta naturalmente por uma disposição psicológica. É a "eficiência" que lhe proporciona maior tempo livre para procurar sua humanidade.
Só o investimento público pode socorrer a economia
Não há leis naturais na economia e não existe equilíbrio de longo prazo que possa determinar a combinação ótima da relação Estado versus mercado. A história mostra que um Estado constitucionalmente controlado, suficientemente forte para impor regulação aos mercados (particularmente ao financeiro), parece ser uma combinação razoável, que permite um aumento da quantidade de bens e serviços com os recursos sempre escassos de que dispõem as sociedades.
A antinomia Estado versus mercado é disfuncional. Mas há mais. Há um terceiro valor que o homem-indivíduo inserido nas relações econômicas procura, além da liberdade e da eficiência: uma preferência pela relativa igualdade. Inserido na "rede", ele aparentemente tem maior alegria quando suas relações se realizam com membros em condições próximas às suas.
O problema é que essa maior igualdade não pode ser obtida pelo funcionamento dos mercados. Esses combinam liberdade individual com eficiência individual, mas, por serem altamente competitivos, estimulam a desigualdade. Estudos empíricos sugerem que a partir de certo ponto essa desigualdade é também disfuncional com relação à eficiência coletiva.
Há, por outro lado, um fato empiricamente bem comprovado. Os mercados, apesar de suas virtudes, têm um problema sério: são inerentemente instáveis. A ilusão criada pela teoria neoclássica, que os economistas tinham descoberto políticas econômicas que tornavam as crises "obsoletas" (como afirmou um prêmio Nobel em 2003!), foi enterrada "à la lumière des flambeaux" na crise de 2007...
Dois fatos: 1) a possibilidade que o mercado possa produzir um nível de desigualdade não funcional; e 2) o fracasso da ideia que tínhamos entrado num período de "grande moderação", por conta das políticas econômicas fiscal, monetária e cambial desenvolvidas nos últimos 30 anos, deixou claro que a economia é um tipo de conhecimento muito complexo. Ele está longe de poder ser dominado pelo cientificismo produzido pela inveja da física, que encantou alguns economistas.
O papel fundamental de um Estado constitucionalmente controlado transcende - e muito - o de ser o "garante" das instituições que permitem aos mercados serem instrumentos úteis (indispensáveis, mesmo) para o desenvolvimento social e econômico. Ele é o único instrumento capaz de, em condições especiais e com medidas corretas, eventualmente, corrigir as flutuações do emprego e da produção, quando os agentes sociais congelam diante da incerteza absoluta.
É importante entender que essa incerteza não é do tipo do risco atuarial, que tem uma história e ao qual pode aplicar-se o cálculo das probabilidades. É a incerteza essencial à qual se referia Keynes, do tipo: o que será a eurolândia daqui a cinco anos? É a incerteza produzida pelo fato que o passado não tem qualquer informação sobre o futuro. Alguém acha que o destino da União Monetária Latina no século XIX pode nos informar como terminará a União Econômica Europeia no século XXI?
Quando isso acontece, destrói-se a "rede" social, porque desaparece o seu elemento essencial: a confiança mútua. Termina instantaneamente o crédito interbancário e com ele destrói-se parte da demanda global do setor privado. Para sustentar o nível de emprego e de renda, só resta tentar substituí-la pela demanda pública. O consumo é a parte mais importante da demanda e mais resistente à flutuação do PIB principalmente pelas medidas anticíclicas da política fiscal. O investimento é menor, mas é mais volátil, porque depende da expectativa do futuro e da possível taxa de retorno (o lucro esperado) que são mortalmente atingidos pela incerteza.
Nessa circunstância, só o investimento público pode socorrer a economia, porque ele amplia a demanda e, ao mesmo tempo, a capacidade produtiva. Para não comprometer o equilíbrio fiscal, o melhor é realizá-lo através do setor privado, com concessões e parcerias com taxas de retorno adequadas e descentralizá-lo para obter um efeito mais rápido e generalizado, como parece ser a atual tentativa de cooptação dos Estados e dos municípios.
Pressões - MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 31/07
Nos últimos dias têm sido feitas tantas tentativas de adiar o julgamento do mensalão que fica claro que o que querem os réus é mesmo não serem julgados, contando com a prescrição de seus crimes.
Eum sinal de que fez bem o Supremo Tribunal Federal em não desmembrar o processo, pois, sendo a última instância de nosso sistema judiciário, a decisão que sair de seu plenário é irrecorrível.
Se, com todos os cuidados tomados pelo relator Joaquim Barbosa para não atrasar o processo, ele levou cinco anos para chegar ao julgamento, imagine se a maioria dos processos estivesse tramitando a começar pela primeira instância do Judiciário.
Isso sem falar da tentativa rasteira de colocar sob suspeição o ministro Gilmar Mendes, incluindo-o em uma lista forjada de beneficiários do mensalão mineiro. Manobra tão primária que o suposto autor da lista, o empresário Marcos Valério, negou sua autenticidade em nota oficial.
A mais recente manobra da defesa é o pedido de vista do processo pelos advogados Márcio Thomaz Bastos e José Carlos Dias, sob a alegação de que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou na última semana um documento aos 11 ministros do Supremo ao qual a defesa dos réus não teve acesso.
Os advogados usam a justificativa de que a defesa tem a última palavra e precisam tomar conhecimento do que diz Gurgel para apresentar o contraditório.
Vários advogados consultados, no entanto, consideraram a manobra meramente procrastinadora, com pouquíssimas chances de ser acolhida.
O memorial que o procurador-geral Roberto Gurgel enviou aos ministros não é anexado aos autos e, portanto, não é um “novo documento” que precise ser analisado.
É comum os advogados fazerem tais memoriais às vésperas dos julgamentos, para facilitar o trabalho dos juízes, razão também alegada por Gurgel.
Um advogado lembra que todos os réus do mensa-lão fizeram seus memoriais e os distribuíram não apenas aos juízes do Supremo, mas também a diversos advogados e formadores de opinião.
O do ex-tesoureiro Delúbio Soares foi feito pelo advogado Arnaldo Malheiros. Já o ex-ministro José Dirceu, acusado pela Procuradoria Geral da República de ser o “chefe da quadrilha” tem 16 páginas em papel cuchê.
Antes da tentativa dos advogados dos réus, outros cinco advogados de São Paulo, ligados ao PT, mas sem atuação direta no caso, haviam enviado à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, um manifesto no qual defendem que é inoportuno julgar a ação do mensalão durante o período eleitoral, alegando “desequilíbrio, em desfavor dos partidos envolvidos’,’ pelo fato de que as sessões do Supremo serão televisionadas, e o assunto será tema dos meios de comunicação justamente durante a campanha eleitoral.
Como o assunto já foi, por óbvio, devidamente analisado pelo plenário do Supremo, que não viu impedimento para marcar o julgamento a começar nesta quinta-feira, dia 2, esse é outro movimento que se destina mais a pressionar o Tribunal do que a ter efeito prático.
Outra pressão externa sobre o Supremo veio nada menos que do Tribunal de Contas da União. Surpreendentemente, com base em uma lei aprovada em 2010 e às vésperas do início do julgamento do mensalão, a ministra do TCU Ana Arraes (ex-deputada federal e mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos) reverteu uma decisão anterior do próprio TCU e considerou legais os contratos da agência de publicidade DNA, empresa de Marcos Valério, com o Banco do Brasil, mesmo não tendo o empresário mineiro devolvido os “bônus de volume” como previsto.
Para o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, a nova decisão do TCU, atestando a legalidade da apropriação do bônus, deve ser analisada pelos ministros do STF.
O TCU havia constatado anteriormente que a agência de Marcos Valério não fazia o repasse dos “bônus” ao Banco do Brasil, embora essa obrigação estivesse estipulada em contrato, dando prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 106 milhões.
Esse dinheiro era uma das fontes do valerioduto que financiou o mensalão. O objetivo da lei aprovada cinco anos depois do fato acontecido é justamente legalizar a posse desse dinheiro pela agência de publicidade e tentar descaracterizar o uso do dinheiro público no esquema do mensalão.
A manobra é tão acintosa que o próprio procurador do TCU está recorrendo contra a decisão. Como o TCU é um órgão auxiliar do Congresso, e não um membro do Poder Judiciário, essa manobra caracteriza-se como uma jogada político-partidária e provavelmente não terá efeito direto na decisão dos juízes do Supremo.
Nos últimos dias têm sido feitas tantas tentativas de adiar o julgamento do mensalão que fica claro que o que querem os réus é mesmo não serem julgados, contando com a prescrição de seus crimes.
Eum sinal de que fez bem o Supremo Tribunal Federal em não desmembrar o processo, pois, sendo a última instância de nosso sistema judiciário, a decisão que sair de seu plenário é irrecorrível.
Se, com todos os cuidados tomados pelo relator Joaquim Barbosa para não atrasar o processo, ele levou cinco anos para chegar ao julgamento, imagine se a maioria dos processos estivesse tramitando a começar pela primeira instância do Judiciário.
Isso sem falar da tentativa rasteira de colocar sob suspeição o ministro Gilmar Mendes, incluindo-o em uma lista forjada de beneficiários do mensalão mineiro. Manobra tão primária que o suposto autor da lista, o empresário Marcos Valério, negou sua autenticidade em nota oficial.
A mais recente manobra da defesa é o pedido de vista do processo pelos advogados Márcio Thomaz Bastos e José Carlos Dias, sob a alegação de que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou na última semana um documento aos 11 ministros do Supremo ao qual a defesa dos réus não teve acesso.
Os advogados usam a justificativa de que a defesa tem a última palavra e precisam tomar conhecimento do que diz Gurgel para apresentar o contraditório.
Vários advogados consultados, no entanto, consideraram a manobra meramente procrastinadora, com pouquíssimas chances de ser acolhida.
O memorial que o procurador-geral Roberto Gurgel enviou aos ministros não é anexado aos autos e, portanto, não é um “novo documento” que precise ser analisado.
É comum os advogados fazerem tais memoriais às vésperas dos julgamentos, para facilitar o trabalho dos juízes, razão também alegada por Gurgel.
Um advogado lembra que todos os réus do mensa-lão fizeram seus memoriais e os distribuíram não apenas aos juízes do Supremo, mas também a diversos advogados e formadores de opinião.
O do ex-tesoureiro Delúbio Soares foi feito pelo advogado Arnaldo Malheiros. Já o ex-ministro José Dirceu, acusado pela Procuradoria Geral da República de ser o “chefe da quadrilha” tem 16 páginas em papel cuchê.
Antes da tentativa dos advogados dos réus, outros cinco advogados de São Paulo, ligados ao PT, mas sem atuação direta no caso, haviam enviado à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, um manifesto no qual defendem que é inoportuno julgar a ação do mensalão durante o período eleitoral, alegando “desequilíbrio, em desfavor dos partidos envolvidos’,’ pelo fato de que as sessões do Supremo serão televisionadas, e o assunto será tema dos meios de comunicação justamente durante a campanha eleitoral.
Como o assunto já foi, por óbvio, devidamente analisado pelo plenário do Supremo, que não viu impedimento para marcar o julgamento a começar nesta quinta-feira, dia 2, esse é outro movimento que se destina mais a pressionar o Tribunal do que a ter efeito prático.
Outra pressão externa sobre o Supremo veio nada menos que do Tribunal de Contas da União. Surpreendentemente, com base em uma lei aprovada em 2010 e às vésperas do início do julgamento do mensalão, a ministra do TCU Ana Arraes (ex-deputada federal e mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos) reverteu uma decisão anterior do próprio TCU e considerou legais os contratos da agência de publicidade DNA, empresa de Marcos Valério, com o Banco do Brasil, mesmo não tendo o empresário mineiro devolvido os “bônus de volume” como previsto.
Para o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, a nova decisão do TCU, atestando a legalidade da apropriação do bônus, deve ser analisada pelos ministros do STF.
O TCU havia constatado anteriormente que a agência de Marcos Valério não fazia o repasse dos “bônus” ao Banco do Brasil, embora essa obrigação estivesse estipulada em contrato, dando prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 106 milhões.
Esse dinheiro era uma das fontes do valerioduto que financiou o mensalão. O objetivo da lei aprovada cinco anos depois do fato acontecido é justamente legalizar a posse desse dinheiro pela agência de publicidade e tentar descaracterizar o uso do dinheiro público no esquema do mensalão.
A manobra é tão acintosa que o próprio procurador do TCU está recorrendo contra a decisão. Como o TCU é um órgão auxiliar do Congresso, e não um membro do Poder Judiciário, essa manobra caracteriza-se como uma jogada político-partidária e provavelmente não terá efeito direto na decisão dos juízes do Supremo.
Para muito tempo - LUIZ GARCIA
O GLOBO - 31/07
Acredita quem quiser
No histórico julgamento em Nuremberg dos alemães criminosos de guerra, um argumento de defesa era usado por todos os réus: tinham apenas obedecido a ordens. Como alguns de nós ainda se lembram, a desculpa não colou em caso algum.
Como devia ser. É tristemente curioso que essa defesa ainda seja usada. É o que está acontecendo em Brasília no Supremo Tribunal Federal, que no momento julga o processo do mensalão. Um dos réus, Delúbio Soares, tesoureiro do PT na época do escândalo, é acusado de administrar a arrecadação de empréstimos para pagar dívidas de campanha. Sua frágil defesa, segundo diz seu próprio advogado, é a de que ele nada decidia: apenas obedecia.
Era o chamado mensalão. E não há qualquer dúvida que o dinheiro — mais de R$ 55 milhões
— foi generosa e habilmente administrado. Isto é, pagou dívidas e fortaleceu alianças entre o PT e partidos amigos.
Em outras palavras — mais duras e mais claras
— o partido simplesmente comprou alianças no grande mercado político nacional. Alianças compradas cheiram mal em qualquer mercado. E, muito provavelmente, o partido de Lula não é o único que se entrega a essa feia prática. Mas, como é o único apanhado em delito flagrante, só dele podemos falar. E também apenas dele está tratando a Justiça, em processo que corre no STF. Imitando a defesa dos réus de Nuremberg, o advogado de Delúbio, Arnaldo Malheiros Filho, afirmou que seu cliente apenas cumpria decisões colegiadas da Executiva do PT. José Genoino, que presidia o partido no tempo do mensalão, alega, por sua vez, que só cuidava de política: questões financeiras seriam responsabilidade exclusiva de Delúbio. José Dirceu, outro manda-chuva petista, tem o mesmo argumento: cuidava de política, não de dinheiro. Acredita quem quiser.
O julgamento do STF tem extraordinária importância. Não apenas porque levará ao seu desfecho um dos maiores escândalos políticos dos últimos tempos. Mas também porque servirá de advertência para todo o universo político brasileiro. O mensalão foi uma invenção do PT e de seus aliados — mas o financiamento de projetos políticos por meios nada recomendáveis não é pecado praticado exclusivamente por petistas. Longe disso, muito longe.
Se o Judiciário quiser — e provavelmente assim será — temos Nuremberg para muito tempo.
A regularização do trabalho cooperado - JOSÉ PASTORE
O Estado de S.Paulo - 31/07
Nos últimos anos, as cooperativas de trabalho foram fortemente combatidas pelas centrais sindicais, Ministério Público do Trabalho, Justiça do Trabalho e pelo próprio Ministério do Trabalho e Emprego. Alegava-se que elas burlavam as leis trabalhistas e previdenciárias e tornavam precário o trabalho.
Algumas realmente agiam assim e, por causa disso, muitas cooperativas idôneas foram perseguidas e fechadas. Consequência: as empresas passaram a temer a contratação do trabalho cooperado. Não havia segurança jurídica, pois de uma hora para outra uma contratante podia ser condenada a assumir como seus empregados os sócios de uma cooperativa, com graves consequências.
O trabalho moderno se realiza por meio de vários tipos de contratos - prazo indeterminado, prazo determinado, tempo parcial, por projeto, a distância e também por meio de trabalhadores cooperados.
Com a sanção da Lei 12.690 de 19/7/2012, o Brasil passou a legitimar e disciplinar o trabalho realizado pelas referidas cooperativas. As empresas terão segurança jurídica para contratar e os cooperados terão tratamento condigno, desde que sejam obedecidas as regras ali estabelecidas. Dentre elas, destacamos: as cooperativas terão de pagar uma remuneração mínima aos seus cooperados ou o piso da categoria de profissionais correspondente; a jornada de trabalho será de 8 horas diárias e 44 semanais, assegurando-se ainda um repouso semanal e outro anual (férias) - ambos remunerados -, assim como os aplicáveis adicionais de insalubridade e de periculosidade; os cooperados serão cobertos por seguro acidente de trabalho e a empresa contratante terá responsabilidade solidária nesse campo. Várias dessas proteções estão contidas em incisos do artigo 7.º da Constituição Federal.
Nada mais justo. Aliás, essas proteções já vinham sendo praticadas pelas boas cooperativas de trabalho do País. Até hoje, muitas mantêm fundos que atendem os cooperados nos casos de férias, dispensa e de desocupação.
A lei trouxe segurança também para os cooperados. Pela natureza de seu relacionamento, esses não são nem empregados nem autônomos. São o que a lei classificou de profissionais com natureza jurídica de trabalho coordenado, seguindo o disposto na Recomendação 193 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e os "Critérios de Identificação das Cooperativas de Trabalho", estabelecidos em documento inovador da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Muitos dirão que as novas exigências complicaram e encareceram a contratação de cooperativas de trabalho. Mas, esse é o preço a pagar pela garantia para quem trabalha e para quem contrata. Os que passaram pelos dissabores de uma ação civil pública ou de um processo judicial sabem que isso tem um valor inestimável.
Além de legitimar o trabalho cooperado, a lei criou um fundo público para promover e desenvolver o cooperativismo do trabalho - o Procoop -, a ser gerido paritariamente por membros do governo e das cooperativas.
Foram passos importantes. Terminaram as desculpas para execrar o trabalho cooperado. As regras foram definidas. Esse tipo de trabalho pode e deve ser utilizado em benefício mútuo, dos contratantes e dos contratados, longe da precarização. E são inúmeras as atividades que se ajustam bem ao trabalho cooperado - serviços gerais, de manutenção, de transporte, assim como as que requerem maior qualificação, como é o caso da saúde e da educação.
Vem agora uma tarefa tão ou mais difícil do que a aprovação de uma lei: é o seu rigoroso cumprimento. Isso vai depender, em primeiro lugar, do esforço das empresas contratantes e das cooperativas contratadas e, em segundo lugar, da compreensão dos dirigentes sindicais, dos auditores fiscais, dos procuradores e dos juízes do trabalho. Mas vale a pena enfrentar o desafio. Trabalho cooperado é digno e útil. É uma forma de trabalho decente.
'Batman' é o 'rock do americano doido' - ARNALDO JABOR
O Estado de S.Paulo - 31/07
Fui ver o "Cavaleiro das Trevas", mas não vou analisar o Batman como 'arte'. Agora existe um novo tipo de coisa - um filme-game que não se mede por estrelinhas ou bonequinhos aplaudindo. Não existe mais ‘gostei’ ou ‘não gostei’. Os roteiros não contam mais, a mise-en-scène é a tempestade de planos de três segundos montados em enxurrada com efeitos especiais incessantes.
O significado dos filmes está além deles. Interessa ver os conceitos que estão por baixo das cenas, a intenção por baixo da ação. O filme se esconde no décor - ali está o verdadeiro sentido. Acabaram mocinhos x bandidos; as personagens principais são as coisas, os computadores, a tecnociência.
Esse filme se pretende mais complexo que os outros; mas não é. Parece "complexo", mas é apenas "emaranhado". Isso. Assim como o mistério da arte é abolido no "entretenimento", nos atuais filmes de ação a "complexidade" é substituída por um simulacro: o proposital "emaranhamento", que nos dá a sensação de "profundo". É claro que o Batman é um herói genial, que os outros empregados da Marvel são heróis encantadores das histórias em quadrinhos. Nada contra as aventuras maravilhosas que tinham uma cândida simplicidade nos enredos. O que enche o saco é ver como os produtores se apropriam dessas historinhas ingênuas e tentam dar-lhes um sentido do ‘ar do tempo’, construindo um sarapatel de fatos políticos: terrorismo, patriotic act, política do medo, impotência social, numa espécie de ‘rock do americano doido’... "Ah... deixa de ser chato; é apenas gibi filmado..." Gibi é o cacete - alguns desses filmes são manifestos com interpretações ridículas sobre o momento atual. E ninguém percebe.
No entanto, gostei muito do Batman 2, com o Heath Ledger criando uma obra-prima rara no cinema, uma ilha do cinismo contemporâneo, misturando bem e mal, misturando horror e simpatia. "Escolhi o caos" - ele diz para o Batman. Heath, de certo modo, faz uma crítica ao próprio filme. Heath é quase uma paródia do "grande espetáculo", é um marginal dentro do elenco.
Claro também que do meio desse barroquismo digital, linguagens e verdades podem estar nascendo. Mas se descascarmos as camadas de significação, em meio ao enxame de efeitos especiais, podemos ver Batman e outros como "sintoma", como queriam os professores da "filmologia" francesa. Nos anos 60, Gilbert Cohen-Seat criou uma espécie de filosofia do cinema, a filmologia, em que analisava não só os filmes, mas o berço de onde saíram, o chão histórico de onde brotavam. Foram várias fases desse pós-cinema de porrada e velocidade.
Nos filmes violentíssimos dos anos 80, com os atores brutais como Sylvester Stallone, Van Damme etc., Hollywood inventou o prazer do sangue, das facas dentadas, dos peitos estourados, das metralhadoras fálicas. Era a safra do cinema pós-Vietnã, como uma vingança na tela pela derrota humilhante dos americanos pelos guerreiros comedores de arroz; eram um show de força para compensar o fracasso da guerra.
Mais tarde, ainda antes do "11 de Setembro", rolou a grande onda de filmes sobre a destruição de Nova York. Parecia uma sugestão ao Osama, que acabou realizando essa volúpia destrutiva, satisfazendo esse estranho desejo de autoextermínio dos americanos. Por quê? Ninguém filma Paris acabando ou Londres em pó. Mas, americano paranoico só pensa em inimigos. Podem conferir as obras: os USA invadidos por "Godzillas", por discos voadores letais, por asteroides, por explosões no "Armageddon" (há em Godzilla uma cena absolutamente igual à multidão real de 2001, fugindo pela rua, com as torres se suicidando ao fundo. Aliás, no mundo real, as próprias torres encarnavam uma arrogância arquitetônica, pedindo bombardeio.)
Osama, o Coringa do deserto, acabou com a ideia de guerra. Osama nos atacou de outro tempo - fora da história. A queda das torres do WTC está nos filmes de hoje como uma cicatriz na dramaturgia. Neste Batman 3 também tiveram o prazer de massacrar a Bolsa de Valores (dezenas metralhados como em Colorado), de explodir o Super Bowl, de ver a cidade tomada, a ponte doi Brooklyn desabando. Por quê?
Recentemente, a violência dos "estoura-peitos" e o suicídio virtual dos filmes-catástrofe deram lugar a uma cultura de massas mais "reflexiva". Hollywood, claro, se apropriou até dos heróis anarquistas ou psicopatas, ameaçando a ‘boa’ sociedade. Passaram a fingir uma ‘crítica ao Sistema’ como em Matrix ou o Clube da Luta, que foi a tela de onde surgiu o nosso assassino Matheus, alguns anos atrás em São Paulo, lembram?
Hoje, a verdade de Hollywood está fora das telas, nas motivações financeiras e paranoicas dos produtores. Já se disse que o 11 de Setembro em NY foi o único momento de realidade na escalada do mundo virtual. Depois da catástrofe das torres e agora, com a tremenda crise do mundo atual, o cinema só quer faturar em cima da confusão, explorar o inexplicável com fábulas ridículas com terroristas angustiados, monstros do mal e heróis do bem, tudo bem simplificado para agradar à patuleia. Onde estão os comportamentos humanos verdadeiros? Ninguém liga mais para isso.
Este filme não é o Bem contra o Mal. Fala sobre a liberdade do povo, mas deixa um odor republicano no ar. Gozamos o tempo todo com o mal e, no fim, os produtores nos "concedem" o arbítrio de escolher o bem, quando a tecnologia e as cenas celebram o mal durante toda a projeção. Este "meio" é muito mais importante que as "mensagens" que, ao final, vêm em pequenas lições morais defendendo a família, a solidariedade, o amor.
No Batman, a política e a polícia tentam dar conta da imensidão da corrupção e da criminalidade global. Ninguém sabe o que fazer, mas o cinema americano acha que sabe, com suas alegorias paranoicas e lucrativas. Quando Osama-Coringa atacará de novo?
Ansiolítico - VERA MAGALHÃES - PAINEL
FOLHA DE SP - 31/07
Às vésperas do julgamento no STF, o presidente do PT, Rui Falcão, aproveitou a romaria de candidatos que esperavam para tirar foto com o ex-presidente Lula, em São Paulo, para tranquilizá-los sobre eventuais respingos do julgamento do mensalão nas campanhas eleitorais. Segundo relatos, Falcão afirmou que pesquisas internas do partido mostram que o caso não "interferirá tanto'' no resultado do pleito e que, por falta de provas, "várias pessoas'' escaparão da condenação.
Photoshop Ex-algoz do PT e hoje apoiado pela legenda à Prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) não compareceu ao encontro com Lula. Petistas alegam que o ex-sub-relator da CPI dos Correios havia confirmado presença, mas evitou cruzar com expoentes da legenda dias antes do julgamento.
Dois pesos... Fruet afirma que foi chamado na sexta-feira e não garantiu que iria por conta de compromissos de campanha. Ele diz que na primeira oportunidade se encontrará Lula e rebate a pecha de incoerente dada pelos adversários Luciano Ducci (PSB) e Ratinho JR (PSC).
... duas medidas "Ducci tem o apoio do PTB, de Roberto Jefferson, e do PP, de Pedro Corrêa. Já Ratinho Jr. conta com o PR, de Valdemar da Costa Neto", afirma, citando três réus do mensalão.
Anotado Chamou a atenção do Palácio do Planalto mensagem no Twitter do senador Delcídio Amaral (PT-MS) de que ele tem mantido um "silêncio ensurdecedor'' sobre a CPI dos Correios, da qual ele foi presidente. O desabafo foi visto como um registro para cobrança futura.
Na jugular Primeiro dos advogados a falar, José Luis Oliveira Lima, defensor de José Dirceu, fará um ataque direto ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Quem assistiu à montagem da sustentação oral prevê uma fala "duríssima".
QG A maioria dos defensores dos réus do mensalão vai se hospedar no mesmo hotel: o Naoum Plaza, o mesmo em que Dirceu costuma ficar quando vai a Brasília e onde políticos fazem romaria para conversar com o ex-ministro -que não deverá ir à capital federal nos primeiros dias do julgamento.
Hibernação A ordem de Dilma Rousseff é empurrar para meados de agosto o lançamento do novo pacote de medidas. A presidente não quer concorrer com o início do julgamento do mensalão. Além disso, a avaliação no Planalto é que as medidas ainda precisam ser maturadas antes de anunciadas.
Que... Dilma não gostou nem um pouco da forma como o ministro Aldo Rebelo (Esporte) e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), reagiram à participação de Marina Silva na abertura da Olimpíada de Londres.
... deselegante Embora tenha sido pega de surpresa com a presença da ex-adversária segurando a bandeira olímpica, Dilma avaliou que o melhor teria sido elogiar a presença de Marina na cerimônia e seu papel na luta ambiental e ignorar a bola nas costas do governo.
Concentração O governo paulista espera emplacar 15 cidades entre os cerca de 60 Centros de Treinamento que a Fifa homologará em catálogo a ser lançado amanhã no Museu do Futebol. O material será enviado às 31 delegações classificadas para o Mundial, a quem caberá a opção final pelas subsedes.
Última geração 1 A Polícia Federal encontrou na casa de membros do grupo de Carlinhos Cachoeira o "manual" de uma máquina de cartão de crédito para fazer jogos, em substituição às apostas em papel. Também foram apreendidos termos de rescisão de contrato com conferentes de jogo do bicho.
Última geração 2 Com a quadrilha foram apreendidas máquinas da Cielo. Há ainda nos papéis a relação de onde estavam as máquinas caça-níqueis do grupo, geralmente colocadas em bares.
Tiroteio
Com sua frase infeliz, Aldo mostrou que não se desvinculou das relações com o ruralismo nem da triste relatoria do Código Florestal.
DO DEPUTADO FEDERAL SARNEY FILHO (PV-MA), sobre o ministro Aldo Rebelo ter ironizado a participação de Marina Silva na abertura dos Jogos Olímpicos.
Contraponto
Oi, oi, oi
A deputada Manuela D'Ávila, candidata a prefeita de Porto Alegre pelo PC do B, foi discursar no lançamento da candidatura de um candidato a vereador, quando reparou que a plateia olhava fixo para o lado, sem prestar atenção aos discursos.
Foi então que reparou que havia uma TV ligada na novela "Avenida Brasil". Ela, que é noveleira, brincou:
-Estou concorrendo com Carminha e Nina...
Londres! Ouro em China! - JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 31/07
Piada Pronta Olímpica: "Judoca brasileiro Kitadai quebra medalha no banho". Isso que é judoca: quebrou o dente na luta e a medalha no banho! Quebra tudo, Kitadai! Rarará! Esse foi o mesmo que borrou o quimono no Pan. E vai ganhar uma medalha nova. Merece. Aliás, merece OURO! Rarará!
E a China? Não aguento mais ouvir hino chinês! A China é assim: enquanto anunciam que ela ganhou seis medalhas, já ganhou outra! Tipo transa de coelho! E quando não ganham, fabricam! Medalha Xing Ling! E tem até corno na Olimpíada. O jogador bielorrusso: Kornilenko. Colega do Tufão. Devia jogar no Divino! Rarará!
O técnico de basquete da Tunísia era a cara do Levy Fidelix. Aerotrem Brasil-Tunísia! E o Diego Hypólito é o Rubinho da ginástica? Rarará!
E ouro pra Ana Paula Padrão! Gafe olímpica: anunciou o "Jornal da Globo" na Record. Eu achei bonito. Espírito olímpico! Não é o congraçamento das nações? O congraçamento das emissoras. Acabou com essa chatice Record x Globo!
Ninguém escapa de escorregão. O Boechat quando estreou o "Jornal da Band", iniciou assim: "O Jornal da Band está terminando". Rarará!
E as medalhas? Ganhamos ouro em porrada! Judoca maravilhosa do Piauí! E ela tem cara de fofa! E o Thiago da natação: prata. Começou o faqueiro. Rarará! E Brasil x Belarus?! O Neymar soltou a franja! O pica-pau tava com a macaca! E a abertura da Olimpíada?
A cena bombástica que vai ficar pra história: a Rainha saltando de paraquedas com James Bond. Diz que no Rio 2016 a Dilma vai saltar de paraquedas com o Capitão Nascimento. "Naaascimento! Puxa a cordinha, porra!". Rarará! E a Rainha tá a cara da Palmirinha! Palmirinha com diamantes! Rarará! É mole? É mole, mas sobe!
E reviravolta no mundo animal! O Bambi comeu o Urubu! Rarará! O meu São Paulo ganhou do Barmengo. Outra reviravolta no mundo animal: o urubu ficou de quatro. Rarará!
E como disse uma menina no meu Twitter: "O Flamengo tá como a Carminha: ferrada e sem saída". Rarará! E o Facebook da Carminha: "Não sei vocês, mas eu tive uma semana péssima!". Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
A bronca errada de Dilma - EDITORIAL O ESTADÃO
O Estado de S.Paulo - 31/07
Em mais um surto de mau humor, a presidente Dilma Rousseff prometeu punir empresas beneficiadas com incentivos fiscais e outros favores concedidos pelo governo, se houver corte de pessoal. A ameaça foi feita em Londres, onde a presidente assistiu, na sexta-feira, à abertura dos Jogos Olímpicos. Enquanto prepara mais um pacote de incentivos, o governo manda um recado aos empresários: só terá direito à ajuda federal quem se comprometer a preservar empregos e, em certos casos, a cumprir um programa de investimentos. As cobranças surgiram quando a imprensa noticiou a possível demissão de 1.500 trabalhadores da General Motors em São José dos Campos. Mas o recado sobre a exigência de contrapartidas vale, em princípio, para todos os setores premiados com as atenções do governo central. É cedo para dizer se essa pressão resultará no efeito prometido pelas autoridades. Mas pode-se fazer com segurança pelo menos uma previsão: novos pacotes produzirão efeitos muito limitados, se forem restritos a alguns setores e insuficientes para afetar a produtividade geral da economia brasileira. Favores a grupos e a segmentos empresariais eleitos pelos governantes são muito diferentes de políticas industriais e de planos de desenvolvimento.
Terminará em 31 de agosto o prazo da redução do IPI concedida ao setor automobilístico e aos fabricantes da chamada linha branca. Há expectativa de renovação, segundo fontes empresariais, mas há uma nova incerteza, também, diante das novas cobranças. Governo e indústria poderão discutir se os investimentos já realizados foram satisfatórios, mas o debate será certamente tão inconclusivo quanto inútil, porque o foco estará no ponto errado.
Ao mencionar a apresentação de novas medidas, em agosto e em setembro, a presidente Dilma Rousseff referiu-se à continuação de um "programa contracíclico". O uso dessa expressão é esclarecedor. A presidente e seus ministros econômicos parecem ter alguma dificuldade para estabelecer a distinção entre ações contracíclicas e medidas de política industrial ou, mais amplamente, de política de competitividade. A confusão é evidente no impropriamente chamado Plano Brasil Maior. A maior parte das ações anunciadas a partir do ano passado tem alcance meramente conjuntural. São medidas de efeito muito limitado, tanto por seu alcance meramente setorial quanto por seu caráter provisório.
Os grandes obstáculos ao crescimento econômico brasileiro, no entanto, são de outra natureza. Não são meramente conjunturais nem se resolvem com a mera depreciação cambial. Se for muito ampla, essa depreciação até poderá maquiar algumas ineficiências da economia nacional, mas de nenhum modo as eliminará. Demonstra visão curta quem insiste em calcular a sobrevalorização do real sem levar em conta as deficiências estruturais do País e as mais importantes vantagens competitivas de outras economias (boa formação escolar, infraestrutura mais completa e melhor, mais inovação, tributação mais racional e assim por diante).
A prometida redução de custos da eletricidade é uma das poucas medidas de alcance estrutural prometidas até agora. De fato, é até difícil lembrar de outras, exceto se a "política cambial ativa" e a redução dos juros forem incluídas nessa categoria. Além do mais, o barateamento do crédito terá alcance restrito, se o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) continuar empenhado em financiar prioritariamente grandes empresas - incluída a Petrobrás -, normalmente comprometidas com grandes investimentos e com acesso fácil às fontes internacionais de recursos.
As ações até agora desenvolvidas pelo governo federal têm alcance limitado como políticas contracíclicas, como comprovam a estagnação da indústria e a rápida erosão do saldo comercial. Têm alcance ainda mais limitado como componentes de uma estratégia de modernização e de crescimento. Se percebesse esses fatos, a presidente Dilma Rousseff reservaria suas broncas a seus estrategistas econômicos, antes de dirigir sua braveza ao setor empresarial.
A musa abusou - DORA KRAMER
O Estado de S.Paulo - 31/07
Como se viu pela chamada aos costumes dada pela Polícia Federal em Andressa Mendonça, a mulher de Carlos Augusto Ramos não é só a bonitinha apaixonada e choramingas a quem o marido faz declarações públicas de amor no lugar de prestar esclarecimentos à Justiça sobre as ilegalidades de seus negócios.
Na posse plena de credenciais para fazer jus à anexação da alcunha Cachoeira ao nome de batismo, Andressa Mendonça revela-se integrante da quadrilha alvo de processo na Justiça de Goiás e de investigação em comissão parlamentar de inquérito no Congresso Nacional da qual vinha sendo apontada como "musa".
Perdeu a prerrogativa conferida pela idiotia construtora de simbologias simplistas, ao tentar chantagear o juiz federal Alderico da Rocha Santos ameaçando-o com a divulgação de um dossiê caso não tomasse decisões favoráveis ao principal acusado no processo em curso na 11.ª Vara da Justiça em Goiás e sob a responsabilidade do magistrado.
De inocente, a moça que tanto lamentou o envolvimento do marido com os políticos que o teriam tirado da zona de conforto de figura proeminente na sociedade de Goiás para a cadeia não tem nada.
A não ser presumivelmente a ilusão de que poderia levar o juiz na conversa mal ajambrada sobre a existência de um dossiê a ser publicado com acusações contra ele, sugerindo um conluio entre a revista Veja e as organizações Cachoeira de armações ilimitadas.
Um blefe tão óbvio quanto a impossibilidade de um veículo de comunicação que vive de credibilidade jogar esse ativo no lixo para servir deliberadamente como instrumento de chantagem e, consequentemente, de repasto à mesa dos detratores de plantão sempre ávidos de uma oportunidade.
A malfadada manobra da senhora Cachoeira, entre outros fatores, altera a situação dela em relação à CPI para qual foi convocada a dar depoimento no próximo dia 7.
Chamada inicialmente pela expectativa de que pudesse servir como mensageira de "recados" de Carlos Cachoeira, Andressa agora necessariamente será vista sob um prisma menos ingênuo.
Tratada até então como uma espécie de adorno a serviço da face "light" do escândalo, ela passa agora a figurar como agente ativa do esquema objeto da CPI e, nessa condição, precisará ser questionada com rigor aplicado a qualquer dos outros investigados.
Isso se não arrumar um pretexto para não ir ou até mesmo se a comissão resolver reavaliar a utilidade de uma convocação de depoente que pela faceta agora revelada provavelmente recorrerá ao direito de calar tornando-se, na prática, uma presença inútil.
Gênese. A tese do advogado de José Dirceu de que Roberto Jefferson "inventou" o mensalão não se sustenta nos fatos.
A primeira referência a um sistema de cooptação de parlamentares e partidos para a base de sustentação do primeiro governo Lula foi feita pela revista Veja em setembro de 2004, ainda sem o apelido pelo qual seria conhecido.
Na segunda vez que o assunto apareceu na imprensa, dias depois em reportagem do Jornal do Brasil, já foi usado o termo "mensalão" para definir pagamentos relatados por deputados ao então líder do governo na Câmara, Miro Teixeira.
Miro os incentivou a transformar o disse-me-disse de corredores em denúncia formal ao presidente da República, mas ressalvou à época que não subscrevia as acusações.
Os mensageiros não se animaram a ir a Lula nem ao Ministério Público e o caso morreu.
Até junho do ano seguinte quando Jefferson, irritado com o que identificou como um plano do PT para fazer do PTB o bode expiatório da corrupção na base governista, em entrevista à Folha de S. Paulo deu autoria, publicidade e compreensão à narrativa que viria a assumir a dimensão de 50 mil páginas em processo de 38 réus.
O nome, ação penal 470 ou mensalão, não faz a menor diferença, pois é do substancioso conteúdo que o Supremo Tribunal Federal cuidará a partir desta quinta-feira.
Como se viu pela chamada aos costumes dada pela Polícia Federal em Andressa Mendonça, a mulher de Carlos Augusto Ramos não é só a bonitinha apaixonada e choramingas a quem o marido faz declarações públicas de amor no lugar de prestar esclarecimentos à Justiça sobre as ilegalidades de seus negócios.
Na posse plena de credenciais para fazer jus à anexação da alcunha Cachoeira ao nome de batismo, Andressa Mendonça revela-se integrante da quadrilha alvo de processo na Justiça de Goiás e de investigação em comissão parlamentar de inquérito no Congresso Nacional da qual vinha sendo apontada como "musa".
Perdeu a prerrogativa conferida pela idiotia construtora de simbologias simplistas, ao tentar chantagear o juiz federal Alderico da Rocha Santos ameaçando-o com a divulgação de um dossiê caso não tomasse decisões favoráveis ao principal acusado no processo em curso na 11.ª Vara da Justiça em Goiás e sob a responsabilidade do magistrado.
De inocente, a moça que tanto lamentou o envolvimento do marido com os políticos que o teriam tirado da zona de conforto de figura proeminente na sociedade de Goiás para a cadeia não tem nada.
A não ser presumivelmente a ilusão de que poderia levar o juiz na conversa mal ajambrada sobre a existência de um dossiê a ser publicado com acusações contra ele, sugerindo um conluio entre a revista Veja e as organizações Cachoeira de armações ilimitadas.
Um blefe tão óbvio quanto a impossibilidade de um veículo de comunicação que vive de credibilidade jogar esse ativo no lixo para servir deliberadamente como instrumento de chantagem e, consequentemente, de repasto à mesa dos detratores de plantão sempre ávidos de uma oportunidade.
A malfadada manobra da senhora Cachoeira, entre outros fatores, altera a situação dela em relação à CPI para qual foi convocada a dar depoimento no próximo dia 7.
Chamada inicialmente pela expectativa de que pudesse servir como mensageira de "recados" de Carlos Cachoeira, Andressa agora necessariamente será vista sob um prisma menos ingênuo.
Tratada até então como uma espécie de adorno a serviço da face "light" do escândalo, ela passa agora a figurar como agente ativa do esquema objeto da CPI e, nessa condição, precisará ser questionada com rigor aplicado a qualquer dos outros investigados.
Isso se não arrumar um pretexto para não ir ou até mesmo se a comissão resolver reavaliar a utilidade de uma convocação de depoente que pela faceta agora revelada provavelmente recorrerá ao direito de calar tornando-se, na prática, uma presença inútil.
Gênese. A tese do advogado de José Dirceu de que Roberto Jefferson "inventou" o mensalão não se sustenta nos fatos.
A primeira referência a um sistema de cooptação de parlamentares e partidos para a base de sustentação do primeiro governo Lula foi feita pela revista Veja em setembro de 2004, ainda sem o apelido pelo qual seria conhecido.
Na segunda vez que o assunto apareceu na imprensa, dias depois em reportagem do Jornal do Brasil, já foi usado o termo "mensalão" para definir pagamentos relatados por deputados ao então líder do governo na Câmara, Miro Teixeira.
Miro os incentivou a transformar o disse-me-disse de corredores em denúncia formal ao presidente da República, mas ressalvou à época que não subscrevia as acusações.
Os mensageiros não se animaram a ir a Lula nem ao Ministério Público e o caso morreu.
Até junho do ano seguinte quando Jefferson, irritado com o que identificou como um plano do PT para fazer do PTB o bode expiatório da corrupção na base governista, em entrevista à Folha de S. Paulo deu autoria, publicidade e compreensão à narrativa que viria a assumir a dimensão de 50 mil páginas em processo de 38 réus.
O nome, ação penal 470 ou mensalão, não faz a menor diferença, pois é do substancioso conteúdo que o Supremo Tribunal Federal cuidará a partir desta quinta-feira.
PMDB tira o time de campo - ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 31/07
Indicado pelo ministro Edison Lobão (Minas e Energia) para a diretoria Internacional da Petrobras, o nome de José Carlos Amigo não foi aceito pela presidente da empresa, Maria das Graças Foster. Surpreendida, a direção do PMDB decidiu não comprar briga com a presidente Dilma. Para o partido, o mais importante é assegurar, sem turbulências, as presidências da Câmara e do Senado.
Mensalão: a blindagem do Planalto
A presidente Dilma conseguiu, às vésperas do julgamento do mensalão pelo STF, desvincular o governo dessa pauta. Desde sempre a sua orientação foi a de que o Executivo deveria ficar longe dessa agenda. Seu objetivo, evitar que seu governo atraísse raios e paixões que o julgamento desperta. A presidente não toca no assunto. E os ministros petistas que integram o núcleo político do governo (José Eduardo Cardozo, Gilberto Carvalho, Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann) também mantiveram um obsequioso silêncio. A exemplo do PT e de seus candidatos nas eleições municipais, o Planalto também teme ser atingido pelos respingos negativos do julgamento.
"TEMOS ELEMENTOS PARA ACREDITAR QUE A SENHORA ANDRESSA ESTÁ NA CONDUÇÃO DOS NEGÓCIOS DE CACHOEIRA” RANDOLFE RODRIGUES Senador (PSOL-RR) e integrante da CPI do Cachoeira
A guerra de versões
O PSDB fará cobertura própria, em sua página na internet, do julgamento do mensalão no STF. Um dos objetivos é fazer do ex-presidente Lula réu virtual. Os tucanos querem desidratar o prestígio de Lula tendo em vista a sucessão de 2014.
Musa vira bruxa
A atuação de Andressa Mendonça, mulher de Carlos Cachoeira, ao tentar chantagear o juiz Alderico dos Santos, piorou a situação dela junto aos integrantes da CPI. Agora, há a convicção de que ela é conivente com Cachoeira. Na CPI, dia 7 de agosto, após as perguntas, o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), fará uma lista de acusações.
O Mercosul e a democracia
A Venezuela tem muito a ganhar com o Mercosul. O bloco econômico pode abrir canais de interlocução com países rompidos com o presidente Hugo Chávez, como Estados Unidos e Israel. Outro item relevante, segundo o governo brasileiro, é que o Protocolo de Ushuaia vai contribuir para que o vizinho preserve e aperfeiçoe as instituições democráticas.
Pingo nos is
A despeito de o PSB ter rompido com o PT nas eleições em Fortaleza (CE) e Recife (PE), os petistas minimizam o drama. O presidente do PT, Rui Falcão, diz: "Não foi um rompimento nacional. O PSB está no nosso projeto nacional."
Escondendo o ouro
As Assembleias Legislativas não estão cumprindo a lei de divulgar rendimentos de funcionários e parlamentares. Os deputados federais dizem que isso ocorre porque os estaduais recebem muito dinheiro "por fora", a título de ajuda de custo.
Os candidatos surfando no skate
Depois de quase levar um tombo, o tucano José Serra (SP) tirou onda com o prefeito Eduardo Paes no Twitter: "O prefeito do RJ, Eduardo Paes, caiu do skate. Bem que eu avisei que esse é um artefato para menores de 20 anos... rs."
O SENADOR Pedro Simon (PMDB-RS) relata que recebeu por dois meses salário de ex-governador. Depois, mandou suspender os pagamentos.
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