FOLHA DE SP - 12/03/12
As três favelas estão no coração do Rio, foram pacificadas há pouco mais de um ano e são peças-chave para a inteligente estratégia de fechar o maciço da Tijuca -o anel de favelas que tem o Maracanã, e a Copa de 2014, no centro.
Sim, ainda há problemas por lá, como as confusões no morro de São Carlos na noite do domingo de Carnaval.
Mas não há como negar que o domínio hoje é do Estado, e não mais do tráfico. O baile de debutantes, experiência já vivida em outras áreas com UPPs, é emblemático.
Essa é a parte bonita da história, o lado que funciona.
O lado B está na periferia.
Os arrastões deixaram as praias e ganharam novos ares. Ontem de manhã, foi na Dutra, na altura de Belford Roxo, Baixada Fluminense. Já Niterói vive noites de terror, com invasões de apartamentos, explosões de caixas eletrônicos e sequestros. Ali perto, no Jardim Catarina, em São Gonçalo, um homem foi morto no sábado.
Em Duque de Caxias, um grupo de milicianos mantinha um clube com palco para shows, caixas-d'água cheias de latas de cerveja e uma central clandestina de TV a cabo com mais de 3.000 assinantes.
Caíram na semana passada. Mas quantos não continuam em pé, lá mesmo e em outros cantos sem UPPs?
A fórmula para resolver, com direito até a momentos de ternura, já se conhece. A questão agora é aritmética. Haverá orçamento para expandir o modelo que está dando certo no centro do Rio? Se não houver, o cenário que se pinta é feio, muito feio.
Longe das UPPs, quem está dando um baile é o crime.
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