sábado, maio 07, 2011

JORGE BASTOS MORENO - NHENHENHÉM - A tosse


A tosse
JORGE BASTOS MORENO - NHENHENHÉM
O GLOBO - 07/05/11

 A “gripe chinesa”, que derrubou, já como pneumonia, a presidente Dilma, fez mais estragos no governo do que a volta do Delúbio ao PT. Vários funcionários da Presidência que acompanharam Dilma na viagem estão no estaleiro, alguns com quadros preocupantes.

Vírus do mal

 E só pode ter sido por solidariedade o estado gripal de Michel Temer, com febre alta e muita tosse. Até porque o vice não esteve na China, mas na Itália, para a festa de beatificação do Papa. Em Roma, Michel ficou o tempo todo escoltado pela dupla Moreira-Chalita. Tanta maldade junta tira a imunidade de qualquer um. E o sono do prefeito Gilberto Kassab. 

Veto
 Sorte de Kassab é que Lula não gosta da opção Chalita.

Pindamonhangaba
 O ex-presidente acha que Chalita prefeito é o poder político total de São Paulo nas mãos de Alckmin. 

CNBB x Fiesp
 Na quarta, quando Michel, no Jaburu, apresentou suas novas aquisições, Chalita e Paulo Skaf, aos cardeais do PMDB, ficou claro que um veio para devorar o outro. 

Missão impossível
 Hugo Chávez desembarca aqui na quarta para tentar desfazer as críticas ao seu governo feitas pela sua bela opositora Maria Corina Machado. Depois de visitar Dilma, Chávez vai pedir às autoridades brasileiras que esqueçam a Maria.

Anedota búlgara
 Como o czar naturalista de Drummond, Cabral acha um escândalo Paes deixar a prefeitura e viajar para a Suíça.

E Sérgio Cabral não nasceu em Niterói

 A sorte minha é que Cabral não mora no Brasil. Do contrário, a coluna toda teria que ser sobre ele. O governador é muito travesso.
Anteontem, numa reunião com o prefeito, vereadores e deputados de Niterói, para discutir o destino do estádio estadual Caio Martins, Cabral ouvia atentamente todas as sugestões, mas não se conteve quando o vereador Waldeck Carneiro, do PT, deu sua opinião, com base em experiência vivida quando morava no exterior: 
— Governador, eu morei dois anos em Paris e acompanhei de perto a transformação de algumas praças públicas... 
— Paris? Dois anos? Que inveja, excelência! E, aí, os dois começaram a disputar quem mais conhecia as praças da cidade, até que o deputado Chico D’Ângelo, que defende a transformação do Caio Martins em centro poliesportivo, chamou-os à realidade:
— Podemos voltar a Niterói? 
E Cabral, ainda embevecido e mostrando que sua cabeça ainda estava em Paris, responde automaticamente:
— Ainda é cedo, deputado!
O destino do estádio Caio Martins ficou para outra audiência. Ninguém conseguiu mais falar a sério.

Cosme & Damião
 Na safra de novos talentos da política, um nome do Rio começa a chamar a atenção pelo poder de articulação. Pedro Paulo Teixeira, secretário da Casa Civil da prefeitura do Rio. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, outro grande articulador — cujo talento é reconhecido até pelo megainimigo Chalita ( “Como prefeito, não sabe tapar um buraco de rua, mas sabe fazer política como ninguém”) —, foi o primeiro a apontar o dedo para Pedro Paulo: — Logo, logo, o país vai ouvir falar desse garoto.
Até o desconfiadíssimo secretário da Casa Civil de Cabral, Régis Fichtner, hoje está grudado em Pedro Paulo. Ficam aos cochichos até na academia de ginástica que passaram a frequentar juntos. Claro que a união despertou ciúmes dos chefes:
— Eduardo, você tem certeza de que esses meninos não tramam contra a gente? — é o que Cabral mais tem perguntado ao prefeito.

Batinada

 Bem feito!
Os nossos cardeais da CNBB resolveram fazer política e passaram a disputar a Arquidiocese de Brasília com o mesmo furor com que o
PMDB briga por Furnas e Funasa. E, graças a Deus, cochilaram no combate à aprovação da união entre pessoas do mesmo sexo.

Um grande ator 

 E o Ayres Britto foi manchete no mundo todo com a sua descoberta de que “o órgão sexual é um plus!”, tão bem destacada pela minha cria, a repórter Carolina Brígido. Não foi bem para tratar dessas coisas tão delicadas que preparei a Carol para o jornalismo,
mas valeu! Confesso que, no início, não entendi bem a profundidade da frase, até recorrer ao mestre Antônio Pitanga, cujo dote foi descoberto nas peladas do Politheama: 
— Será que vou morrer só com essa fama? Como ator, eu não sou plus!

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