Passando a régua
RENATA LO PRETE
FOLH DE SÃO PAULO - 31/12/10
A manutenção de seis nomes que integraram o primeiro escalão de José Serra está longe de significar influência do ex-governador na formação da equipe de Geraldo Alckmin. Dos colaboradores que Serra gostaria de ver aproveitados na nova gestão, só Antonio Ferreira Pinto ficou. E o titular da Segurança não pode ser considerado "serrista" -tampouco é "alckmista".
Paulo Renato Souza (Educação), Mauro Ricardo (Fazenda) e Luiz Antonio Marrey (Casa Civil) foram preteridos. E Alberto Goldman "pediu para sair" por não ter gostado da pasta que lhe foi oferecida. A verdade é que Serra não terá um secretário para chamar de seu no governo que começa amanhã.
Oh, vida... Para completar, o ex-tucano Gabriel Chalita (PSB), arquidesafeto de Serra, emplacou três secretários: Herman Voorwald (Educação), Eloísa Arruda (Justiça) e Paulo Barbosa (Desenvolvimento Social).
Último a saber Em entrevista à rádio Jovem Pan, Goldman reclamou ontem da forma como os atuais secretários foram comunicados sobre as substituições decididas por Alckmin: "As informações poderiam vir mais cedo. Muitos ficaram sabendo pelos jornais".
Vida real 1 Inicialmente inclinado a reduzir a cota de parlamentares, dando preferência a quadros técnicos, Alckmin acabou cedendo às pressões e instalou dez deputados no secretariado.
Vida real 2 O desmembramento da pasta de Saneamento e Energia e o rebaixamento da Comunicação para coordenadoria, duas providências alegadamente destinadas a racionalizar a gestão, foram decididas de última hora e ao sabor da necessidade de acomodar aliados.
Esta é sua vida Ligada ao governo pela Fundação Padre Anchieta, a TV Cultura gravou depoimentos de familiares de Alckmin em Pindamonhangaba para um "documentário" a ser exibido durante a posse.
Rombo Depois dos R$ 111 milhões investidos na reforma do Planalto, o "Diário Oficial" publicou ontem autorização de crédito suplementar de R$ 14,8 milhões para "restauração e modernização" do palácio.
Para depois Até ontem, a peça orçamentária de 2011, aprovada em 22 de dezembro pelo Congresso, não havia sido enviada ao Planalto. A sanção do texto deverá ficar para a futura presidente, Dilma Rousseff.
Ecos Às vésperas da chegada de Hillary Clinton para a posse de Dilma, a declaração de Lula, segundo quem é "gostoso" terminar o mandato vendo os EUA em crise, evocou o período final do primeiro turno da eleição, quando discursos do presidente atacando a imprensa atrapalharam a petista.
No ar A França resolveu mandar Alain Juppé para representá-la na posse. É o ministro da Defesa, como tal responsável pela venda dos caça Rafale ao governo brasileiro no programa FX-2.
Não deu Lula não conseguirá entregar a ponte no quilombo Ivaporunduva, em Eldorado (SP), que ficou pronta este ano. O presidente prometeu a obra quando era candidato, em 1995. A inauguração foi frustrada duas vezes por causa da chuva.
Herança A PF pediu mais uma vez a prorrogação, por 30 dias, da conclusão do inquérito que apura tráfico de influência na Casa Civil sob a gestão da ex-ministra Erenice Guerra. Com o adiamento, o desfecho da investigação invadirá o primeiro mês do governo Dilma.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
tiroteio
"O preço para o Sérgio Gabrielli ter ficado na Petrobras acabou saindo caro e patético. O campo Lula é uma bajulação vulgar."
DO DEPUTADO JUTAHY JÚNIOR (PSDB-BA), relacionando a manutenção do presidente da empresa no governo de Dilma Rousseff e o "rebatismo" do campo de Tupi para homenagear Lula.
contraponto
Quórum baixo
Questionado diversas vezes sobre o caso de Cesare Battisti durante a entrevista em que anunciou o novo diretor da PF, o futuro ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recusou-se a opinar a respeito do terrorista italiano. Pouco depois, perguntaram-lhe a data de sua posse, prevista para este domingo, às 11h.
Diante da queixa dos jornalistas por causa do horário, Cardozo brincou:
-Talvez na posse eu possa comentar o caso Battisti. Vocês estarão lá acompanhando...
Nenhum comentário:
Postar um comentário