Brasil é o 42º em economia digital, diz estudo
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 29/07/2010
A economia digital no Brasil ainda patina. O país ocupou a 42ª posição em ranking produzido anualmente pela IBM e pela unidade de inteligência da "The Economist".
A pesquisa, que avalia a capacidade de 70 países de absorver novas tecnologias de informação e comunicação e aplicá-las no desenvolvimento econômico e social, colocou a Suécia na primeira posição, seguida por Dinamarca, EUA e Finlândia.
O Brasil perde para países como Chile, Estônia, Cingapura e Grécia. Na América Latina, o país ocupa o segundo lugar no ranking.
"Na Suécia, a atenção do governo em tecnologia da informação, educação e cultura ajuda no aumento do número de usuários de serviços digitais", diz Felipe Botto, executivo da IBM Brasil.
Com nota de 5,27 de um total de 10 pontos, o Brasil lidera entre os países do BRIC, com o melhor ambiente geral para o crescimento do comércio eletrônico.
A economia brasileira avançou na categoria "ambiente de negócios", com melhores desempenhos em oportunidade de mercado e em política de investimento estrangeiro.
No entanto, teve pior desempenho em "visão e política do governo" e "ambiente social e cultural", com queda na nota de nível educacional.
A categoria "infraestrutura de tecnologia e conectividade" aponta que a internet alcançou percentual de crescimento menor que no ano passado no Brasil.
País lidera investimento imobiliário no mundo
Os investimentos diretos em imóveis comerciais registraram aumento de 54% no segundo trimestre deste ano nas Américas, atingindo US$ 21,4 bilhões.
O Brasil liderou o crescimento de investimento no mundo, segundo a consultoria Jones Lang LaSalle, que elaborou o levantamento.
Do primeiro trimestre deste ano para o segundo, o volume aplicado em imóveis comerciais no mercado brasileiro quase triplicou, saltando de US$ 577 milhões para cerca de US$ 1,6 bilhão.
"Está havendo um movimento de desmobilização para reinvestimentos. O que acaba gerando uma maior oferta de imóveis para aquisição", diz Lilian Feng, responsável pela área de pesquisa da consultoria no Brasil.
A tendência é o aumento da aquisição de empreendimentos ainda em desenvolvimento, segundo Feng. "Como o mercado de imóveis corporativos está aquecido, o risco acaba sendo menor."
Mercado... A oferta de imóveis usados, residenciais e comerciais para venda na cidade de São Paulo subiu 34% de janeiro a junho deste ano, ante o mesmo período de 2009, segundo levantamento da empresa de administração imobiliária Lello. No primeiro semestre, a quantidade de imóveis prontos comercializados na capital também registrou alta, de 24%, sobre o primeiro semestre de 2009, de acordo com a pesquisa.
...imobiliário Entre os imóveis residenciais disponíveis, 54% das unidades ofertadas para venda foram apartamentos. Grande parte são de três e quatro dormitórios com vaga de garagem. Outros 46% são casas, segundo o estudo da administradora Lello. Das unidades com finalidade comercial oferecidas para venda, 43% são casas ou sobrados, 15% são terrenos, 14% são prédios comerciais e 11% são lojas e sobrelojas.
DE VOLTA PARA CASA
Depois de 12 anos de Microsoft nos EUA, o advogado Luiz Azevedo Sette retorna ao escritório Azevedo Sette, como sócio sênior.
Chegou a vice-presidente juridíco na gigante americana, responsável por toda operação de vendas da empresa, à frente de uma equipe de 170 advogados internos em todo mundo.
Foi, aos 31 anos, o executivo mais jovem em cargo de direção na Microsoft. Antes de voltar, o advogado fez seminários sobre oportunidades no Brasil em Dallas, Houston e Miami, nos EUA.
Na bagagem, vieram mandatos para investir em empresas de alimentos, de ração para animais e em mineração", diz. No setor de alimentos, enquanto americanos querem comprar marcas que agreguem valor, chineses visam criar polo de exportação e estão de olho em armazenagem e "tradings" de alimentos, segundo Sette.
"Há dinheiro disponível, mas investidores após a crise querem investir em projetos já pesquisados com capacidade comprovada", diz o advogado. "Nada de caixas pretas, comuns no setor de mineração."
NEGÓCIO DE BRINQUEDO
O próximo passo da Ri Happy, rede de lojas de brinquedos, é rumo ao Norte. A empresa inaugura, no mês que vem, a primeira loja no Tocantins, o 18º Estado do país com a marca, e negocia unidades em Belém e Manaus para 2011.
"Há carência de oferta nessa região. No Brasil ainda há oportunidade de crescer", diz Ricardo Sayon, diretor da empresa. Paralelo à expansão nortista, a empresa cresce nas outras regiões. Mais filiais estão previstas neste ano em São Vicente (SP), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Maringá (PR) e São Gonçalo (RJ).
Além dos lançamentos, a ampliação de lojas instaladas está na pauta, como a do Shopping Iguatemi, em SP. Sayon prevê faturamento 15% maior neste ano.
Trabalho O apagão de mão de obra qualificada elevou a movimentação de funcionários nas empresas, segundo pesquisa da Abraman (Associação Brasileira de Manutenção). O índice que mede o giro de pessoal na indústria subiu de 2,39% no levantamento anterior para 3,7%, porque as empresas têm disputado profissionais qualificados.
Mão de obra A sondagem da Abraman, que apura dados com companhias dos setores de mineração, siderurgia, petróleo, papel e celulose, entre outras, também aponta maior investimento, de R$ 120 bilhões por ano das indústrias na área de manutenção.
Moda... O grupo londrino Farfetch.com, um shopping de moda on-line de marcas famosas, acaba de receber capital de US$ 4,5 milhões do fundo de investimento Advent Venture Partners. Cerca de 40% desse investimento virá para a expansão do mercado brasileiro, na contratação de pessoal e em marketing.
...on-line A meta da empresa no Brasil é fechar o ano com 20 marcas brasileiras de roupas e acessórios de luxo, segundo Daniela Cecílio, presidente da Farfetch no Brasil. Hoje, o site trabalha com oito marcas brasileiras e mais de mil importadas. "No Brasil, a compra de roupas pela internet ainda é uma cultura nova, mas está mudando", diz ela.
Mordida O Sudeste apresentou concentração de 65,3% dos beneficiários do mercado de planos odontológicos em 2009, segundo o Sinog (Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo).
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