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RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/03/10
Não é apenas o Planalto que enxerga o PAC 2 como plataforma eleitoral para sua candidata. Em plena temporada de pré-campanha, deputados, senadores e prefeitos -inclusive da oposição- intensificam o lobby para tentar incluir projetos de suas bases na nova versão do programa, a ser anunciada no próximo dia 29 pela ministra Dilma Rousseff como ato final antes da desincompatibilização.
Mais do que realizações concretas, trata-se de uma questão de discurso: garantir que determinada obra entre no PAC 2 permite ao candidato dizer que isso só foi possível graças à sua "ação direta". Por ora, os pedidos estão sendo filtrados pelos ministros de cada área.
Mais do que realizações concretas, trata-se de uma questão de discurso: garantir que determinada obra entre no PAC 2 permite ao candidato dizer que isso só foi possível graças à sua "ação direta". Por ora, os pedidos estão sendo filtrados pelos ministros de cada área.
Pós-Dilma. Embora ainda pretenda opinar e muito, a "mãe do PAC" não estará disponível para dar a canetada final sobre o que entra e o que não entra na nova versão do programa. O Planalto prevê concluir somente entre maio e junho, em parceria com as prefeituras, a lista final dos projetos, sobretudo nas áreas de habitação e saneamento.
Sem atestado. Diante da perspectiva de uma candidatura de José Alencar (PRB) em outubro, alguém teve a ideia de solicitar à equipe médica encarregada de atendê-lo um papel atestando que o vice estaria em "processo de cura" do câncer. A proposta foi delicadamente recusada.
Agora vai 1. Durante reunião na sexta-feira com os petistas Fernando Pimentel e Patrus Ananias, ambos interessados em disputar o governo de Minas, Lula reiterou que não aceitará a recusa do PT em apoiar Hélio Costa (PMDB) sob o argumento de que este sempre larga bem, mas acaba perdendo a eleição.
Agora vai 2. Segundo o presidente, desta vez será diferente porque o ministro das Comunicações terá o apoio do PT, da esquerda como um todo e dele próprio. A conferir.
Vela acesa. O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), tem dado sinais de que pode desistir da candidatura ao governo do Estado. O Planalto, que precisa do peemedebista para enfrentar Marconi Perillo (PSDB), por enquanto acredita que se trate apenas de ameaça.
Telhado de vidro. No comando da campanha de Dilma, há quem avalie que a série de tropeços recentes do MEC dificultará o uso eleitoral do assunto educação contra os tucanos na campanha.
Ato falho. Diante do esforço de José Serra para negar que tenha se declarado candidato em entrevista ao apresentador Datena, alguém observou que o governador bem poderia ter escolhido outro programa da Band: o humorístico "É Tudo Improviso".
Endereço. O PSDB alugou o Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, no setor hoteleiro sul de Brasília, para o lançamento da candidatura de Serra, no dia 10 de abril.
Rebote 1. Mudou o clima no PSDB em relação a Yeda Crusius. Diante de sinais de recuperação da governadora gaúcha nas pesquisas, a cúpula do partido já não rejeita com a mesma ênfase a ideia dela de buscar novo mandato, apesar do desgaste sofrido com o escândalo do Detran.
Rebote 2. Segundo pesquisa telefônica encomendada pelos tucanos, Yeda ainda está distante dos líderes Tarso Genro (PT, 30%) e José Fogaça (PMDB, 28%), mas já conseguiu romper a barreira dos dois dígitos de intenção de voto: ela tem hoje 16%.
Vai encarar? Outros fatores a animar a governadora: perspectiva de tempo de televisão expressivo e apoio de parcela significativa dos prefeitos. No PSDB, há quem já sonhe com a desistência de Fogaça, que tem a perder a Prefeitura de Porto Alegre.
com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER
Tiroteio
"Não se trata mais de cochilo. A base aliada no Senado parece estar em estado de sono profundo."
Tiroteio
"Não se trata mais de cochilo. A base aliada no Senado parece estar em estado de sono profundo."
Do deputado DEVANIR RIBEIRO (PT-SP), sobre os percalços sofridos pelo governo na Casa, dos quais o mais recente foi a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para falar sobre o caso Bancoop.
Contraponto
Classificados Tão logo anunciada a vitória de Lula, em 2002, o PMDB reuniu toda a cúpula do partido, que naquele ano havia apoiado a candidatura presidencial de José Serra, num jantar em Brasília. Numa das mesas estava Roberto Requião, então governador eleito do Paraná, ao lado de quem o próprio Serra acabou se sentando quando chegou ao local, por volta da meia-noite.
Em tom bem-humorado, o tucano perguntou:
-Já está pensando na montagem do secretariado?
Requião foi rápido no gatilho:
-Você por acaso está procurando emprego?
Contraponto
Classificados Tão logo anunciada a vitória de Lula, em 2002, o PMDB reuniu toda a cúpula do partido, que naquele ano havia apoiado a candidatura presidencial de José Serra, num jantar em Brasília. Numa das mesas estava Roberto Requião, então governador eleito do Paraná, ao lado de quem o próprio Serra acabou se sentando quando chegou ao local, por volta da meia-noite.
Em tom bem-humorado, o tucano perguntou:
-Já está pensando na montagem do secretariado?
Requião foi rápido no gatilho:
-Você por acaso está procurando emprego?
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