FOLHA DE SÃO PAULO - 17/12/09
De Copenhague, na coluna Mercado Aberto, Maria Cristina Frias informou ontem que "as críticas de Dilma Rousseff à dinamarquesa Connie Hedegaard, presidente da COP-15, deixaram-na acuada". Foi em reunião "tendo a ministra à frente" dos representantes de China, Índia e outros, cobrando "com firmeza e sempre com o mesmo tom de voz" a participação no documento final da conferência.
Ontem pela manhã, a presidente "renunciou" e deixou a tarefa ao próprio primeiro-ministro dinamarquês, Lars Rasmussen. Antes divulgou novo esboço, recebido como mais uma "manobra dinamarquesa", com um texto que "caiu do céu", na expressão do enviado chinês, segundo a Reuters.
No fim do dia, Rasmussen se reuniu com Lula.
MINC LÁ
Em longa entrevista, em alto de página abrindo o noticiário do "Le Monde", o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, diz que "Brasil pode representar o papel de ponte" na negociação de um acordo neste final de conferência e não está em Copenhague "para fazer discurso"
SÓ PARA FLORESTAS
Destaque nos sites de jornais americanos e depois em portais brasileiros, "EUA dá US$ 1 bilhão para florestas tropicais". A decisão foi precedida pelo elogio feito por Barack Obama ao Fundo Amazônia, montado pelo BNDES, dias antes na BBC Brasil:
"Estou muito impressionado com o modelo construído entre Noruega e Brasil, que permite o monitoramento efetivo e garante que façamos progressos no sentido de evitar o desmatamento da Amazônia."
Sobre dinheiro para o corte de emissões no acordo final, como cobram emergentes e outros, nada.
INTERESSES AMERICANOS
Em destaque no "Wall Street Journal", "Obama: liberal em Washington, conservador em Copenhague". Ele é o "menos agressivo", recusando "compromisso de controles de poluição que limitariam os lucros das indústrias americanas". Em suma, "qualquer acordo seria visto como priorização das necessidades do resto do mundo em prejuízo dos interesses americanos".
Também no "Guardian", "a realidade é que Obama tem que representar interesses contraditórios de um país ainda muito atrasado em mudança do clima".
GRANDES PLANOS, LÁ
Em alto de página de economia no "China Daily" de ontem, "Vale projeta grandes planos para a China". Ecoando reportagem do também chinês "National Business Daily", o jornal informa que a mineradora brasileira assinou "contratos independentes" com siderúrgicas chinesas "para expandir ainda mais sua presença no país" e baratear os custos de transporte.
Segundo um analista chinês, "a ação sublinha a interdependência entre a Vale e a China".
DENGUE ETC.
O "Financial Times" saudou as "boas notícias para as "doenças negligenciadas", no relatório do George Institute sobre o financiamento para pesquisa de males que tradicionalmente têm pouco apoio da indústria farmacêutica, como pneumonia, malária e dengue":
"Os governos de dois dos mais ricos países em desenvolvimento -Índia e Brasil- estão pela primeira vez no "top 5" dos financiadores, assumindo responsabilidade crescente por sua própria carga de doenças."
A crise afastou doadores tradicionais, mas eles foram substituídos pelos dois e pela África do Sul.
DIÁRIO DA ENCHENTE
Na manchete do "Jornal Nacional", "São Paulo enfrenta mais uma tempestade e moradores sofrem". No "Jornal da Record", mais um "diário da enchente", com destaques como "marginal Tietê, a agonia dos caminhoneiros".
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