O GLOBO - 04/11/09
Viram Fluminense e Botafogo na última rodada? Pouco ou nada tiveram a ver com os mesmos Botafogo e Fluminense do resto do campeonato. Por que nada tiveram a ver? Jogaram muito? Não, não jogaram.
O Botafogo nem podia jogar, com menos um homem, por causa da expulsão de seu desastrado atacante. E o Fluminense até que jogou bem, jogou melhor, mas só no segundo tempo.
Por que então foram diferentes? Porque jogaram com um empenho, com um sacrifício, com uma seriedade, com um espírito de competição que jamais tiveram desde a primeira rodada.
Jogaram como quem está disputando um título, uma vaga, uma taça. Jogaram como Botafogo e como Fluminense — times profissionais de futebol, grandes clubes de futebol do país.
Há uns poucos anos, leio e ouço que times do Rio ainda não teriam aprendido a disputar campeonatos de pontos corridos. Nunca cheguei a discordar da tese, mas tampouco a abracei.
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Hoje, eu abraço. Penso mesmo que não são os únicos clubes a não entrar, digamos assim, no espírito, na essência da competição. Há outros ainda por fora do que é um campeonato de pontos corridos.
Mas a verdade é que os cariocas ainda não entraram, ou, melhor dizendo, só entraram ou entram quando a situação da competição fica muito clara para eles. E isso só acontece no fim.
Espero que me entendam. Fluminense e Botafogo começaram a disputar o campeonato há, quem sabe, três, quatro rodadas, quando enfim perceberam que a situação era feia. Quer dizer: custaram demais a entender a competição. É coisa de amadores, não de profissionais.
O Flamengo, por exemplo, compreendeu um pouco antes. Mais tarde também do que devia, mas compreendeu antes de Botafogo e Fluminense.
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E quem compreendeu antes de todos foram, por exemplo, os clubes paulistas, que há cinco anos dominam o Campeonato Brasileiro. Podem até não começar a disputar a competição desde a primeiríssima rodada — como deve ser —, mas começam antes dos outros. Com mais organização, mais planejamento, mais profissionalismo, mais seriedade. E por isso chegam em primeiro.
Outros, como os cariocas, imaginam que tudo pode ser resolvido no fim. Ignoram o velho e sábio ditado popular. Deixam tudo para amanhã.
Bravos companheiros de imprensa esportiva já ensinaram muito antes desta coluna: Campeonato Brasileiro tem que ser disputado desde a primeira — primeiríssima rodada.
Cada jogo é uma decisão. Que os times se preparem para ela, portanto, e não só para as últimas rodadas.
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Atenção, caros cariocas: entrem no campeonato como se o primeiro jogo fosse o último! Espelhem-se no primeiro dos tantos versos antológicos de Chico na letra de “Construção”: “Amou daquela vez como se fosse a última”.
Não quero dizer em absoluto que, se tivessem jogado assim desde a primeira rodada, Fluminense e Botafogo estariam disputando o título.
Penso mesmo que não possuem time para isso. Mas tenho certeza de que tampouco estariam com a corda no pescoço, lutando para fugir da forca.
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Enfim, os companheiros tinham razão: os times do Rio não sabem (ainda) disputar campeonato de pontos corridos. Mas são profissionais? Têm profissionais nos seus respectivos departamentos de futebol? Isso parece que sim. Há gerentes, técnicos, supervisores e também diretores remunerados.
Talvez tenham tudo isso, mas, paradoxalmente, não tenham profissionalismo. Nem tenham competência.
No dia em que tiverem as duas coisas, aprenderão a disputar o campeonato. Quem sabe um dia... Quem sabe um ano.
Viram Fluminense e Botafogo na última rodada? Pouco ou nada tiveram a ver com os mesmos Botafogo e Fluminense do resto do campeonato. Por que nada tiveram a ver? Jogaram muito? Não, não jogaram.
O Botafogo nem podia jogar, com menos um homem, por causa da expulsão de seu desastrado atacante. E o Fluminense até que jogou bem, jogou melhor, mas só no segundo tempo.
Por que então foram diferentes? Porque jogaram com um empenho, com um sacrifício, com uma seriedade, com um espírito de competição que jamais tiveram desde a primeira rodada.
Jogaram como quem está disputando um título, uma vaga, uma taça. Jogaram como Botafogo e como Fluminense — times profissionais de futebol, grandes clubes de futebol do país.
Há uns poucos anos, leio e ouço que times do Rio ainda não teriam aprendido a disputar campeonatos de pontos corridos. Nunca cheguei a discordar da tese, mas tampouco a abracei.
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Hoje, eu abraço. Penso mesmo que não são os únicos clubes a não entrar, digamos assim, no espírito, na essência da competição. Há outros ainda por fora do que é um campeonato de pontos corridos.
Mas a verdade é que os cariocas ainda não entraram, ou, melhor dizendo, só entraram ou entram quando a situação da competição fica muito clara para eles. E isso só acontece no fim.
Espero que me entendam. Fluminense e Botafogo começaram a disputar o campeonato há, quem sabe, três, quatro rodadas, quando enfim perceberam que a situação era feia. Quer dizer: custaram demais a entender a competição. É coisa de amadores, não de profissionais.
O Flamengo, por exemplo, compreendeu um pouco antes. Mais tarde também do que devia, mas compreendeu antes de Botafogo e Fluminense.
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E quem compreendeu antes de todos foram, por exemplo, os clubes paulistas, que há cinco anos dominam o Campeonato Brasileiro. Podem até não começar a disputar a competição desde a primeiríssima rodada — como deve ser —, mas começam antes dos outros. Com mais organização, mais planejamento, mais profissionalismo, mais seriedade. E por isso chegam em primeiro.
Outros, como os cariocas, imaginam que tudo pode ser resolvido no fim. Ignoram o velho e sábio ditado popular. Deixam tudo para amanhã.
Bravos companheiros de imprensa esportiva já ensinaram muito antes desta coluna: Campeonato Brasileiro tem que ser disputado desde a primeira — primeiríssima rodada.
Cada jogo é uma decisão. Que os times se preparem para ela, portanto, e não só para as últimas rodadas.
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Atenção, caros cariocas: entrem no campeonato como se o primeiro jogo fosse o último! Espelhem-se no primeiro dos tantos versos antológicos de Chico na letra de “Construção”: “Amou daquela vez como se fosse a última”.
Não quero dizer em absoluto que, se tivessem jogado assim desde a primeira rodada, Fluminense e Botafogo estariam disputando o título.
Penso mesmo que não possuem time para isso. Mas tenho certeza de que tampouco estariam com a corda no pescoço, lutando para fugir da forca.
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Enfim, os companheiros tinham razão: os times do Rio não sabem (ainda) disputar campeonato de pontos corridos. Mas são profissionais? Têm profissionais nos seus respectivos departamentos de futebol? Isso parece que sim. Há gerentes, técnicos, supervisores e também diretores remunerados.
Talvez tenham tudo isso, mas, paradoxalmente, não tenham profissionalismo. Nem tenham competência.
No dia em que tiverem as duas coisas, aprenderão a disputar o campeonato. Quem sabe um dia... Quem sabe um ano.
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