quarta-feira, maio 20, 2009

BRASÍLIA - DF

Às ruas!

Denise Rothemburg
Correio Braziliense - 20/05/2009
 

Detentor do dom de falar diretamente à população, o presidente Lula vai colocar essa habilidade em teste no que se refere à CPI da Petrobras. Enquanto seus líderes tentam dominar a comissão no Senado indicando presidente e relator, o PT vai revirar o baú do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) para deflagrar a guerra retórica e fazer ecoar nas ruas o discurso de que há um desejo inconfesso de privatizar a estatal por trás da insistência dos tucanos em investigá-la. Dois episódios já estão na boca dos petistas: 

1) A abertura de capital da Petrobras, em 1997, quando o barril do petróleo estava cotado em US$ 11 e as ações da empresa foram despejadas no mercado a preços modestos; 

2) A malograda tentativa de mudar o nome para PetroBrax sob pretexto de que seria melhor para internacionalizar a empresa. 

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Para repisar esses tópicos, Lula terá a ajuda dos petroleiros que preparam manifestações em várias capitais em defesa da empresa. A primeira está prevista para esta quinta-feira no Rio de Janeiro. A ideia é acuar a oposição com a ajuda das voz das ruas. Se o governo conseguir, será a estreia de manifestações de sindicatos contra uma CPI. Mais uma para a coleção “nunca antes neste país…”


Geraldo, o candidato

Em São Paulo, há quem assegure que já está fechado um acordo para fazer de Geraldo Alckmin o candidato do PSDB ao governo de São Paulo. Foi a maneira que José Serra encontrou de garantir a fidelidade de Alckmin à sua pré-campanha para assegurar a candidatura à Presidência da República pelo partido. 

Meus comerciais, por favor

A proximidade das eleições virou um problemão para os líderes que vão escolher os nomes para compor o colegiado da CPI da Petrobras. No PMDB, por exemplo, onde 19 senadores vão concorrer às eleições do ano que vem, quase todos querem participar e, assim, garantir os 15 minutos de fama para exibir no horário eleitoral gratuito de 2010. 

Cada um no seu quadrado

Um dos poucos que já avisou ao líder Renan Calheiros (PMDB-AL) que não deseja compor a CPI foi o senador Lobão Filho (PMDB-MA). É que a Petrobras sempre se considerou independente do Ministério de Minas e Energia, assim como a Agência Nacional do Petróleo (ANP). E, se não há vinculação para o bem, que não haja para o mal. 

Oásis

Empenhado em transformar sua pasta em fonte de noticiário positivo em meio à crise, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, anuncia hoje recorde no pagamento de abono salarial. Entre junho de 2008 e abril passado, foram desembolsados R$ 14 bilhões a trabalhadores inscritos no PIS/PASEP. 

O “cara” de Lula

Com os efeitos colaterais do tratamento a que se submete a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, sairá novamente da toca, assim como fez nos tempos da crise do mensalão. Ele irá falar em nome do presidente no que se refere à CPI da Petrobras. 

No cafezinho
 
 
 

É nós na fita!/ O secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannucchi (foto), caminhava pela Câmara ontem quando avistou o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), que conversava com uma emissora de TV no Salão Verde. Também defensor da re-reeleição do presidente Lula, Vannucchi não se fez de rogado e interrompeu a entrevista do companheiro: “E aí, Devanir, é terceiro mandato?!”. 

Moção/ O deputado José Fernando Aparecido (PV-MG) entrega hoje uma moção de apoio a Márcio Barbosa na direção da Unesco. Coincidentemente, o egípcio que o Itamaraty defende chega ao Brasil para uma reunião de ministros da Cultura. 

Voo cego/ Na viagem de Belo Horizonte a Brasília em voo da Gol, tucanos, petistas e peemedebistas mineiros trocavam projeções sobre 2010 no estado. “Veja bem, o Aécio, candidato a presidente, o Hélio Costa, o Fernando Pimentel, o Patrus Ananias…”. Sentados nas proximidades da turma dos grandes, o deputado Lincoln Portela (PR) virou-se para o colega Júlio Delgado: “E nós?”, perguntou. “É, pelo visto, estamos fora dessa conversinha.” 

Cadê?/ Na porta da Presidência do Senado, duas caixas de papelão enormes aguardam desde ontem doações para as vítimas das enchentes no Maranhão, terra do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Até o fim da tarde de ontem, não tinha sequer um quilo de arroz depositado ali

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