Antes de seguir para Arábia Saudita, China e Turquia, o presidente Lula quer deixar resolvidas as questões relativas às Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que ameaçam a já frágil base de apoio do governo no Senado. O foco principal é a CPI que o senador Álvaro Dias propôs para investigar a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) por indícios de fraudes em licitações, como a da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e desvio de royalties do petróleo. O assunto será abordado na quarta-feira em reunião no Planalto para tratar de questões econômicas. O governo dirá que, em tempos de crise, não dá para investigar uma empresa tão atrativa quanto a Petrobras. Por isso, ontem mesmo o Poder Executivo começou um movimento para tentar retirar de duas a três assinaturas dessa CPI.
Só que há outra engatilhada que não está muito longe da Petrobras: a CPI do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Na oposição, há quem diga que basta mirar no que levou a redução de recursos ao órgão que se chega à Petrobras. E olha que, conforme esta coluna antecipou há mais de um mês, o governo pretendia se livrar da CPI da Petrobras oferecendo aos leões a do Dnit. Agora, não quer mais nenhuma. |
Deu água
Nem autoria, nem origem. A investigação da Polícia Federal sobre o suposto grampo que captou uma conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demostenes Torres (DEM-GO) caminha para o arquivo dos casos sem solução. Tanto é que o delegado responsável, William Mourad, nem deve pedir mais prazo. Fica para a história a dúvida: ou quem captou a conversa cometeu um crime perfeito ou tudo não passou de cortina de fumaça.
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Caixa fechado
Está explicado por que os deputados estão num mau-humor maior do mundo para com o governo. É que até agora, o Ministério do Planejamento ainda não deu sinal verde às liberações das emendas. Em breve, o governo fará uma exposição sobre investimentos para mostrar tudo o que está sendo feito com os recursos disponíveis. Quem sabe, assim, as excelências dão uma acalmada.
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Quem falar primeiro…
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pediu aos membros da comissão que discute os benefícios pagos aos parlamentares sigilo absoluto sobre as conversas. Aos seis deputados e quatro servidores do grupo, Temer disse que se houver vazamento das discussões a Casa pode ser acusada novamente de “recuar”, como aconteceu no vai-e-vem de decisões tomadas para moralizar o uso das passagens.
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Celeuma
Depois do PMDB, o PR é o foco de nova disputa com o governo na Comissão Mista de Orçamento. O governo ameaça tomar do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) a relatoria do crédito de R$ 492 milhões para a Secretaria Especial de Portos se não apresentar seu parecer até a sessão do Congresso, prevista para amanhã. Pressionado, o parlamentar baiano afirma que não destinará recursos para os portos de Santos (SP) e do Rio Grande (RS), sob investigação da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça. PT e PR travam, há nove meses, uma disputa pela direção dos portos baianos.
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No cafezinho...
Reforço Se depender de apoios públicos para permanecer no cargo, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, está firme como uma rocha. Além dos jantares que vão lhe oferecer esta semana, veja o que o disse o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (foto): “Considero esse cargo de coordenador político um dos mais difíceis do governo. Eu tenho acompanhado o trabalho de vários ministros da Coordenação Política, e poucos têm exercido o cargo com tanta competência como o José Múcio, que, aliás, tem o apoio integral do Partido Progressista”.
Juruna Relator do processo disciplinar contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) no Conselho de Ética da Câmara, Sérgio Moraes (PTB-RS) prometeu mostrar na sessão de hoje as gravações de conversas que manteve com repórteres nos últimos dias. Quer apontar o que considera distorções entre as declarações que deu e o que foi publicado na imprensa. Não é à toa que a turma de excelências mais antiga na Casa já lhe apelidou de Juruna II, o cacique que, eleito deputado, vivia com um gravador a tiracolo.
Na telinha... O DEM levará ao seu próximo programa partidário na TV imagens colhidas nas três caravanas já promovidas Brasil afora para mostrar atrasos no andamento das obras do PAC. As gravações incluirão de duplicações de rodovias a redes de saneamento básico que não saíram do papel em Pernambuco, Santa Catarina e Sergipe.
... como MacGyver Mentor intelectual da caravana, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), será uma das estrelas do programa. No papel de repórter, o democrata pôs o pé na lama sob forte chuva para mostrar os problemas decorrentes das enxurradas num subúrbio de Aracaju. |
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