quinta-feira, fevereiro 05, 2009

BRASÍLIA-DF

Corrida pelo ouro


Correio Braziliense - 05/02/2009
 

Os novos investimentos do PAC na área de energia acirraram a disputa pelas comissões de Infraestrutura do Senado e a de Minas e Energia da Câmara. Entre os senadores, Ideli Salvatti (PT-SC) e Valdir Raupp (PMDB-RO) travam uma guerra nos bastidores. O governo torce para o PT e busca um acordo que deixe a vice para o PMDB. Na Câmara, não é tão simples. O PMDB elencou a comissão entre as suas prioridades. O PSDB não quer deixar o presidente Lula gastar antecipadamente os recursos do pré-sal. Por último vem o PP, que transformou a comissão em capitania hereditária nos últimos dois anos. Só que, como as perspectivas de negócios nesse setor cresceram e englobam R$ 274 bilhões do PAC ampliado, os grandes partidos não vão deixar esse tesouro sobrar para um partido que ficou fora do blocão que elegeu Michel Temer (PMDB-SP). 

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Há outro ingrediente: como a ministra Dilma Rousseff é a “mãe” do PAC, será sempre um palco para levar uma futura candidata a presidente da República. Seja para lhe dar palanque ou para tentar colocá-la numa saia- justa.


Recado do Planalto 

O novo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), tem passado horas tentando administrar o quebra-cabeça que montou para ajudar a eleger José Sarney (PMDB-AP) no Senado. O último foi um aviso do Palácio do Planalto no estilo “a quem interessar possa”: o governo não gostaria de ver o DEM na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, em especial, nas mãos do senador Demostenes Torres (GO), que não dá trégua. 

Vade, infiel

O PTB recorreu à Mesa Diretora da Câmara pedindo o mandato do deputado Dr. Paulo César (PR-RJ). Ele ocupa a vaga de Sandro Matos (PR), novo prefeito de São João do Meriti. A direção petebista reivindica o lugar para o segundo suplente, Fernando Gonçalves (PTB). Em dezembro, Walter Brito Júnior (PRB-PB) perdeu o mandato para o DEM, o partido que o elegeu. 

Líderes em apuros I 

Alguns partidos começam o ano em chamas. No PP, a reeleição de Mário Negromonte foi parar na Justiça. “Ele já passou por cima do estatuto do partido para se reeleger em 2007 e 2008. Agora chega”, diz o deputado Gerson Peres (PA), que levou o caso à 9ª Vara Cível de Brasília e já ganhou uma liminar. Negromonte diz que vai recorrer. 

Líderes em apuros II 

No PR, a situação é de guerra depois que Sandro Mabel (GO) foi eleito com o apoio do ex-presidente do partido Valdemar Costa Neto (SP), um dos réus no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Na véspera, Valdemar teve um bate-boca com José Santana de Vasconcelos (MG), que exerce seu sexto mandato na Casa e saiu candidato. Vasconcelos obteve 14 votos e Mabel, 27. 

De seguro... 

Novo primeiro-secretário da Câmara, Rafael Guerra (PSDB-MG) entregou uma lista de pendências cabeludas à Mesa Diretora. Entre os temas, estão o plano de saúde dos servidores, a construção de um quinto anexo para abrigar gabinetes parlamentares e a licitação dos espaços para restaurantes. O mineiro não quer ficar com pepino: diz que levará tudo para voto no comando da Casa. 

No cafezinho...

Estrela emergente 
Recém-chegada ao bloco C da 316 Sul, Erenice Guerra (foto), braço direito da ministra Dilma Rousseff, já conseguiu criar desafetos na vizinhança. É que a convenção do condomínio proíbe aquele tum-tum-tum de obra aos sábados. E a reforma que ela mandou fazer no imóvel desrespeitou essa regra. Foi uma reclamação só. Curiosidade: Erenice mantém no andar térreo um segurança de uniforme bordô. Nem ministros deste e de outros governos que ocuparam apartamentos naquele prédio tinham esse tratamento, embora pudessem requisitar. 

Sinal de prestígio 
O presidente Lula fez questão de descer ao gabinete do ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, para cumprimentar os senadores do PTB na hora do almoço. Já estavam todos servidos à mesa, quando Lula chegou. O gesto foi entendido como um recado de que José Múcio segue firme. 

História 
Lula cumprimentou Fernando Collor assim: “Como vai, presidente?”. Pelo visto, virou mesmo coisa do passado o que um dizia do outro há 20 anos, na primeira campanha presidencial depois da redemocratização. Alguns lembraram até de uma camiseta que Collor usou durante a crise em seu governo com a frase “o tempo é o senhor da razão”. É, pois é. 

Socorro, governador! 
Um assessor da Presidência da República foi reclamar ao gabinete do governador José Roberto Arruda que as ambulâncias servem ao presidente Lula no Brasil inteiro e, aqui no DF, resistiram a atendê-lo. Calma, pessoal. Nem Lula nem seus assessores tiveram qualquer mal-estar ontem e nem o presidente deixou de contar com os serviços do GDF. É que, num dia caótico, com um acidente grave no Balão do Aeroporto, a cidade ficou com uma ambulância a menos para emergências de toda a população porque o Samu foi convocado a acompanhar o presidente em uma solenidade na 913 Sul. 

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