terça-feira, fevereiro 04, 2014

Padilha da discórdia - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 04/02

A mesma Dilma Rousseff que exalta o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha acaba de vetar um outro Padilha para sua equipe. O deputado Eliseu Padilha, do PMDB. A presidente não quer ver como ministro da Secretaria de Portos aquele que ajudou a arrecadar recursos para as duas campanhas de Fernando Henrique Cardoso e ainda auxiliou José Serra contra a eleição dela, em 2010, e a de Lula, em 2002. Isso sem contar o peso em favor de Geraldo Alckmin em 2006.
Para a presidente, a proximidade com antigos adversários tem limite. No Rio Grande do Sul, entre os peemedebistas, ela só obteve o apoio para valer do deputado Mendes Ribeiro, que deixou o Ministério da Agricultura para cuidar da saúde e se recuperar de um tumor no cérebro. Até aqui, o nome provável para a Secretaria de Portos é o do senador Vital do Rêgo Filho, o Vitalzinho, do PMDB da Paraíba. Os deputados do partido ainda estão a ver navios.

Minha vingança...
Mal a notícia do veto a Padilha chegou ao PMDB, um grupo de deputados começou a tramar o troco. O primeiro movimento é no sentido de emplacar o deputado Darcísio Perondi presidente da Comissão de Saúde da Câmara. Perondi é um dos independentes que infernizam a vida do governo no Congresso.

...será maligna
Perondi foi um dos mentores do projeto que tentou ampliar os recursos da saúde além do que
o governo pretendia conceder dentro do Orçamento Impositivo. Como presidente da Comissão de Saúde da Casa, nada impedirá que tente repetir a dose em outros projetos. E, sabe como é, nesse primeiro semestre, o governo ainda não tem tanta tranquilidade para enfrentar o Congresso.

Recordista
A cúpula do PT dá como certo que Ideli Salvatti será mantida na Secretaria de Relações Institucionais. A média de permanência ali era de um ano. Ela está desde junho de 2011. Alguns deputados, inclusive do PT, que estão de olho no cargo não perdoam: “Ela tem dois troféus, o de mais tempo como ministra e o de quem menos fez em todo esse período”.

Riscos & apostas
Para alegria dos deputados mais descolados e menos conservadores, o PSC de Marco Feliciano não terá direito a presidir comissões técnicas da Câmara este ano. Para preocupação do governo, a Fiscalização e Controle deve ser a primeira escolha do PMDB. O PT, que abre a ordem de pedidos, ficará com a Comissão de Constituição e Justiça, onde o nome mais cotado é o do deputado Vicente Cândido, de São Paulo.

No embalo/ Os líderes do PTB na Câmara, Nelson Marquezelli, e no Senado, Gim Argello, conversavam animadamente com o presidente em exercício do partido, Benito Gama (foto), quando se aproximou o ministro do Turismo, Gastão Vieira. “Oba, vamos fazer a troca do bastão logo aqui”, disse Gim, referindo-se a Benito. O Ministério do Turismo é o sonho de consumo dos petebistas hoje.

Questão de prioridade/ Enquanto o senador João Vicente Claudino (PTB-PI) lia a mensagem da presidente Dilma ao Congresso, os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros, aproveitaram para repassar os próprios discursos que fariam em seguida.

Memória I/ Ao ver o novo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, recebido com toda a pompa no Congresso Nacional, alguns senadores lembravam animadamente da brincadeira que faziam quando algum integrante do Senado passava por outro sem cumprimentar. Aquele que não recebia o cumprimento logo se virava para o colega e dizia “bom dia, Mercadante”.

Memória II/ Naquela época, Mercadante era senador e não eram poucos os colegas que o chamavam de “mercapedante”. Agora, garantem, que esse tempo acabou. Pelo menos, é o que dizem.

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