sábado, setembro 14, 2013

Operação tapa-buraco - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 14/09

O governo estuda reavaliar investimentos no trecho da rodovia BR-262 que liga Minas Gerais ao Espírito Santo, que não teve nenhum interessado em leilão de ontem. Segundo participantes das negociações, uma das ideias aventadas é negociar para que a iniciativa privada faça toda a obra. Hoje, ela seria responsável pela parte de Minas Gerais, e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), pelo trecho do Espírito Santo. "Não podemos esperar mais", diz um palaciano.

São eles Membros do governo apontam ação conjunta do governador Renato Casagrande (PSB-ES), da deputada Rose de Freitas (PMDB) e do senador Ricardo Ferraço (PMDB) para melar o leilão.

Caderninho Auxiliares de Dilma Rousseff lembram que Ferraço já jogou contra o governo no episódio da fuga do senador boliviano Roger Molina para o Brasil, que gerou um impasse diplomático.

Delay Membros do Executivo lembram que o projeto foi lançado em outubro do ano passado e, em abril, foi anunciado que a obra seria licitada em setembro. As reclamações sobre o valor do pedágio só pipocaram em agosto e, até a véspera, empresas tinham interesse no leilão.

Origem A lei 8.038, que dividiu o STF no debate sobre o cabimento de embargos infringentes no mensalão, foi relatada em comissão da Câmara, em 1989, pelo então deputado petista Sigmaringa Seixas, amigo de Lula e de vários ministros da corte.

Voz... Em artigo publicado em janeiro deste ano, Luís Roberto Barroso escreveu: "Não é ruim que os juízes, antes de decidirem, olhem pela janela de seus gabinetes e levem em conta a realidade e o sentimento social".

... das ruas O ministro dizia, no entanto, que não pode haver "conversão do Judiciário em mais um canal da política majoritária, subserviente à opinião pública". E opinou que, no mensalão, o STF "aceitou e apreciou o papel de atender à demanda social".

Novato Na sessão de anteontem, Barroso travou discussão com Marco Aurélio Mello em que disse que a corte não deveria se pautar pela "multidão" e que não se preocupa com a imprensa.

Cotoveladas Reunião realizada esta semana em São Paulo para debater a reeleição de Dilma evidenciou a disputa de espaço entre o marqueteiro João Santana e o ex-ministro de Lula Franklin Martins, que voltou a opinar sobre a estratégia de comunicação do governo e do PT.

Digitais Dirigentes petistas dizem que os conselhos de Franklin têm sido cada vez mais ouvidos no Palácio do Planalto. Creditam a ele o tom de Dilma nos pronunciamentos de TV e na relação com a base aliada depois dos protestos de junho.

Tropa A irritação do PT com Eduardo Campos (PSB) não se limita a declarações do governador de Pernambuco contra a gestão Dilma. Os petistas acompanham todos os ataques feitos ao partido por aliados de Campos, como Beto Albuquerque, Carlos Siqueira e Márcio França.

Quase lá A cúpula da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) acredita que é inevitável a assinatura de contrato entre o governo e a Técnica, subsidiária da Delta, para obras na SP-304, com valor estimado em R$ 60 milhões. Não há pedidos de revisão em andamento para a licitação.

Rock, bebê Questionado por um seguidor no Twitter sobre sua opinião em relação à atuação de "black blocs" em manifestações, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) respondeu: "Leonardo, não sei o que são os black blocs'. É um grupo de rock?".

com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

tiroteio

"Se o gigante não acordar e for para a rua, o Supremo, graças às últimas indicações de Dilma, vai colocar o mensalão para dormir."

DO DEPUTADO RODRIGO MAIA (DEM-RJ), sobre a probabilidade de o STF aceitar, na próxima quarta-feira, a admissibilidade de embargos infringentes no caso.

contraponto

Choque de gerações

Na segunda-feira, deputados discutiam a medida provisória 615, com mais de 26 temas e que trata de benefícios ao setor sucroalcooleiro. Era o último dia para a Câmara votar a tempo de que a MP chegasse ao Senado no prazo mínimo de sete dias antes de caducar, estipulado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Um jornalista perguntou a Renan Filho, que estava indo para a reunião de líderes negociar o tema:

--Seu pai não vai abrir exceção e mudar esse prazo?

O deputado federal respondeu:

--Ali não tem jeito. Só tem uma palavra: turrão!

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